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Tradução de Odorico Mendes
Fonte: Clássicos Jackson
Resumo e apresentação da Ilíada de Homero
Argumento do Livro II
Júpiter
envia um sonho a Agamémnon, mandando armar os Gregos,
e
prometendo-Ihe a vitória antes do fim do dia. — Discurso de
Agamémnon
na reunião dos chefes. — Nestor toma a palavra e con-
firma
o discurso de Agamémnon. — Os Gregos se reúnem.. — Aga-
mémnon
lhes propõe voltar à pátria. — Os Gregos aceitam a proposta.
— Intervenção de Juno. — Seu discurso a
Minerva. — Discurso de
Minerva
a Ulisses. — Palavras de Ulisses aos diferentes guerreiros que
encontra.
— Tersites e sua intervenção contra os diferentes chefes do
exército.
— Resposta de Ulisses que castiga o insolente. — Aplauso
dos
Gregos. — Discurso de Ulisses a Agamémnon e aos Gregos. —
Prodígio
explicado por Calcas. — Exortação e conselhos de Nestor.
— Elogio de Nestor por Agamémnon. — Agamémnon
faz sacrifícios
A
Júpiter com os principais chefes. — Nestor dá o sinal e os chefes
põem
em ordem os seus guerreiros, a quem Minerva inspira o ardor
dos
combates. — Aspecto do exército. — Invocação às Musas. —
Classificação
dos navios.
Canto II
Deuses
e campeões a noite os lia;
Só
vela o Padre, a ruminar de que arte
Levante
Aquiles e escarmente os Gregos.
A
Agamémnon soltar por fim resolve
Um
maléfico Sonho, e o chama e apressa:
"Voa,
Sonho falaz, do Atrida às popas:
Quanto
prescrevo, exacto lho anuncia:
Que
arme os crinitos Graios e as falanges,
De
extensas ruas a cidade expugne;
Que,
intercedendo Juno, o Céu concorde
Ameaça
de ruína a excelsa Tróia."
De
cor este recado, o Sonho parte
Às
naus ligeiras, e acha o Atrida preso
Do
sono, que lhe cerca e embebe a tenda.
À
cabeceira, os traços do Nelides
Nestor
vestindo, a quem o Argeu potente
Mais
do que a todos venerava, o argúi:
"Dormes,
de Atreu guerreiro ó nobre filho?
E
dorme em cheio o próprio em quem descansa,
A
quem do exército o cuidado incumbe?
Escuta;
messageiro eu sou de Jove,
Que
de longe em ti pensa e te lastima:
Arma
os crinitos Graios e as falanges,
De
extensas ruas a cidade expugna;
Por
Juno o Céu concorde, a mão suprema
De
iminente ruína ameaça Tróia.
Estas
expressas ordens não te esqueçam,
Do
melífico sono ao despertares."
Eis
some-se, e o rei fica em devaneios
De
ir assolar de Príamo a cidade;
Ignora
o que o Satúrnio lhe maquina,
Suspiros
e aflições que em duros transes
A
Troianos e Aquivos se aparelham.
Acorda,
e em torno inda a visão lhe soa:
Sentado,
a nova túnica luzente
Mórbida
enfia, embrulha-se no manto,
Liga
as sandálias que nos pés lhe fulgem,
Do
ombro suspende a claviargêntea espada,
Ceptro
paterno empunha incorruptível;
Passa
da tenda aos bronzeados buços.
Do
Sol embaixatriz à corte Olímpia,
A
Aurora abria; com pregões o Atrida
Os
cornados Grajúgenas convoca,
E
à voz canora dos arautos correm.
Primeiro,
ante o baixel do rei de Pilos,
Os
príncipes longânimos consulta:
"Sócios,
visão divina eu tive à noite;
Era
Nestor em talhe, em gesto e porte.
À
minha cabeceira, assim me increpa:
—
Dormes, de Atreu guerreiro ó nobre filho?
E
dorme em cheio o próprio em quem descansa,
A
quem do exército o cuidado incumbe?
Escuta;
messageiro eu sou de Jove,
Que
de longe em ti pensa e te lastima:
Arma
os crinitos Graios e as falanges,
De
extensas ruas a cidade expugna;
Por
Juno o Céu concorde, a mão suprema
Em
Tróia pesa. O mando não deslembres. —
E
evolou-se a visão, deixou-me o sono.
De
armar a gente o meio imaginemos.
Quero
apalpá-la, intimarei que fujam
Nossas
naus; de propósito espalhados,
Persuadi
vós outros o contrário."
Ei-lo
assentou-se, e da arenosa Pilos
O
cordato reinante em pé discorre:
"Da
Grécia esteios, príncipes e amigos.
Se
outrem, que não do exército o cabeça,
Tal
sonho referisse, de mentira
O
tacháramos todos impugnando:
Grave
é seu testemunho e irresistível.
Arme-se
a gente; examinemos como."
Larga
o velho o conselho, e o mesmo fazem,
Obsequiando
Ceptrados
reis. A multidão fervia;
Quais
de oca pedra, em sucessivos bandos,
Brotam
nações de abelhas, pressurosas
No
multíplice adejo, e em cachos pousam
Do
verão sobre as flores; tais, brotando
De
naus e tendas, sobre a vasta praia
Grupos
e grupos à assembleia afluem.
Pica-os
a fama, que enviara Jove;
Cresce
a balbúrdia, arengam, tumultuam.
Do
tropel freme a terra, o estrondo ecoa.
De
arautos nove a brados, o alarido
Lá
cede à voz dos reis, do Olimpo alunos.
Cala
a turba e se abanca; alçou-se o Atrida.
O
seu ceptro esculpiu Vulcano a Jove,
Que
ao de Argos matador brindou com ele,
E
ao cavaleiro Pélope Mercúrio;
Atreu
régio pastor houve-o de herança;
Depois
coube a Tiestes pecoroso;
A
Agamémnon Tiestes o transmite,
Com
a Argólida inteira e bastas ilhas.
Neste
se apoia, e rápido se explica:
"Ó
fâmulos de Marte, amigos Dânaos,
Enreda-me
o Satúrnio em lance infesto:
Selou
que, Ílio extirpada, eu regressasse;
Hoje
enganoso, tanta vida extinta,
À
pátria exige que eu reverta inglório.
Do
prepotente é gosto, cujo braço
Pujante
há mil cidades derrocado,
E
mil derrocará. Mancha indelével!
Ressoe
no porvir que inumeráveis,
Sem
êxito nenhum, travamos guerra
Com
tão poucos varões; pois, lealmente
Ferida
a paz, e os Troas computados
E
em decúrias os Gregos, vinho um Troa
Vertesse
a cada Grego, faltariam
Escanções
a muitíssimas decúrias:
Tanto
julgo aos de Tróia sobejamos.
Porém
grandes cidades a auxiliam,
Bravas
lanças brandindo, que, mau grado,
Reparos
seus desmoronar me tolhem.
De
Júpiter nove anos decorreram,
Lenhos
já podres, cabos já delidos;
E
em casa à espera esposas e filhinhos
Talvez,
estão. Da empresa desistimos;
Assim
nos é forçoso; velas dadas,
Volte-se
ao ninho pátrio; não podemos
Ílio
suberba conquistar; fujamos."
Isto
comove os corações estranhos
Ao
privado conselho, e se afervoram,
Quais
do Icário as maretas que Euro e Noto,
Fendendo
a Jove as nuvens, encapelam.
Como
ao volúvel Zéfiro a seara
Cicia
em ondas, a assembleia toda
Se
atira às naus com militar celeuma,
E
à marcha o pó se enrola e o céu remuge.
Da
volta ansiosos, em limpar caneiros
E
em deitá-las ao pélago porfiam.
As
quilhas, dos rolhões desimpedidas,
Iam
partir, contra a fatal vontade
Se
não se dirigisse a Palas Juno:
"Quê!
do Egíaco prole, em fuga os nossos
Traçam
por entre o equóreo dorso imano
Rever
a pátria, a Príamo o triunfo
E
aos dele abandonando Helena Argiva,
Por quem tantos em Tróia hão perecido
Longe
da mesma pátria? Ah! com doçura
Os
Dânaos suadindo eriarnesados,
Coíbe
homem por homem, que não desçam
Ao
mar nenhum baixel que a remo vogue."
A
olhigázea Minerva incontinenti
Lá
do pino do Olimpo se despenha;
Baixa
à frota veloz, de Ulisses perto:
Sisudo
como Jove, em dor imerso,
Na
embarcação, de apelamento pronta,
Pausado
nem tocava; e a deusa o aborda:
"Generoso
Laércio, astuto Ulisses,
Em
bem providas naus fugis, a
palma
A
Príamo deixando e em Tróia Helena,
Por quem já pereceram tantos Gregos
Longe
da pátria? Sem tecer demoras,
Revista o exército, e com brandas
vozes
Coíbe
homem por homem, que não desçam
Ao
mar nenhum baixel que a remo vogue."
Ele
a compreende, e arremessando a capa,
Que, Itaco e arauto seu, lhe apanha
Euríbate,
Ao
quartel se encaminha de Agamémnon;
Toma-lhe
o ceptro avito. As naus perlustra
E
Aqueus de énea loriga; e, se encontrava
Magnata
ou rei, dulcíloquo o detinha:
"Quê! trepidas varão? Teu posto guarda,
Sossega
as tropas. O ânimo do Atrida
Sondaste
acaso? Agora os Gregos tenta,
E
breve os punirá. Nem tudo ouvimos
Do
que expôs no conselho. Contra os
nossos
A
cólera do rei quiçá dispare.
Jove
ao trono o moldou, Jove o protege."
Mas,
se topa um plebeu vociferando,
Lhe
"Ímprobo, cal-te;
Atende
aos superiores. Néscio e ignavo,
No
alvitre és nulo, és nulo nas pelejas.
Pois
tantos reinaremos? Dana e empece
De
muitos o primado: um rei domine,
Que
houve este ceptro e o jus do deus supremo"
E
assim refreia a chusma. A
congregar-se
De
naus e tendas outra vez ruíam
Estrepitosos,
qual batendo as praias
Muge
horríssona vaga e o mar reboa.
Quietos
já, Tersites inda gane,
Petulante
motino que, de inépcias
Pleno
o bestunto, contra os reis verboso
Alterca
e à soldadesca excita o riso:
Dos
cercantes feiíssimo, era manco,
Vesgo
e giboso, e tinha o peito arcado
E
em pontuda cabeça umas falripas;
Mordia
sempre a Ulisses e o Pelides,
Cego
de inveja; estruge então com ladros
O
rei dos reis e a todos afeleia,
E
quanto mais se indignam mais braveja:
"Atrida,
que te falta? A rodo os bronzes,
Tens
contigo mulheres que, ao rendermos
Qualquer
cidade, escolhes o primeiro.
Que
inda cobiças? ouro que te oferte
Équite
Frígio em remissão do filho,
Quer
o eu traga em prisões, quer outro Grego?
Ou
ça que se mescle em teus amores
E
apartada retenhas? É miséria
Ser
escândalo aos súbditos. Voguemos,
Gregas,
não Gregos, raça mole e inerte:
Cá
permaneça e o que tragou digira;
Aprenda
se de ajuda ou não lhe somos
Quem,
ões coberto o mais valente,
A
escrava arrebatou-lhe. Ah! se o
Pelides
Não
remitisse a cólera e afrouxasse,
O
teu descoco, Atrida, último fora."
Assim
contra Agamémnon blasfemava.
Carregado
no vulto, o assalta Ulisses:
"Pare
a cantiga, charlador Tersites,
Abarbar-te
com reis tu só não queiras:
Escória
dos sectários dos Atridas,
Na
língua os teus balofa e audaz censuras?
Vil
pela fuga opinas: duvidamos
Se
é bem, se é mal, que efeito isso produza;
Mas
porque vituperas Agamémnon,
O maior potentado, nos é claro:
De
heróis te pesa dádivas receba.
Guar-te
que eu te inda veja em tais loucuras.
Fora
mesmo a cabeça tenha Ulisses,
Nem
pai do meu Telémaco me chamem,
Se
não te agarro e dispo-te os vestidos,
Capa,
túnica e o mais que o pudor vela,
Se,
da assembleia expulso e azurragado,
Choramingando
às naus te não remeto."
Na
espádua eis o fustiga: ele se encolhe
E
lagrimeja à dor; sangrento as costas
Lhe
incha o vergão do ceptro; indo sentar-se,
Pávido
e oblíquo olhando, enxuga as faces;
Do afogo em meio espraia-se a risada
Um
virou-se ao vizinho: "À fé, que
o douto
Conselheiro
sagaz, na guerra instruto,
Nunca
entre Aqueus obrou com tanto acerto,
Como
açaimando agora esse palreiro,
Que
os reis há-de poupar de escarmentado."
Sussurra
o vulgo, e em pé de ceptro acena
O
de cidades vastador Ulisses;
De
arauto em forma a deusa olhicerúlea
Impõe
silêncio nas fileiras todas,
Para
que simultâneo o sábio aviso
Do
eloquente orador nos Dânaos cale:
"Querem-te,
ó rei dos reis, que o labéu sejas
Dos
falantes mortais, os que a ti mesmo
Juraram
não rever da Grécia os campos,
Sem
que de ílio as muralhas destruíssem;
Qual
ou pobre viúva ou criancinha,
Da
casa estão chorando com saudades.
Após
fadigas tais, regresso triste!
Longe
um mês da mulher definha o esposo
Em
nau remeira, de invernais marulhos
Retardada: nove anos devolvidos,
Como
estranhar ao povo a impaciência?
Porém
se é torpe, amigos, a demora,
Não
o é menos tornarmos de vazio.
Constância
um pouco mais, e averiguemos
As
predições de Calcas: bem nos lembram;
Testemunhai-me,
todos vós da Parca
Redimidos
fatal. Inda ontem, Gregos,
Não
foi que em Áulis congregou-se a frota
Contra
Príamo e Tróia? Ante uma fonte,
No
imolarmos completas hecatombes,
De
um plátano frondoso, donde mana
Límpida
veia, surge grã prodígio:
Drago
horrendo, malhado em sangue o lombo,
(À
luz o Olímpio sumo o expediu mesmo)
Do
supedâneo da ara deslizando,
Ao
plátano rojou. Nele acoutadas
Sob
a rama oito implumes avezinhas,
Novena
a mãe fagueira as aninhava.
Pipitando
era dó se debaterem,
Quando
ele as engolia, e a mãe carpindo
Em
torno revoar; última o drago
Da
asa lhe trava e súbito a devora.
Mas,
durante o holocausto, em pedra o muda
Quem
o mandara; e a nós, emudecidos
E
extáticos do horrífico portento,
Calcas
vaticinou: — Comantes Graios,
Estupefactos
sois? Previsto Jove
Daqui
nos prognostica um tardo evento,
Se
bem de glória eterna. As oito
implumes,
E
nona a mãe, tragou-as a serpente:
Forçoso
é pelejar por tantos anos,
Mas
ao dezeno cairá Dardânia. —
A
profecia é tal, cumprir-se deve.
Eia,
grevados sócios, persistamos,
Té
sucumbir a soberana Tróia."
Um
geral grito, horrendo retumbando
Pelas
côncavas naus divino o aclama.
Presto
o Gerénio: "Discursais, oh!
pejo,
Fracos
meninos, da milícia alheios.
Onde
a jurada fé? tem gasto o fogo
Viris
projectos e consultas, pactos
Que
as libações e as dextras consagraram?
Disputas
vãs! o tempo aqui perdemos.
Cessem palavras: como sempre, Atrida,
Rege
firme os combates. Apodreçam
Em
ócio os raros díscolos; mas nunca
Tornar
conseguirão, sem deslindarmos
Se
nos falseia o egífero Satúrnio:
Ele
anuiu, no dia em que embarcámos
De
Ilio trazendo o fado em naus veleiras,
E
à dextra fulgurou, propício agouro.
Com
a esposa de um Teucro antes que durma
Rapto
e mágoas de Helena assim vingando,
Nenhum
se apresse; e quem, da fuga amigo,
De
crenado baixel tocar nos bancos,
O
mortal trago provará primeiro.
Agamémnon,
reflecte e os bons escuta,
Nem
este meu alvitre, ó rei, desdenhes:
Divisa
em tribos toda a gente e em cúrias,
Socorra
cúria a cúria e tribo a tribo.
Coadjuvem-te
os Dânaos; que, seu braço
Na
acção mostrando cada qual, o esforço
Distinguirás
do chefe ou do soldado;
Se
obstam os deuses a que expugnes Tróia,
Ou
dos teus a imperícia e cobardia."
Respondeu-lhe
Agamémnon: "Consumado
Na
eloquência, ó Nestor, superas todos.
Júpiter, Palas, Febo, que me dera
Dez
conselheiros tais! Breve arrasadas
As
muralhas de Príamo seriam.
De
pesares trasbordo l em lide amarga
Pelo
Satúrnio imerso eu e Aquiles,
Acres sobre donzela contendemos
Primeiro
eu me irritei. Se inda o congraço,
Num
só momento acabará Dardânia.
Ide
comer, que pelejar nos cumpre:
Afilem-se
hastas, lustrem-se rodelas;
Bem
fartos os sonípedes, os coches
Bem
revistados, cuide-se na guerra;
É
sacro o dia todo a Marte sevo.
Depois,
nem trégua nem repouso, enquanto
A
noite resfriar o ardor não venha:
Quente
o suor do escudo ã soga banhe,
Pulsos
fatigue o menear da lança,
Ao
carro terso o corredor espume.
Porém
se algum, para fugir à pugna,
Eu
souber se desleixa em nau rostrada,
Aos
abutres e cães fugir não conte."
Alteia-se
um clamor, qual de onda equórea
Que
arroja Noto sobre aguda penha,
Sempre
de opostos ventos combatida:
Já
se levantam; pelas tendas lume
Acendem
logo, a refeição preparam;
Cada
Argivo a seu nume ofrenda, roga
Livre-o
da morte e bélicos perigos.
Ao
pai sumo Agamémnon sacrifica
Pingue
touro quinquene: os mais conspícuos,
Nestor
em frente e Idomeneu, convida;
Um
e outro Ajax, Diomedes; sexto Ulisses,
No
siso igual a Jove: per si mesmo
Vem
Menelau guerreador, ciente
Dos
generosos fraternais cuidados.
Com
seus bolos nas mãos, a rês circundam,
E
ora o chefe de heróis: "Senhor etéreo
Das
cerrações, glorioso omnipotente,
Antes
que o sol transmonte e assome a treva,
Dá-me
o esplêndido paço, em brasa as portas,
A
Príamo assolar; de Heitor ao seio
Romper
a brônzea túnica, e de rastos
Os
seus em torno dele a terra mordam."
Sem
que anua, lhe aceita a oferta Jove,
E
aumenta o afã. Perfeita a rogativa,
Esparso
o farro, à vítima o pescoço
Vergam
atrás, e degolada a esfolam;
Cérceas
as coxas, no redenho envoltas,
Vivas
postas em cima, esgalhos secos
As
vão tostando. As vísceras ao fogo
No
espeto enroscam; mas, provadas estas,
Já
combustas as coxas, em tassalhos
A
mais carne enfiada assam peritos.
Finda
a obra, adereça-se o banquete,
E
das iguais porções nenhum se queixa.
Exausta
a sede e a fome, assim perora
O
picador Gerénio: "Ó rei sublime,
Augustíssimo
Atrida, ócios quebremos,
Urge
a façanha que nos fia o Padre:
Os
arautos na praia, eia, arrebanhem
Emalhados
Aqueus; pelo amplo exército
Vamos
nós despertar mavórcios brios."
Agamémnon
concorda, e arautos manda
O
assalto apregoar: crinita gente
Convocada
referve; os circunstantes
Reis
da escolha de Jove as linhas formam;
A
gázea Palas a imortal embraça
Égide
incorruptível, donde pendem
Cem
franjas de áurea tela, cada franja
Do
preço de cem bois: de fila em fila
A
vibrá-la, os Aquivos apressura
A
pugnar valorosos e incessantes;
E
combater então lhes foi mais doce
Que
à pátria regressar. Como edaz fogo,
Selva
imensa abrasando em serranias,
Longe
fulgura; a hoste assim marchava
Entre
aéneo esplendor, que inflama os ares.
Como,
aleando em batalhões volúveis,
Por
Ásio pasto, em cerco do Caístro,
Ora
uns, ora outros a avançar, exultam
Gansos
ou grous ou colilongos cisnes,
E
o grasnido confuso atroa o prado;
Assim
da frota e pavilhões as turbas
Ali
se esparzem, do tropel medonho
De
homens e de corcéis rebrama a terra;
Tantos
as veigas do Escamandro pisam,
Quantas
folhas vernais ou flores brotam.
Quais
erram moscas pelo estio, quando
Nos
tarros do pastor esguicha o leite;
É
tal no plaino a soma desses Dânaos,
Do
sanguíneo triunfo ambiciosos.
Mas,
de inúmeros fatos nos pastios
Se
o cabreiro separa as notas crias,
Seus
ção discerne e alinha
Cada
chefe. Exalçava-se Agamémnon :
O
Tonante emprestou-lhe o porte e os olhos,
Neptuno
os peitos, a cintura Marte.
Entre
novilhas armental o touro
A
fronte eleva: Júpiter não menos
Fez
que o primaz Atrida aquele dia
Entre
celsos varões se abalizasse.
Oh!
celícolas Musas, inspirai-me;
Sois
deusas e na mente abrangeis tudo:
Roçou-nos
único o rumor da fama.
Nem
que dez bocas, línguas dez houvesse,
Voz
infrangível, coração de bronze,
Pudera
eu memorar quantia e nomes
Dos
que às plagas Ilíacas vieram:
Isso
às filhas do Egífero compete.
Vou
pois enumerar as naus e os cabos.
Os
Beócios governa Peneleu,
Protenor,
Clónio, Leuto e Arcesilau:
De
Aulide pétrea, Esqueno, Téspia, Escolo,
Da
Serrana Eteone íncolas eram,
De
Híria, Graia e espaçosa Micalesso;
Ou
de Hile, Harma, Eliona, Hésio, Eritas,
Péteon,
Ocaleia, Eutresis, Copas,
Da
columbosa Tisbe e torreada
Medeona;
ou de Glissa e Coroneia,
Da
virente Haliarto e de Plateias,
Ou
de Hipotebas de edifícios nobres;
Mais
do aprazível Neptunino luco,
Ou
de Mideia e de Arne pampinosa,
Da
augusta Nissa, Antédona postrema.
Cada
beócia nau, de umas cinquenta,
Guerreiros
tripulavam cento e vinte.
Os
da Minieia Orcómeno e de Asplédon
São
com Iálmeno e Ascálafo, que a Marte
Pariu
de Actor Azida em casa Astíoque:
À
interna alcova da pudica virgem
O
deus subiu furtivo e entrou com ela.
Naus
destes filhos abordaram trinta.
Sob
Epístrofo e Esquédio, nado insigne
De
ífito Naubolides, os Focenses,
Quer
de Píton fragosa e augusta Crissa,
Daulida,
Ciparisso e Panopeia,
De
arredores de Hlâmpole e Anemória,
Quer
do ilustre Cefisso, ou de Lilaia
Dele
matriz, em galeões quarenta,
Dos
Beócios à esquerda os colocaram.
Não
como o Telarnónio alto e membrudo,
Pequeno
em corpo e o seu jubão de linho,
Mas
no dardo excedendo Aqueus e Helenos,
O
lesto Ajax de Oileu movia os Lócrios,
De
Cino, Escarfe, Opoente e Calíaro,
De
Bessa e Angeia amena habitadores,
De
Tarfe e Trónio, às abas do Boágrio:
Dos
que dalém da sacra Eubeia moram,
Seguem-lhe
a voz quarenta escuros vasos.
Eubeia
expede Abantes alentados;
São
de Estira e Caristo, Erétria e Caleis,
De Histieia racimosa, Dio alpestre
E
litoral Cerinto. O Calcodôncio
Príncipe
Elefenor, de Márcia estirpe,
Em
quarenta galés os petrechara;
Ágeis,
forçosos, de cornada nuca,
Destros
na hasta fraxínea e aos tresdobrados
Peitos
hostis em desfazer coiraças.
Os
da orgulhosa Atenas (corte egrégia
De
Erecteu magno, da alma Télus parto,
A
quem Palas Dial, que o educara,
Deu
sede em ricas aras, onde o povo
De
lustro em lustro imola e de ano em ano
Cordeirinhos
e bois que a deusa abrandem)
Capitaneia-os
Menesteu Petides.
Homem
nenhum como ele ordenar soube
Jungidos
carros e adargadas hostes,
Salvo
o experto Nestor por mais longevo.
Cinquenta
embarcações lhe obedeciam.
De
Salamina as doze, rcuníu-as
O
Telarnónio às Áticas falanges.
De
Tirinto munida, Argos, Trezene,
Lá
do golfo de Hermíone e de Asine,
De
Eiona e da vitífera Epidauro,
E
de Egina e Masete a flor guerreira,
Tidides
fero, Esténelo do exímio
Capaneu
filho amado, os reprimiam;
Mais
o divino Euríalo, do régio
Talaionides
Mecisteu progénie:
Diomedes
belicoso o máximo era.
Bojos
negros oitenta os encerravam.
Os
de Õrnias, da magnífica Micenas,
Da
altaneira Cleona, áurea Corinto,
Sicíone
em que reinou primeiro Adrasto;
Os
da fresca Aretírea, os que Hiperésia,
Agros
de Hélice extensa e a costa habitam,
E
Gonoessa altiva, Égion, Pelena:
Todos
em cascos cem trouxe Agamémnon.
Tropa
extremada e imensa o rei mantinha
Em
bronze reluzindo, galhardeia
De
ser entre os Aqueus o assinalado,
Em
forças o maior e o mais possante.
Os
do vale da grã Lacedemónia,
Fáris
e Esparta, Messa altriz de pombas,
De
Amiclas, Lãa, Brísea e leda Augia;
De
Helos marinha, de Étilo e contornos:
O
estrénuo Menelau, segundo Atrida,
A
parte armou-os em galés sessenta.
Afouto
os acorçoa, ardido anela
Desagravar
o rapto e ais da esposa.
Nestor
o velho de Gerena, em cavos
Baixéis
noventa, presidia os Pílios,
Os
de Épi encastelada e Arena aprica,
De
Trio vau do Alfeu, Ciparessenta,
Ptéleon
e Anfigénia, de Helos, Dórion,
Onde
ufanoso, ao vir de Eurito e Ecália,
A
cantar provocou Tamires Trácio
As
do Egíaco filhas doutas Musas,
Que
o tino e a vista irosas lhe apagaram:
Da
alma a poesia lhe fugiu celeste,
Nem
na cítara mais dedilhar soube.
Os
de perto pugnazes, das da Arcádia
Cilénias
faldas, junto à Epítia campa,
De
Feneu, Ripe e Orcómeno armentosa,
Tégea,
Estrátia e risonha Mantineia,
Ventosa
Enispe, Estínfalo e Parrásia,
Práticos
na milícia, os acaudilha
Em
naus sessenta, cada qual mais cheia,
O
Anceides Agapénor. Para o ponto
Cérulo
transfretano atravessarem,
Pois
que eles de marinha careciam,
Deu-lhas
aparelhadas Agamémnon.
Os
de Hirmine e Buprásio, Elide santa,
Mírcino
extrema, Alísio, Olénia sáxea,
Em dez quadripartida ocupam frota
Que
Epeus esquipam. De Eteato filho,
Os
manda Amplímaco; após ele Tálpio,
Do
Actoriónio Eurito; o Amarineides
Belaz
Diores é terceiro; é quarto
O
divinal formoso Polixino,
Do
Augeiada Agastenes procriado.
Os
Dulíquios e os mais das ilhas sacras
Equínades,
ao mar de Elide sitas,
Em
quarenta baixéis com Márcio arrojo
Meges
dirige: a vida a Fileu deve,
Équite
a Jove grato, que em Dulíquio
Emigrando
esquivou paternas iras.
Os
Cefalenses e Itacos briosos,
Os
da áspera Egilipe e de Crocílio,
Zacinto,
Samos, Nérito sombria,
E
os do Epiro e fronteiro continente,
Ao
divo prudentíssimo Laércio
Em
doze rubros galeões seguiam.
Em
quarenta os Etólios velejaram,
De
Olenos, de Pleurona e de Pilene,
Calcis
marinha e Cálidon fragosa,
Sob
o Andremónio Toas, que imperava;
Eneu
já sendo e a boa prole extintos,
Pois
nem restava o louro Meleagro.
Fuscos
oitenta cascos, das famosas
Licto,
Mileto, Rício, Festo e Cnosso,
Da
murada Gortina, alva Licasto,
Na
hecatômpola Creta abastecidos,
Anima
Idomeneu de invicta lança,
E
o de Belona Merion querido.
Nove
outros forneceu dos Ródios feros,
Entre
Jalisso, Linde e a branquejante
Camiro
tripartidos, grande e forte
O
hábil hasteiro Tlepolemo, estirpe
De
Astioqueia e de Hércules, que a trouxe
De
Efírio e do Seleis, cidades várias
Tendo
a alunos de Jove derruído.
Crescendo
em casa, ele matou Licinos,
Idoso de seu pai materno tio,
Renovo
do Gradivo. Esquadra a furto
Forma
e guarnece, e escapa-se dos netos
E
outros filhos de Alcides à vingança.
Flutua
e a Rodes, pesaroso, arriba:
Em
tribos três seu povo ali segrega,
Povo
benquisto ao nume soberano,
Que
largueou-lhe pródigas riquezas.
Nireu
três naus irmãs de Sine ostende,
Nireu
do rei Caropo e Aglaia prole,
O
Grego mais gentil que veio a Tróia,
Depois
do em tudo sem senão Pelides;
Mas,
pusilânime, arrebanha poucos.
Fidipo
e Antifos trinta buços enchem
(Tessalo
Heráclida é seu pai) de quantos
Cultivam
Cason, Crápato e Nisiro,
E
Cós ilha de Eurípilo e as Calidnas.
De
Álope, Argos Pelasga, Álon, Trequina,
De
Ftia e de Hélade em beldades fértil,
Os
Mirmidões e Aqueus e Helenos ditos,
Aquiles
em cinquenta os refreava.
De
horríssonas contendas se deslembram,
Falta-lhes
capitão; que, ausente a jovem
Crinipulcra
Briseida, o herói a bordo
Irado
jaz. Tomou-a de Lirnesso,
Que
ele a bem custo soverteu com Tebas,
Mortos
Mínete e Epístrofo belazes,
De
Eveno Selepíada nascidos.
Mas
do ócio ainda surgirá terrível.
Os
de Fílace e Itone mãe de ovelhas,
Do
Pirrásio de Ceres flóreo parque,
De
Ptélon pascigosa e Ântron costeira,
Denodado
os juntara em naus quarenta
Protesilau,
que a terra já cobria:
Primeiro
no saltar, um Teucro o mata;
No
inacabado alvergue as faces rasga
Em
Fílace a mulher. Saudosos dele,
Do
em rebanhos ali possante Ificlo
Nado
menor, Podarces ordenava-os;
Tão
prestante não era e apessoado,
Mas
dignamente pelo irmão supria.
Dos
de Glafire e altíssima Iaolcos,
Beba
e Feres ao pé do lago Bébis,
Tem
galés onze Eumelo, prenda cara
De
Admeto e Alceste, exemplo de matronas,
Das
que Pélias gerara a mais formosa.
Das
sete em que os Metónios e os Taumácios,
Os
da tosca Olizona e Melibeia,
Continha
o magno archeiro Filoctetes,
Remavam
sagitíferos cinquenta
Cada
bélica popa. Em Lemnos sacra
Dos
seus desamparado, ele agras dores
Da
úlcera de tetra e feroz hidra
Mestíssímo
curtia. Os próprios Gregos
Se
hão-de a miúde lembrar de Filoctetes;
Mas,
bem que tarde por seu rei suspirem,
Submetem-se
a Medon, que em Rena espúrio
Houve
o urbífrago Oileu. — Tem Podalírio
E
Macaon, herdeiros de Esculápio,
Trinta
vasos de Trica e bronca Itone,
Também
de Ecália capital de Eurito.
De
Evemon garfo ilustre, manda Eurípilo,
Da
alva serra Titane, Hipéria fonte,
Orménio
e Astério, embarcações quarenta.
Noutras
tantas os de Orte, Elon, Gírtone,
Da
branca Oloossona e Argissa, o firme
Campeador
Polipetes sujeitava-os.
Do
rebentão de Jove Pirítoo
Bela
Hipodame o concebeu, do Pélion
Nesse
dia em que às Étíces montanhas
Ultriz
lançara os híspidos Centauros.
Leonteu
se lhe agregou de Márcio esforço,
Digna
vergôntea de Coron Cenides.
Em
vinte duas traz Guneu de Cifo
Aguerridos
Perebus e Enienes,
Os
da fria Dodona, os que residem
Nas
lavras do suave Titarésio,
Que
sem mesclar-se no Peneu desagua
De
vórtices de argento e pulcra a veia
Como
óleo sobrenada; pois da Estige,
Grave
para jurar-se, ele dimana.
Em
quarenta os Magnetes, do frondoso
Pélion
e margens do Peneu, vogaram
Sob
o veloz Protôo Tentredónio.
Tais
são da Grécia os cabos. Lembra, ó
Musa,
Qual
o mais forte assecla dos Atridas,
Quais
dos ginetes os melhores eram.
De
um livel, pêlo e dorso, equevas ambas,
figuas
de Feres que maneja Eumelo,
Alípedes
que Apolo arco-de-prata
Na
Piéria nutrira, muito excelem,
Fêmeas
de ímpeto e fogo e as mais tremendas.
O
Telamónio Ajax vencia a todos,
Enquanto
Aquiles, que sem-par sofreia
Os
maís guapos frisões, raivoso estava
Nos
bicudos baixéis contra Agamémnon.
Nas
tendas a coberto, junto aos carros,
Aipo
os corcéis palustre e loto pascem.
Pela
praia os soldados se divertem
Ao
disco, ao dardo e seta; ou, desgostosos
Da
inacção, na peleja o herói ver querem,
Nos
arraiais aqui e ali vagueiam.
Os
demais Graios fervem, qual se a flama
Vorasse
a terra; e a terra do estrupido
Muge
e calcada geme, como quando
Em
cólera o Tonante o chão verbera
De
Arima, em que Tifeu se diz repousa.
Eles
transpunham rápido a campina.
Mais
que o vento ligeira, aos Teucros íris
Do
Egífero desceu com triste anúncio:
Mistos
velhos e moços discutiam
Aos
pórticos reais; com rosto e fala
Do
Priâmeo Polites, sentinela
De
Esiete no túmulo vetusto,
Que,
em pés fiado, a ponto vigiava
Se
do recinto os Gregos se buliam,
Acomete
a celeste messageira:
"Como
em dias de paz, senhor, debates,
E
a guerra hoje rebenta inelutável.
Afeito
a pugnas, tropas tais e tantas
Nunca
vi: da cidade assaltadores
Iguais
às folhas e às areias marcham.
Heitor,
ouve-me agora. Auxiliares
De
vária casta e língua em Tróia abundam.
Cada
príncipe os seus, tu firma os nossos;
Mas
a suma ordenança a ti pertença."
Heitor,
apenas reconhece a deusa,
Despede
o parlamento; o aParma soa.
Abertas,
precipitam-se das portas
Em
burburinho equestres e pedestres.
Ante
Ílio na planície avulta um cole,
De
caminhos cercado, que os humanos
Batícia,
imortais sepulcro chamam
De
Mirina agilíssima: distintos
Aí
perfilam Teucros e aliados.
Dos
Troianos à testa, o Priamides
Cristado
exímio Heitor em cópia armara
Selectos
belacíssimos hastatos.
Os
Dardânios alenta o grande Eneias:
A
énus do mortal Anquises
Teve-o
no cume Ideu. Com ele Acamas
E
Arquíloco Antenóridas comandam,
Em
omnígeno prélio examinados.
Aos
que às raízes do Ida em Zélia bebem
Água
do fundo Esepo, venturosos,
De
Licaon precede o claro filho
Pândaro,
a quem doou seu arco Apolo.
Nos
de Pitieia, Adéstria, Apeso e Téries,
Alto
monte, imperavam Adrasto e Ânfio
De
coiraça de linho; irmãos que o padre
Percóssio
Méropo, adivinho e cauto,
Vedou
que entrassem na homicida guerra:
Surdos
a nera Parca os atraía.
Os
varões de Percote, Sesto e Abido,
Prátio
e Arisba divina, desta o Hirtácio
Príncipe
Ásio os viera estimulando;
Ásio
que doma férvidos cavalos,
Das
ribas do Seleis famosas crias.
Das
Larisseias glebas os Pelasgos
Lanceiros
com Pileu manda de Hipótoo,
Do
Teutamides Lito márcios filhos.
Do
estuoso Helesponto rege Acamas
E
herói Piroo os Traces. — Rege Eufemo
Sagitários
Cicones, de Trezénio
Ceades
geração, dilecta a Jove.
Tem
Pirecme os Peónios de arco e amentos,
Lá
de Amídone, do Áxio largo à margem,
Do
Áxio que inunda límpido a campanha.
Pílemeneu
veloso os Paflagónios
De
Enete move, aítriz de agrestes mulas,
Os
que o Citoro e Sésamo possuem,
As
lindas várzeas do Parténio rio,
Comna
e Egíalo e os celsos Eritinos.
Da
longe Aliba vêm de argênteas minas,
Sob
Epistrofo e Hódio, os Halisones.
Os
Mísios Crómis guia, e o vate Enono,
A
quem da morte agouros não livraram:
Furente
o Eácida o prostrou no rio,
Que
rubro intumesceu de humano sangue.
Acesos
Fôreis e o deiforme Ascânio
Da
Ascânía os Frígios à batalha impelem.
Das
Tmólias faldas os Meónios seguem
A
Antifo e Mestles, Pileméníos ambos,
Da
Gigeía lagoa produzidos.
Os
Cares de Mileto e Ftiro umbroso,
Do
Meandro e Micale de árduos picos,
De
linguagem barbárica, os sopeiam
Os
filhos dois de Nómion preclaro,
Nastes
e Anfímaco. Este, qual donzela
De
ouro enfeitado, insano floreava :
O
enfeite o não salvou; que às mãos de Aquiles
Tem
de haurir no Escamandro o gole amaro,
Será
do vencedor esse ouro presa.
Os
Lícios lá do Xanto vorticoso
Conduz
Sarpédon, e o sem mancha Glauco.
[Canto I ]
[ Canto II] [Canto III]
[Canto IV]
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