JOÃO MANUEL PEREIRA DA SILVA

JOÃO MANUEL PEREIRA DA SILVA (Iguaçu, Estado do Rio de Janeiro, 1818-1897) foi, incontestavelmente, um homem de trabalho e méritos cujos escritos históricos, objeto, aliás, de várias contestações razoáveis não devem ser postos de parte pelos estudiosos das coisas pátrias.

Abrangem esses livros todo o período que vai de 1808, com a chegada da dinastia real de Bragança a terras do Brasil, até 1840, com a procla-

mação da maioridade do imperador Pedro II, e são: a História da Fundação do Império Brasileiro, de que há duas edições, sendo a 2.a de 1877; o Segundo Período do Reinado de Pedro I no Brasil, isto é, de 1831 a 1840, da qual também se fizeram duas edições.

Pereira da Silva freqüentemente se enganava em nomes e datas; mas na apreciação moral dos fatos tinha sisudo critério, nem falece às suas narrativas, em mais de uma página, viva e comunicativa sensibilidade.

Além desta obra capital existem mais, do laborioso autor: Curso de História dos Diferentes Estados da América; Varões Ilustres do Brasil ou Plutarco Brasileiro; cinco volumes sob o título — Na História e na Legenda; Filinto e a sua Época, estudo crítico e literário; Littérature Por-tugaise; Nacionalidade, Língua e Literatura de Portugal e do Brasil; Memórias do Segundo Reinado; e, no domínio da ficção, mais do que no da história, as crônicas Jerônimo Corte Real, Manuel de Morais, D. João de Noronha, e o romance Aspásia.

Militando na política, Pereira da Silva chegou a ter assento no Senado do Império, onde o veio encontrar a República.

A Revolução de 1831

Foi geral o brado de indignação em todos os grupos e facções do partido liberal, quando os periódicos de 6 de abril publicaram a mudança do Ministério. Voltava-se ao antigo regime (38), restauravam-se as decrépitas tradições do governo pessoal, desprezavam-se as máximas do sistema representativo, desfei-teava-se a Câmara dos Deputados, não se admitindo nenhum dos seus membros no Gabinete, sacrificavam-se enfim de novo os brasileiros ao furor dos portugueses! Tão profundamente se comoveram os espíritos que, logo ao correr a notícia da mudança ministerial, e ao saber-se o pessoal do novo Gabinete, grupos numerosos começaram a percorrer as ruas, repetindo gritos sediciosos e os homens mais adiantados tomaram a dianteira dos acontecimentos, que não podiam deixar de realizar-se.

Quase sem combinação, nem plano assentado, foram-se magotes de povo dirigindo, de uma hora em diante, para o Campo de SanfAna, e aí aglomerando-se entre o quartel das tropas e os paços da municipalidade. Pelas três horas da tarde avaliava-se já o seu número em cerca de duas mil pessoas, saídas na máxima parte das últimas camadas da sociedade. Os deputados que se achavam na capital, nem tiveram tempo de combinar resoluções, pela celeridade com que o movimento se ia operando.

Convocados uns pelos outros e a toda pressa, juntaram-se assustados na casa do padre José Custódio Dias, pelo meio dia; mas logo, ao principiar a sessão, apareceram divergências.

Evaristo, Carneiro Leão e Pairri propuseram que se resistisse à revolução, porque da sua vitória resultariam a queda do Imperador, a ruína das instituições e o reinado da anarquia. Alguns declararam-se resolutamente em favor do movimento iniciado, ansiosos de expelir D. Pedro do solo brasileiro, como português que era, e não tardaram em retirar-se da reunião, dirigindo-se para o Campo de SantAna, a ligar-se aos conspiradores. Os que se conservaram, assentaram em colocar-se à sua frente, para o encaminhar no sentido de salvar as instituições e a sociedade, que corriam iminente perigo.

O povo junto no campo revolvia-se, no entanto, no meio das mais disparatadas pretensões. Não estando armado, propunham uns que atacassem os depósitos, e se munissem de espingardas; outros queriam marchar contra os paços de São Cristóvão, e arrancar a coroa ao Imperador; estes falavam na proclamação de um Império federativo; e aqueles mais adiantados apregoavam já a necessidade de uma República.

Momentos antes das 7 horas da noite, comunicou-se a D. Pedro que os juízes de paz das paróquias da cidade lhe requeriam audiência. Admitidos incontinenti, o de SantAna dirigiu ao Imperador um discurso, declarando-lhe que o povo reunido, ainda que desarmado, no Campo de SantAna, representava por intermédio de seus magistrados que se dignasse o Imperador de reintegrar o Ministério demitido, e exonerar o que Sua Majestade Imperial nomeara, em data de 5, não desejando o povo mais que sustentar o Imperador no trono e a Constituição Política.

— Diga ao povo, respondeu-lhe o Imperador, que recebi a representação; que o Ministério passado não merecia a minha confiança; que do atual farei o que entendo; que sou constitucional e marcho com a Constituição. Hei-de defender os meus direitos garantidos pela Constituição, à custa de todos os meus bens e sacrifício de minha pessoa.

Fêz, em seguida, D. Pedro aos juízes de paz leitura do artigo constitucional que lhe dava a livre escolha dos ministros, e perguntou-lhes que número de cidadãos se achavam reunidos no Campo de Sant’Ana.

— Três a quatro mil, Senhor, disse um deles.

— Nem dois mil, replicou-lhe o Imperador. Enfim, já respondi; podem retirar-se: procurem sossegar (39) o povo. Estou pronto a fazer tudo para o povo, nada, porém, pelo povo.

Partidos que foram os juízes de paz (40), despediu o Imperador os ministros e o intendente geral da polícia, que se achavam em São Cristóvão, depois de recomendar-lhes que aplicassem toda a vigilância no intuito de acalmar o povo, e todo o cuidado em poupar derramamento de sangue, quando fossem compelidos a empregar a força pública.

Entretanto crescia no Campo progressivamente o número de pessoas. Ao princípio gente da ínfima classe, logo depois alguns deputados com séquito de cidadãos mais grados, por fim todos os deputados que tinham representado no dia 17 ao Imperador contra as cenas malfadadas de Março. Podia-se dizer que a opinião pública estava ali demonstrada tanto mais eficazmente quanto Evaristo, Paim, Souto, Carneiro Leão, Alencar, Limpo de Abreu e outros vultos de importância procuravam dirigir o movimento no sentido exclusivo e requerer e obter unicamente do chefe do Estado a demissão do Ministério, salvando-se assim as instituições existentes e sufocando-se logo nos seus princípios a revolução intentada pelos exaltados.

Os juízes de paz, de volta de São Cristóvão, comunicaram o resultado de sua comissão, aumentando com a narrativa a exasperação do povo. Muitos trataram logo de munir-se de armas. Outros se incumbiram de pedir auxílio às tropas aquarteladas, com que contavam para o momento do perigo. Uma voz se ouviu, contudo, ainda preponderante, propondo que se mandasse uma deputação ao general comandante das armas, a suplicar a sua intervenção com o Imperador, a fim de obter o povo a demissão do Ministério, prometendo-lhe dispersar-se depois com toda a tranqüilidade.

Aceite (41) este alvitre, foram designados para a deputação referida os deputados Vieira Souto e Odorico Mendes, que, admitidos à presença de Francisco de Lima, lhe expuseram a firme resolução do povo de antes sacrificar a vida que deixar de conseguir a demissão do Ministério que lhe não merecia a confiança. O brigadeiro Francisco de Lima esforçou-se em aquietá-los, afiançando ir pessoalmente a São Cristóvão e juntar suas súplicas às do povo para que o Imperador anuísse.

Seriam 9 horas quando se dirigiu aos paços de São Cristóvão o brigadeiro Francisco de Lima. Admitido à presença de D. Pedro, comunicou-lhe quanto presenciara, o que o povo desejava, e como era conveniente para bem das instituições, e para poupar–se derramamento de sangue, que Sua Majestade se dignasse aceder aos votos da opinião pública.

O Imperador, que não simpatizava com Francisco de Lima, não lhe prestou inteiro crédito à narração (42) e ordenou-lhe expedisse para São Cristóvão dois batalhões de primeira linha, a fim de reforçar-lhe a guarda dos paços, e executasse as ordens que lhe fossem transmitidas pelo Ministério da Guerra, que, entretanto, nenhumas enviou daí por diante ao comandante das armas.

Quando Francisco de Lima chegou ao Campo de SanfAna, já aí se achavam reunidos ao povo o 1.° e 2.° corpo de artilharia de posição, tendo à sua frente o brigadeiro Francisco de Paula Vasconcelos. Francisco de Lima fêz logo partir para São Cristóvão um seu ajudante de ordens a participar o fato ao Imperador. Não tardou infelizmente o 1.° batalhão de granadeiros em imitar o exemplo da artilharia, aparecendo no Campo às 10 horas da noite. O movimento já não era só de paisanos: avultava com a junção de tropas arregimentadas.

Correndo a notícia até São Cristóvão, o batalhão do Imperador, que estava de guarda ao paço, abandonou o seu posto, tendo à sua frente o comandante, o coronel Manuel da Fonseca Lima, e tratando igualmente de reunir-se no Campo com o povo e tropa ali aglomerados. O brigadeiro José Joaquim de Lima e Silva, apenas lhe chegou aos ouvidos o acontecimento, tomou igualmente o caminho do Campo, ou no intuito de fortalecer também com o seu concurso a iniciada revolução, ou, como depois afirmou publicamente, de dominar e dirigir a tropa, para que não se debandasse. A pouco e pouco chegaram ao Campo outros contingentes militares, inclusivamente o batalhão de artilharia da Marinha.

Perto da meia-noite, resolveu-se de novo o brigadeiro Francisco de Lima a expedir a São Cristóvão Miguel de Frias Vasconcelos, incumbido de suplicar ao Imperador que, quanto antes, anuísse à vontade do povo e da tropa, reunidos, já, demitindo o Ministério, ou, no caso de Sua Majestade entender mais próprio de sua dignidade, nomeando novo Gabinete composto de homens liberais, quando se não resolvesse a reintegrar o Ministério demitido na tarde de 5 de Abril. Ao chegar a São Cristóvão, encontrou Frias marchando para o Campo a artilharia ligeira, que estava de guarda no paço. Soube que, representando os soldados ao Imperador que os demais corpos militares haviam abandonado São Cristóvão, respondeu-lhes D. Pedro que não queria sacrifício de pessoa alguma, e eles podiam juntar-se a seus companheiros.

Admitido Frias à presença do Imperador, divisou-lhe na fisionomia verdadeiros indícios de perturbação. Não era já o homem que o despedira tão resolutamente, havia algumas horas. Parecia abatido, e como se mostrava indiferente até aos discursos que lhe eram dirigidos. Com Sua Majestade estavam os diplomatas de França e Inglaterra, e alguns ministros de Estado, o intendente da polícia, e vários criados da casa. Frias expôs por miúdo ao Imperador a situação dos negócios públicos, sem que obtivesse resposta imediata. Passados minutos, ousou chamar de novo a atenção do Imperador para as circunstâncias críticas do país, e declarar-lhe francamente que carecia voltar ao Campo, para se nfio tornar supeito (43), ou se não pensar que estivesse preso em São Cristóvão, com o que o povo e tropa poderiam ser inci-tados a lamentáveis desordens.

— O mesmo Ministério, de forma alguma; isto é, contra a minha honra e contra a Constituição, respondeu-lhe o Imperador. Antes abdicar. Antes a morte.

Parou e, depois de passear só e meditabundo por algum lempo, com os braços cruzados, sem se importar que o estivessem todos contemplando, determinou que Frias esperasse ainda e, chamando o intendente geral da polícia, ordenou-lhe partisse apressadamente a procurar o senador Vergueiro, e lhe dissesse que Sua Majestade o autorizava a organizar de pronto um novo Ministério, com o qual se apresentasse em São Cristóvão. O intendente desapareceu em um instante. O Imperador ora conversava com os dois diplomatas e os ministros, ora andava de um para outro lado da varanda, a ponderar sozinho. Perguntou a um dos criados se todos os soldados haviam abandonado a guarda dos paços e, ouvindo que apenas restavam poucos da Guarda de Honra, exclamou:

— Poucos, mas fiéis e leais! Não são como muitos que enchi de benefícios e estão no Campo a apregoar-se de patriotas!

Soou hora e meia no relógio, e não tinha ainda voltado o intendente. O Imperador chegou-se ao major Frias, e determinou–lhe que esperasse, se fosse preciso, até o amanhecer para levar ao povo uma resposta definitiva. Ecoaram duas horas, e nenhuma notícia aparecia do intendente. Quando, porém, duas e meia repeliram os relógios, mostrou-se no paço o desembargador Lopes da Gama, muito apreensivo e prostrado de fadiga. Declarou a D. Pedro que lhe não fora possível encontrar o senador Vergueiro nem em sua casa nem em vários lugares onde o procurara e fizera procurar, e que, à exceção de dois regimentos, toda a mais tropa estava no Campo reunida ao povo.

Ouviu-o o Imperador, fingindo-se tranqüilo, e, chamando então os diplomatas da Inglaterra e França, com eles se dirigiu para um gabinete do palácio. Bem não eram decorridos dez minutos, quando voltou e, procurando o major Frias, reparou este oficial que as feições do rosto do Imperador patenteavam, pelo esfogueado das cores o resultado de uma luta intensa e dolorosa. Os cabelos, que eram bastos, e se amoldavam contudo a um penteado regular e liso, agora desordenados e dispersos; os olhos como saídos das órbitas; trêmulo e convulso o corpo todo. O Imperador trazia na mão uma folha de papel aberta e, entregando-a a Frias, disse-lhe enternecidamente, e quase cortadas as palavras com soluços:

— Aqui tem a minha abdicação: estimo que sejam felizes. Eu me retiro para a Europa, e deixo um país que muito amei e ainda amo.

(Segundo Período do Reinado de D. Pedro I no Brasil, Rio de Janeiro, 1871, págs. 446-458).

(38) Não há razão para que se continue a manter a escrita regimen com n, quando as formas latinas dessa feição passaram ao vernáculo com a perda natural desse n insólito. Sem o n final estão no português os termos latinos volumen, nomen, numen, lúmen, examen, vimen, dictamen etc. As formas eruditas, essas, o conservam: cânon, pólen, hífen, glúten, líquen, sêmen, abdômen, éden, cólon, cróton; e algumas já o alijaram: germe, ísquio, molime, espécime, cacófato, síndeto, hipêrbato etc. (39) Sossegar, do lat. *sessicare (freq. de sedere), que produziu o are. sesse’gar e assessegar, antes da dissimilação do som vocálico (e em o). (40) Construção elegante, correspondente a — depois que foram partidos os juízes de paz- É uma oração reduzida temporal. O verbo partir está empregado com feição depoente, isto é, com forma passiva e significação ativa, à semelhança do que se dá no latim. A depoência só se efetua com verbo de predicação completa, diversamente da apassivação, que só pode existir em verbo transitivo. A forma verbal é igual em ambos, mas na última haverá sempre, claro ou oculto, um agente da voz passiva, que é o sujeito da ativa. Exemplo de uma teu, nosso, vosso e dando ã frase mais fina construtura: Leu-lhe as obras e e guardou-lhe os conselhos: olhou-te os olhos, apertou-me a mão e guiou-nos os labores; e no exemplo acima: não lhe prestou inteiro crédito à narração, cm que lhe vale por sua, referente a narração; e em Rui, quando diz que o pai "não recusou uma condecoração imperial, que aliás estava fadada a envelhecer-//ie, desusada, na gaveta." {Queda do Império, introd. XI-XII). e outra: …"lhe diz como eram gentes roubadoras / estas que ora de novo são chegadas (depoente); correndo a fama veio que roubadas / foram (passiva) por estes homens…" (na mesma est. 78 do c. I dOs Lusíadas). (4Í) aceite e aceito são formas sincréticas do part. pass. Terminam também na vogal — e — os participios assente, entregue, livre; em Portugal usa-se empregue, que Rebelo Gonçalves deixou no seguinte passo: …"a forma perguntar… deve manter-se, por fidelidade histórica,… e tem de ser empregue pelos Brasileiros, que de outra forma não usarri…" {Vocabulário Ortográfico da L. Portuguesa, introd., cap. II, p. LXXXVIII). (42) Ao dativo lhe cabe normalmente a função de objeto indireto. é erro vulgar entre nós empregá-lo junto a verbos transitivos: eu lhe vi por eu a vi. A boa linguagem vale-se dele, entretanto (como das formas pronominais me te, nos, vos) na função restritiva substituindo mui superiormente os adjetivos possessivos correspondentes seu, meu, ou quando afirma: "Addison… cativou-se-Z/ie das qualidades morais" (de Swift) (Oragões do Apóstolo, p. 161). (43) A raiz latina spec do verbo specere (em composição spicere) que produziu spectare — apresenta no vernáculo as seguintes formas: spec, spic, spect, spet, speit — e produz os seguintes termos, cuja significação está ligada à idéia inicial, ou atuai, de olhar e ver: — espécie, especia, especioso, específico, especiaria, espécime, espéculo, especular, especulação, inspeção, introspeção, retrospeção, intuspeção; — auspício (avis, ave + spicere, olhar), arúspice, aruspício (haru, intestino -f- spicere, olhar), frontispício (fronti + spicio), perspicuo, perspicaz, suspicaz; — aspecto, conspecto, circunspecto, ex(s)pectação, ex(s)pectante, ex(s)pectador, ex(s)pectativa, pers-pectativa, perspéctico, espectador, prospectivo, respectivo, retrospectivo, introspectivo, intuspectivo, espectro; — espetáculo, inspetor, prospeto, prospetor; — aspeito, despeito, respeitar, respeito, suspeitar, suspeito etc.


 

Seleção e Notas de Fausto Barreto e Carlos de Laet. Fonte: Antologia nacional, Livraria Francisco Alves.
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