HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DA CIVILIZAÇÃO MEDIEVAL

Índice

História da Civilização – Manoel de Oliveira Lima

IDADE MÉDIA – CAPÍTULO I

A FORMAÇÃO DA CIVILIZAÇÃO MEDIEVAL

Como deve ser considerada a Idade Média. O fator germânico

A Idade Média tem sido simultâneamente considerada uma época de obscurantismo, porque durante ela decaiu extraordinariamente a cultura clássica, e uma época de fermentação, porque no seu decorrer se preparou a nova civilização. De fato a cultura greco-romana sofreu um abatimento considerável, posto que mais aparente do que real: sob a agitação, porém, produzida pelas invasões bárbaras, o mundo moderno se foi organizando pela remodelação política e social da Europa, na qual o fator germânico veio a colaborar com o latino para o progresso comum da humanidade. Com suas fortes qualidades de raça, o teutão contribuiu para a florescência da civilização de que se apropriou e na qual modelou sua mentalidade. Nas formas latinas, já tradicionais, inoculou o espírito germânico o sentimento de liberdade pessoal que desaparecera sob o despotismo do Estado romano, conseguintemente o sentimento de independência: assim se exprime no seu magistral trabalho sobre a civilização na Europa o historiador francês Guizot, dos mais notáveis pela austeridade e pela elevação.

O caracteristico da civilização moderna

A confusão da Idade Média provém do traço posto em relevo por Guizot na elaboração da civilização moderna. Segundo o pensador francês, o característico das civilizações antigas é a sua respectiva unidade, no sentido de corresponderem ao desenvolvimento lógico de uma idéia ou de um princípio, até suas conclusões mais afastadas. É assim que daquelas civilizações, tal foi teocrática, tal outra monárquica e despótica, tal outra democrática. Na civilização moderna, que tende pelo contrário a reunir as diferentes modalidades de civilização, o característico é o embate das idéias, o choque dos princípios, dos quais nenhum parece ser voluntariamente levado pelos seus obreiros até o extremo limite. O movimento intelectual é portanto mais profundo no segundo caso. Consideradas suas categorias em separado, a civilização antiga apresenta-se mais rica em obras de arte, em obras perfeitas; mas a moderna é de fato mais rica, porque produziu ao mesmo tempo muitas evoluções diferentes.

Decadência do mundo clássico. O império eclesiástico

O mundo clássico estava aliás em decadência: esta foi apenas apressada pelas invasões bárbaras e pelo cristianismo. O império eclesiástico, tomando o lugar do império político, impediu que a cultura se apagasse à míngua de combustível. A Igreja substituiu-se ao império na sua função histórica, tendo-lhe este facilitado a ação graças à unidade administrativa que dera à aglomeração de cidades e de pequenos Estados formando a república romana. Operou-se assim primeiro a concentração necessária onde existia uma fraca coesão, cabendo à majestade imperial exercer semelhante centralização.

O regime municipal romano e a Igreja

Entretanto o que veio a prevalecer, aquilo que pode dizer-se ter sido legado à Europa pela civilização romana, a par da legislação civil comum e da idéia do poder absoluto, herdado pela teocracia católica, foi o regime municipal. Por outras palavras, que melhor convêm talvez à filosofia da história, Roma legou tanto o princípio de autoridade como o princípio de liberdade.

Pertence ao registro histórico que antes de assumir o mando universal, a Igreja se utilizou da administração municipal. Uma vez organizada sua hierarquia, os clérigos e os bispos, isto é, os inspetores e os anciões na terminologia cristã grega de antes do cisma, assumiram as magistraturas urbanas, mesmo porque entraram eles a representar o elemento de cultura. A Igreja foi destarte o traço de união moral entre esses dois mundos. O cristianismo ct nquistou os bárbaros porque lhes trazia muito do que lhes faltava: estes por seu lado forneceram ao mundo romano virtudes que o levantaram.

Tácito e os germanos. A mulher. A família

Tácito, no intuito de estabelecer um contraste que impressionasse seus concidadãos, descreveu para os romanos do seu tempo a sólida organização da família teutônica, a virtude inabalável das mulheres germânicas, verdadeiras companheiras sustentando o ânimo de seus maridos, quando por acaso abatidos pelas vicissitudes das lutas. Nestas condições deixa a família de representar uma simples conjugação sexual, para se tomar uma expressão moral. Ora, a influência da família é tão poderosa sobre a sociedade, a qual se compõe de famílias, que fomenta o progresso toda vez que a época corresponde à dignidade da esposa e ao respeito do lar. O professor português Consiglieri Pedroso recorda que a Roma de Júlia e de Messalina não era mais a de Vetúria e de Lucrécia, quando prevalecia o pudor que volveu a predominar com o espírito cristão.

Fundamento do sistema feudal

Augusto Comte juntou com insistência às feições sociais da Idade Média o culto da mulher, expressão por excelência do período da cavalaria, e Guizot assinala com propriedade o laço de dedicação pessoal que constituiu o fundamento, não só afetivo como político do sistema feudal.

Imperadores e invasores de Bizâncio

Em Bizâncio, após alguns remados anárquicos, houve de novo no século VII um clarão. Heráclio, que subira ao trono imperial (610) depois de ter governado a África, viu os avaros, tribos uralo-altaicas estacionadas na Hungria, perseguirem suas tropas até quase os arredores de Constantinopla e os persas invadirem a Síria e a Ásia Menor. Pensou até Heráclio em transportar sua capital para Cartago, mas o patriarca Sérgio dissuadiu-o disso e excitou-o à guerra, a qual deu em resultado repelir os avaros e recuperar as províncias conquistadas pelos persas, impondo-lhes a paz (628) no coração do seu país, depois da derrota de Nínive. Quando Heráclio faleceu em 641, já o Egito lhe fora arrebatado pelos árabes, outro e temível inimigo que surgira no Oriente para dar combate à tradição romana.

A questão dos iconoclastas

Leão III, o Isauriano (718), conseguiu bater os árabes que cercaram Constantinopla e, para não faltar ao sestro das controvérsias religiosas, perseguiu o culto das imagens, protegendo os iconoclastas e dando lugar a que no Oriente e na Itália se acendesse a guerra civil que fez perder ao seu império o exarcado de Ravena, isto é, o pé que conservava na península. O primeiro conflito entre as duas Igrejas, romana e grega, proveio dessa questão cultural. Roma, pelo Papa, resistiu ao decreto que mandava despojar os templos desses símbolos reputados idólatras e acabou por excomungar quem dera a ordem e quem quer que lhe obedecesse. No século IX a imperatriz Irene, que subira ao trono em 797 e se salientou pelo vigor e fausto da sua administração — diz-se que Carlos Magno a requestou, na idéia de reconstituir todo o império romano — readmitiu as imagens tanto em pintura como em mosaico; mas o fosso da divisão já estava cavado e, outras causas cooperando para a solução do rompimento, este se verificou.

Cisma do Oriente

Iniciado em 867 pelo patriarca Fócio, o cisma foi consumado em 1054 por Miguel Cerulário, reinando Constantino X, em cujo tempo foram repelidos de Constantinopla os russos, que aliás tinham começado a ser evangelizados no fim do século X por missionários de Constantinopla. Missionários da mesma procedência dirigiram-se para a Bulgária e a Boêmia, como que respondendo ao proselitismo belicoso dos árabes que, espraiando-se pelo que se chama a Ásia anterior, tinham reduzido quase a Bizâncio o império bizantino, o qual no fim do século IV ocupava a superfície do império de Alexandre, com exceção da Pérsia. No reinado de Constantino X, como que anunciando novas contendas, os normandos conquistaram a Itália meridional e os turcomanos começaram a atacar províncias da Ásia.

As Igrejas Católica e Ortodoxa

O cisma entre as Igrejas do Oriente e do Ocidente não prejudicou tanto Roma quanto se poderia pensar, porque o campo de ação ocidental era mais vasto, não existindo velhas religiões universalistas a concorrerem com o novo credo, e os descobrimentos, a partir do século XV, ainda viriam alargar semelhante campo. O maior feito de Carlos Magno foi o de reunir os povos germânicos num império cristão e apagar a distinção entre romanos e germanos, abrindo caminho a produtos com traços combinados dos seus elementos componentes. Também o braço forte do imperador defendeu a Igreja romana contra seus inimigos temporais e espirituais e consolidou a base territorial do seu poderio. Com o cisma, a Igreja romana evidenciou-se católica, isto é, universal, entrando numa fase de política ativa com que vários papas pareciam querer tudo avassalar.

A Igreja grega ficou sendo a ortodoxa porque antepunha a outras preocupações a da doutrina, tendo-se esta elaborado definitivamente nos concílios orientais.

* * *

O domínio franco e os prefeitos de palácio

No século VI, ao falecer Clóvis (511), era o reino franco quase um império: repartido porém por seus quatro filhos, deu origem a uma série de discórdias em que foi crescendo o poder dos condes ou grandes senhores — o país dividia-se em condados — e foi sobretudo crescendo a autoridade dos prefeitos de palácio, um cargo singular, de escolha dos nobres, cujo titular servia de mentor ao monarca, a quem acabou por colocar de todo na penumbra, como no Japão o xogum ao micado. Uma vez elevadas as funções palacianas do prefeito à superintendência dos negócios públicos, o que equivalia a uma usurpação, não admira que os vigorosos reis merovín-gios, os "reis cabeludos", se transformassem nos reis indolentes, os "rois fainéants" cuja melhor ocupação era pentearem suas longas cabeleiras louras, emblema do seu passado supremo comando.

Reis cabeludos e reis indolentes. Os merovíngios e o reinos da Gália

O mais notável dos merovíngios foi Dagoberto (628-638), que submeteu os bretões da Armórica e impôs tributo aos frísios e saxões tendo sido senhor de toda a Gália. Ao sabor das sucessões, esta dividia-se e reunia-se, sendo acesa a rivalidade entre Austrásia, que era a zona oriental, onde preponderava o elemento franco, e Nêus-tria, que era a zona ocidental, para onde a população galo-romana fora impelida pelas invasões germânicas. Depois de Dagoberto a separação tornou-se permanente, e o número dos reinos acresceu algum tempo com dois outros reinos — a Borgonha e a Aquitânia.

Carlos Martel

A Austrásia teve no século VII um prefeito de palácio por nome Pepino de Heristal, que derrotou os nêustrios em 687 e foi pai do ilustre Carlos Martel, o qual impôs a supremacia franca aos alemães (também chamados saxões), bávaros e turíngios; submeteu burgui-nhões, provençais e nêustrios e sobretudo salvou a civilização cristã ocidental em Poitiers (732), destroçando os sarracenos que, depois de conquistados o Egito e o Norte d’África, tinham destruído a monarquia visigótica na Espanha e invadido a França até o Loire.

Pepino, o Breve, e o poder temporal dos papas

Por morte de Carlos Martel cindiu-se de novo a sucessão, mas Carlomano, que herdara a autoridade na Austrásia, cedeu seu direito ao irmão, Pepino o Breve, o qual, após governar nove anos como prefeito, obteve do papa a dignidade real de que já possuía as responsabilidades. O último dos merovíngios deixou-se tosquiar e entrou para um convento (752), e o pontífice Estêvão II veio sagrar o novo rei, que depois lhe acudiu quando os lombardos pretenderam apoderar-se de Roma. Por essa ocasião foi a Igreja (756) por êle brindada com as terras que até 1870 fizeram parte dos seus Estados. Quis-se porém coonestar essa doação com um ato anterior e para isto se forjou um documento, a suposta doação de Constantino, pro-

Assinatura do Rei Pepino num documento do mosteiro de Fulda, em 760: "Signum f pippino gloriosíssimo rege". Na 2.a linha, o reconhecimento da assinatura: "Ch(rismon) Hiterius in vice Badilione. Hiterius subscripsi". Na 3.a Unha a data: "Data in menso Junio anno nono regni nostri. Actum Atiniago palatio publico".

palando-se que este transferira a capital para o Bósforo e cedera à Santa Sé a soberania sobre a Itália e o Ocidente, em sinal de gratidão por se ter curado da lepra mediante as orações do Papa, São Silvestre. As decretais, igualmente forjadas no século IX, tendiam a provar que os bispos de Roma dos séculos II e III já exerciam a jurisdição reclamada seis séculos mais tarde.

Carlos Magno

Carlos Magno era filho de Pepino, o Breve, mas foi quem deu o nome à dinastia dos Carlovíngios. Ao morrer seu pai em 768, o reino franco foi outra vez dividido. Com o falecimento porém do irmão em 771, foi êle reconhecido monarca único em detrimento dos seus sobrinhos. Estes encontraram asilo na corte do rei lombardo, motivo pelo qual Carlos tão prontamente valeu ao papa, novamente ameaçado pelos vizinhos lombardos.

Suas campanhas

Seu reinado foi de quase meio século e durante êle ocorreram mais de 50 campanhas. Só a guerra contra os saxões, cuja confederação ocupava as bacias do Weser e do Elba, levou 32 anos e acabou pela conversão desses idólatras ao cristianismo, não porém sem grande soma de crueldades: a repressão da revolta de Wittekind custou a decapitação de 4 500 saxões e o transporte para a Gália de 10 000 famílias saxónicas. Carlos Magno submeteu ainda os bávaros e os avaros sempre inquietos e, transpondo os Pireneus, talhou para si um domínio ao nordeste da península hispânica, o que depois se chamou Navarra e Aragão. Foi no regresso desta expedição que os gascões exterminaram a retaguarda do seu exército no desfiladeiro de Roncesvales, cri encontrando a morte o bravo Rolando, herói de muitas canções de gesta, repetidas pelos troveiros da França setentrional (778).

Seus domínios

O restabelecimento do império do Ocidente data do ano 800: os domínios de Carlos Magno iam então do Ebro ao Elba, seu pai tendo retomado aos árabes a Septimânia, e abrangiam a Lombardia e outras partes da Itália, a Baviera, a Boêmia e a Caríntia. Pode dizer-se que foi o precursor da unidade alemã, visto que reuniu toda a Alemanha sob o seu cetro. Pelejando contra os saxões e contra os citas dalém, pois que a conversão dos bárbaros continuou no sentido de leste, do Elba ao Oder e ao Vístula, seu fito foi assegurar a continuidade da cultura franca pela ampliação da área de civilização.

A civilização teutónica o o novo império do ocidente

Carlos Magno é, de consenso geral, a figura mais impressiva da Idade Média: fisicamente mesmo era imponente. O reino dos francos, que com êle sobretudo se ergueu acima da barbárie, era o foco da civilização teutônica que entrara a lutar pela existência. No dizer de um historiador americano, o grande Karl nada tinha de francês no sentido que hoje podemos dar à palavra; nem tampouco de alemão, mesmo porque no seu tempo não existiam ainda França e Alemanha: êle foi tão-sòmente um genuíno teutão pelo berço, pela residência, pelas idéias e pela língua. Seu pensamento dominante foi o

Origem da teocracia católica

Moeda comum do Imperador Carlos Magno e do Papa Leão III.

restabelecimento do império romano, já pela extensão territorial que alcançaram seus domínios, já pela tradição de ordem política e social que encerrava essa fórmula de governo. A construção do colossal edifício em solo germânico seria uma condição de solidez no seu juízo, porquanto a construção romana havia desmoronado pelo fato de descansar sobre a base demasiado estreita da nacionalidade latina.

Os dois elementos de civilização que Carlos Magno visou sobretudo utilizar, foram os instintos dos teutões e o espírito católico. As velhas instituições germânicas mereciam seu afeto, como a Igreja o seu respeito. Nunca, a não ser em raras ocasiões de Estado, trocou os trajes francos pelas galas romanas.

Entretanto, com o império de que a Igreja lhe deu a investidura, na idéia de opor um rival triunfante ao império grego, que se estava desmoralizando pelos seus crimes e vícios, êle abriu a porta à teocracia. Por um lado emprestou à história européia um grande ideal político para corrigir a diversidade que se sobrepusera à antiga unidade, fosse esta embora já nominal; por outro lado fortaleceu o poder político da Igreja mediante esse império de instituição eclesiástica, destinado a fazer triunfar no mundo a doutrina cristã.

A administração do império carlovíngio

Carlos Magno, além de guerreiro, foi legislador e administrador de fôlego. Possuía uma assombrosa capacidade de trabalho e exigia dos outros igual soma de labor. Governava por meio de capitulares ou ordenações redigidas pelos funcionários dirigidos pelo arquichanceler. As províncias andavam confiadas a condes (Grafen) com poderes financeiros, militares e judiciais, e a bispos e abades, que deviam governar de acordo com os condes e deliberar sobre leis no conselho imperial. Enviados leigos e eclesiásticos — missi domi-nici — fiscalizavam os condes por mandado do imperador, sem autoridade própria ou do cargo. O conde do palácio (marechal du palais se chamou depois nas cortes a essa função, já simplesmente honorífica) resolvia por eqüidade as demandas e reformava as sentenças injustas.

As reuniões da primavera e do outono

O imperador reunia na primavera, antes da campanha, os guerreiros e homens livres para submeter-lhes as medidas legislativas: os guerreiros eram os nobres (Edelinge); os homens livres eram os Freilinge, e dava-se o nome de laten aos servos e escravos. Essas reuniões eram uma recordação das antigas assembléias germânicas, em que os guerreiros discutiam com seus reis os negócios da tribo. No outono o imperador reunia os condes, bispos e altos funcionários — os majores — para adotarem as resoluções urgentes e formularem as instruções do governo. Era uma espécie de senado, um traço romano ao lado de outros germânicos. O que fazia maior falta era uma organização financeira à romana, com um sistema de impostos: os guerreiros francos não se sujeitavam a estes e seus reis não contavam para seus orçamentos com mais do que os rendimentos dos próprios domínios, as dádivas dos súditos e a pilhagem resultante da guerra. O império de Carlos Magno não teve mesmo um cadastro como o Domesday de Guilherme da Normandia.

O feudalismo em relação ao Império e à Igreja

Pagando seus servidores e funcionários com terras, despojando-se dos seus domínios para os dar em usufruto aos condes e bispos, a monarquia franca ia-se despojando da sua autoridade e preparando o feudalismo, que foi o regime social da Idade Média. Os herdeiros e descendentes do imperador tiveram a dignidade sem terem o poder, e a própria Igreja estimou afinal o desaparecimento de Carlos Magno, porque nele enxergava a ameaça de um suserano. O papa Estêvão IV (816) já não pediu ao sucessor do imperador a confirmação da sua eleição. Com a anarquia feudal, dos séculos IX e X, que fêz soçobrar o império, a Igreja perdeu em disciplina, mas com a confusão monárquica lucrou o poderio papal: aliás ambas as instituições ressurgiram mais fortes no século XI.

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