História da Descoberta da Eletricidade

A LUZ

Dr. Aluísio Telles de Meirelles.

Fonte: Manual do Executivo. 
Novo Brasil editora brasileira.
  

GRAVITA em torno de um pequeno número de sábios a história da luz, com o descobrimento de seus princípios, de suas leis e de seu comportamento.

Muitos séculos são decorridos, mas muita coisa do que eles pensaram continua a formar a base dos conhecimentos modernos.

A luz, essa festa diária da natureza, foi por muitos séculos incompreensível ao homem. Conheciam-se alguns fatos elementares — que ela banhava a terra, vinda principalmente do sol e que era refletida pelas superfícies polidas como os espelhos, os mármores e os vidros.

Viam-se também reflexos na água. Fenômenos como o arco-íris, a aurora boreal e as estrelas cadentes constituíam mistérios desconcertantes.

O fogo foi a primeira luz que o homem conseguiu produzir e, a princípio, ele só gozava dos seus benefícios quando o raio incendiava as florestas.

Depois, aprendeu a produzi-lo pela fricção de dois lenhos, inaugurando-se assim uma era de maior bem-estar para a espécie humana.

A descoberta do fogo tomou o homem independente do clima, dando-lhe o domínio da terra; temperou os seus instrumentos com a dureza e a durabilidade necessária e transformou em comestíveis milhares de coisas que não o eram.

Com o fogo o homem se tornou o dono da noite.

Desde que o homem das cavernas conseguiu pela primeira vez acender a sua pequena fogueira nas trevas de um mundo pré-histórico, a humanidade empenhou todos os seus esforços e empregou todos os meios a sei alcance para imitar a luz do sol, para dispersar as trevas … para ver… para trabalhar…

Todas as eras e tôdas as civilizações que se sucederam sobre a superfície da terra trouxeram sua contribuição à arte da iluminação.

Depois do primeiro método rudimentar de iluminar I com uma simples fogueira, foram empregados sucessivamente para a iluminação, o azeite de noz, o óleo de baleia, o petróleo, a vela de sebo, o gás. Em todos esses sistemas o fogo desempenhou sempre o papel principal, o ponto de partida.

O sol, espalhando seus raios sobre o globo, pode brilhar apenas sobre um único hemisfério de cada vez.

Desde longa data o homem se preocupou com o problema de iluminar artificialmente as horas escuras da noite.

O homem primitivo iluminava com a fogueira e, à medida que a civilização foi evoluindo, passou-se, das tochas embebidas em resina à lamparina de azeite, o lampião de petróleo, surgindo depois a vela de sebo.

Em 1871, Ami Argand, um engenhoso inventor suíço, desenhou um lampião de pavio circular, cuja chama era alimentada por uma coluna de ar dentro do círculo.

Foi asáim que preparou o caminho para outras formas de lâmpadas que iluminaram o mundo depois da  revolucionária descoberta do petróleo feita em 1859, por Edwin Drake.

O encontro do petróleo teve formidáveis conseqiiências no progresso humano e, somente sua aplicação como lonte de luz foi de incalculável benefício para o homem.

Enquanto isso, William Murdesh havia encontrado um novo meio de obter luz por meio do carvão: era o gás e, para iluminação, era obtido pela distilação ou lenta combustão da hulha.

* * *

O advento do gás alterou a vida e os costumes; a noite já podia ser um prolongamento do dia dentro das fábricas e dos lares. Seguiu-se a iluminação das cidades, coisa vulgarizada na Inglaterra e depois em toda a Kuropa.

Os lampiões alimentados com óleo de baleia e as velas de sebo que desde tempos imemoriais iluminavam as ruas das velhas capitais européias, foram substituídas pela luz viva dos bicos de gás.

O gás foi um sinal de mudança, alterando profundamente a vida da sociedade, realçando certas cores e obscurecendo outras, abolindo costumes e penteados, modificando a técnica teatral, alargando a esfera das diversões e determinando mais tarde novas técnicas de cozinha e aquecimento.

Dele saiu o motor de combustão interna e teve um considerável efeito sobre a química industrial com o aumento da produção do coque e da amónia e na química experimental com a invenção de Robert Bunsen, do bico de gás que leva o seu nome.

Mas, a luz do gás era muito diferente no seu início. Além de muito cara, dava origem a uma prodigiosa quantidade de calor, produzindo ainda muita sombra. Mais tarde, vieram os bicos incandescentes e só então o gás foi difundido.

* * *

Muitos anos são passados até que o mundo conheceu Humphrey Davy, filho de um simples artesão inglês, o descobridor da eletrólise, a teoria de que “a corrente gerada pela decomposição química de certos materiais, causa, por sua vez, a decomposição química de outros materiais”.

A mais interessante descoberta de Davy ocorreu em 1809: ligando dois pedaços de carvão aos bornes de uma bateria, verificou o sábio que uma chama dançava entre os dois pedaços. Essa chama brilhante parecia descrever um segmento de círculo e por essa razão foi chamado “arco voltaico”.

Depois de uma série de aperfeiçoamentos, o arco voltaico foi usado na iluminação pública, aparecendo na Exposição do Palácio de Cristal de Londres, sendo também introduzido no teatro para efeitos de cena.

O arco voltaico veio abrir caminho aos investigadores e mostrar-lhes que o caminho mais simples de produzir luz branca é aquecer um fragmento de qualquer substância até a incandescência.

Os inventores dos primeiros tempos da Rainha Vitória da Inglaterra tentaram obter luz utilizando fios ou fitas de platina e de outros metais raros que êles aque-clam ao ar, por meio da corrente elétrica.

Em 1840, William Grove assombrou a Royal Society com a iluminação da sala por meio de lâmpadas incandescentes.

Essas lâmpadas usavam o fio de platina elètrica-mente aquecido até quase o ponto de fusão e protegido das correntes de ar.

Outro inglês, Frederik de Moleins, aproximou-se ílinda mais da boa solução com uma lâmpada, patenteada em 1841, que produzia a incandescência no carvão moído.

Entretanto, a mais importante contribuição para a incandescência elétrica deve-se ao Prof. Joseph Wilson Jwan que, em 1860, teve a idéia do filamento de carvão. Os ingleses atribuem-lhe a invenção da lâmpada incandescente.

Swan fez uma demonstração de sua lâmpada em 1786, numa reunião da Sociedade Inglesa para o avanço da (‘iência, em Glasgow, e sua invenção foi acolhida com bastante entusiasmo.

Suas primeiras lâmpadas usavam espirais de papel carbonizado, mas o vácuo incompleto obtido no recipiente pôs tudo a perder.

Um ano depois, Swan voltou novamente às experiências e a dificuldade foi superada. Em 1877, tratando o fio de algodão pelo ácido sulfúrico, conseguiu um filamento que deu bons resultados.

Quando a lâmpada de Swan cruzou o Atlântico foi ter ao laboratório de Thomas Alva Edison, uma das mais estranhas e fascinantes figuras da história da ciência.

Edison via claro onde os outros não viam sequer uma fímbria do problema, permitindo-lhe seu gênio, pensar em diversas direções ao mesmo tempo.

Edison era extraordinário na realização das suas idéias fundamentais e, foi assim que, em 1877, em plen.i fôrça inventiva, voltou suas vistas para a lâmpada in candescente, dedicando-se a esse problema com verdadeira alucinação e pondo nêle toda a sua dedicação e in teligência.

O grande problema consistia em encontrar uma substância com a qual pudesse construir os filamentos incandescentes. Após longas pesquisas, decidiu ele empregar um filamento de algodão carbonizado.

Acesa, a lâmpada só se extinguiu 48 horas depois. Mais tarde, o filamento de algodão foi substituído por um de bambu carbonizado que apresentava uma resistência ainda maior e, só muito depois, o filamento do bambu foi substituído por uma substância obtida com a celulose e por fim, com outras matérias.

* * *

A palavra eletricidade é derivada de “elektron”, denominação que os gregos davam ao âmbar, cuja propriedade de atrair outros corpos, quando friccionado, era por êles conhecida.

Embora conhecida há tanto tempo, a eletricidade só entrou no campo das experiências práticas, depois dos estudos de Galvani e de Volta. A pilha, invento dêste ultimo, abriu caminho para as mais sensacionais descobertas.

Entretanto, a pedra fundamental da indústria da força e luz foi o dínamo construído por Faraday, em 1831. As múltiplas aplicações da eletricidade, de que Kriison foi o pioneiro, inventando a lâmpada incandescente, tornaram essa colossal fonte de energia a mais liei colaboradora do progresso humano.

Thomas Alva Edison, famoso eletricista e inventor norte-americano, nasceu a 11 de fevereiro de 1847 na cidade de Milão, Ohio, EE.UU. Menino ainda, entrou como empregado na Estrada de Ferro do Gran Trunk de Canadá, onde se conservou alguns anos, durante os quais editou e imprimiu sozinho um jornal, The Gran Trunk Railroad Herald, que vendia aos viajantes.

No ano de 1862, entrou Edison para a estação telegráfica de Port Huron, Michigan, onde, em 1864, inventou

o telégrafo “Duplex”, que permite fazer passar simultâneamente pelo mesmo fio dois despachos em sentido inverso.

Em Boston, para onde foi quatro anos depois, empreendeu interessantíssimas investigações sobre aparelhos vibratórios e fundou, em 1869, sem êxito aliás, uma oficina de construções de instrumentos telegráficos.

Nos dois anos que se seguiram, Edison foi engenheiro de muitas sociedades de redes telegráficas, vendendo-lhes, mediante proventos anuais importantes, os seus diversos inventos.

Rico e famoso, fundou, então, por essa época, num lugar distante quarenta quilômetros de Nova York, o retiro de Menlo Park. Foi ai que o seu gênio inventivo deu vida a tantas produções espantosas, desde o transmissor a carvão até o fonógrafo, desde a lâmpada incandescente aos aparelhos de distribuição.

De todos os recantos do universo surgiam visitantes. Encontravam-se ali,freqüentemente, sábios, professores, engenheiros, técnicos e artistas, todos ávidos de conhecei essa fonte intensa de civilização. E as invenções se sucediam com freqüência extraordinária.

Um dia uma notícia circulou alvissareira pelo mundo inteiro:    Edison    havia    inventado    uma    máquina que fala

e grava os sons!

Na véspera do Natal de 1877, dirigiu Edison ao Patent Office de Washington, o pedido de patente do fonógrafo, que lhe foi concedido dois meses depois.

Principiou então, para o inventor, o trabalho insano de aperfeiçoar cada vez mais o seu maquinismo. A notícia da invenção espalhou-se pelo mundo inteiro, excitando o espanto, o entusiasmo e a admiração de todos.

Mas, o inventor não parou aí. Outras invenções se sucederam. Edison era extraordinário na realização das suas idéias fundamentais, e foi assim que, em 1877, voltou a sua atenção para a lâmpada incandescente.

Um ano antes, a descoberta do dínamo tornava possível transformar em corrente elétrica o trabalho das máquinas a vapor e das turbinas. Tinha-se assim obtido uma fonte barata de energia elétrica, que Edison decidiu empregar para a incandescência da luz.

Assim, dedicou-se a esse problema com verdadeira alucinação, dedicando a ele o máximo de dedicação e inteligência. Seu grande problema consistiu, inicialmente, em encontrar uma substância com a qual pudesse construir os filamentos incandescentes.

Após longas pesquisas, decidiu empregar um filamento de algodão carbonizado. Acesa, esta só se extinguiu 48 horas depois. Estava descoberta a lâmpada elétrica.

Mais tarde, o filamento de bambu carbonizado substituiu o algodão, devido a apresentar uma resistência ainda maior. Com essa inovação, já lâmpadas elétricas poderiam manter-se acêsas cerca de 1.500 horas.

Só muito depois o filamento de bambu foi substi-

tuído por uma substância obtida com a celulose e, por fim,

com outras matérias.

Trabalhou muito ainda o genial inventor, legando

a humanidade muitos outros inventos.

Thomas Alva Edison, faleceu a 18 de outubro de 1931, com a avançada idade de oitenta e três anos. Muito deve o mundo e o seu progresso a esse homem.

* * *

Todas as eras e todas as civilizações que se sucederam sobre a face da Terra, trouxeram sua contribuição à arte da iluminação.

Grandes progressos foram realizados desde que a lâmpada incandescente foi inventada, mas esta, entretanto, não preenchia integralmente a sua finalidade, pois nua luz é irradiada e tem sua origem num único ponto, no filamento, colocado no centro da lâmpada.

De novo, os cientistas se voltaram para a natureza, os laboratórios e a procura de uma solução começou de maneira intensiva.

Por muito tempo os cientistas vinham observando, lanto em pirilampos como em certas rochas e minérios, fenômenos naturais de fluorescência. Observaram mai que os raios ultra-violeta, atuando sobre o fósforo, pro duziam uma luz de espécie diferente, mais luminosa e mais delicada do qualquer outra luz artificial até então conhecida.

Longos e árduos estudos se sucederam até que descobriram um meio de fazer com que o fósforo aderisse ao vidro, irradiando assim uma luz ainda não obtida com os métodos de iluminação até então conhecidos.

Estava descoberta a luz fluorescente e inaugurado assim mais um capítulo na história da luz.

A luz fluorescente está largamente empregada na iluminação dos escritórios, das fábricas, das indústrias, lojas e clubes.

Os tubos usados, espécie de lâmpadas, operam de um modo inteiramente diverso do das lâmpadas incandescentes. Não possuem, internamente, o filamento luminoso de arame; em vez disso, são cheias de um gás que serve de condutor à corrente elétrica, de uma extremidade à outra.

Esse tubo é revestido internamente por uma substância química que é ativada pelo gás e é esse revestimento interno que brilha e projeta a luz.

Muito pouca corrente é perdida em forma de calor, usando-se tubos fluorescentes; quase toda ela é transformada em raios de luz, de maneira que um tubo fluorescente de 15 Watts é consideràvelmente mais eficiente do que uma lâmpada elétrica do tipo comum, com a potência de 100 Watts.

É interessante notar que ainda estamos na infância

da iluminação fluorescente, cuja evolução, com o correr

dos tempos, poderá mudar por completo, todo o sistema

de iluminação dos interiores.

Em lugar de lustres e lâmpadas de mesa, muito breve os cientistas terão, utilizando a grande quantidade de matéria fluorescente que dia a dia vem sendo descoberta,

transformar uma parede inteira ou um teto, numa fonte de luz, fazendo-a de um plástico translúcido e encobrindo tubos ou rolos fluorescentes.

Também na decoração do lar as substâncias fluorescentes oferecem interessantes possibilidades: um papel de parede, cujo padrão brilha à noite, será algo de fan-

tástico; luzes fosforescentes indicando uma escada perigosa, a localização da cama do bebê ou o caminho do banheiro serão, incontestàvelmente, de utilidade indiscutível; teatros dotados de faixas luminosas, permitindo às pessoas entrarem nas salas de espetáculos sem auxílio de  “vagalumes”, etc.

Eis, em síntese, a história da luz, desde o homem das cavernas até os dias de hoje.

 

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