O IMPÉRIO – PRIMEIRO REINADO e PERÍODO REGENCIAL.

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

O IMPÉRIO. PRIMEIRO REINADO.

Reconhecimento da Independência

Proclamada a Independência e estando o Brasil com suas finanças arruinadas e política agitada, teve o Imperador que enfrentar não poucas dificuldades para pôr ordem no estado de coisas reinante.

Ao mesmo tempo, na política internacional deveria dar o primeiro e decisivo passo que consistia no reconhecimento de sua independência pelas outras nações e, principalmente, por Portugal.

Na Inglaterra, como encarregado dos negócios brasileiros, mesmo antes da separação, encontrava-se Felisberto Caldeira Brant Pontes, futuro marquês de Barbacena, que gozava de boa e firme reputação naquele país.

Regência Trina Interina, Regência Trina Permanente, Regência Una, Abdicação de D. Pedro I, Código Penal, Constituição de 1824, Fundação dos Cursos Jurídicos, Reconhecimento da Independência

A MEDIOCRIDADE INTELECTUAL – Capítulo II de “O Homem Medíocre” de José Ingenieros

A
MEDIOCRIDADE INTELECTUAL
Capítulo II de “O Homem Medíocre de José Ingenieros”

I.    o homem rotineiro. —II.    os estigmas da mediocridade intelectual. — III. a maledicência:  uma alegoria de botticelli — IV.      a senda da glória.

 

I
— O homem
rotineiro

 

A rotina é um esqueleto fóssil, cujas
peças resistem à carcoma do século. Não é filha da experiência; é a sua
caricatura. A primeira é fecunda, e engendra verdades; a outra é estéril, e as
mata.

Na sua órbita giram os espíritos
medíocres. Evitam sair dela, e cruzar espaços novos; repetem que é preferível
o mau conhecido ao bom ignorado. Ocupados em desfrutar o existente, alimentam
horror a toda inovação que perturbe a sua tranqüilidade, e lhes traga
desassossegos. As ciências, o heroísmo, as originalidades, as invenções, a
própria virtude, parecem-lhes
instrumentos
do mal, posto que desarticulam o edifício dos seus erros: como nos selvagens,
nas crianças nas classes incultas.

Processo da Independência do Brasil

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

Transmigração da Família Real e Regência do Príncipe D. João

As idéias dos enciclopedistas1 franceses espalhavam-se pelo mundo, pregando reformas que abalaram a estrutura político-social então vigente.

A convocação dos Estados Gerais por Luís XVI era uma vitória do povo e sua repercussão foi grande o que não impediu a Revolução Francesa e a guilhotina que fêz rolar cabeças de soberanos, nobres e, por fim, dos próprios revolucionários.

Diante da ameaça francesa, o mundo arma-se contra a França e esta sente que terá que enfrentar o mundo. Cessado o período do terror, a velha terra gaulesa não teve o desejado sossego e, por isso, sentiu necessidade de um homem forte, capaz de lhe dar ordem interna e enfrentar a ameaça externa.

Esse homem foi Napoleão Bonaparte.

Não tardou a Europa a sentir o peso dos seus exércitos. Só a Inglaterra, por ser uma ilha e possuir forte esquadra, pôde ficar livre das tropas do corso.

OS MISTÉRIOS DO PENSAMENTO

A máquina pensante – A magia da memória – Curiosidades da psicologia – Mesmerismo – Hipnotismo – Telepatia – Sonhos – Modernos pesquisadores do pensamento – Freud – Jung – Pavlov – João B. Watson

O CÉREBRO humano é uma maravilhosa máquina pensante. Toma simples sensações e as transforma em pensamentos complexos. Como se faz isto? O processo é perfeitamente simples quando o analisais. Há dentro de nosso corpo um grupo de nervos, ou fios telefônicos. Estes nervos estão recebendo constantemente toda a casta de mensagens através dos vários sentidos: vista, ouvido, tacto, gosto, e olfato. Eles transportam as mensagens, ou sensações, ao cérebro, que por sua vez escolhe as que são mais fortes, agrupa-as, classifica-as e arranja-as em ordem lógica e… pronto, nasceu um pensamento.

Mas isto é apenas a metade da história. Logo que o pensamento é formado, começa a estimular outro grupo de nervos. Este grupo leva o pensamento do cérebro aos músculos do corpo, e o pensamento é assim traduzido em ação.

O CORPO HUMANO – MÁQUINA MARAVILHOSA

Os rins, situados (grosseiramente falando) de cada lado da extremidade da espinha, servem de aparelho de purificação. Separam os venenos do sangue, eliminam os venenos por meio da bexiga e enviam o sangue purificado para o coração.

O fígado serve não somente de importante dente numa máquina, mas também de eficiente armazém de provisões. Faz quatro coisas. Cria a bilis para auxiliar a digestão; auxilia os rins a eliminar os venenos; manufatura algumas das gorduras que são necessárias ao corpo e faz as vezes de despensa para o açúcar, nas ocasiões em que o corpo possa dele precisar.

Os pulmões respiram o ar pelas narinas e o distribuem para os músculos, os ossos e o sangue através de todo o corpo. A capacidade dos pulmões é bastante grande: aspiram cerca de 400 pés cúbicos de ar, o conteúdo de um pequeno dormitório, cada 24 horas. Por aí vereis quão necessário é conservar as janelas de vosso quarto

abertas, afim de garantir um constante suprimento de ar fresco.

O coração é talvez o mais importante órgão do corpo. E’ o capataz da fábrica humana. Marca o ritmo de vossa vida e espalha o sangue para todas as partes do corpo. Cada 24 horas a coração de um homem sadio perfaz 103.000 batidas e cada uma delas impele 170 gramas de sangue. Por outras palavras, arremessa nada menos de 12.000 toneladas de sangue cada dia, enorme tarefa para uma pequena máquina que pesa justamente um pouco mais de meia libra!

Considerando o maravilhoso mecanismo do corpo, não devemos esquecer os pés e as mãos. Os pés, ou antes, as pernas, são os raios do corpo. Estão ligadas ao corpo justamente como os raios de uma roda estão presos ao eixo. Mas o corpo é uma roda incompleta. Tem somente dois raios. Imaginai quanto poderíamos correr se tivéssemos um jogo completo de raios, ou pernas, irradian-do-se do eixo do nosso corpo! Estaríamos continuamente "dando cambalhotas", todas as vezes que andássemos pela rua.

O ROMANCE DOS CÉUS – MARAVILHAS DA CIÊNCIA

LIVRO SEGUNDO – O LIVRO DAS MARAVILHAS DA CIÊNCIA

Henry Thomas

O ROMANCE DOS CÉUS

A Saga das Estrelas

UM olhar para o dossel tauxiado de estrelas que se ergue lá no alto, para a majestosa Via-Láctea, em-bastida de brilhantes cachos de pontos cintilantes, revela-nos uma estranha saga, cuja prolongada duração desafia qualquer conjetura. Algumas daquelas estrelas parecem agrupar-se naturalmente, e tais grupos são chamados constelações. Há quanto tempo vêm sendo essas constelações olhadas pelo Homem, ninguém sabe; mas foram anotadas desde o tempo de Ptolomeu (2.° século depois de Cristo). Contam-se ao todo oitenta e oito constelações. Doze destas têm exercido sempre peculiar fascinação sobre o pensamento dos homens. Possuem os deliciosos nomes de Aries (o carneiro), Taurus (o touro), Gemini (os gêmeos), Câncer (o caranguejo), Leo (o leão), Virgo (a virgem), Libra (a balança), Scorfrio (o escorpião), Sagiitarius (o besteiro), Cafiricornius (o bode), Aquarius (o aguadeiro) e Pisces (o peixe). Estas constelações devem sua preeminência à característica influência que sobre os negócios humanos, lhes assinalaram os antigos (e modernos!) astrólogos, e às efígies, um tanto maravilhosas, que passam por representar.

As estrelas são corpos quentes, incandescentes. Podem ser mesmo sistemas solares, tais como o nosso. Contudo, a mais próxima estrela está tão afastada que sua luz, viajando 300.000 kms. por segundo, leva cerca de 4 anos para chegar até nós. Um raio de luz da mais longínqua estrela pode alcançar a terra exatamente no prazo de

ÁUREA MEDIOCRITAS – Capítulo I de “O Homem Medíocre de José Ingenieros”

I.
ÁUREA MEDIOCRITAS ?
— II.
OS HOMENS
SEM PERSONALIDADE. — III. EM TORNO DO HOMEM MEDÍOCRE. —
IV. CONCEITO SOCIAL DA MEDIOCRIDADE. — V. o ESPÍRITO
CONSERVADOR. — VI. PERIGOS SOCIAIS DA MEDIOCRIDADE. — VII.    a VULGARIDADE.

I
Áurea mediócritas?

Há uma certa hora em que o pastor ingênuo se
assombra diante da natureza que o circunda. A penumbra se adensa; a côr das
coisas se uniformiza no cinzento homogêneo das
silhuetas, as primeiras humidades crepusculares levantam, de
todas as ervas, um vago perfume; aquieta-se o rebanho para dormir; o sino
remoto tange o seu aviso vesperal. A impalpável
claridade
lunar vai se esbranqui çando,
ao
cair sobre as coisas;
algumas estrelas inquietam o firmamento com a sua
titila ção, e um longínquo rumor de arroio brincando nas brenhas,
parece
conservar sobre misteriosos temas. Sentado
sobre a pedra menor áspera que encontra à beira do
caminho, o pastor contempla e emudece. convidando
em vão a meditar pela convergência do sítio e da hora. Sua admiração primitiva
é simples estupor. A poesia natural que o rodeia, ao
refletir-se em sua imaginação, não se converte em poema. Êle é,
apenas , um objeto no quadro, uma pincelada: como a pedra, a árvore a ovelha, o
caminho; um acidente na penumbra. Para
êle, todas as coisas foram sempre as assim
continuarão a ser, desde a terra que pisa até o rebento que apascenta.

A República – Advento da República no Brasil, resumo escolar

Marechal deodoro da fonseca

A REPÚBLICA. O Advento da República

Fonte: Material Didático Didática irradiante de 1970 de acordo com diretrizes da época do MEC

A Constituição de 1891 e os Presidentes

A proclamação da República Brasileira deu-se dentro de um processo em que seus adeptos não tiveram que tomar medidas violentas e nem os monarquistas esboçaram qualquer resistência séria.

Dir-se-ia que D. Pedro II a esperava, embora não a desejasse, naquele momento, tal como se deu.

Não se repita que o povo assistiu a queda do regime monárquico bestificado, mas se admita que a assistiu como fato consumado, o que é diferente.

Há de se levar em consideração que a sensibilidade popular é um perfeito termômetro que marca as mudanças do tempo e que, muitas vezes, há movimentos que não trazem no seu bojo nenhuma surpresa.

A MORAL DOS IDEALISTAS – Introdução de “O Homem Medíocre” de José Ingenieros

O Homem Medíocre

José Ingenieros (1877-1925)

INTRODUÇÃO – A
MORAL DOS IDEALISTAS

i.    a emoção 
do  ideal.  —  ii.    de  um  idealismo  com
fundamento na experiência. — iii.    os temperamentos  idealistas.  — iv.    o  idealismo  romântico.  — v. o idealismo estóico. — vi.     símbolo.

 

I
A emoção do ideal

Quando orientas a proa visionária em
direção a uma estrela, e desdobras as azas para atingir tal excelsitude
inacessível, ansioso de perfeição rebelde à mediocridade, levas em ti o impulso
misterioso de um Ideal. É áscua sagrada, capaz de te preparar para grandes
ações. Cuida-a bem; se a deixares apagar, jamais
êle se reacenderá. E se ela morrer em ti, ficarás inerte: fria bazófia
humana.

MULHERES FASCINANTES DA HISTÓRIA – Livro das Maravilhas

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

MULHERES FASCINANTES DA HISTÓRIA

Henry Thomas

Safo, a maior lírica do amor

O PROMONTÓRIO meridional de Santa Maura, no Mar Egeu, é conhecido pelo nome de Salto dos Amantes. Poucos marinheiros ousam aproximar-se dele, tão ríspido é o vento, tão forte a maré que o cerca.

Na antiga Grécia, chamavam-no o promontório de Leucádia, onde muitas mulheres belas e cruéis sentavam-se a cantar canções, para atrair os marinheiros que passavam, fazendo-os naufragar contra os rochedos.

Ali viveu a poetisa Safo, chamada por Swinburne "a maior lírica dos tempos". Compunha ela canções ardentes em verso e lecionava, numa escola de moças, a arte de escrever poesia. Pouco se sabe a respeito de Safo. Nasceu pelo ano 600, antes de Cristo.

Consta que tinha intrigas amorosas com suas jovens discípulas. Lesbianismo é o termo com que se designa esse gênero de anomalia sexual, e tem conexão direta com Safo e a ilha de Lesbos, onde ela vivia.

Ela era belíssima, ardente e ímpia. Errava pelas ilhas da Grécia, compondo música como o vento e versos arrancados das estrelas. Seus versos líricos são "poucos, porém rosas verdadeiras". Era apaixonadamente jovial e terna. Além dos fragmentos de sua obra, dois de seus poemas chegaram até nós. Um deles é uma Ode a Afrodite, Deusa do Amor,

Introdução a Sociologia: A ESPECIFICIDADE DO SOCIAL: A SOCIOLOGIA NATURALISTA E A SOCIOLOGIA PSICOLÓGICA

Introdução a Sociologia – PRIMEIRA PARTE – OS PROBLEMAS SOCIOLÓGICOS

Professor A. Cuvillier (1939).

 

Capítulo II A ESPECIFICIDADE DO SOCIAL: A SOCIOLOGIA NATURALISTA E A SOCIOLOGIA PSICOLÓGICA

Faltava à sociologia adquirir uma noção essencial: tinha de tomar consciência nítida da especificidade do social, quer dizer, do fato de os fenômenos sociais constituírem, segundo expressão de Durkheim, um "reino natural" com os seus caracteres próprios e distintos das outras ordens de fenômenos.

I. — Os precursores

Em boa verdade, quando uma disciplina tende a constituir-se como ciência, obedece, freqüentemente, a exigências opostas e, aparentemente, contraditórias. A nova ciência, por necessidade de se afirmar como disciplina positiva, sofre, primeiramente, a atração das ciências mais próximas a ponto de simplificar ao extremo o seu objeto, a fim de se identificar com elas. Mas chega um dia em que essas simplificações se mostram decididamente inadequadas à complexidade do objeto estudado e em que se afirma a especificidade desse objeto.

Introdução à Sociologia – OS PROBLEMAS SOCIOLÓGICOS

resumo sociologia ebook

OS ANTECEDENTES: SENTIDO DO POSITIVO E SENTIDO DO RELATIVO

"Qualquer concepção — escreveu Augusto Comte – só pode ser bem conhecida por sua história". Se queremos compreender o que é a sociologia e, sobretudo, como pouco a pouco se determinaram os problemas que ela apresenta, teremos de começar por uma história sumária, não das doutrinas, mas da própria posição desses problemas.

I. — DO PONTO DE VISTA NORMATIVO AO PONTO DE VISTA POSITIVO

Apesar de a atitude de espírito propriamente sociológica ser bastante recente, os problemas relativos à vida social sempre preocuparam os pensadores. O próprio fato de viver em sociedade levava o homem a pensar em certos problemas, mas esses problemas eram pura e diretamente práticos, tinham por objeto imediato regras de ação, e não o conhecimento objetivo da realidade.

1. O ponto de vista finalista e normativo.

O que caracteriza os primeiros estudos sobre a sociedade é, precisamente, um ponto de vista finalista e normativo: finalista, isto é, tendo unicamente em consideração o ideal a realizar, a investigação do que deve ser a "melhor" organização social e política; normativo, quer dizer, a preocupação imediata de estabelecer normas, regras de ação para a vida coletiva.

O ROMANCE DA LITERATURA AMERICANA – História da Literatura nos EUA

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

Curiosidades da literatura americana

SABEIS que foi a um autor americano que Shakes-peare pediu emprestada sua descrição das cenas tempestuosas de A Tempestade? Esse autor foi Guilherme Strachey, que escreveu magnífica história de uma tempestade em que naufragou seu navio, numa viagem à Virgínia, em 1609.

* * * *

Eis aqui curioso incidente, que encontrámos num livro americano dos começos do período colonial: "Uma mulher da colônia da Baía de Massachusetts tinha uma taramela na língua, como punição por haver falado mal dos mais velhos".

‘* * *’

O primeiro poema produzido na América, Nova An-glia (1625), por Guilherme Morrell, foi escrito, não em inglês, mas em latim !

‘* * *

A maior obra literária de Benjamin Franklin, sua Autobiografia, foi escrita simplesmente para ser lida por seu filho e não para ser publicada. Não foi publicada em sua forma original senão um século depois.

Um dos primeiros poetas americanos foi uma jovem escrava negra, nascida na África. Seu nome era Filis Wheatley,

* * *

A Idade de Razão, de Thomas Paine, foi considerado um livro ateu. O certo é que nada disso é verdade. Escreveu esse livro como um argumento contra o ateísmo e a favor da religião. Eis o que o próprio Paine tem para dizer sobre o assunto {A Idade de Razão, p. 2) : Creio em… Deus.. . e espero a felicidade na outra vida. Creio na igualdade dos homens, e creio que os deveres religiosos consistem em fazer justiça, amar o perdão e tentar tornar felizes todos os nossos semelhantes."

EDUCAÇÃO E MERCANTILIZAÇÃO NO CAPITALISMO TARDIO: UMA ABORDAGEM HERMENÊUTICA

maravilhas das antigas civizações

EDUCAÇÃO E MERCANTILIZAÇÃO NO CAPITALISMO TARDIO: UMA ABORDAGEM
HERMENÊUTICA[1]

Mauricio Cristiano de
Azevedo[2]

Resumo

Estudo de
análise bibliográfica que discute as relações entre a educação e seu possível
estatuto de mercadoria, dentro do paradigma produtivista em colapso na fase
tardia do capitalismo, problematizando pontos da teoria marxista da produção.
Os objetivos elencados visam expor ao fim a contraditoriedade da consideração
dos saberes como bens mercantis. Para tanto, o percurso argumentativo expõe a
questão da própria produção de sentido como consenso obtido pela linguagem, o
que desloca o conceito de conhecimento da posição de materialidade propalada
pela abordagem epistemológica moderna, abrindo o horizonte de sua consideração
como construção intersubjetiva. O contraponto à abordagem epistemológica é
feito pela abordagem hermenêutica especificamente nas obras de Gadamer e
Habermas, que fornecem suporte e base para a crítica do produtivismo
materialista. Com isso, mais do que uma disputa de posições teóricas, o
resultado das análises aponta para a falta de alcance das visões ortodoxas da
filosofia da consciência e do sujeito no trato com fênomenos do capitalismo
tardio e da cultura pós-moderna, o que convida a pensar o processo educativo, a
cultura escolar e os saberes da formação cultural como elementos posicionados
para além da lógica empresarial e dos objetivos e da educação como mera
preparação à competitividade do mundo do trabalho.

Palavras-chave: Educação. Marxismo. Hermenêutica.

O ROMANCE DA LITERATURA INGLESA

maravilhas das antigas civizações

Quem escreveu as peças de Shakespeare?

TEM havido grande controvérsia entre os estudiosos para saber se as chamadas peças de Shakespeare foram escritas por Shakespeare ou por Bacon.

Os baconianos sustentam que Shakespeare foi um inculto ’empregado de açougue, crescido num meio ignorante e totalmente jejuno do vasto cabedal de cultura, que entra na criação das peças, vindas a lume com seu nome.

A este argumento respondem os shakespearianos que, em primeiro lugar, Shakespeare não era totalmente inculto, e, em segundo lugar, que há muitos casos na literatura de homens de pouco cultivo haverem produzido obras geniais. A inspiração, dizem eles, é muito mais importante do que a educação. Além disso, apontam eles o fato de cometer sempre Shakespeare enganos tais que Bacon jamais poderia cometer. Porque Shakespeare é um poeta c Bacon um erudito. Shakespeare, cuja inspiração é maior do que seus conhecimentos, atribue um litoral à Boêmia, que não passa de um país interno; faz Heitor citar Aristóteles, que viveu cerca de 700 anos depois de Heitor; e dá o nome de Lupercais, que eram uma festa romana, a uma colina de Roma. Além disso, declaram os shakespearianos, Bacon jamais poderia alçar-se às culmi-nâncias poéticas de Shakespeare. Todo o vigor de Bacon como filósofo acentua sua fraqueza como poeta. Um homem, cujo pensamento é todo precisão, nunca pode elevar-se nas asas loucas da fantasia.

AS RELAÇÕES POLÍTICAS ENTRE AS FAMÍLIAS BIAS FORTES E ANDRADA NA CIDADE DE BARBACENA: DA FORMAÇAO DA PODEROSA ALIANÇA À CRIAÇÃO DO MITO DA ACIRRADA RIVALIDADE

Resumo



Neste artigo abordam-se as relações políticas entre as famílias Bias Fortes e Andrada no município de Barbacena, Minas Gerais. O recorte histórico aferido abrange desde a formação da poderosa aliança entre os clãs em questão, na última década do século XIX, até a ruptura desse arranjo político, fruto das próprias modificações do Estado Brasileiro após a Revolução de 1930, quando foi criado o mito da ferrenha rivalidade entre Bias Fortes e Andrada. O fato marcaria de forma peremptória a história política barbacenense. A partir do confronto de ideias entre autores locais e grandes nomes do pensamento brasileiro, busca-se apresentar como determinados fatos históricos relativos às políticas local, estadual e nacional são distorcidos pela literatura histórica barbacenense.

Palavras-Chave: Barbacena; política; Bias Fortes; Andradas.

GRANDES LITERATURAS DO MUNDO – Obras clássicas

O comediante triste

MOLIÈRE foi o maior escritor de comédias da Fran-ça. Sua própria vida foi uma grande tragédia. Desejava brilhar como ator trágico; mas não se adaptava ao papel. Conseguiu apenas ser um palhaço. Desejava escrever peças sérias. Mas seu público não as aceitava. Foi obrigado a escrever comédias e farsas. Apaixonou-se pela sua principal atriz e casou com ela. Mas nunca foi amado e ela vivia a namorar outros homens. Suas peças estão cheias de brigas domésticas. Infelizmente, conhecia êle muito bem o assunto. Suas brigas cênicas, tão divertidas para o espectador, eram apenas tragicamente verdadeiras para Molière. Um dia, seu filho caiu gravemente doente. Dois de seus outros filhos já haviam morrido. Os médicos achavam que aquela terceira criança não passaria da noite. Contudo Molière, corajoso soldado que era, representou seu papel cômico no teatro, naquela noite. Ao chegar em casa, encontrou o filho morto. Sua vida era cheia da substância de que se fazem os dramas reais.

ALTERNATIVAS PARA UMA NOVA ESQUERDA

maravilhas das antigas civizações

Resumo:
O
artigo em questão apresenta algumas colocações sobre a esquerda política. O
conteúdo exposto abrange a origem histórica do termo esquerda, no final do
século XVIII, e suas posteriores acepções ao longo dos anos. Durante um período
considerável as ideias marxistas foram predominantes no pensamento de esquerda.
Esta postura ideológica, de certa forma, prejudicou as ações de seus
militantes, limitando o discurso esquerdista à luta de classes e à revolução
socialista. As profundas transformações político-econômicas ocorridas nas
últimas décadas, como o colapso do comunismo soviético e a crise financeira
capitalista, colocam novas questões para a esquerda global. Deste modo, a
partir do confronto de ideias presentes nas obras de importantes intelectuais,
buscam-se apresentar possíveis alternativas para os movimentos esquerdistas neste
início de século.  

           

Palavras-chave: esquerda; socialismo;
Marx; marxismo; União Soviética.

Literatura na Idade Média e Renascença – Resumo escolar

A IDADE-MÉDIA E A RENASCENÇA

Descida ao inferno

DESDE os primeiros dias, têm os homens imaginado o que acontecerá à alma depois que, deixa o corpo. Permanecerá viva? E se fôr assim, para que especie de lugar irá ela? Vários grandes escritores tentaram imaginárias viagens à terra das almas que se foram. O maior deles foi Dante Alighieri, poeta italiano do século treze. Na sua obra-prima, A Divina Comédia, leva-nos em viagem através dos horrores do inferno, cruza as regiões do purgatório e chega às glórias do céu. Tão viva era sua imaginação e tão profundamente se lhe marcava o pensamento no rosto, que um amigo observou uma vez: "Este homem parece, na realidade, ter vindo diretamente do inferno". Eis como Dante descreve sua descida ao mundo subterrâneo:

Um dia, acha-se êle perdido numa sombria floresta. Está a ponto de ser atacado por um leão, uma onça e uma loba, quando o antigo escritor Virgílio vem em seu auxílio. Este escritor, no seu poema A Eneida, fizera outrora uma viagem ao reino de Plutão. Agora oferece-se como guia a outra excursão ao mundo subterrâneo.

Juntos descem eles às profundezas da terra até se encontrarem no círculo mais exterior do Inferno. Aqui Dante encontra as almas dos indiferentes, dos insignificantes, dos que durante toda sua vida não foram exatamente maus, nem tão pouco se deram ao trabalho de ser bons. No Inferno, têm de cumprir a pena que cabe à indiferença. Esse castigo é serem forçados continuamente a trabalhar, sem um momento de descanso, "como grãos de areia revoluteando eternamente no remoinho".

Em seguida, descem às regiões mais

A LITERATURA DA GRÉCIA E DE ROMA

As extraordinárias aventuras de Ulisses

AS viagens de Ulisses, cujo nome grego é Odisseu, es tão descritas na Odisséia, de Homero. Ulisses era um dos combatentes gregos no sítio de Tróia. A princípio, nao estava Ulisses querendo unir-se à expedição contra

Tróia. Fingiu-se atacado do juízo e, portanto, incapaz dc-usar armas. Mas os oficiais recrutadores do exército grego imaginaram um hábil expediente para verificar a loucura dele. Estando Ulisses a arar seu campo, puseram-lhe o filho Telêmaco, dentro dum dos sulcos. O pai provou seu perfeito juízo recusando-se a ferir seu filho com o arado. Teve de juntar-se ao exército.

Uma vez chegado a Tróia, porém, provou ser o mais astuto, como o mais bravo, dos soldados gregos.

Quando Tróia foi tomada, Ulisses prontamente tratou de voltar para casa. Era uma viagem de três dias, de Tróia à sua nativa ilha de ítaca. Ulisses levou sete anos longos a alcançá-la. Porque seu navio estava sujeito a um encanto maligno. Netuno, o deus do mar, se zangara com êle e fizera voto de perseguí-lo até os confins da terra. E assim, logo que Ulisses velejou, furiosa tempestade se levantou do norte e levou seu navio para a estranha terra dos Comedores de Loto. Quem provasse desse mágico fruto se esquecia de tudo quanto dissesse respeito a seu lar, sua esposa, seus filhos, seus deveres e seus amigos.

Mas Ulisses era mais sábio que os mais sábios dos homens. Por isso, absteve-se de comer o loto mágico e aconselhou seus companheiros a seguir-lhe o exemplo. Muito a contragosto seus companheiros obedeceram-lhe as ordens, e o navio afastou-se da terra dos encantados Comedores de Loto.

Mas suas viagens tinham apenas começado. Logo que o "navio alado" deslizou sobre as ondas do mar, ergueu-se outra tempestade. Desta vez Ulisses escapou do perigoso mar para uma terra ainda mais perigosa, a dos Ciclopes. Porque os Ciclopes eram uma selvagem raça de gigantes. Tinham apenas um olho no meio da fronte e um apetite voraz de carne humana. Quando Ulisses e seus homens avistaram esses gigantes, correram a abrigar-se numa escura caverna. Imediatamente Polífemo, rei dos Ciclopes, empurrou uma pesada pedra contra a entrada da caverna e começou em seguida a matar e devorar os amigos de Ulisses, um por um.

O MUNDO MARAVILHOSO DA MÚSICA

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.


O MUNDO MARAVILHOSO, DA MÚSICA

A história de Orfeu, pai do canto

POVOS de todas as regiões e de todos os tempos têm reconhecido o efeito da música sobre as emoções humanas. Entre os antigos gregos essa crença era até mesmo dignificada, ao ponto de se tornar uma teoria filosófica. Os gregos julgavam que o ethos, o valor moral da música, era seu elemento mais importante. Poetas, músicos e público aceitavam esse valor como um postmado.

A noção grega do poder da música está cristalizada na bela história de Orfeu. "Pai do canto", foi o título dado a Orfeu, poeta e músico lendário. De acordo com a lenda, Orfeu recebeu como presente de Apolo uma lira e teve como mestras as Musas, deusas das artes.

CÍCERO CONTRA M. ANTÔNIO – Orações – FILÍPICA II

ORAÇÃO DE M. T. CÍCERO CONTRA M. ANTÔNIO

FILÍPICA II

Em resposta à Filípica I, de Cícero, pronunciou M. António uma longa oração, declarando a sua inimizade para com o orador. Respondeu Cícero com a Filípica II, na qual rebate as acusações feitas contra ele, e, com grande violência, acusa M. António, de uma vida, a começar da infância até chegar às culminâncias do poder, cheia de desordens, licenciosidades e delitos. Não é certo se a Filípica II chegou a ser pronunciada no Senado, pois parece que a populaça armada por M. António, o impediu. Esta oração foi a causa principal da morte violenta de Cícero, perseguido pelo seu inimigo.

NÃO sei, Padres Conscritos, com que sorte minha sucede que há vinte anos a esta parte ninguém foi inimigo da República, que ao mesmo tempo não declarasse guerra contra mim!

Estranhas aventuras com os índios – The Wonder Book

Estranhas aventuras com os indios

CONTA-SE divertida anedota dos indios, durante a guerra do rei Filipe, no século XVII. Certo capitão Moseley comandava uma companhia de sessenta habitantes da fronteira, que estavam abrindo uma estrada através da floresta. De repente, deram com um bando de trezentos índios, que abriram num berreiro selvagem e se esconderam por trás das árvores. Moseley sabia que eles estavam se preparando para um ataque. Cercou-se de seus homens e lhes disse que se defendessem o melhor que pudessem.

O valente capitão tirou a cabeleira e a introduziu nos calções, para que não lhe estorvasse os movimentos no combate. Imediatamente, os índios que tinham estado a observar tudo lá do bosque, romperam numa horrenda gritaria: "Ui, mim não querer combater homem branco. Homem branco ter duas cabeças. Mim corta uma cabeça, homem branco tira outra cabeça debaixo cinturão!" E todo o bando guerreiro, aterrorizado diante daquele sobrenatural oficial branco, coin duas cabeças, tratou de fugir.

O romance do Japão e Os Trágicos Esponsais da China – História do Mundo

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

O imperador do Japão provém duma família, cuja linha ancestral se conservou intacta por dois mil e quinhentos anos.

E há chineses que dizem possuir registos de antepassados, que existiram há seis mil anos.

O povo acredita que o imperador do Japão descende da lua. Se um homem branco pertencesse a uma família que se ligasse diretamente a Alexandre Magno, nós o veneraríamos tão devotamente como cultua o japonês o seu imperador.

Imaginai uma ilha no Pacífico que, em meio do século XIX, permanecesse como há mil anos atrás. Enquanto o mundo ocidental inventava máquinas, derrubava monarquias e criava democracias, a pequena ilha do Japão vivia na Idade-Média, com seus curiosos castelos, seus cavalheiros pitorescos e seus característicos códigos de honra. Quando um cavalheiro atravessava uma rua, todos deveriam ajoelhar-se. Mostrar o menor desrespeito era arriscar-se a receber um golpe mortal de sua cimitarra. Quando um nobre cometia a menor quebra de etiqueta, esperava-se que executasse o hara-kiri, que era um método peculiar de suicidar-se: o nobre sentava-se sobre a esteira e matava-se, passando, em forma de cruz, uma espada pelo abdômen, primeiro da esquerda para a direita, e depois de cima para baixo. E seu melhor amigo, dando uma demonstração de amizade, ficava junto para cortar-lhe a cabeça.

Origens da escrita no Mundo Antigo – Maravilhas da Literatura


CURIOSOS ESCRITOS DE ANTIGAS CIVILIZAÇÕES

Os primeiros escritores eram guarda-livros

JÁ vos divertistes com o jogo chamado carta enigmá-tica? Nesse jogo as sílabas são representadas por figuras e deveis combinar as sílabas-figuras para formai palavras. Por exemplo, as figuras de uma onda e de um fogo aceso representam a palavra vagalume; as figuras de um sol e de um dado representam a palavra soldado; as figuras de uma rã e de um martelo ou malho representam o nome Ramalho. Gostaríeis se a vossa linguagem fosse formada dessas sílabas-desenhos? Não seria bem difícil dominar tal sistema? Pois bem, os antigos sume-rianos possuíam precisamente uma linguagem semelhante. Representavam suas sílabas por meio de figuras cuneiform.es. A palavra cuneiforme significa em forma de cunha, porque os sumerianos escreviam com um instrumento em forma de cunha. Não era nem papel, nem pergaminho, o material que usavam na escrita, mas argila mole. Nessa argila faziam a impressão de seus toscos desenhos em forma de cunha, e depois colocavam a argila ao sol para secar. Era assim que eles "publicavam" seus livros.

É interessante notar que todos os escritos primitivos eram na realidade esboços, ou desenhos. Cada letra era um desenho. A literatura, portanto, pode ser chamada filha da arte.

ORAÇÃO DE M. T. CÍCERO CONTRA M. ANTÓNIO – Filípica I

Resumo

Depois da morte de Júlio César, reinando em Roma o terror, por obra principalmente dos cônsules Marco António e Dolabela, resolveu Cícero sair de Roma e passar à Grécia, com a idéia de ficar fora da cidade até à entrada de novos cônsules, que garantissem liberdade. Parando, porém, em Leucópetra, perto de Régio, na Calábria, na quinta de um seu amigo, P. Valério, aí foi informado de uma oração de António, inspirada a princípios de justiça e de equidade. Resolveu voltar. Devido, porém à canseira da viagem, não poude, logo depois de sua chegada em Roma, participar à sessão do Senado, na qual devia falar novamente M. António. Irritado, este, no seu discurso, disse que talvez fosse à casa de Cícero, com oficiais para demolí-la. A esta expressão responde Cícero com a seguinte oração, pronunciada no Senado (em ausencia, porém, de M. Antonio), queixan do-se da ofensa, tanto mais que ele nunca demonstrara inimizade por Antonio, e exortando os dois consules a governar visando a paz, a concordia e a liberdade do povo romano.

FILÍPICA I

ANTES que principie, Padres Conscritos, a dizer da República aquilo que entendo se deve advertir no tempo presente, expor-vos-ei brevemente o intento da minha partida e da minha tornada com toda a brevidade.

ORAÇÃO DE CÍCERO AO POVO ROMANO DEPOIS QUE VOLTOU DO DESTERRO

ORAÇÃO AO POVO ROMANO DEPOIS QUE VOLTOU DO DESTERRO

Apresentação

Desterrado por lei de Cláudio, sendo cônsules L. C. Pisão e A. Gabínio, Cícero ficou no exílio pelo de amigos e principalmente de Cn. Pompeu, sendo côn-espaço de 16 meses. Restituído em Roma, a instância sules P. Lêntulo e Q. Metelo, pronunciou a oração que segue, na qual agradece não somente o ter recuperado o que era seu, a sua pátria, a sua família, os seus amigos, os seus haveres, mas o lhe ter sido devolvido tudo isso com tanta honra, pois, antes dele, nenhum desterrado foi chamado à pátria por autoridade do Senado. 

 

ORAÇÃO DE M. T. CÍCERO AO POVO ROMANO DEPOIS QUE VOLTOU DO SEU DESTERRO

AQUELA mercê, romanos, que a Júpiter Opt. Max. e aos mais deuses imortais tenho pedido, desde quando me dediquei, a mim e os meus interesses, à vossa conservação, utilidade e concórdia, e por vontade me sujeitei à perpétua pena, antes de que antepor coisa alguma minha ao vosso bem; e se em tudo o mais que obrei nos tempos passados, não tive outro fim se não o estabelecimento desta Corte; e empreendi a minha jornada por utilidade vossa, para que o ódio que homens perversos havia muito tinham concebido contra a República e contra todos os bons, se voltasse todo contra mim, contanto que ficassem salvos todos os homens beneméritos e toda a República. Se este foi o meu ânimo para convosco e vossos filhos, e assim vós como os Padres Conscritos e toda a Itália se deixaram possuir da lembrança, compaixão e saudade de mim, extremosamente me alegro, romanos, que em mim reconheça este obséquio o juízo dos deuses imortais, o testemunho do Senado, o consenso da Itália, a confissão dos inimigos e o vosso divino benefício.

Orações de Cícero – Catilinária – IV

ORAÇÃO IV DE M. T. CÍCERO CONTRA L. CATILINA – Resumo

A última catilinária foi pronunciada no dia 5 de Dezembro, numa sessão do Senado, convocada no templo da Concórdia, para decidir sobre a sorte dos conjurados que se encontravam detidos.

Aberta a sessão, Silano propôs a pena capital. Se opôs Cesar, com um discurso muito hábil, insistindo que nada devia decidir-se que não estivesse conforme à mais* estricta legalidade, e concluindo com a proposta que os imputados fossem condenados à prisão perpétua, distribuídos em vários municípios, e à confiscação dos bens.

Cícero desejava ardentemente que os imputados fossem condenado à morte. Porém, evidentemente perturbado pelo discurso de César, no qual havia uma velada ameaça de intervenção do seu partido a favor dos conjurados, depois de insistir sobre a gravidade dos delitos dos amigos de Catilina, os quais, no seu parecer, mereceriam a morte, declara que esta pronto a executar o que o Senado resolver. Na peroração lembra novamente os seus merecimentos, a sua devoção à pátria, os perigos aos quais continua a expor-se para o bem da República.

Os conjurados foram condenados à morte, depois de um breve e resoluto discurso de Catão, que, na mesma sessão falou depois de Cícero.

Exórdio. Perigos aos quais Cícero esteve exposto.

PARA mim voltados estou vendo, Padres Conscritos, os semblantes e olhos de todos; cuidadosos vos vejo não só do vosso perigo e da República, mas também, quando este agora esteja afastado, do meu.

Catilinárias de Cícero – Oração III

mapa roma itália

Os conjurados que Catilina, ao deixar a cidade, tinha deixado em Roma, articulam-se e tentam tratati vas com os embaixadores dos Alóbrogos, que por acaso se encontravam em Roma, para patrocinar a causa dos seus patrícios contra os governadores romanos. Em consequência de delações, afinal, Cícero consegue provas materiais da conjuração. Na noite do 2 de Dezembro manda prender os principais conjurados. Na manhã do dia 3, reúne o Senado e procede ao interrogatório dos presos. O Senado resolve que os imputados continuem em estado de detenção e decreta que o cônsul seja publicamente agradecido pela sua acção em defesa da pátria. Acabada a sessão do Senado, Cícero pronuncia a terceira catilinária, para informar ao povo, reunido no foro, da marcha dos acontecimentos. Diz que nunca Roma correu perigo maior do que acaba de desaparecer, sem recorrer a medidas militares, sem perturbação da cidade, unicamente por diligência dele, que soube defender a pátria ameaçada pelos conjurados. Exorta os romanos a agradecer aos deuses e a continuar na vigilância contra os maus cidadãos.

Exórdio.

VENDO estais, romanos, neste dia a República, a vida de todos vós, os vossos bens e interesses, as vossas mulheres e filhos, e a esta felicíssima e belís-suma benevolência dos deuses para convosco, livre do ferro e fogo, e como arrancada da garganta da morte, com meus trabalhos, resoluções e perigos.

Catilinárias de Cícero – Oração II

mapa roma itália

Pronunciada no dia 9 de novembro, isto é somente um dia depois da primeira, numa assembléia popular, é a segunda catilinária uma das mais per feitas, do ponto de vista estético, entre as orações de Cicero. Catilina, amedrontado pela acusação do cônsul, resolveu deixar a cidade e juntar-se a Mânlio, Esta fuga é uma confissão de culpa, e como tal Cícero a interpreta e comenta. Defende-se de duas acusa ções que lhe podem ser imputadas: a de excessiva indulgência, por ter deixado fugir a Catilina, e a deexcessiva severidade por ter constrangido ao exílio um cidadão romano, sem ter as provas da sua culpa.

Descreve, depois, Cícero as categorias de cidadãos que estão do lado dos conjurados. Contra essa gente, contra esses degenerados não há dúvida nenhuma queos homens de bem que defendem a liberdade, terão vitória certa e esmagadora.

Exórdio. Cícero felicita-se pela fuga de Catilina.

ENFIM romanos, lançado tenho fora, despedido e seguido na saída, com minhas palavras, a Lúcio Catilina, que insolentemente se enfurecia, respirando atrocidades e maquinando perfidamente a ruína da pátria. Já alfim se foi, retirou, escapou e arremessou daqui fora; já aquele monstro e abismo de maldade não forjará perdição alguma contra estes muros, dentre deles.