VÉSPERA DE PÁSSARA

set 14th, 2011 | Por | Categoria: Poesia        

Nei Duclós

 

Começou o meu exílio

teu silêncio sem aviso

lei que define o limbo

cadeira no fim da fila

 

Faz o oposto do que digo

faz por gosto, faz por birra

me condena a ver navios

Some quando mais preciso

 

Gosto de tudo em ti.

Até do que não me liga:

o ciúme exigindo juras

o truque da teimosia

 

pandorga que esvoaça

gruda surda na marina

atirada como caça

da cabeça para cima

 

Véspera de pássara

esfinge, Luaça

álibi de vertigem

terraço de um enigma

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