PAULO JOSÉ DE MELO AZEVEDO E BRITO

Biblioteca Academia Paulista de Letras – volume 7.

História da Literatura Brasileira TOMO I. vol 3.

 LIVRO PRIMEIRO Época de Transformação (século XIX) 2º período (Fase Patriótica)

Artur Mota (Arthur Motta) (1879 – 1936)

PAULO JOSÉ DE MELO AZEVEDO E BRITO

Nasceu na Bahia, no ano de 1779, e faleceu no Rio de Janeiro, a 25 de setembro de 1848.

BIBLIOGRAFIA

1) Elogio poético ao Conde dos Arcos. Encontra-se na "Relação das festas que a D. Marcos de Noronha e Brito, Conde dos Arcos, etc. deram os subscritores da praça do Comércio aos 6 de setembro de 1817". Bahia, 1817, 64 págs.

2) Epitalamio, seguido de três elogios. Rio de Janeiro, 1844, 51 págs. No epitalamio celebra o consórcio de D. Pedro II e, nos elogios, os aniversários de seus pais e avô.

3) Epístola. Acha-se no "Parnaso Lusitano", tomo 5.°.

4) Ode sáfica, escrita em 1797. Encontra-se no "Guanabara", tomo 1.°, n.° 1, dezembro de 1849, pág. 35.

5) O círio — epístola. Está no "Parnaso Brasileiro", de J. M. Pereira da Silva, tomo 2.°, pág. 227.

6) Glosa ao mote dado por D. Pedro I. Encontra-se, segundo afirma S. Blake, em "Clássicos e românticos", de F. Muniz Barreto, ou em um volume de Bonifácio de Abreu W.

7) Carta de um membro da patriótica junta do governo provisório da província da Bahia, com um apêndice. Lisboa, 1822, 76 págs.

8) Requerimento que à augusta Assembléia Geral Legislativa do Império do Brasil levou, queixando-se do procedimento arbitrário e ilegal, havido com ele, no colégio eleitoral desta cidade (Bahia), e que serve de justificação de seu comportamento cívico, que seus êmulos pretendem manchar. Bahia, 1828, 50 págs. Publicado por um sobrinho do autor.

NOTAS BIOGRÁFICAS

Era bacharel em direito pela Universidade de Coimbra. Foi vice–presidente da primeira junta provisória do governo da Bahia, na eleição de 10.2.1821; depois presidente da mesma província e seu representante na 3.a legislatura da Assembléia Geral.

Foi comendador da ordem de Cristo, veador da imperatriz e senador do império pela província do Rio Grande do Norte.

Sobre ele escreveu Macedo: "Inteligência feliz e brilhante, homem de merecimento distinto, literato e poeta estimado pelos seus contemporâneos, aplaudido e altamente elogiado por eles, com lisonjeiro e animador horizonte aberto em superior grau administrativo e na mais elevada posição, no Senado do Império, ou por desídia re-preensível, ou por modéstia excessiva, ou por sistema adotado de abstenção e de concentrada vida que foi nociva à glória pátria — fraca e incompleta lembrança deixou de seu nome, que direitos tinha a perpetuar-se esplêndido. Foi no seu tempo grande homem que se condenou a afigurar-se pequeno na memória dos povos".

A julgar pela epístola "O círio", única produção que dele conheço, é exagerado o juízo encomiástico de Macedo. Verdade é que, também, Filinto Elysio o louvou.

Trata-se de um poeta afeito ao panegírico, exceto na epístola referida, em que o estilo é jocoso e os versos corretos e fluentes, mas o motivo fútil e fraca a inspiração.

(4) Verifiquei em Tersina, de F. Bonifácio de Abreu (mais tarde Barão de Vila da Barra — o tradutor da Divina Comédia, de Dante) e não a encontrei.

Não dou crédito ao juízo de Macedo, sempre propenso a enaltecer.

Paulo José de Melo era poeta clássico, pertencente, ainda, ao grupo dos panegiristas. Não teve elevação de idéias.

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