MARTIM FRANCISCO RIBEIRO DE ANDRADA (1.°)

Biblioteca Academia Paulista de Letras – volume 7.

História da Literatura Brasileira TOMO I. vol 3.

 LIVRO PRIMEIRO Época de Transformação (século XIX) 2º período (Fase Patriótica)

Artur Mota (Arthur Motta) (1879 – 1936)

Capítulo V – PRIMEIRO IMPÉRIO — ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE (continuação)

MARTIM FRANCISCO RIBEIRO DE ANDRADA (1.°)

Nasceu em Santos (província de S. Paulo) em junho de 1775 e faleceu na mesma cidade a 23 de fevereiro de 1844. Era filho do Coronel Bonifácio José de Andrada e D. Maria Bárbara da Silva; irmão de José Bonifácio e Antônio Carlos. Remígio de Belido indica como data do nascimento 19.4.1775, mas Alberto Sousa contesta, invocando uma das "Cartas Andradinas", pág. 65.

BIBLIOGRAFIA

1) Manual do mineralógico ou esboço do reino mineral, disposto segundo a análise de Mr. Forbern Bergman, etc.; traduzido por M. F. R. de A. e publicado por Frei José Mariano da Conceição Veloso. Lisboa, na Of. de Antônio Rodrigues Galhardo — 1799-1800, 2 tomos in 4.°, com LXIX-351 e 405 págs. e 2 grav. Raro. Existe na Bib. da Fac. de Direito de S. Paulo.

2) Tratado sobre o cânhamo, composto em francês por Mr. Morcandier, traduzido em português, etc. Lisboa, na Of. de Simão Tadeu Ferreira, 1799, 90 págs. in 8.°. No fim traz o processo de branquear roupa, as teas e estofos com água de castanha da índia. É raríssimo.

3) Diário de uma viagem mineralógica pela província de S. Paulo, no ano de 1805. No tomo 9.°, pág. 527 a 548 (1847) da "Rev. do Inst. Hist." e antes na "Gazeta Oficial" (1847), não sendo concluído porque, segundo disse a própria redação, "o restante do "Diário" ou foi distraído ou consumido", (n.os 11.938 a 11.939 do Cat. da Exp.).

4) Amérique Méridionale — Voyage minéralogique dans la province de St. Paul du Brésil — duas partes em um volume in 8.° — Extraída do "Journal des Voyages" (1827) e reimpressa no "Bulletin des Sciences Naturelles" (1829) e consta em apêndice à tradução feita por José Bonifácio da "Geologia elementar", aplicada à agricultura, em 1846. Essa obra é escrita de parceria pelos dois irmãos (n.° 11.940 do Cat. da Exp.).

5) Jornais das viagens pela capitania de S. Paulo, de M. F. R. de A., estipendiado como inspetor das minas e matas e naturalista da mesma capitania, em

(8) Vide Barão Homem de Melo — O Brasil intelectual em 1801; Revista do Instituto Histórico, t. 64, pág. 16; Barão de Vasconcelos — Arquivo Nobiliárquico Brasileiro, pág. 308; S. Blake — Dic. bibliog. brasileiro.

1803 e 1804. O original se achava em poder do Visconde de Porto Seguro. Foram publicados na "Rev. do Inst.", tomo XLV, pág. 5. (n.° 1.052 do Cat. da Exp.).

6) Discurso propondo o projeto de lei para o restabelecimento e reforma do Banco, in "Astréia", 1830, e "O Patriota Brasileiro", n.° 14 de 1-7-1830.

7) Fala que dirigiu aos negociantes e capitalistas desta praça, relativa ao empréstimo de quatrocentos contos de réis para urgências do Estado do Rio de Janeiro. Impr. Nac, (1822), 2 fls. in foi. Seguem-se as condições do empréstimo. Há a edição de 1823 e encontra-se no vol. 4.° da "Rev. do Inst. Hist." (n.° 7.059 do Cat. da Exp.).

8) Discurso pronunciado depois do relatório do ministro da justiça, na Câmara dos Deputados — Rio de Janeiro, Tip. Seignot-Plancher, 1832, in 4.° (n.°

9.661 do Cat. da Exp.).

9) Discurso pronunciado na Câmara dos Deputados, na sessão de 12 de maio de 1832. Rio de Janeiro, 1832, in 4.° Tip. d’E. Seignot-Plancher, 14 págs. (n.°

9.662 do Cat. da Exp.).

10) Resposta dada em sessão de 15 de maio de 1832, por ocasião de um parecer da mesa, e discurso pronunciado no mesmo dia, discutindo o voto de graças. Rio de Janeiro. Tip. E. Seignot-Plancher, 1832 — in 4.° (n.° 9.665 do Cat. da Exp.).

11) Discurso na Câmara dos Deputados, na sessão de 17 de maio (discussão do voto de graças), Tip. Seignot-Plancher, 1832 (n.° 9.667 do Cat. da Exp.).

12) Discurso pronunciado na Câmara dos Deputados, na sessão de 19 de maio — Rio de Janeiro, Tip. Seignot-Plancher, 1832, in 4.° (n.° 9.670 do Cat. da Exp.).

13) Refutação da defesa do Sr. Joaquim Estanislau Barbosa. Rio de Janeiro, 1829. Trata-se de um opúsculo anônimo, atribuído a Martim Francisco e a seus dois irmãos.

14) Discurso proferido na sessão de 20-7-1836 — Rio, Tip. Imp. de Brito, 1836. Idem na sessão de 23-8-1836, de 11-5-1837, 16-5-1837. Todos da Tip. de Paulo Brito.

15) Memória sobre a estatística ou análise dos verdadeiros princípios desta ciência, e sua aplicação à riqueza, força e poder do Brasil. O manuscrito, de 85 fls., pertence ao Instituto Histórico.

16) Cartas Anãraãinas — correspondência particular de José Bonifácio, Antônio Carlos e Martim Francisco, dirigida a A. de M. Vasconcelos de Drummond. Rio de Janeiro, Tip. de G. Leuzinger e Filhos, 1890, "88 págs. in 4.°. Foram tirados 200 exemplares em papel superior. Esse volume foi extraído do vol. XIV, págs. 51 e 69, dos "Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro".

Os seus discursos parlamentares se encontram no "Diário do Parlamento Brasileiro", 1823, 1830, 1836-42/9)

FONTES PARA O ESTUDO CRÍTICO

— Afonso Taunay — Vultos da Independência do Brasil.

— Alberto Sousa — Os Andradas, 1922.

— Azevedo Marques — Apontamentos históricos.

— Barão Homem de Melo — Esboços biográficos.

— Barão do Rio Branco — Efemérides brasileiras.

Ferdinand Denis — Nouvelle Biographie Universelle.

— Galanti (P.e Rafael M.) — Biografia de brasileiros célebres, pág. 144.

— Inocêncio Silva — Dicionário bibliográfico, tomo 6.°, pág. 153.

— Jacyntho J. Ribeiro — Cronologia paulistana — vol. I, pág. 103, e vol. II, pág. 398.

— Joaquim M. de Macedo — Ano biog. brasileiro, vol. I, pág. 239.

José Bonifácio de A. Silva — Apontamentos genealógicos da família Andrada — Rev. do Inst. Hist., vol. 76, 1915.

— Martim Francisco — Contribuindo, pág. 134. Nacional (6-3-1844) — Necrologia.

— Pereira da Silva (J. M.) — Os varões ilustres do Brasil.

— Porto Alegre — Discurso (Rev. do Inst. Hist., vol. 6.°, 1844). Revista do Instituto Histórico, tomos 9, 45, 54, 64, 65, 73, 76, 77 e 78.

Ribeiro de Andrada (A. C.) — O ministro da fazenda da Independência, t.76, pág. 361.

— Sacramento Blake — Dic. Bibi. Brasileiro, vol. 6, pág. 244.

— Sílvio Romero e João Ribeiro — Compêndio de Hist. da Lit. Bras., pág. 177.

— " " — Hist. da Lit. Brasileira, 1.° vol., pág. 480. Sisson — Galeria dos Brasileiros Ilustres, vol. II, pág. 2.

Sousa Oliveira (Saturnino) — Defesa de A. Carlos e M. Francisco.

Tancredo Lucas — Santistas ilustres, pág. 43.

(9) Há, ainda, a "Carta do governo provisório da província de S. Paulo", 30-8-1821, dirigida ao príncipe regente. Rio de Janeiro, Tip. Régia, 1821, in fol. 1 fl. (n.° 6.873 do Cat. da Exp.).

NOTÍCIA BIOGRÁFICA E SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO CRÍTICO

Bastante controvertida foi a data do nascimento de Martim Francisco. Faziam variar o ano entre 1774 e 1776. Mesmo o seu descendente — o político mineiro José Bonifácio, atual embaixador do Brasil em Portugal — estava em erro, por haver admitido o de 1776. Remígio de Belido fixou-a em 19.4.1775, mas Alberto Sousa, socorrendo-se de uma carta dirigida por Martim Francisco a Vasconcelos de Drumond, encontrou os acréscimos por ele próprio feitos à biografia, fixando-a em junho de 1775. Batizou-se a 27 do mesmo mês e ano, na igreja matriz de Santos (10)

Fez os estudos primários na terra natal e continuou-os em S. Paulo, no curso de D. Fr. Manuel da Ressurreição, preparando-se em Filosofia, Lógica, Retórica, Moral e Língua Francesa, a fim de se matricular na Universidade de Coimbra, para onde partiu com 14 anos de idade, segundo afirmam os seus biógrafos, parece que sem fundamento.

Conquistou o diploma de bacharel em Matemática em 1808, sendo nomeado, com seu irmão José Bonifácio, para empreender uma viagem de exploração mineralógica pela província da Estremadura até Coimbra.

Voltou ao Brasil com a nomeação para diretor das Minas e Matas de S. Paulo, pela carta régia de 17.8.1801, percebendo os vencimentos anuais de 800$000, além de 200$000 para ajuda de custo. Além do cargo principal, fora investido, com o posto de sargento-mor de milícias, na inspeção da Fábrica de Ferro de Ipanema.

Percorreu, então, parte do território da capitania, em viagem de exploração mineralógica, estudando as riquezas minerais, a flora e os recursos econômicos da região.

Essa prolongada excursão científica foi dividida em duas etapas: a primeira, de 26 de janeiro a 18 de março de 1803, da Capital a Sorocaba; a segunda de 27.11.1803 a 31.5.1804, de Sorocaba a Curitiba.

Esteve em Parnaíba — a antiga rival de S. Paulo — em Barueri, Juqueri, Pirapora, Itu e outras localidades, examinando minas, a composição do solo, as lavouras e tudo o que podia interessar a um cientista.

(10) Alberto Sousa — "Os Andradas" — transcreve, na íntegra, a certidão de batismo (vol. 1.°, pág. 526).

No seu "Jornal de viagem por diferentes vilas da Capitania de S. Paulo" descreve tudo o que viu, e emite suas opiniões sobre os recursos naturais.

Regressando a S. Paulo, esteve em Porto Feliz.

Para empreender a segunda excursão, partiu de Sorocaba para Itapetininga e prosseguiu para Apiaí, onde inspecionou as ricas minas de ouro.

Do que observara, tirou conclusões tendentes a intensificar o povoamento da zona, pela imigração, repressão ao celibato, propaganda do matrimônio, desenvolvimento da agricultura, combate à escravidão e proteção aos selvagens. Penetrou no Paraná, onde fez observações idênticas e estudou o contrabando de diamantes e a possibilidade de retalhar as propriedades ou latifúndios de terras, a fim de promover a distribuição equitativa das riquezas do solo.

Voltou a S. Paulo com variadas coleções de minérios e vegetais e remeteu-as ao governo da metrópole, na galera Astréia.

Em 1805 empreendeu outra viagem minerográfica, ao longo do litoral paulista, a partir de Cubatão, passando por Conceição de Itanhaém, Peruíbe até Iguapé, Xiririca e Cananéia.

Lê-se na prestimosa obra de Alberto Sousa:

"Ainda não tinha completado 30 anos quando, no severo cumprimento dos seus encargos, aventurou-se aos riscos e desconfortos dessas peregrinações pelos rios, praias, selvas e montanhas do litoral e do sertão paulista. Martim Francisco era de alta estatura e compleição robustíssima, vantagens físicas que lhe permitiam resistir impávido às extenuantes fadigas dessas excursões penosas, sem conchego nem comodidade alguma, por extensas zonas inóspitas e péssimos caminhos quase intransitáveis. Pousava freqüentes vezes ao acaso, à beira de um córrego, no recôncavo de uma serra, no fundo de uma canoa encalhada na areia; e alimentava-se mal, principalmente na região do sul da marinha, onde, afora o peixe, eram os arrozes e a farinha de mandioca os pratos obrigatórios de seus repastos frugais. Além disso, constantes perigos o assaltavam de cada lado: eram os aborígines, na sua luta de morte contra os brancos; eram os jacarés ocultos nos caniçais das lagoas; eram as cobras que rastejavam por entre as touceiras da estrada; eram as onças que de suas furnas pulavam, esfaimadas e urrantes, à procura das presas desprevenidas e incautas… Nada, porém, o fazia recuar das obrigações que tinha de cumprir honradamente, porque as aceitara de vontade livre; e essa inflexibilidade de conduta no exato desempenho de suas atribuições como funcionário público dependente de superiores hierárquicos, ele não a abandonou na vida política, no fastígio das mais ilustres posições, preferindo sempre desagradar a

todo o mundo a ter de praticar um ato contrário à lei, à moral, ao dever e à própria consciência."

Em 1822 pediu demissão do cargo que ocupava. Mas o governo provisório negou-lha.

Antes de deixar o diretor das Minas e Matas, vem a pêlo objetar a causa da ojeriza, se não do ódio que votava o Visconde de Porto Seguro (Varnhagen) aos Andradas. Proveio das desavenças entre o pai (Francisco Luís Guilherme Varnhagen), então tenente-coronel e encarregado da fundição de ferro em Ipanema, e Martim Francisco.

José Bonifácio, em Portugal, e Martim Francisco, em S. Paulo, contrariaram as ambições de Varnhagen pai e provaram os erros por ele cometidos.

Começou a carreira política de Martim Francisco em 1821, quando exercia o cargo de secretário do governo chefiado por João Carlos Oeynhausen, do qual José Bonifácio era vice-presidente.

Era real e prestigiosa a influência dos Andradas, que governavam de fato a província, cabendo a Oeynhausen a chefia in nomine,

Servindo-se do prestígio do Coronel Francisco Inácio, José da Costa Carvalho, mais tarde Barão e depois Marquês de Monte Alegre, organizou a oposição. A princípio eram secretos os planos dos conspiradores; mas tornaram-se patentes, quando José Bonifácio foi nomeado ministro e ficou Martim na vice-presidência.

Verificando que se tramava contra a sua influência no poder, Martim conseguiu do irmão que chamasse o presidente à corte e assumiu a presidência, enfrentando desassombradamente os conspiradores, obrigando-os a assumir atitude franca.

Declarou-se, então, a bernarda de Francisco Inácio, que conse-giu a demissão do vice-presidente da junta e secretário da fazenda, com ordem de expulsão da província.

Não tardou em se manifestar a reação das cidades do interior, começando por Santos, contra a junta revolucionária de Francisco Inácio, até a partida do príncipe D. Pedro para S. Paulo.

Antes disso, porém, Martim foi nomeado ministro da fazenda, influindo imediatamente para melhorar as condições financeiras do país, mediante um empréstimo interno de 400 contos de réis, pelo prazo de 10 anos, a juros de 6% ao ano e garantia das rendas da alfândega.

Proclamada a Independência, declarou-se a luta entre Gonçalves Ledo e José Clemente Pereira, chefiando a maçonaria contra José Bonifácio, que respondeu ao ato de confiança do novo monarca, ao entregar a ambos três papéis em branco, assinados pelo imperador, com o seu pedido de demissão, acompanhado pelo irmão e Miranda Montenegro.

Cedo, porém, eram os ministros demissionários reintegrados no poder, porque D. Pedro resolveu exigir a devolução dos papéis, sob ameaça de prender os dois políticos na fortaleza da Laje, e incumbiu Vasconcelos de Drumond de demover os membros do governo da resolução tomada. Mas só o conseguiu após as demonstrações inequívocas do povo, da Câmara, sob a presidência de J. M. de Azeredo Coutinho, do Conselho de Procuradores, do clero e de várias associações de classe. Foi emocionante o encontro de D. Pedro e de José Bonifácio, segundo o testemunho de Vasconcelos de Drumond.

Enérgicas medidas repressivas contra o espírito efervescente de desordem foram tomadas pelo primeiro ministro, que baniu José Clemente Pereira, o Cónego Januário e Luís da Nóbrega para o Havre, Ledo para Buenos Aires, além de efetuar muitas prisões.

Incompatibilizados com a Marquesa de Santos, cuja influência no paço era cada vez maior, José Bonifácio e Marfim Francisco deixaram o ministério e passaram a atuar no parlamento, até que após a noite de agonia foram presos e deportados para a França. Durante o exílio lecionou Matemática, para viver. E, quando regressou, foi preso, submetido a processo e absolvido.

Voltou à Câmara dos Deputados na legislatura de 1830-33, quando proferiu os primorosos discursos em defesa do patriarca e sobre as questões financeiras, como em relação ao projeto criando o novo Banco do Brasil, além de outros.

Terminado o mandato, recolheu-se a Santos, indo residir com a irmã na velha casa da Rua Direita.

Dedicou-se, juntamente com Antônio Carlos, ao progresso da cidade natal, fundando a Sociedade Filantrópica e a Irmandade da Misericórdia. Foi eleito juiz de paz do 2.° distrito, em 1833; mas escusou-se de aceitar o cargo, por motivo de moléstia.

Sofria de asma e de uma hérnia umbilical.

Mas, a despeito da terminante proibição do médico em volver à vida ativa, aceitou a eleição para deputado por S. Paulo, como suplente na legislatura de 1834-37, como efetivo na de 1838-41; e, na Assembléia Legislativa da província de S. Paulo, nos biênios de 1838-39 e 1840-41.

Tomou parte na campanha da maioridade de D. Pedro II, apresentando um projeto nesse sentido e assinando o apelo dirigido ao jovem príncipe.

Foi ministro da fazenda do primeiro ministério do segundo império.

Ainda foi eleito para a legislatura de 1842, sendo dissolvida a Assembléia, e tomou parte na Assembléia provincial de S. Paulo, no biênio de 1842-43.

Morreu a 23 de fevereiro de 1844, com perto de C9 anos de idade, sendo sepultado na igreja do Convento do Carmo, em Santos. No túmulo foi colocada, pelo seu neto Martim Francisco, a lápide com o epitáfio: "M. F. R. de A. — Coronel de Engenheiros — 1775-1844 — Santos — Pátria — Liberdade — Família".

A sua produção, constante da bibliografia, divide-se cm obras de propaganda científica, em traduções; obras originais da sua profissão; escritos políticos e financeiros. Vasconcelos de Drumond cita algumas memórias que permaneceram inéditas, em poder do governo. São: "Memória sobre as minas de ferro de Sorocaba", "Memória sobre os meios de civilizar os índios de Guarapuava", "Memória sobre o aproveitamento das matas naturais da província de S. Paulo".

No Arquivo de S. Paulo, segundo Alberto Sousa, há um parecer sobre o salitre fabricado na capitania; sobre a existência de nitrei-ras naturais, para os lados do Rio Cipó, do S. Francisco e dos Caminhos Gerais para o sertão da Bahia; sobre a extração do enxofre em Taubaté; sobre um processo especial para obter a pedra–ume; sobre o curtimento dos couros de boi e outros interessantes assuntos

Pertencia ao Conselho de sua majestade o imperador, era membro do Instituto Histórico e Geográfico e cavaleiro da ordem de Cristo.

Casou-se com D. Gabriela, filha do seu irmão José Bonifácio, a 15 de novembro de 1820. Deixou 5 filhos: Martim Francisco (político e poeta), José Bonifácio (político, poeta e grande orador parlamentar), Antônio Carlos (magistrado e político), D. Maria Flora e D. Narcisa.

Distinguiu-se pela probidade exemplar, severidade de costumes e caráter inquebrantável.

A sua figura se projeta nos campos da ciência, da política e das finanças.

SUMÁRIO PARA UM ESTUDO COMPLETO

Os estudos preparatórios em Santos e S. Paulo — Seu curso universitário em Coimbra — Primeiro trabalho da profissão em Portugal — O diretor das Minas e Matas da capitania de S. Paulo — O inspetor da fábrica de Ipanema — Varnhagen se insurgiu contra os Andradas — As três excursões científicas ou viagens mineralógicas — No governo da junta provisória de S. Paulo — 0 ministro da fazenda do reino e do primeiro império — Sua ação no parlamento — O que motivou o exílio — Durante o exílio — Sua prisão e seu processo — Novamente no parlamento — Durante a regência — No primeiro ministério do segundo império — Últimos lampejos do político — Sua morte — A prole que deixou — Apreciação de sua obra — Protótipo de um caráter impoluto.

(11) Acham-se no 3.° vol. da obra de Alberto Sousa — "Os Andradas".

 

 

 

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