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A República, principal obra de Platão

<img alt="Edição latina República de Platão” src=”/imagens/PlatoRepublic01.jpg” title=”República de Platão” width=”379″ height=”540″ />

A República começa com um sofista, Trasímaco, declarando que a força é um direito, e que a
justiça é o interesse do mais forte. As formas de governo fazem leis visando
seus interesses, e determinam assim o que é justo, punindo como injusto aquele
que transgredir suas regras. Para responder a pergunta "Como seria uma cidade justa?" , Sócrates começa a dialogar, principalmente com Gláucon e Adimanto. Platão salienta que a justiça é uma relação entre
indivíduos, e depende da organização social. Mais tarde fala que justiça é
fazer aquilo que nos compete, de acordo com a nossa função. A justiça seria
simples se os homens fossem simples. Os homens viveriam produzindo de acordo
com as suas necessidades, trabalhando muito e sendo vegetarianos, tudo sem
luxo. Para implantar seu sistema de governo, Platão imagina que deve-se começar
da estaca zero. O primeiro passo seria tirar os filhos das suas mães. Platão repudiava o modo de vida com a promiscuidade social, ganância, a mente
que a riqueza, o luxo e os excessos moldam, típicos dos homens ricos de Atenas.
Nunca se contentavam com o que tinham, e desejavam as coisas dos terceiros.
Assim resultava a invasão de um grupo para o outro e vinha a guerra.

Platão achava um absurdo que homens com mais votos pudessem
assumir cargos da mais alta importância, pois nem sempre o mais votado é o
melhor preparado. Era preciso criar um método para impedir que a corrupção e a
incompetência tomassem conta do poder público, Mas atrás desses problemas
estava a psyche humana, como havia identificado Sócrates, Para Platão o
conhecimento humano vêm de três fontes principais: o desejo, a emoção, e o
conhecimento, que fluem do baixo ventre, coração e cabeça, respectivamente.
Essas fontes seriam forças presentes em diferentes graus de distribuição nos
indivíduos. Elas se dosariam umas às outras, e num homem apto a governar, estariam em equilíbrio, com a cabeça liderando continuamente. Para isso, é preciso uma longa preparação e muita
sabedoria. O mais indicado, para Platão, é o filósofo: "enquanto os
filósofos deste mundo não tiverem o espírito e o poder da filosofia, a
sabedoria e a liderança não se encontrarão no mesmo homem, e as cidades
sofrerão os males".

Para começar essa sociedade ideal, como dissemos, deve-se tirar os filhos dos
pais, para protegê-los dos maus hábitos. Nos primeiros dez anos, a educação
será predominantemente física. A medicina serve só para os doentes sedentários
das cidades. Não se deve viver para a doença. Para contrabalançar com as
atividades físicas, a música. A música aperfeiçoa o espírito, cria um requinte
de sentimento e molda o caráter, também restaura a saúde.

Depois dos dezesseis anos, e de misturar a música para lições
musicais com a música pura, essas práticas são abandonadas. Assim os membros
dessa comunidade teriam uma base psicológica e fisiológica. A base moral será
dada pela crença em Deus. O que torna a nação forte seria Ele, pois ele pode
dar conforto aos corações aflitos, coragem às almas e incitar e obrigar. Platão admite que a crença em Deus não pode ser demonstrada, nem sua existência, mas
fala que ela não faz mal, só bem. O mal para Platão é apenas a ignorância do bem, e ele procura demonstrar que o mal inexiste, e ninguém opta por ele de forma voluntária.

Aos vinte anos, chegará a hora da Grande Eliminação, um teste
prático e teórico, Começa a divisão por classes da República. Os que não passarem
serão designados para o trabalho econômico. Depois de mais dez anos de educação
e treinamento, outro teste. Os que passarem aprenderão o deleite da filosofia.
Assim se dedicarão ao estudo da doutrina e do mundo das Idéias.

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