Schopenhauer – “Metafísica do Belo” – A Genialidade e o Puro Sujeito que Conhece

A Genialidade e o Puro Sujeito
que Conhece

Pablo Dressel

Para podermos
investigar sobre o gênio precisamos ter em mente que o único viés para
apreender as Ideias, como Schopenhauer apresenta em sua obra “Metafísica do
Belo”, é a pura contemplação, um mirar profundo que vai além da análise física
e estética do objeto, em outras palavras, um mirar que se eleva acima do que o
rodeia. 

 

A capacidade
preponderante de apreender as Ideias das coisas por intuição contemplativa e
puramente objetiva, a qual só acontece na medida em que é abandonado o modo de
consideração conforme o princípio de razão, pertence ao gênio enquanto “puro
sujeito que conhece”. Para todo sujeito que for participar desse mirar
profundo, dessa pura contemplação, é exigido dele uma “pura disposição
objetiva, isto é, esquecimento completo da própria pessoa e de suas relações”,
por isso é a objetividade mais perfeita, e que Schopenhauer a chama de
genialidade.

 

Assim, o
característico da genialidade não se expressa na criação artística, mas no mero
conhecimento da Ideia, capacidade possuída, em maior ou menor grau, por
qualquer homem enquanto puro sujeito que conhece.

 

 

Arthur Schopenhauer

 

Alcançando ideias através da
pintura de paisagem

O indivíduo que
elevar-se para apreender as ideias, que estão aquém das coisas físicas e
lógicas, portanto, aquém dos conceitos que a razão domina, terá de intuí-las e
assim irá adquirir um puro conhecer do mundo que não dependa do princípio de
razão.

 

 

Este conhecer que é
independente da razão e destituído da vontade que move tudo que há no mundo, é
o que podemos chamar de contemplação da ideia enquanto objeto puro e isolado do
mundo. Este conhecimento puro apreendido através da contemplação é que origina
um objeto de arte feito pelo gênio que apreendeu a ideia.

  

 

Todos podemos
contemplar uma ideia que esteja representada em uma obra de arte, porém nossa
dificuldade não está em apreender a ideia ou o belo através de uma obra de
arte, está em aprrende-la diretamente da natureza, assim como faz o gênio.
"Sem a intermediação da arte, o mundo vegetal ou a natureza morta se
oferece em quase toda parte para a fruição estética. Entretanto, na medida que
é propriamente  OBJETO DE ARTE, seu domínio reside na pintura de
paisagem".

        
Em uma exposição, seja ela do mundo vegetal, ou de construções, rochedos,
ruínas ou igrejas, "o lado subjetivo da fruição estética é preponderante,
ou seja, nossa alegria aí não reside imediata e principalmente na apreensão das
ideias exposatas, e sim mais no corelato subjetivo dessa concepção, no estado
puro do conhecer destituído de vontade: o pintor nos deixa de fato ver as
coisas pelos seus olhos". Nesse ponto podemos apreender as ideias com
ajuda de uma obra de arte, contemplá-las e nos satisfazermos com alegria, mas
isso ainda assim nos parece cabível, díficil é aceitar que não há explicação
racional para alcançarmos tais ideias diretamente da natureza, só o gênio pode
fazer isso.

 

 

 

 

 

 

 

Um veneno chamado dóxa.

Eu lendo "O mundo como vontade e
representação" de Arthur Schopenhauer me deparo com uma frase de Berkeley:
"Few men think; yet all will have opinions" (Poucos homens pensam,
ainda que todos queiram ter opiniões).

 

Daí me pergunto se o trabalho desses
filósofos podem ser agredidos ou perdidos em meio a, agora usando palavras do
próprio Shcopenhauer, "tantos espíritos que espalham sua influência
nefasta por gerações inteiras, às vezes séculos, sim , aumentando e
proliferando, por fim degenerando em monstruosidade." 

 

 

Por fim, devemos nos dar ao trabalho de, ao
menos, respeitar suas obras e se possível apresentá-las ao maior número de
pessoas sem que sejam intoxicadas por nossas venenosas dóxas, ou
opiniões. E é claro, lembrando que nada tem de gloriosas, essas opiniões, como
sugere alguns dicionários ao traduzir dóxa como "glória".

 

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