O cavalo mágico
Mariana era uma moça bonita e inteligente. Morava num lindo palacete com seu pai, que era um rico negociante. No dia do seu aniversário, houve uma bela festa, em sua casa, à qual compareceram numerosos convidados.
Nessa festa, apareceu um rapaz simpático e muito bem vestido, que se apaixonou por Mariana. Pediu a moça em casamento e foi aceito, pois nada havia contra êle. O casamento realizou-se, pouco depois, com grande pompa.
Depois da cerimônia, quando Mariana se preparava para acompanhar o marido, apareceu-lhe Nossa Senhora, sua madrinha, que lhe disse o seguinte:
— Minha filha, fique sabendo que você se casou com o Diabo, metido na figura desse moço bonito. Depois da festa, quando êle quiser levá-la para casa, deverá você dizer a seu pai que prefere o cavalo mais magro e mais feio que houver na estrebaria; e, quando chegar ao lugar em que a estrada se encontra com outra, formando uma cruz, deixe seu marido seguir pela esquerda; você tomará a direita e mostrará ao Diabo o rosário, para que êle estoure e volte para o inferno.
Pouco antes da meia-noite, o marido resolveu partir com a moça, mandando selar os cavalos. Veio para Mariana um lindo cavalo branco, muito gordo. Mas a moça recusou-o, dizendo que preferia o cavalo mais feio e magro que estivesse na estrebaria. Seu pai estranhou o pedido, mas atendeu ao desejo da filha.
Os noivos partiram. Quando chegaram ao lugar em que a estrada formava uma cruz com outra, o Diabo quis que a moça tomasse a esquerda e passasse adiante. Então, Mariana disse:
— Não, vá na frente você, que sabe o caminho de sua casa. Eu nunca fui lá e jamais irei. Dizendo isso, Mariana tomou logo a direita e mostrou o rosário ao marido.
Ouviu-se, então, um grande estouro. A terra abriu-se, deixando sair um forte cheiro de enxofre. E o Diabo sumiu nas profundezas do inferno.
Mariana disparou o cavalo e, quando estava bem longe, entrou na floresta e vestiu uma roupa de homem, de côr verde. Continuou a viagem e, chegando à capital do reino, foi servir no exército. Pouco depois, foi promovida ao posto de sargento e, devido à côr de sua roupa, ficou sendo conhecida por Sargento Verde.
O rei simpatizou com o garboso sargento e mandou-o servir na guarda do palácio. Quase todas as tardes, quando ia passear no jardim, o rei levava consigo o Sargento Verde e acabou tomando-lhe grande amizade.
A rainha, quando viu o Sargento Verde, ficou logo apaixonada por êlé. Tentou, por diversas vezes, seduzi-lo, dizendo que mataria o rei, se êle prometesse casar-se com ela. Mas o Sargento Verde respondia sempre:
— Deixe-me em paz. Nunca trairei o meu soberano.
Desapontada com a recusa do Sargento, a rainha resolveu vingar-se. Procurou o marido e disse-lhe:
— Saiba Vossa Majestade que o Sargento Verde declarou que é capaz de subir e descer as escadas do palácio, montado no seu cavalo em disparada, dançando e atirando ao ar três ovos, que tornarão a cair dentro de um copo, sem se quebrarem.
O rei, admirado, mandou chamar o Sargento Verde e perguntou-lhe se era verdade.
— Eu não disse tal coisa, real senhor, respondeu o Sargento. Mas como foi a rainha, minha senhora, que o afirmou, vou tentar fazê-lo.
O Sargento Verde saiu dali muito triste. Sentou-se à porta de sua casa. Com grande espanto, viu seu cavalo aproximar-se e dizer-lhe:
— Não tenha receio, meu senhor. No dia marcado, faça o que prometeu, e tudo sairá bem.
Assim foi. O Sargento Verde fêz tudo o que a rainha tinha inventado. O povo, deu-lhe muitos vivas e o rei apertou-lhe a mão, admirado de sua habilidade.
A rainha não desistiu de se vingar. Alguns dias depois, procurou o rei e disse-lhe:
— Saiba Vossa Majestade que o Sargento Verde declarou que é capaz de plantar, na hora do almoço, uma laranjeira do tamanho de um palmo, e que, à hora do jantar, já estará carregada de laranjas.
O rei chamou o Sargento e ordenou-lhe cumprir sua palavra. Com o auxílio do seu cavalo mágico, êle conseguiu fazer tudo, como da primeira vez, sendo muito aplaudido pelo povo.
A rainha ficou furiosa, mas não desanimou. No fim de três dias, procurou o rei e pregou nova mentira:
— O Sargento Verde declarou que é capaz de ir buscar a irmã de Vossa Majestade, que está encantada no fundo do mar.
O rei ficou muito satisfeito e deu ordem ao Sargento para que cumprisse a promessa. Mariana ficou aflita. Achava que, desta vez, nada poderia fazer e seria enforcada. Mas o cavalo mágico tranqüilizou-a:
— Não tenha receio. Arranje um garrafão de azeite, um punhado de cinza e uma carta de alfinetes. Monte em mim e, quando chegar à praia, corte as ondas em cruz com a sua espada. As águas abrir-se-ão. Entre pelo mar adentro até chegar à caverna onde se acha a princesa encantada. Rapte-a, ponha-a na garupa e corra, para trás, a todo o galope. O dragão que guarda a princesa sairá em nossa perseguição. Assim que êle estiver perto, derrame, primeiro, o azeite, depois a cinza e, por último, a carta de alfinetes.
Mariana fêz tudo como o cavalo havia ensinado. Raptou a princesa e voltou na disparada. O dragão perseguiu-a. Quando estava bem perto, ela derramou o garrafão de azeite. Formou-se uma grande lagoa, onde o dragão quase se afogou. O monstro conseguiu sair da lagoa e continuou a perseguir os fugitivos.
Quando estava quase a alcançá-los, Mariana atirou um punhado de cinzas. Formou-se um espesso nevoeiro. O dragão custou a atravessá-lo, mas não desanimou de perseguir os fugitivos. Continuou a correr em seu encalço. Quando estava quase agarrando-os, Mariana jogou para trás a carta de alfinetes. Formou-se, então, um bosque de espinhos no qual o dragão se debateu e acabou morrendo.
Quando chegaram ao palácio, foram recebidos com grande alegria. Mas o rei não ficou de todo satisfeito, porque ;i princesa, salva do monstro, nada dizia. Estava muda. M.i riana consultou o cavalo e este lhe disse:
— Apanhe as minhas rédeas e bata com as mesmai três vezes nas costas da princesa, e ela falará.
O Sargento seguiu o conselho do cavalo. Então, a prin cesa desencantou-se e voltou a falar. Suas primeiras palavras foram estas:
— Se o Sargento Verde fosse homem, o rei, meu irmão, teria sido enganado pela rainha.
Diante disso, Mariana despiu a farda e voltou a usai trajes de moça. O cavalo desencantou-se e virou um príncipe muito bonito que se casou com a princesa. E o rei, indignado com o procedimento da esposa, divorciou-se dela e con denou-a à prisão perpétua. Mais tarde, casou-se com Mari;ma que, assim, se tornou rainha.
Fonte : Contos Maravilhosos – Theobaldo Miranda Santos, Cia Ed. Nacional
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