HISTÓRIA DA FILOSOFIA NA IDADE MÉDIA
Johannes HIRSCHBERGER
Fonte: Ed. Herder
Trad. Alexandre Correia
- Índice
- Prolegômenos
- Filosofia Patrística
- A Filosofia Escolástica
- Generalidades
- A Primitiva Escolástica
- A Alta Escolástica
- A Escolástica Posterior
- Nicolau de Cusa: Idade Média e Idade Moderna
5 — A MÍSTICA
A imagem que traçamos da primitiva escolástica
não seria completa se não levássemos também em conta a mística. Pois não se
deveria pensar que a escolástica conhece só a linguagem da razão e não também o
calor do sentimento. De outro lado, não se deveria crer que a escolástica tomou
o seu surto religioso fora dos quadros das teorias eseolásticas. Cf. J. Bernhart, Die philosophische Mystik
des Mittelalters (1922).
a) Bernardo
de Claraval
No primeiro lugar devemos nomear o cisterciense Bernardo de Claraval (1091-1153).
Juntamente com Abelardo, imprime
ao séc. 12 a sua fisionomia própria. Bernardo
se volta contra a "vã loquacidade dos filósofos", não por desprezar
a ciência, mas por querer transportá-la para outro terreno. O começo de todo
conhecimento da verdade não está no intelecto, mas na humildade. Nela se
fazem calar todos os
interesses do eu, tornando-se assim o homem aberto e receptivo em relação ao
verdadeiro mundo. Fé e renúncia de si são mais importantes que toda dialética.
Daí o ser para Bernardo a
verdadeira filosofia o amor de Cristo Crucificado Nele o amor se une muito
íntimo com a sabedoria divina. Neste caminho distingue Bernardo três graus — a consideratio, onde o homem
colhe e procura; a contemplatio, onde numa renúncia confiante e na
intuição apreende a verdade; e o êxtase, onde nos separamos do nosso eu
e, numa união mística, perdemo-nos em Deus como uma gota de água no vinho. Bernardo é, como Agostinho, um gênio religioso, que pode
tornar-nos visíveis as possibilidades humanas, que oferecem aos filósofos
muitas e antes ainda não consideradas perspectivas.
b) Os Vitorinos
Quão errado seria acreditar que a mística
trilha, em oposição à escolástica, caminhos diferentes de pensamento, bem o
mostram os cônegos agostinianos do convento de S. Vítor, ante portas, de
Paris.
α) Hugo. — Hugo Vitorino (f 1141), alemão, conde de Blankenburgo,
propende ao cultivo de todas as ciências profanas. E enquanto os antidialéticos
dizem: "é inútil o estudo da filosofia", proclama ele: "aprende
tudo e verás logo que nada é inútil". Ao passo que a mística de Bernardo é uma fusão de elementos
paulinos e joaninos, aqui revivem os ensinamento neoplatônicos. Hugo também escreveu um belo comentário
à Hierarchia caeleste, onde mutuamente se casam meditações religiosas e
profundeza de sentimento místico. Foi considerável a sua influência sobre a
filosofia e a teologia posteriores. Assim Bonifácio VIII, p. ex., hauriu nas
obras de Hugo os passos principais
da sua bula Unam sanctum.
β) Ricardo. — Ricardo Vitorino (+ 1173) move-se na mesma direção. Um
pensamento que lhe é particularmente caro é a doutrina da scintilla animae, que
desempenhará um papel tão importante na mística posterior.
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