O ESPÍRITO LIBERAL E O ESPÍRITO CONSERVADOR. A EUROPA DE 1820 A 1848

Liberais e Conservadores

A revolução de 1820 e a Vilafrancada

A arma da Santa Aliança foi a intervenção aplicada às nações que davam mostras de querer dotar-se de instituições liberais. Em Nápoles intervieram os austríacos para derrubar a constituição imposta ao rei. No Piemonte um movimento análogo foi abafado, instalando-se em Turim uma guarnição austríaca e sendo dizimados os patriotas lombardos. Foi nessa ocasião que Sílvio Pelico, por haver celebrado a liberdade, foi condenado a 15 anos de “cárcere duro”, onde, no isolamento e na tortura da alma, escreveu esse livro patético — Minhas Prisões, que, no dizer de um historiador, preparou uma nova geração de patriotas italianos, essa geração que em 1846 julgaria encontrar no papa Pio IX o centro da independência nacional e um fator decidido da liberdade na Europa, e que, desiludida dessa esperança que eles próprios destruíram por seus excessos, se lançaram com Mazzini e Garibaldi no caminho da revolução sem tréguas.

Dinastia Bourbon – Historia Universal

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

CAPÍTULO XXIV

Os Bourbons

Na hora da morte, sem inspirar nem saudades, nem dó, Henrique III recomendava aos seus que elevassem ao trono o rei de Navarra, e dizia a este príncipe: Jamais o tereis, se vos não fizerdes católico. Efetivamente, achando-se extinta a linha dos Valois, a herança real pertencia a Henrique de Bourbon, apesar de êle ser seu parente no vigésimo grau. Porém, em vez de bradarem como de costume: Morreu o rei, viva o rei! os ânimos ficavam indecisos. Os católicos, que faziam parte do exército, deviam ficar ligados ao príncipe apóstata, apesar da excomunhão? Os príncipes de sangue resolver-se-iam a reconhecê-lo? Que resolução deviam tomar os que tinham ofendido, e seus correligionários, que temiam que eles os abandonassem? Êle mesmo, que devia fazer? Se se declarava pelos huguenotes, perdia o apoio dos católicos e dava à liga uma nova força; se se entregava aos católicos, restavam-lhe muito poucas tropas. Êle se obrigou, todavia, para com eles, a fazer-se instruir em sua fé, a restituir aos eclesiásticos os bens tirados pelos protestantes, a não permitir o exercício do novo culto senão nos lugares em que êle era já tolerado. Em conseqüência, diferentes príncipes o reconheceram como rei com o nome de Henrique IV, outros ficaram entre os descontentes; porém muitos exclamavam: Vós sois o rei dos bravos, e só os covardes vos abandonarão.