O Visconde de Jequitinhonha

O Visconde de Jequitinhonha r) Francisco Ge — Acaiabá de Montezuma — eis o nome que ado­tou Francisco Gomes Brandão de Montezuma (Visconde de Jequi­tinhonha), sugestionado pelo nativismo que reinava naquela época. Era um homem de estatura alta, pardo escuro, calvo, olhos vivos, mesmo 2) cintilantes, que denunciavam a vivacidade de seu espírito, a fronte … Ler mais

Descobrimento do Brasil

HISTÓRIA, BIOGRAFIA, RETRATOS E CARACTERES No ano seguinte ao da volta de Vasco da Gama [1]), encarregou Dom Manuel a Pedro Álvares Cabral, senhor de Belmonte e alcaide- nor de Azurara, o mando duma armada de treze velas [2]), que devia na sua derrota, correr a costa de Sofala, visitar o rei de Melinde, 3hegar … Ler mais

Beiriz

Oliveira Lima Beiriz I Beiriz é uma freguesia quase a igual distância da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde, situada mais para o interior entre pinhais, milharais e vinhedos, além de alguns campos em que só crescem urzes. Há uma aldeia e há sobretudo um grupo de habitações pertencentes à família Almeida Brandão. … Ler mais

HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817

Oliveira Lima HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817* II/ JULGAMENTO DE D. JOÃO VI Na sua obra — Dom João no Brasil (cap. XX, "A Revolução Pernambucana de 1817", vol. II, pp. 785 e 828), o autor destas anotações faz sobre o movimento a seguinte observação, que coincide curiosamente com a ponderação do Monsenhor Muniz … Ler mais

O PRIMEIRO CENTENÁRIO DA LIBERDADE DO COMÉRCIO NO BRASIL

Oliveira Lima O PRIMEIRO CENTENÁRIO DA LIBERDADE DO COMÉRCIO NO BRASIL A nação brasileira resolveu, sem que uma voz discordante se erguesse contra tão justa comemoração, celebrar festivamente o primeiro centenário da liberdade do seu comércio, a qual data de 28 de janeiro de 1808. A Exposição Nacional que se prepara deverá constituir o atestado … Ler mais

O PAPEL DE JOSÉ BONIFÁCIO NO MOVIMENTO DA INDEPENDÊNCIA

Oliveira Lima O PAPEL DE JOSÉ BONIFÁCIO NO MOVIMENTO DA INDEPENDÊNCIA   Meus Senhores: O instinto popular raramente ou nunca se engana. As suas simpatias e antipatias distribuem-se com eqüidade. Não se fêz preciso que os estudiosos do passado, acobertando-se com a indulgência da distância no tempo, proclamassem Dom João VI um rei benemérito. O … Ler mais

COMO TÊM VIVIDO DIPLOMATICAMENTE O BRASIL E OS ESTADOS UNIDOS

COMO TÊM VIVIDO DIPLOMATICAMENTE O BRASIL E OS ESTADOS UNIDOS Oliveira Lima I O Sr. G. Charles Hodges, da Universidade de Stanford, na Califórnia, onde em 1912 iniciei a minha série de conferências sobre América Inglesa e América Latina, escolheu em 1915 para tese do seu doutoramento, as relações diplomáticas entre o Brasil e os … Ler mais

VIAGENS PELA ALEMANHA RENANA

PELA ALEMANHA RENANA Oliveira Lima 1 Regressei de Contrexéville a Bruxelas pelo caminho da Alemanha renana, o que um francês apelidaria le chemim des écoliers, por ser o mais longo: não só o mais longo, como o mais divertido. O passeio é efetivamente dos que mais merecem a pena de ser feitos. Os encantos dos … Ler mais

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AMÉRICA LATINA E DA AMÉRICA INGLESA

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AMÉRICA LATINA E DA AMÉRICA INGLESA * A EVOLUÇÃO BRASILEIRA COMPARADA COM A HISPANO-AMERICANA E COM A ANGLO-AMERICANA Oliveira Lima I A conquista da América hispano-portuguêsa é um assunto quase familiar para os muitos que na terra de Jfrescott nutrem o gosto da leitura. Tendes aliás a boa fortuna de contar no … Ler mais

FRANCISCO ÁLVARES MACHADO E VASCONCELOS

Biblioteca Academia Paulista de Letras – volume 7. História da Literatura Brasileira TOMO I. vol 3.  LIVRO PRIMEIRO Época de Transformação (século XIX) 2º período (Fase Patriótica) Artur Mota (Arthur Motta) (1879 – 1936) CAPÍTULO VI AS REGÊNCIAS (continuação) FRANCISCO ÁLVARES MACHADO E VASCONCELOS Nasceu na cidade de S. Paulo, a 21 de dezembro de … Ler mais

FRANCISCO GÊ ACAIABA DE MONTEZUMA (Visconde de Jequitinhonha)

Biblioteca Academia Paulista de Letras – volume 7. História da Literatura Brasileira TOMO I. vol 3.  LIVRO PRIMEIRO Época de Transformação (século XIX) 2º período (Fase Patriótica) Artur Mota (Arthur Motta) (1879 – 1936) Capítulo V – PRIMEIRO IMPÉRIO — ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE (continuação)     FRANCISCO GÊ ACAIABA DE MONTEZUMA (Visconde de Jequitinhonha) Nasceu na … Ler mais

O modelo político de Aristóteles e o de Hobbes

Há uma grande diferença entre o modelo político aristotélico e o modelo jusnaturalista ou hobbesiano. A diferença entre ambos os modelos políticos é baseada em divergentes maneiras de ver o homem e sua relação com seus semelhantes, intermediada pela cultura e pelo Estado.

BIOGRAFIA DE FREI CANECA

Fr. JOAQUIM DO AMOR DIVINO CANECA

Nasceu na cidade de Recife, no bairro de Fora de Portas, freguesia de S. Frei Pedro Gonçalves, (Estado de Pernambuco), em julho de 1779, e faleceu a 13 de janeiro de 1825. Era filho de Domingos da Silva Rebelo, por alcunha Caneca, e D. Francisca Maria Alexandrina de Siqueira.

JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E SILVA – O PATRIARCA DA INDEPENDÊNCIA

Biblioteca Academia Paulista de Letras – volume 7.

História da Literatura Brasileira TOMO I. vol 3.

 LIVRO PRIMEIRO Época de Transformação (século XIX) 2º período (Fase Patriótica)

Artur Mota ( Arthur Motta) (1879 – 1936)

CAPÍTULO III

O PATRIARCA DA INDEPENDENCIA

JOSÉ BONIFÁCIO DE ANDRADA E SILVA

Nasceu na cidade de Santos (S. Paulo), em uma casa da Rua Direita, a 13 de junho de 1763, e faleceu a 6 de abril de 1838, em Niterói. Era filho de Bonifácio José Ribeiro de Andrada e D. Maria Bárbara da Silva. O seu nome de batismo era José Antonio, por haver nascido no dia de Santo Antonio. Mas substituiu o cognome por Bonifácio, antes de completar 13 anos de idade. Jazem os seus restos mortais em Santos, no Panteão adrede construído em homenagem à sua memória, como também foi erguido, na Praça Marechal Deodoro, o monumento aos três Andradas, por ocasião do centenário da nossa Independência.

Na cidade do Rio de Janeiro, quase no centro do Largo de S. Francisco de Paula, a praça dos comícios, erigiu-se a sua estátua de bronze.

 

NOTÍCIA BIOGRÁFICA E SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO CRÍTICO

Variam as maneiras de se apreciar um homem pelos seus atos e suas obras: ou determinam-se-lhe os valores pelo exame da fase em que atuou, e do meio em que viveu, ou tem-se unicamente em vista a sua existência através da sua ação, como personagem dos acontecimentos em que se desenvolveu sua atividade e como autor de obras mentais, ou, finalmente, como reflexo de sua produção, isto é, deduzindo-lhe o valor, fixando-lhe a psicologia, pelo exame intrínseco dos atestados de sua mentalidade. Na primeira função de julgar,intervindo a conexão empírica de causa a efeito, aparece a critica histórica como elemento fundamental. É o senso histórico que prevalece, como sucedeu desde a mais remota Antiguidade, a partir de Heródoto ou mesmo de historiadores mais antigos, porém menos conhecidos.

(1) A bibliografia serve aos capítulos I e II, indistintamente.

 

COMO SE PRECIPITARAM OS ACONTECIMENTOS NA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

AÇÃO DE POLÍTICOS E TRIBUNOS, DE JORNALISTAS E PUBLICISTAS

Já foi apreciada, com acentuada simpatia, a função exercida por José da Silva Lisboa (Visconde de Cairu), na elaboração da Independência e na sua proclamação. Cabe-me o ensejo de render o mesmo culto de justiça aos outros políticos brasileiros que se salientaram no movimento decisivo da nossa emancipação política

O fenômeno social havia sido previsto por políticos portugueses e por homens de elevado descortino, quando aconselharam aos reis de Portugal a fundação ou a transferência da monarquia portuguesa para o imenso e próspero território da colônia na América. Assim ter-se-ia manifestado o Padre Câmara a D. Sebastião, quando tentou dissuadi-lo da funesta expedição à África. Conselho idêntico formulara o Padre Antonio Vieira a D. João IV, sugerindo-lhe a imensa vantagem de um império lusitano em nossas plagas. Atribuem, igualmente, a D. Luiz da Cunha o mesmo alvitre e ao Marquês de Pombal fundamentada sugestão a D. José I. O Conde da Barca manifestara a opinião da permanência do monarca no Brasil, de acordo com a qual se externara abertamente o embaixador austríaco Sturmer, tanto na correspondência dirigida a Metternich, como em conversa franca, entretida com o próprio D. João VI.

ORIGENS E 1ª ÉPOCA DA LITERATURA PORTUGUESA – 1140 — 1279

Cônego Fernandes Pinheiro (1825 – 1876) CURSO DE LITERATURA NACIONAL I LIÇÃO III PRIMEIRA ÉPOCA — 1140 — 1279 Foi cercado de perigos o berço da monarquia portuguesa; com o montante e não com a pena gravou-se ela no mapa político da Europa; assim pois, a era dos guerreiros devera preceder a dos sábios. Arrancando … Ler mais

ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA

Cônego Fernandes Pinheiro (1825 – 1876) CURSO DE LITERATURA NACIONAL ………………Fungar vice colis, acutum Reddere quae ferrum valet, exors ipsa secondi Horat., ad Pisones, vrs. 304-305. Por contente me dou, fazendo as vezes De pedra d’amolar, que em si não tendo Virtude de cortar, dá corte ao ferro. Tradução de Cândido Lusitano LIÇÃO I ORIGEM … Ler mais

O PREPARO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL – Artur Mota

Biblioteca Academia Paulista de Letras – volume 7.

História da Literatura Brasileira
TOMO I. vol 3.

 

Artur Mota ( Arthur Motta) (1879 – 1936)

CAPÍTULO I

O PREPARO DA INDEPENDÊNCIA

Afigura-se a quem lê as páginas da história do Brasil, que a proclamação da independência da colônia lusitana na América tivesse sido uma conseqüência exclusiva dos erros políticos e econômicos de vários governos de Portugal, principalmente no reinado de D. João VI. Acode-nos à mente, quando acompanhamos as explicações e o exame das causas do fenômeno social que determinou a emancipação do nosso país, a imagem de um fruto amadurecido em uma árvore anosa, comprometida por várias lesões, provenientes de vícios de constituição orgânica e devidas a acidentes de natureza extrínseca. Sobreveio uma rajada impetuosa e o fruto tombou, porque apresentava maturidade perfeita, a árvore estava comprometida por uma moléstia qualquer e o esforço externo precipitou-lhe a queda.

As formas de governo propostas por Platão

As formas de governo propostas por Platão


Platão (428 a.C. – 348 a.C.), filósofo grego discípulo de Sócrates foi o iniciador da tradição filosófica ocidental. Escreveu grande parte de sua obra filosófica na forma de diálogos, nos quais fazia seu mestre, Sócrates, como principal personagem e porta-voz de suas idéias.

Algumas destas idéias desenvolvidas pelo filósofo ateniense tornaram-se os fundamentos da filosofia ocidental, mais especificamente da metafísica ocidental. Dentre estas, o conceito das Idéias ou Ideais é o mais famoso. Segundo Platão – e nisso teve grande influência sua ligação com os cultos órficos – estamos destinados a viver diversas vezes, durante as quais passamos por um processo de purificação e temos a chance de evoluir. Toda vez, antes que nossas almas ocupem um novo corpo, passamos um período no mundo das Idéias ou Ideais. Nesta dimensão além da vida terrena, segundo Platão, temos a chance de contemplar as formas perfeitas. Assim, contemplamos a forma perfeita da mesa, ou seja, o arquétipo de todas as mesas que são construídas em nosso mundo material. Contemplamos a forma perfeita de um cavalo, da qual todos os cavalos terrestres são cópias imperfeitas. Nesta dimensão contemplamos também o Bem, a Virtude, a Beleza e outros conceitos abstratos.

A organização do Estado e seus órgãos na monarquia brasileira

Gottfried Heinrich Handelmann (1827 – 1891)

História do Brasil

Traduzido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. (IHGB) Publicador pelo MEC, primeiro lançamento em 1931.

TOMO II

III — O estabelecimento da organização constitucional

(CONTINUAÇÃO)

 

Por força do sistema da colonização, pelo desenvolvimento histórico e, finalmente, pela legislação constitucional, tomou o Brasil o caráter de monarquia federativa, e a vida do Estado pulsa, portanto, em duplo círculo, no governo provincial e no do império.

Inteiramente como na União Norte-Americana, as funções cie cada um dos Estados e as da federação procedem e se completam umas ao lado das outras. Todavia, com uma distinção histórica: na América do Norte, a plena soberania de cada um dos Estados foi a origem, e somente pela renúncia, que fizeram de certos direitos, é que o Estado federativo foi dotado de poderes; no Brasil, ao contrário, o governo do império compreendia primitivamente tudo na sua exclusiva esfera (pri: meiro, o soberano absoluto, depois, desde a nova ordem constitucional, o mesmo com a cooperação da assembléia geral), e somente mais tarde é que passaram especialmente às províncias certas competências para sua plena autonomia. Portanto, não pode de todo existir nas províncias do Brasil a fantasia de recuperar a primitiva soberania plena de cada Estado, como aconteceu uma vez na América do Norte (secessão e decretos de nulificação da Carolina do Sul, 1832); aqui, um tal propósito só poderia ser considerado, em face do direito público, como alta traição e rebeldia.

O estabelecimento da constituição em 1824 – Brasil Império

Gottfried Heinrich Handelmann (1827 – 1891)

História do Brasil

Traduzido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. (IHGB) Publicador pelo MEC, primeiro lançamento em 1931.

TOMO II

 

III — O estabelecimento da organização constitucional

Está alcançada a meta de nossa narração histórica; acompanhamos o desenvolvimento político do Brasil através das tempestades da revolução, até ao momento em que ele toma de novo uma feição normal constante; porém seria incompleto o nosso relato, se agora não demorássemos ainda um momento, para abranger, em um relance de olhos, o resultado de todo o processo desse desenvolvimento.

A queda do imperador – História do Brasil

Gottfried Heinrich Handelmann (1827 – 1891)

História do Brasil

Traduzido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. (IHGB) Publicador pelo MEC, primeiro lançamento em 1931.

TOMO II

 

 

I — A queda do imperador

O império do Brasil não gozou muito tempo da paz inalterada, que o final ajuste com a mãe-pátria, Portugal, parecia prometer; ainda enquanto estavam pendentes as negociações nesse sentido, já em dois lados diferentes apareciam germes de outras complicações externas.

Primeiramente, no remoto Oeste; ali, o presidente da província de Mato Grosso, Manuel José Araújo e Silva, ao que parece, por sua própria conta, havia-se aproveitado da oportunidade que oferecia a continuação da guerra civil e de independência das vizinhas províncias do Alto-Peru (Bolívia), para estender os limites de seu governo. Convidado por alguns partidários dos espanhóis, que não se conformavam com a nova ordem republicana de coisas, Araújo deixou-se induzir a ocupar militarmente o território de fronteira, Chiquitos, ex-espanhol, nos princípios de 1825, e fez então, em fins de abril, ao general-chefe do exército libertador do Alto-Peru, general Sucre, a participação oficial de que Chiquitos, em seguida a uma convenção honrosa e de conformidade com a vontade do povo, ficava incorporado ao império do Brasil; qualquer ataque feito a essa província, doravante sob a proteção do cetro imperial, seria repelido pela força das armas e ele saberia vingá-lo com a completa destruição da cidade de Santa Cruz de la Sierra (a cidade boliviana mais próxima).

Não era o general Sucre homem para deixar-se atemorizar por semelhantes fanfarronadas altissonantes; do seu quartel-general, em Chiquisaqua (11 de maio), respondeu ele à "arrogante e desaforada" nota do presidente provincial, com uma mensagem escrita, na qual declarava traição a rendição efetuada de Chiquitos, e a sua tomada de posse pelo Brasil, ofensa escandalosa ao direito internacional; também pagava na mesma moeda as ameaças; ao mesmo tempo, recebeu o comandante boliviano de Santa Cruz de la Sierra reforços, com a ordem de retomar o território de Chiquitos, por bem ou por mal.

A colônia e o reino absoluto | História do Brasil

Gottfried Heinrich Handelmann (1827 – 1891)

História do Brasil

Traduzido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. (IHGB) Publicador pelo MEC, primeiro lançamento em 1931.

TOMO II

 

CAPÍTULO XIII

A colônia e o reino absoluto

Ficaram concluídas as duas primeiras seções de nossa narração histórica; descreveu a primeira a luta de um século e meio, na qual a nacionalidade portuguesa conservou a posse do Brasil contra os mais diversos ataques (1500-1660); a segunda narrou como, pouco a pouco, se espalhou geograficamente a colonização brasileira, até cerca de 1750, e como, nos cem anos daí em diante, ela se foi desenvolvendo interiormente.

Dominação Espanhola e Segunda Invasão Francesa no Brasil

A voz do povo decidiu-se pelo primeiro e tumultuosamente foi ele aclamado rei; a sorte das armas, porém, se decidiu pelo último, e após pequena resistência submeteu-se todo o Portugal ao vencedor, no que foi acompanhado pelas colônias portuguesas. Assim também o Brasil. Verdade é que apareceram ali, em 1581, diversos navios franceses com cartas do prior do Crato, nas quais ele exigia submissão, como mais próximo herdeiro e rei aclamado; a mensagem, porém, chegou tarde demais, pois já haviam as autoridades reconhecido o rei de Espanha, além de que viera sob uma bandeira, que os brasileiros desde muito estavam habituados a considerar como a de seus mais acirrados inimigos e, assim, foi ela rejeitada sem mais cerimônia. As capitanias, uma após outra, prestaram submissão ao rei Filipe II, provisoriamente com simples manifestações de contentamento, e mais tarde, por ordem expressa, foi-lhe prestado o juramento formal na Bahia, aos 25 de maio de 1582.

Esta mudança na dinastia quase não fez diferença alguma no direito público de Portugal e suas colônias, pois no parlamento, em Tomar, concedeu Filipe II que, entre ambos os reinos da Península Ibérica, a união se efetuaria somente na pessoa do monarca: Portugal conservaria a sua língua, as suas leis, as suas colônias, e tanto aqui, como lá, ocupariam os cargos somente os filhos do país.

Estas promessas, todavia, não foram estritamente cumpridas e, assim, Portugal sentiu-se dentro de pouco tempo profundamente ferido na sua nacionalidade, execrando a imposta dominação espanhola.

Diferentemente sucedia no Brasil: aqui se sentiam as pequenas humilhações menos apaixonadamente que além-mar, pois para o Brasil era de fato indiferente que o seu rei residisse em Lisboa ou em Madri, que fosse um português ou um espanhol ocupar os mais importantes cargos da colônia.

Os principados feudais portugueses – História do Brasil de Handelmann

CAPÍTULO II

Os principados feudais portugueses

Voltemos agora ao litoral brasileiro. Ficou já referido como aí, nos primeiros decênios do século XVI, não só os portugueses rendeiros de monopólios, como também mercadores de outras nações, máxime franceses da Bretanha e da Normandia, exploravam lucrativo tráfico no litoral e fundaram até feitorias em vários pontos.

Em vão Portugal havia procurado pôr cobro a isso, por meio de sucessivas reclamações à corte de Paris, contra tais violações dos seus direitos.

Os reis de França, entretanto, não podiam ou não queriam restringir essa atividade por parte dos seus vassalos, e, sendo assim, mercadores, que partiam de Honfleur e de Dieppe para o Brasil, prosseguiram, como dantes, na exploração do seu negócio.

Em vista disso, decidiu-se d. João III de Portugal (1521-1557) a reprimir por si mesmo esses desmandos; e, para esse fim, mandou aprestar uma frota armada, que deveria estacionar nas costas sul-americanas e fazer o cruzeiro contra tais contrabandistas; o almirante nomeado foi Cristóvão Jacques, que, em fins de 1526, apareceu com seis naus nas costas da província de Pernambuco.

CORRESPONDÊNCIA DE VOLTAIRE – Cartas de Voltaire para vários destinatários.

CORRESPONDÊNCIA DE VOLTAIRE – Cartas de Voltaire para vários destinatários.

Antônio Peregrino Maciel Monteiro, 2.º barão de Itamaracá

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TRANSIÇÃO

POETAS DE TRANSIÇÃO ENTRE CLÁSSICOS E ROMÂNTICOS

Se a história da literatura brasileira fosse um simples amontoado de notícias biográficas e a citação de alguns trechos poéticos, ela estaria feita no Parnaso de Cunha Barbosa ou no Florilégio de Varnhagen.

Mas se a própria história política vai já atendendo mais ao caráter psicológico dos povos do que aos fatos meramente exteriores, e, por assim dizer, materiais, ainda mais a história literária deve ter por missão penetrar no ideal das nações para surpreender-lhes a vida subjetiva.

Se, em quatro séculos de convivência com a civilização ocidental, o povo brasileiro, na esfera da arte das criações intelectuais, não tivesse feito mais do que plagiar, copiar sem critério os modelos europeus; se um caráter novo, se uma nova feição nacional não viesse sequer despontando, o povo brasileiro seria um produto artificial, cedo condenado à morte, e não valeria a pena escrever-lhe a história.

A quem percorre, é certo, uma dessas antologias de nossos poetas, um desses parnasos aí publicados, se depara o ainda incerto valor de nossas produções.

OS DESCOBRIMENTOS E A REFORMA PROTESTANTE

História da Civilização – Oliveira Lima

Idade Moderna

Capítulo I

OS DESCOBRIMENTOS E A
REFORMA

A península Ibérica e
as descobertas

Nada serve melhor para
caracterizar a idade moderna do que a série das descobertas que, ampliando o
mundo civilizado, ampliaram conseguintemente a sua história. À península
Ibérica deve a humanidade esta obra gloriosa e fecunda, na qual empenharam seus
filhos esforço maior do que permitiam seus recursos e mesmo suas reservas de
população. A situação geográfica dessa península como que a predestinava para
tais cometimentos: em frente dela estendia-se o grande mar que dissimulava as surpresas
apontadas pelas tradições como encerradas no seu seio. Porque os navegadores
Vasco da Gama, Cristóvão Colombo, Fernão de Magalhães, não foram adivinhos, nem
tiveram uma simples intuição do que lhes ocorreu. Derivavam-se dos seus estudos e do
que a experiência fora progressivamente revelando, confirmando velhos dizeres.

A CIVILIZAÇÃO HELÊNICA

História da Filosofia Medieval – século XIII

Noções de História da Filosofia (1918) Manual do Padre Leonel Franca. CAPITULO II SEGUNDO PERÍODO DA FILOSOFIA MEDIEVAL (SÉCULO XIII) INTRODUÇÃO. 71. INTRODUÇÃO. — CARACTERES GERAIS — O século XIII foi o período mais brilhante da Idade Média, e, talvez, o mais glorioso na história do gênero humano. Em nenhuma outra época foi a influência … Ler mais