Ilíada de Homero – Canto 12
Versão em português de Manoel Odorico Mendes
L I V R O XII
ARGUMENTO DO LIVRO
X I I
Combate geral. —
Os Gregos, repelidos aos seus entrincheiramentos,
temem a presença
de Heitor. — Heitor, à frente de suas tropas, quer
passar a muralha
dos Gregos. — Polidanias lhes aconselha descerem
dos carros e darem
o combate a pé. — Os Troianos aceitam o conselho
e marcham ao assalto,
divididos em cinco falanges, sob as ordens de
seus chefes. — Ásio,
que não obedece ao conselho, foi morto por
Idomeneu. — Defesa
das portas. — Heitor teima destruir os obstá-
culos. — A aparição
de uma águia. — Polidamas atemorizado quer
fazer cessar o combate.
— Heitor repele os temores. — Os Gregos,
firmes em seus postos,
fazem grande mortandade entre os Troianos. —
A coragem dos dois
Ajax. — Yalor de Sarpédon e de Glauco. — Este,
ferido, foge. — Os
Lícios, comandados por Sarpédon, são repelidos
pelos Gregos, quando
próximos a escalarem a muralha. — Júpiter
interessa-se pelos
Troianos. — Heitor lança uma enorme pedra contra
uma das portas, quebra-a,
entra no campo dos Gregos com todo o seu
exército, e os obriga
a fugir para os seus navios.
Enquanto cura a Eurípilo
o Menécio,
Renhia-se o conflito;
nem já fosso
Nem já larga trincheira
às naus valia.
Feita sem hecatombes
tal defensa
Da frota e presa
opima, em ódio aos numes,
Longa dura não teve.
Irado Aquiles,
Vivo Heitor, inda
assente a regia Tróia,
Era em pé dos Aqueus
o ingente muro;
Dos Frígios morta
a flor, ao décimo ano
Destruída a cidade,
e retirados
Os restantes Grajúgenas,
as obras
Tratou com Febo de
assolar Neptuno.
O Careso, o Heptaporo,
o Esepo, o Ródio,
O Roso, o Grânico,
o divino Xanto,
O Símois, que revolto
escudos e elmos
E heróis muitos rolara,
quantos rios
Prorrompe do Ida
ao mar, Apoio a todos
As fozes convertendo,
nove dias
Juntos os remessou
contra as muralhas;
Jove a chover mais
presto as aluía;
De tridente Neptuno
os alicerces
De pedra e estacas
de labor tamanho
Para o pego empuxava,
até que ao longo
Do rápido Helesponto
aplanou tudo:
Na areia litoral
submerso o muro,
No álveo entrou cada
rio, como dantes
Formoso a deslizar.
Neptuno e Apoio
Tinham de assim fazer:
mas ígneo prélio
Então zurrava em
torno dos reparos,
Traves das torres
a soar batidas.
Flagelados por Jove
se metiam
Nas cavas naus os
Dânaos, receosos
Do artífice da fuga
Heitor violento,
Que inda era um furacão.
Se os lumes scvos
Leão vibra ou javardo
a cães e à turba,
Amiúdam-lhe em quadrado
os caçadores
Tiros e tiros; bem
que o mate o brio,
Não treme ou retrocede,
gira e tenta,
E por onde assalteia
as linhas cedem:
Assim desfecha Heitor,
que anima os sócios
A transcursar o fosso.
À borda hesitam
A nitrir os corcéis,
que, largo e fundo,
Árduo era de saltar-se
e intransitável:
Com precipícios em
redor, por cima
Hirtos estrepes,
do inimigo empeços,
Volúvel carro a custo
o passaria;
Mas passá-lo os pedestres
almejavam.
A Heitor avizinhou-se
Polidamas:
"Temerário,
e vós Teucros e aliados,
Impelirmos ao fosso os corredores!
Vendo não estais
o perigoso passo,
Pontudos paus e por
detrás o muro?
A cavalo vencê-lo
é-nos defeso,
E naquela estreitura
o dano é certo.
Sc nos ama o Tonante
e quer perdê-los,
Sem glória acabem
já, da pátria longe;
Porém, se em novo
ataque nos repelem,
Seremos nesse fosso
despenhados,
Sem nos restar quem
leve o anúncio a Tróia.
Ouvi-me pois: à borda
os pajens fiquem
Os ginetes contendo,
e a pé dcnsados
Sigamos nós a Heitor;
se é vinda aos Gregos
A luz funesta, relutar
não podem."
Aceito o justo aviso,
Heitor em armas
Logo se apeia, e
o mesmo os outros fazem;
Cada auriga os frisões
retém mandado.
Formam-se em corpos
cinco: ao de mais gente,
Mais duro e ansioso
de romper os valos,
Heitor comanda e
o celso Polidamas,
E também Cebrion,
que Heitor escolhe
E a outrem menos
bravo o coche entrega;
Ao segundo Alcatôo,
Agenor, Paris;
Ao terceiro, os Priâmeos
sábio Heleno
E divinal Deifobo,
mais de Arisba
Ásio Hirtácio, que
em nítidos cavalos
Das margens do Seleis
ali viera;
Ao quarto, o egrégio
Anquíseo, e os Antenórios
Hábil Arquéloco e
pugnaz Acamas;
Ao quinto enfim,
de ilustres coligados
Sarpédon, Glauco
e Asteropeu mavórcio.
Eis os fortes que
Heitor mais tinha em preço
Depois de si, fortíssimo
de todos.
Num grupo, à sombra
de bovinas tarjas,
Dão sobre os Dânaos,
que encerrados criam,
Sem resistirem, nos
escuros bojos.
A Polidamas Teucros
e os mais chefes,
Menos o príncipe
Ásio, obedeceram:
Insensato! os corcéis
(ruim fado o empuxa)
Não larga e às naus
se envia; mas ovante
Não voltará seu coche
a ílion suberba;
Infensa o enreda
a Parca e o vota à lança
De Idomeneu Deucálida.
À sinistra,
Por onde à frota
os équites Aquivos
Voltavam, trota,
e abertas inda as portas
Acha de par em par
e destrancadas,
Para Aqueus fugitivos
recolherem.
Altivo o carro expede,
e os seus dementes
Seguem-no a gritos,
crendo a bordo os Gregos;
Mas dois robustos
Lápitas o empecem,
De Peritôo o filho
Polipetes
O homicida Leonteu
parelho a Marte:
Quais em montes carvalhos
corpulentos,
Que, a chuvas renitindo
e a ventanias,
Têm-se às grossas
raízes penetrantes;
Eles, no braço e
no valor fiados,
Às portas o grande
Ásio esperam quedos.
Contra o muro a fremir,
de escudos no alto,
Na trilha de Ásio
vão, do filho Acamas,
De Enomao e Toom,
Jameno e Orestes;
À exortação dos Lápitas
açodem
Grevados gregos,
mas do assalto a vista
Fuga e alarido gera.
Os dois rompentes
São feros javalis,
que, em brenha ouvindo
Bulha de gente e
cães, de esguelha investem,
Quebram da selva
e desarreigam troncos,
E até que um dardo
os mate os queixos rangem:
Aos peitos seus,
daqui dali ferido,
Ronca o fulgente
bronze; afoutos pugnam,
Em si, nas tropas
que das torres chovem,
De naus e tendas
em defesa, pedras.
Qual tufão, sacudindo
opacas nuvens,
Lança em flocos a
neve n’alma terra;
Assim das mãos Aquivas
e Troianas
Manavam tiros, os
calhaus zuniam,
Broquéis e elmos
do choque estrepitavam.
Gemendo o Hirtácio
rei, nas ancas bate,
A blasfemar: "Ó
Júpiter, mentiste!
Não pensava que Dânaos
todo o esforço
Das nossas mãos invictas
sustentassem.
Quando em áspera
toca nidificam
Fuscas vespas e abelhas,
nunca deixam,
Porém tenazes em
favor do enxame
Ferram-se aos crestadores:
tais à entrada
Aqueles, bem que
dois, só prisioneiros
Hao-de render-se
ou mortos." Surdo Jove
No ânimo guarda para
Heitor a glória.
Nas outras portas
outras pugnas fervem;
Mas narrar tudo,
como um deus, não posso.
Em fogo rochas contra
os muros voam :
Mestos é força que
os Aqueus propugnem,
Mestos estão seus
protectores numes.
Os Lápitas carregam.
Polipetes,
Atalhando-lhe o ardor,
pela viseira,
Cujo metal não veda
a cúspide érea
De esmiolá-lo, a
Dâmaso lanceia;
Pilon de igual maneira
e Ormeno caem.
Furioso Leonteu,
Mavórcio ramo,
Filho de Antímaco,
ao talim de um bote
A Hipómaco traspassa;
o gládio puxa,
Rábido pela turba,
e ressupino
Deita por terra Antífate;
uns sobre outros,
Vai prostrando a
Menon, Jameno e Orestes.
Enquanto eles cadáveres
desarmam,
Polidamas e Heitor
mor cópia guiam
De ousados campeões,
que anelam brecha
Abrir no muro e incendiar
a frota.
Indo o fosso a transpor,
à borda hesitam;
Porque a sestra águia
altívola pairando,
Nas unhas traz cruento
e palpitante
Vivo enorme dragão,
não descuidoso
De morder contorcido
o peito e o colo
Da ave roubaz, que
em agra dor e aos guinchos
O larga em terra,
e d’aura ao sopro adeja.
Do Egíaco o portento,
o maculado
Réptil, assombra
e assusta; e Polidamas
Vira-se para Heitor:
"Heitor, meu voto
Costumas reprovar;
mas é desdouro
De um cidadão, no
campo ou na assembléia,
Servir o teu poder
contra a verdade.
Franco serei: do
assalto às naus cessemos.
Do ávido arrojo à
esquerda a revocar-nos
Águia altaneira vivo
e ensangüentado
Esse dragão deixou
cair das unhas,
Sem levá-lo por cevo
ao caro ninho:
Assim, bem que, envidando
o extremo esforço,
Portas e muros aos
Gregos arrombemos,
Pelo mesmo caminho
à retirada
Nos forçarão das
naus os defensores,
Com perda imensa.
É como o interpretara
Áugur perito, e o povo
obedecera."
Minaz Heitor: "Pungente
és, Polidamas;
Sabes tu que opinar
melhor podias:
Se falas sério, a
mente o Céu turvou-te.
Do Altitonante o
aceno e mando esqueces,
E por aves guiar-me
ali-espalmadas
Queres, das quais
nem curo nem me importa,
Voem da dextra para
o Sol e aurora,
Ou da sinistra para
o ocaso e trevas.
Ouvir cumpre o senhor
de homens e deuses:
Combater pela pátria,
óptimo agouro!
Temes pugnar? Em
torno à frota Argiva
Outros acabarão,
não tu, cobarde
Sem ímpeto e firmeza.
Mas, se fora
Da acção te vejo,
ou seduzindo a outrem,
Ao gume desta lança
a vida expiras."
Disse, e acomete; voz em grita, o seguem.
Do Ida o Fulminador,
por dar-lhe a glória,
Tufão manda, que
em nuvens de poeira
Afoga os vasos e
amontoa os Gregos.
No esforço e no sinal
firmes os Teucros,
Toda a muralha derrocar
tentavam;
Os parapeitos e merlões
demolem,
De alavancas pilares
desmantelam,
Os principais das
torres fundamentos,
Brecha esperando
abrir. Mas não recuam
Inda os Aqueus; de
tarjas premunidos,
Vão da ameia frechando
os que a subiam.
De torre a torre
os dois Ajax correndo,
Aos frouxos brando
animam, duro increpam:
"Amigos, do
mais fraco ao mais valente
Necessitamos na aflição
que vedes;
Não cabe a todos
ser no prélio exímios:
Sem temor de alaridos,
exortai-vos;
Avante, a fuga é
vil. Talvez o Olímpio
Rechaçá-los nos faça
até seus muros."
Isto excita e afervora.
Em dia hiberno,
Quando aos homens
despede o Fulgurante
Bastas lanças de
gelo, eis calam ventos,
Constante em flocos
neva, dealbando
Vértices, cumes,
hortos, veigas, prados;
Mesmo encanece o
mar no porto e praia,
Mas vaga assídua
o branco véu desmancha
Com que Júpiter cobre
a natureza:
De parte a parte,
assim granizam pedras;
Burburinho e fragor
no campo ecoam.
Mas não quebrara
Heitor com seus Troianos
Portas e barras,
se o prudente Padre
O seu bravo Sarpédon
aos Grajúgenas,
Como um leão a touros,
não lançasse.
Ao peito énea rodela,
onde hábil fabro
Dúcteis lâminas pulcras
adaptara
De bois a denso espólio
e de ouro as orlas,
Brande hastas duas.
Quando o rei dos bosques
Faminto vaga em busca
de carniça,
O guardado curral
tenta animoso
Contra zagais alerta
e bons rafeiros,
Nem sofre ser da
empresa repelido,
Sem que roube carneiro
ou dardo o fira:
É como o herói divino
audaz empreende
Romper o muro e derribar
trincheiras.
Eis de Hipóloco ao
filho assim perora:
"Glauco, por
que na Lícia o primo assento,
Carnes e pleno o
copo e as honras temos
De numes, e do Xanto
à riba herdades,
Vasto ameno pomar,
vinhedo e lavras?
É para hoje ocuparmos a vanguarda
Na ardente luta,
a fim que um Lício diga:
— Nossos reis não
debalde ovelhas gordas
Ou doce vinho logram;
pois valentes
À testa nossa gloriosos
marcham. —
Amigo, se esquivando
ora esta guerra,
À velhice escapássemos
e à morte,
Nem combatera eu
mesmo, nem te instara
Pela fama a pugnar;
mas dos mil transes
Letais ninguém se
exime: eia, ganhemos
Ou demos a ganhar
embora a palma."
Glauco não se escusou.
Da gente Lícia
À frente ao vê-los
Menesteu Petides
A torre que defende
ameaçando,
Estremeceu: procura
alguém de roda
Que o auxilie, e
os dois Ajax, no posto,
Avista, insaciáveis
de pelejas,
Com Teucro ao pé,
da tenda há pouco vindo.
Era em vão seu bradar,
que os céus troavam
De escudos e cornados
capacetes
Ao choque e estrépído,
ao rumor das portas
Que batidas a um
tempo restrugiam;
Logo a Toon: "Vai,
nobre arauto, parte,
Chama, chama os Ajax,
e acudam ambos;
Fero aqui tem de
ser em breve o estrago;
Os Lícios cabos de
furor provado
Em tanto encontro,
sobre nós desfecham.
Be márcia lida o
embarga, o Telamónio
Venha ao menos com
Teucro arciperito."
O arauto ao longo
da muralha corre:
"A vós, Ajax,
dos Gregos lorigados
Chefes de prol, vos
pede ajuda o filho
De Peteu caro a Jove,
ambos segui-me
Um momento sequer;
em breve o estrago
Tem lá de ser maior,
por onde assaltam
Os Lícios cabos de
furor provado.
Se márcia lida o
embarga, o Telamónio
Venha ao menos com
Teucro arciperito."
Ao de Oileu presto
fala o companheiro:
"Ajax, tu e
o robusto Licomedes
Excitai com firmeza
o ardor Aquivo;
Vou socorrê-lo, e
cá serei de volta,
Removido o perigo."
Disse, e marcha
Mais Teucro irmão
paterno, e vai com ele
Pandíon que de Teucro
os arcos leva.
Na torre já, do muro
atras se postam
No instante em que
da Lícia os reis e os cabos
A ameia em negro
turbilhão trepavam:
Foi rijo o encontro,
horríssono o tumulto.
No ardido Epicles,
de Sarpédon sócio,
Estreia Ajax, lascando
enorme cimo
De um dos merlões,
que o jovem mais florente
Hoje com duas mãos nem levantara;
Alça o braço o mais
alto, e o canto o elmo
De quatro cones fende
e o crânio racha:
Da torre Epicles
de mergulho tomba,
E a vida os ossos deixa. Teucro o pulso,
Onde o viu nu, frechou
do Hipoloquides
Que o muro ia subindo:
ele, cessando,
Saltou furtivo, aos
olhos subtraiu-se
E às vaias âos Aqueus.
Ausente Glauco,
Dói a Sarpédon, que
não larga a pugna;
Segue e ao Testórida
Alacmaon vulnera,
Despega a lança e
o triste cai de braços;
Toa éneo vário arnês.
Nervudos punhos
Deita aos merlões,
e inteiro um traz consigo:
O muro é descoberto,
é feita a brecha.
Eis Teucro e Ajax.
De frecha em torno aos peítos
Alcança Teucro a
lúcida correia
Do vasto escudo:
ao filho ampara Jove;
Que ante as popas
acabe não permite.
De um bote ao mesmo
escudo Ajax repele-o:
Susta-se um pouco,
mas não perde o fogo
O Lício herói, na
glória esperançado;
Vira-se e clama :
"Õ sócios, esquecei-vos
Da honra e intrepidez?
Posso eu valente
Rasgar sozinho a
brecha e abrir a estrada?
Vamos, das naus o
ataque a todos cumpre."
De pejo então os
Lidos mais refervem
Rodeando o seu rei;
dentro os Aquivos,
Na urgente pressa,
as hostes corroboram:
Nem pode o esforço
de uns ir mais avante,
Nem o de outros vedar
o acesso ao muro.
Quando em campo comum
seus marcos fixam,
De medida nas mãos,
dois litigantes
O terreno disputam
palmo a palmo:
Tal a ameia os separa.
Aos peitos roncam
Harto o pavês, a
tarja, a leve adarga:
Feridos pela frente,
expiram muitos;
Ai do que mostra
as costas e as desnuda!
Sevo bronze as traspassa
e ao próprio escudo.
Torres e parapeito
escorrem sangue,
Sem que ou Dânao
repeda ou Lício avance.
Qual de honesta mulher,
para que aos filhos,
Traga o duro salário,
as conchas libram
O peso e as Jãs,
iguala-se a peleja,
Até que Jove a Heitor
conceda a glória
De entrar primeiro
o muro. A voz tonante
Ei-lo esforça: "Investi, briosos Teucros,
Muro em terra, e
na frota a voraz chama."
Na orelha a todos
retiniu seu brado:
Remetem logo, ao
parapeito sobem,
Lança nas mãos. Heitor
pontuda e grossa
Pedra arrancou da
verga de uma porta,
Que ora nem dois
íorçudos camponeses
Poderiam mover, nem
carreá-la:
Por Jove aligeirada,
ele a maneja,
Como simples tosão
que em sua esquerda
Mal o ovelheíro sente;
vai direito
Ao biforme portão
de bastas pranchas,
Que muniam por dentro
encruzilhadas
Barras duas e enorme fechadura;
Por não falhar o
tiro, o herói de perto,
Alarga as pernas
e nos pés se estriba;
Rechina o grave seixo;
os gonzos parte;
Batentes e portais
horrendo estralam;
Cedem barras, pranchõcs
uns contra os outros
Se despedaçam. Pula
Heitor, medonho
Como escuro bulcão;
brande hastas duas,
Fulgura em bronze,
os lumes lhe chamejam;
No ímpeto um deus
somente o suspendera.
A transpor a trincheira
instiga os Troas:
Quais a ameia superam,
quais transcendem
As broncas portas.
Em tropel os Gregos
Às naus se acolhem,
num ruído imenso.
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