ÁUREA MEDIOCRITAS – Capítulo I de “O Homem Medíocre de José Ingenieros”

I.
ÁUREA MEDIOCRITAS ?
— II.
OS HOMENS
SEM PERSONALIDADE. — III. EM TORNO DO HOMEM MEDÍOCRE. —
IV. CONCEITO SOCIAL DA MEDIOCRIDADE. — V. o ESPÍRITO
CONSERVADOR. — VI. PERIGOS SOCIAIS DA MEDIOCRIDADE. — VII.    a VULGARIDADE.

I
Áurea mediócritas?

Há uma certa hora em que o pastor ingênuo se
assombra diante da natureza que o circunda. A penumbra se adensa; a côr das
coisas se uniformiza no cinzento homogêneo das
silhuetas, as primeiras humidades crepusculares levantam, de
todas as ervas, um vago perfume; aquieta-se o rebanho para dormir; o sino
remoto tange o seu aviso vesperal. A impalpável
claridade
lunar vai se esbranqui çando,
ao
cair sobre as coisas;
algumas estrelas inquietam o firmamento com a sua
titila ção, e um longínquo rumor de arroio brincando nas brenhas,
parece
conservar sobre misteriosos temas. Sentado
sobre a pedra menor áspera que encontra à beira do
caminho, o pastor contempla e emudece. convidando
em vão a meditar pela convergência do sítio e da hora. Sua admiração primitiva
é simples estupor. A poesia natural que o rodeia, ao
refletir-se em sua imaginação, não se converte em poema. Êle é,
apenas , um objeto no quadro, uma pincelada: como a pedra, a árvore a ovelha, o
caminho; um acidente na penumbra. Para
êle, todas as coisas foram sempre as assim
continuarão a ser, desde a terra que pisa até o rebento que apascenta.

A MORAL DOS IDEALISTAS – Introdução de “O Homem Medíocre” de José Ingenieros

O Homem Medíocre

José Ingenieros (1877-1925)

INTRODUÇÃO – A
MORAL DOS IDEALISTAS

i.    a emoção 
do  ideal.  —  ii.    de  um  idealismo  com
fundamento na experiência. — iii.    os temperamentos  idealistas.  — iv.    o  idealismo  romântico.  — v. o idealismo estóico. — vi.     símbolo.

 

I
A emoção do ideal

Quando orientas a proa visionária em
direção a uma estrela, e desdobras as azas para atingir tal excelsitude
inacessível, ansioso de perfeição rebelde à mediocridade, levas em ti o impulso
misterioso de um Ideal. É áscua sagrada, capaz de te preparar para grandes
ações. Cuida-a bem; se a deixares apagar, jamais
êle se reacenderá. E se ela morrer em ti, ficarás inerte: fria bazófia
humana.

O ROMANCE DA LITERATURA AMERICANA – História da Literatura nos EUA

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

Curiosidades da literatura americana

SABEIS que foi a um autor americano que Shakes-peare pediu emprestada sua descrição das cenas tempestuosas de A Tempestade? Esse autor foi Guilherme Strachey, que escreveu magnífica história de uma tempestade em que naufragou seu navio, numa viagem à Virgínia, em 1609.

* * * *

Eis aqui curioso incidente, que encontrámos num livro americano dos começos do período colonial: "Uma mulher da colônia da Baía de Massachusetts tinha uma taramela na língua, como punição por haver falado mal dos mais velhos".

‘* * *’

O primeiro poema produzido na América, Nova An-glia (1625), por Guilherme Morrell, foi escrito, não em inglês, mas em latim !

‘* * *

A maior obra literária de Benjamin Franklin, sua Autobiografia, foi escrita simplesmente para ser lida por seu filho e não para ser publicada. Não foi publicada em sua forma original senão um século depois.

Um dos primeiros poetas americanos foi uma jovem escrava negra, nascida na África. Seu nome era Filis Wheatley,

* * *

A Idade de Razão, de Thomas Paine, foi considerado um livro ateu. O certo é que nada disso é verdade. Escreveu esse livro como um argumento contra o ateísmo e a favor da religião. Eis o que o próprio Paine tem para dizer sobre o assunto {A Idade de Razão, p. 2) : Creio em… Deus.. . e espero a felicidade na outra vida. Creio na igualdade dos homens, e creio que os deveres religiosos consistem em fazer justiça, amar o perdão e tentar tornar felizes todos os nossos semelhantes."