A CRISE SOCIAL

Oliveira Lima A CRISE SOCIAL* Se soubesse, quando fui procurado pela vossa benevolência, que esta festa acadêmica comportava êste ano uma parte dançante, teria escolhido assunto mais leve para tema das minhas palavras do que — "a crise social". Reconheço que a matéria é grave em demasia e decerto contrasta com a despreocupação e a … Ler mais

O CASO DE SÃO DOMINGOS

Oliveira Lima O CASO DE SÃO DOMINGOS Um meu amigo americano de Nova York, que tem viajado muito na América do Sul e se acha identificado com o movimento de cooperação entre as duas Américas — a Latina e a Saxónica — escrevia-me, ao saudar-me pela minha chegada: V. achará agora uma certa reação contra … Ler mais

O BOM JESUS DE CUIABÁ – Crônicas matogrossenses

O BOM JESUS DE CUIABÁ A 5 de Junho de 1728, regressou a São Paulo numa luzida canoada, Cuiabá abaixo, o governador de São Paulo, D. Rodrigo Cesar de Meneses. Após dezoito meses e dez dias de humilhação e vexames, o povo cuiabano respirou afinal, menos oprimido. Deixara D. Rodrigo o capitão-mor Luís Rodrigues Vilares, … Ler mais

A LENDA DE SUMÉ – Índios Guaiás

indias peladas

A LENDA DO SUMÉ

Dentre as numerosas nações selvagens que ocupavam o território goiano antes das invasões paulistas, a mais dócil e inteligente, a que menos mal fazia e menores pretensões de mando tinha naqueles remotos sertões, era a dos Goiás, que, no entanto, não deixava de ser temida pelas outras do mesmo território — mais numerosas e aguerridas como eram as do Xavantes, Coroados, Canoeiros e Caiapós.

Os Goiás veneravam a um ser benéfico que chamavam de Sumé, ao qual atribuíam sua colocação naquelas paragens, onde os reunira e educara para a vida nas aldeias, constituindo-se em primeiro chefe que teve essa nação.

Contam que Sumé — lenda que ainda hoje corre em Goiás passando de boca em boca com ligeiras variantes — indo um dia visitar a sepultura de sua mulher no alto da serra do Arari (serra Dourada), aparecera-lhe e sem saber como um velho pajé da tribu Caiapó, que assim lhe falou:

O DRAMA DO ARROMBADO – Conto de fantasma

xaveco, cantada baile

O DRAMA DO ARROMBADO A tarde fora muito quente e ali por volta de cinco horas começou a escurecer. Alexandrina, que já preparava para ir à casa do tio ver passar a procissão, não pôde esconder o seu desgosto ao ver o tempo incerto, ameaçando chuva. Veio até a varanda, já calçada e de saia … Ler mais

A HISTÓRIA DOS QUATRO BRÂMANES LOUCOS – conto Paña da Índia

Os párias, infelizes rebotalhos humanos, homens sem casta, intocáveis, votados à mais vil degradação, nem por isso deixaram de ter seu poeta, tão excepcionalmente grande que mesmo pelos brâmanes era chamado Tiruvaluva, o Divino Pária. Outros párias, desconhecidos, também contaram as lendas e desgraças de sua gente, coisas que a tradição oral conservou, e acabaram sendo recolhidas por estudiosos dos costumes e povos da índia. A História dos Quatro Brâmanes Loucos é uma sátira, onde, rindo, os párias exercem sua vingança contra a casta "salda da cabeça do deus". Não nos consta que antologias dedicadas ao conto hindu tenham recolhido a história que aqui damos.

Primeira Guerra Mundial – Resumo Completo da História

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

História da Inglaterra no século XVI

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

História Universal de Césare Cantu

CAPÍTULO XXV A Inglaterra

O primeiro dos Tudors, o avaro e severo Henrique VII, que tinha adquirido à Inglaterra a tranqüilidade externa à custa da dignidade nacional, o sossego no interior pelo despotismo, por suas extorsões e pela humilhação da aristocracia, que as Guerras das Duas Rosas tinham dizimado, deixou o reino a seu filho sem experiência alguma dos negócios, com um tesouro de um milhão e oitocentas mil libras esterlinas. Na idade de dezoito anos, ativo, estudioso e excessivamente ávido de prazeres. Henrique VIII, mais versado na escolástica e na teologia do que convinha a um príncipe, começou o seu reinado com esplendor, com festas, torneios, cavalhadas, excitando com seu exemplo os senhores a aparecerem com suas riquezas enterradas, compondo música e punindo os concussio-nários; êle adquiriu assim a popularidade.

Capítulo VII – A MEDIOCRACIA – O Homem Medíocre – José Ingenieros

O Homem Medíocre (1913)

José Ingenieros (1877-1925)

 

Capítulo VII – A MEDIOCRACIA

I. O clima da mediocracia. — II. a pátria. — III. a política das piaras. — IV. os arquetipos da mediocracia.— V. a aristocracia do mérito.

I — O clima da mediocridade

Em raros momentos, a paixão caldeia a história, e se exaltam os idealismos; quando as nações se constituem, e quando elas se renovam. Antes, é secreta ânsia de liberdade, luta pela independência; mais tarde, crise de consolidação institucional a seguir e, depois, veemência de expansão, ou pujança de energias. Os gênios pronunciam palavras definitivas; os estadistas plasmam os seus planos visionários; os heróis põem o seu coração na balança do destino.

A INVEJA – Capítulo V de O Homem Medíocre de Ingenieros

O Homem Medíocre (1913)

José Ingenieros (1877-1925)

Capítulo V – A INVEJA

I. a paixão nos medíocres. —II. psicologia dos invejosos. — III. os roedores da glória. — IV. uma cena dantesca: o seu castigo.

I — A paixão nos mediocres

A inveja é uma adoração que as sombras sentem pelos homens, que a mediocridade sente pelo mérito. É o rubor da face sonoramente esbofeteada pela gloria alheia. É a grilheta que os fracassados arrastam. É o áloc que os impotentes mastigam. É um humor veneno-no que se expele das feridas abertas pelo desengano da própria insignificância.

Por suas forças caudinas passam, cedo ou tarde, os que vivem como escravos da vaidade; desfilam, lívidos de angústia, trovos envergonhados da sua própria tristeza, sem suspeitarem que o seu ladrar envolve uma con sagração inequívoca do mérito alheio. A inextinguível hostilidade dos néscios sempre foi o pedestal de um mo numento.

É a mais ignóbil das torpes cicatrizes que afetam os carácteres vulgares. Aquele que inveja, rebaixa-se, sem o saber; confessa-se subalterno; esta paixão é o estig ma psicológico de uma humilhante inferioridade, senti da reconhecida.

Não basta ser inferior para invejar, pois todo ho mem o é de alguém, num sentido ou noutro; é necessá rio sofrer em conseqüência do bem alheio, da felicidade alheia, de qualquer enaltecimento alheio. Nesse sofrimento está o núcleo moral da inveja; morde o coração, como um ácido; carcome-o, como polilha; corrói, como a ferrugem, ao metal.

OS VALORES MORAIS | O Homem medíocre, de José Ingenieros

Capítulo III – OS VALORES MORAIS

I. a moral de tartufo. — II. O homem honesto. — III. os transfugas da honestidade. — IV. função social da virtude. — V. a pequena virtude e o talento moral. — VI. o gênio moral: a santidade.

I — A moral de Tartufo

A hipocrisia é a arte de amordaçar a dignidade; ela faz emudecer os escrúpulos nos espíritos incapazes de resistir à tentação do mal. É falta de virtude para renunciar a éste, e de coragem para assumir a sua responsabilidade. É o guano que fecunda os temperamentos vulgares, permitindo-lhes prosperar na mentira: como essas árvores cuja ramagem é mais frondosa, quando crescem nas imediações dos lodaçais.

Gela, por onde ela passa, todo nobre germe de ideal: é o evento rijo e frio que destrói o entusiasmo. Os homens rebaixados pela hipocrisia vivem sem sonho, ocultando suas intenções, disfarçando seus sentimentos, dando saltos como uma fera; têm a íntima certeza, embora inconfessada, de que seus atos são indignos, vergonhosos, nocivos, arrufinados, irremissíveis. Por isso, sua moral é dissolvente: envolve sempre uma simulação.

Os hipócritas não são impelidos por fé alguma; não suspeitam o valor das crenças retilíneas. Esquivam a responsabilidade das suas ações, são audazes, na traição, e, tímidos, na lealdade. Conspiram, e agridem na sombra, espeçonhentas, e difamam com aveludada suavidade. Nunca ostentam um galardão inconfundível: cerram todas as frinchas do seu espírito, pelas quais poderia escapar-se, ou revelar-se, a sua personalidade nua, sem roupagem social da mentira.

É seu anelo simular as aptidões e qualidades que consideram vantajosas, para acentuar a sombra que projetam no seu cenário. Assim como os engenhos exíguos macaqueiam o talento intelectual, sobrecarregan-do-se de requintados artifícios, subterfúgios e defesas, os indivíduos de moralidade indecisa parodiam o talento moral, ouropelando de virtude a sua insípida honestidade. Ignoram o veredicto do próprio tribunal interior; aspiram o salvo-conduto outorgado pelos cúmplices dos seus prejuízos convencionais.

O ROMANCE DA LITERATURA INGLESA

maravilhas das antigas civizações

Quem escreveu as peças de Shakespeare?

TEM havido grande controvérsia entre os estudiosos para saber se as chamadas peças de Shakespeare foram escritas por Shakespeare ou por Bacon.

Os baconianos sustentam que Shakespeare foi um inculto ’empregado de açougue, crescido num meio ignorante e totalmente jejuno do vasto cabedal de cultura, que entra na criação das peças, vindas a lume com seu nome.

A este argumento respondem os shakespearianos que, em primeiro lugar, Shakespeare não era totalmente inculto, e, em segundo lugar, que há muitos casos na literatura de homens de pouco cultivo haverem produzido obras geniais. A inspiração, dizem eles, é muito mais importante do que a educação. Além disso, apontam eles o fato de cometer sempre Shakespeare enganos tais que Bacon jamais poderia cometer. Porque Shakespeare é um poeta c Bacon um erudito. Shakespeare, cuja inspiração é maior do que seus conhecimentos, atribue um litoral à Boêmia, que não passa de um país interno; faz Heitor citar Aristóteles, que viveu cerca de 700 anos depois de Heitor; e dá o nome de Lupercais, que eram uma festa romana, a uma colina de Roma. Além disso, declaram os shakespearianos, Bacon jamais poderia alçar-se às culmi-nâncias poéticas de Shakespeare. Todo o vigor de Bacon como filósofo acentua sua fraqueza como poeta. Um homem, cujo pensamento é todo precisão, nunca pode elevar-se nas asas loucas da fantasia.

O MUNDO MARAVILHOSO DA MÚSICA

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.


O MUNDO MARAVILHOSO, DA MÚSICA

A história de Orfeu, pai do canto

POVOS de todas as regiões e de todos os tempos têm reconhecido o efeito da música sobre as emoções humanas. Entre os antigos gregos essa crença era até mesmo dignificada, ao ponto de se tornar uma teoria filosófica. Os gregos julgavam que o ethos, o valor moral da música, era seu elemento mais importante. Poetas, músicos e público aceitavam esse valor como um postmado.

A noção grega do poder da música está cristalizada na bela história de Orfeu. "Pai do canto", foi o título dado a Orfeu, poeta e músico lendário. De acordo com a lenda, Orfeu recebeu como presente de Apolo uma lira e teve como mestras as Musas, deusas das artes.

NUDEZ E VERGONHA

maravilhas das antigas civizações

ALBERTO SIUFI
JUNIOR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro
Universitário Claretiano para obtenção do título de graduado em Licenciatura em
Filosofia. Orientador: Prof. Adriano Volpini.

Que vergonha, estou nu! Nudez não é coisa simples, ela
aparece logo nas primeiras páginas da Biblia e de outros textos fundadores da
civilização, afirma Marcelo Bortoloti em sua reportagem para a revista Veja em
dezembro de 20081. A verdade é que se Ulisses, personagem de Homero,
naufragasse hoje e aparecesse nu diante de sua princesa Nausícaa assim como foi
relatado na Odisséia, ainda sentiria uma vergonha e um desconforto enorme. O
fato de ter passado mais de 2500 anos não mudaria a sensação de desconforto do
herói e, pelo contrário, sentiria uma culpa religiosa que não existia naqueles
tempos. O resultado de morder o fruto proibido é o sentimento da vergonha,
fraqueza e derrota diante de si mesmos e de Deus. Percebemos como é imoral
estar nu. Todos nós já sentimos vergonha por alguma coisa. E isso parece ser
normal. Quantas vezes não nos sentimos “nus” diante dos olhos dos outros? Este
sentimento de vergonha e pudor, é o que Dietrich Bonhoeffer identifica como a
indestrutível lembrança do ser humano da sua separação da origem, é a dor
decorrente desta separação e o desejo impotente de desfazê-la2. Perdemos
nossa essência original.

A RELAÇÃO ENTRE O HUMANO E O DIVINO EM BLAISE PASCAL

maravilhas das antigas civizações

Este artigo investiga a relevância do pensamento de Blaise Pascal (1623-1662), em especial ao seu conceito de superação do humano mediante a negação do mesmo, para o mundo pós-moderno. Traçando um paralelo entre a idéia de progresso de seu tempo e o conceito cristão de depravação da natureza humana pelo pecado, apresentou-se as implicações práticas do pensamento pascaliano para o mundo globalizado, que fomenta o abandono da religião e é otimista para com o saber científico.

Palavras-chave: Fé. Ciência. Humilhação. Superação. Milagres. Glória.

A profissão de fé do vigário Saboiano – Rousseau

Online completo o ebook Profissão de fé do vigário saboiano de Jean-Jacques Rousseau, filósofo francês. O livro é parte integrante do tratado sobre Educação Emílio e trata dos princípios da religião natural de Rousseau.