O imperador do Japão provém duma família, cuja linha ancestral se conservou intacta por dois mil e quinhentos anos.
E há chineses que dizem possuir registos de antepassados, que existiram há seis mil anos.
O povo acredita que o imperador do Japão descende da lua. Se um homem branco pertencesse a uma família que se ligasse diretamente a Alexandre Magno, nós o veneraríamos tão devotamente como cultua o japonês o seu imperador.
Imaginai uma ilha no Pacífico que, em meio do século XIX, permanecesse como há mil anos atrás. Enquanto o mundo ocidental inventava máquinas, derrubava monarquias e criava democracias, a pequena ilha do Japão vivia na Idade-Média, com seus curiosos castelos, seus cavalheiros pitorescos e seus característicos códigos de honra. Quando um cavalheiro atravessava uma rua, todos deveriam ajoelhar-se. Mostrar o menor desrespeito era arriscar-se a receber um golpe mortal de sua cimitarra. Quando um nobre cometia a menor quebra de etiqueta, esperava-se que executasse o hara-kiri, que era um método peculiar de suicidar-se: o nobre sentava-se sobre a esteira e matava-se, passando, em forma de cruz, uma espada pelo abdômen, primeiro da esquerda para a direita, e depois de cima para baixo. E seu melhor amigo, dando uma demonstração de amizade, ficava junto para cortar-lhe a cabeça.