Comentários acerca de Os Princípios de Filosofia ditos A Monadologia de Leibniz

Comentários
acerca de ” Os Princípios de Filosofia ditos A Monadologia” de G.W
Leibniz

Alexandre
Costa Leite

A) Introdução

O presente texto tem como objetivo
expor os principais conceitos( ou idéias) e princípios que
circulam no livro ” A Monadologia” de Leibniz. Para realizar esse intento
começarei com o objeto mais simples até chegar, gradativamente,
ao mais complexo. Assim, a estratégia de observação
consiste em partir da idéia de mônada e atingir a idéia
de deus; a mesma estratégia leibniziana. No intervalo que se localiza
entre essas duas noções mostrarei os princípios da
razão que coordenam o labor lebniziano.

B) Desenvolvimento

                       
1.1. A mônada é uma substância simples, visto que não
possui partes. É uma unidade simples, logo não-composta e
indivisível;

                      
1.2. Quanto à formação e à extinção
das mônadas só pode ser dito que elas se formam e se extinguem
instantaneamente, como mostrado pelo fato de elas não terem partes.
Assim, só o que é composto se forma pela composição
de partes e se dissolve pela decomposição de partes. Então,
as mônadas só começam por criação e acabam
por aniquilamento;

                      
1.3. As mônadas são entes porque têm qualidades. Isenta
de qualidade uma mônada seria indistinguível de outra, pois
não diferem em quantidade. A diversidade de qualidade nas mônadas
implica a multiplicidade de formas das coisas que compõem o mundo
e faz a mônada ser uma estrutura que pode ser compreendida como uma
multiplicidade contida na unidade;

                      
1.4. A mônada é uma espécie de ser passível
de mudança contínua. Ora, ” as mônadas não tem
janelas por onde qualquer coisa possa entrar e sair”, por conseguinte,
a variação das mônadas só pode se dar por um
princípio intrínseco a ela, nada influindo do exterior. A
ação desse princípio interno é o antecedente
que induz a mudança e ao fluxo de uma percepção a
outra; o nome de tal princípio é apetição.
Percepção
é o nome utilizado para caracterizar
o estado passageiro que envolve uma multiplicidade na unidade ou substância
simples. A mudança tem uma particularidade que produz a variedade
na substância simples.

                      
1.5. Cada mônada é ” um espelho vivo e perpétuo do
universo”, e este  é regulado em uma ordem perfeita; é
o espelho porque cada mônada é uma multiplicidade, com inúmeros
compartimentos e a realizar em referência as outras mônadas
relações que exprimem todo o universo.

                      
2.1 O que distingue os homens dos animais é o fato daqueles terem
o conhecimento das verdades necessárias e eternas, ou seja,
terem alma racional. Duas são as espécies de verdade: as
de razão e as de fato
. Aquelas ” são necessárias,
e o seu oposto, impossível; as de fato são contingentes,
e o seu oposto, possível.” Por exemplo: ” Se o homem é azul,
então o homem é azul ou amarelo.” É uma verdade necessária,
eterna e de razão, pois é uma tautologia,  logo é
uma necessidade lógica que se refere ao verdadeiro p->(p v q). As
verdades de razão são verdades lógicas e não-empíricas,
porisso pode-se até dizer que são a priori. A necessidade
pode ser compreendida como aquilo que é impossível que seja
de outra forma. Ao contrário, “está chovendo” é uma
verdade contingente e de fato, pois não é sempre o caso que
tal expressão assume o valor de verdade “o verdadeiro”, mas sim
só quando chove, ou seja, se e somente se estiver chovendo. É
uma verdade que precisa de conteúdo, assim é uma verdade
material, ou seja, empírica. Contingente, no dito de Russell, significa
que é logicamente possível que não existisse. É
possível que seja de outra forma. Depois do ganho teórico
que Hume nos deu fica fácil compreender o porquê da conexão
não-necessária entre os fatos.

                      
2.2  Dois são os princípios de nossos raciocínios:
o da contradição e o da razão suficiente.
” o da contradição, pelo qual consideramos falso o que ele
implica, e verdadeiro o que é  oposto ao falso que lhe é
contraditório”, ” e o da razão suficiente, pelo qual entendemos
não poder algum fato ser tomado como verdadeiro ou existente, nem
algum enunciado ser considerado verídico, sem que haja uma razão
suficiente para ser assim e não de outro modo, embora freqüentemente
tais razões não possam se conhecidas por nós”; o argumento
da contradição diz que algo não pode ser verdadeiro
e falso simultaneamente quando refere-se ao mesmo sujeito, por exemplo:
( tabela dos valores verdade mostra em que casos uma contradição
é falsa; a lógica formal clássica tem como uma regra
de inferência a contradição que diz que podemos inferir
de uma fórmula bem formada da forma “p. ~p -> q” qualquer coisa)
o argumento da razão suficiente diz que tudo tem uma razão,
ou seja, uma causa.

                      
3.1 “Deus” é o nome dado por Leibniz para caracterizar a substância
necessária que é a razão última das coisas(
prova da existência de deus pela razão suficiente). Há
somente um deus, e esse é suficiente, único, universal ,
necessário, absolutamente perfeito e que está fora do universo.
deus é o fundamento que possibilita as existências, pois ”
sem ele nada haveria de real nas possibilidades, e não somente nada
haveria existente, como ainda nada seria possível”; e o seu entendimento
é o habitat das verdades eternas. Assim, deus é a substância
originária que cria todas as mônadas.

                      
3.2 Deus, de acordo com Leibniz, criou o melhor dos muitos mundos possíveis.
“Ora, como há uma infinidade de idéias de Deus e apenas um
único pode existir, tem de haver razão suficiente da escolha
de deus, que o determine a preferir um e não o outro.” Russell diz
que um mundo é possível quando não contradiz as leis
da lógica. Segue-se que se Deus é bom, então 
criou o melhor dos mundos possíveis, ou seja, aquele que tem um
maior excesso de bem sobre o mal( princípio do melhor).



C) Conclusão

                   
O sistema filosófico de Leibniz pode ser caracterizado de esquema 
conceitual intelectualista devido ao fato de ter construído um “sistema
intelectual do mundo”, isto é, “creu conhecer a natureza íntima
das coisas, enquanto comparou todos os objetos apenas com o entendimento
e com os outros conceitos abstratos e formais de seu pensamento”, afirma
Kant em sua Crítica da Razão Pura. Leibniz parecia pensar
estar conhecendo a coisa em si através do entendimento que se realiza
antes da verificação empírica.

                  
O complexo conceitual lebniziano é a clássica metafísica
que busca dar uma fundamentação última ao conhecimento;
Leibniz, como Descartes e Espinosa, se depara com o conceito de Deus nessa
tentativa de atingir uma base segura e não-contraditória
para o conhecer. Sem o conceito de Deus a máquina de conceitos de
Leibniz não funcionaria, seria apenas como um carro sem combustível.
O conceito de Deus é muito importante para a constituição
da moral que é gerada pelo sistema metafísico. Em uma extensa
quantidade de mundos logicamente possíveis, Deus escolheu justamente
o nosso mundo por ser este o melhor de todos( Se Deus é bom, então
escolhe o melhor). Assim, cada um deve se contentar e afirmar sua alegria
independente da situação em que se encontra, pois este é
“o melhor dos mundos possíveis”.

D) Bibliografia

1- Leibniz, Gottfried Wilhelm. Princípios
de Filosofia ditos A Monadologia, coleção Os Pensadores.

2- Russell, Bertrand. História
da Filosofia Ocidental. Tradução de Brenno Silveira. Editora
UnB. 4 ed.

3- Chatelêt, François.
História da Filosofia- idéias, doutrinas. Texto de Rafaël
Pividal ” Leibniz ou o Racionalismo levado ao paradoxo”



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