Os Lusíadas de Camões o gênero épico da Poesia – Curso de Literatura
Cônego Fernandes Pinheiro (1825 – 1876)
CURSO DE LITERATURA NACIONAL
LIÇÃO
X
GÊNERO ÉPICO
Mais feliz do que muitas
outras, conta a literatura portuguesa em seu século áureo um poema épico, cujo
mérito, mais ou menos apreciado, não pode ser posto em dúvida, ainda pelos mais
severos críticos. Antes de entrarmos na análise de tão majestoso monumento,
digamos duas palavras sobre a vida do seu preclaro autor.
EXCERTO DO DISCURSO DE RECEPÇÃO DE VOLTAIRE NA ACADEMIA FRANCESA
EXCERTO DO DISCURSO DE RECEPÇÃO DE VOLTAIRE NA ACADEMIA FRANCESA
Pronunciado em 9 de Maio de 1746.
DEPOIS de haver louvado em duas páginas o seu predecessor, o presidente Bouhier, Voltaire continua nestes termos:
"Que me seja permitido, senhores, entrar aqui convosco em discussões literárias; minhas dúvidas se valerão de vossas decisões. É assim que poderei contribuir para o progresso das artes; e eu gostaria mais de pronunciar perante vós um discurso útil, do que um discurso eloquente.
Por que os Italianos e os Ingleses, que possuem boas traduções de Homero, Teócrito, Lucrécio, Virgílio, Horácio, não possuem nenhum poeta da antiguidade traduzido em prosa? E por que não possuímos ainda nenhum em verso?
Vou procurar distinguir a razão de tal coisa.
AS GUERRAS DE RELIGIÃO E A LUTA PELA HEGEMONIA EUROPÉIA
- O papel da Espanha. Ortodoxia e absolutismo
- A revolução dos comuneros
- As campanhas de Carlos V
- Expedição de Tunis
- Os mouros
- Carlos V e o protestantismo
- As Guerras de Religião
- O papel político da Inglaterra
- O proselitismo russo
- As grandes monarquias
- Filipe II e seu caráter
- Os Países-Baixos o o luteranismo
- A rebelião e a repressão
- O duque d’Alba
- A emigração. Guilherme de Orange
- A marinha holandesa
- O pacto de Gand e o de Utrecht
- Morte do Taciturno
- A independência da Holanda
- Caráter antes político das guerras de religião
- Os huguenotes franceses
- Catarina de Medícis
- As brigas dos reformados entre si e com os católicos
- Política de conciliação
- A noite de São Bartolomeu
- Razões da resistencia francesa ao protestantismo
- Henrique III e a Santa Liga
- O regicídio
- O Bearnês
- O édito de Nantes e a expulsão dos mouros da Espanha
- A união ibérica
- Filipe IV e as sublevações da Catalunha e de Portugal
- Misérias da Espanha
- O governo de Henrique IV e seus desígnios
- A regência de Maria de Médicis
- O imperialismo francês
- Significação da guerra dos Trinta Anos
- Seu início e peripecias. Os bens secularizados
- Gustavo Adolfo
- Wallenstein
- O papel da França
- A paz de Westphalia e seus resultados
- A liberdade religiosa
- O equilíbrio europeu e a situação da Alemanha
- Política e religião
- As ciências, as letras e as artes nos séculos XVI e XVII
CAPÍTULO II
AS GUERRAS DE RELIGIÃO E A LUTA PELA HEGEMONIA EUROPÉIA
O papel da Espanha. Ortodoxia e absolutismo
Se a guarda da ortodoxia católica coube à coroa espanhola, especialmente aos Filipes e mais que tudo a Filipe II em comparação com seu pai, era porque Carlos V tinha seu interesse posto em assuntos em demasia variados e o Estado da Alemanha lhe aconselhava certas contemporizações, ao passo que a Espanha podia permanecer alheia a esse gênero de considerações. O professor Altamira íêz uma observação conceituosa quando escreveu que a classe média espanhola, na qual se recrutavam os letrados e os jurisconsultos, que nas universidades aprendiam as doutrinas cesaristas bebidas no direito romano, desejava que um poder forte pusesse ordem na administração. Era pois um elemento de antemão ganho ao absolutismo, tanto mais quanto aquela classe média se achava politicamente quebrantada pelas lutas internas das comunas.
História da França – Casa de Valois – História Universal
Césare Cantu – História Universal
CAPÍTULO XXIII
A França. — Os Valois
Luís XI tinha, durante toda a sua vida, posto em ação a habilidade e a perfídia para tirar à nobreza seus privilégios e franquias, a fim de fortalecer outro tanto o poder real. Por sua morte, os Estados reunidos em Tours (1484) fizeram ouvir altamente queixas que o terror tinha abafado até ali. O clero reclamou as liberdades galicanas, aniquiladas pela aprovação da pragmática; a nobreza quis que se lhe restituíssem as jurisdições abolidas, a guarda das fortalezas e da fronteira, a caça nos bosques reais. O terceiro Estado fêz ouvir também a sua débil voz para pedir que a venalidade dos cargos fosse suprimida e o cumul (1) abolido, que os juízes fossem inamovíveis, e que nenhum imposto (Luís XI tinha-os triplicado) fosse lançado sem o consenso dos Estados.
(1) Um acidente do mesmo gênero aconteceu em 1681 a Maria Luísa de Orléans, mulher de Carlos II. Ela caiu do cavalo, e tendo-se-lhe prendido o pé no estribo, era arrastada pelo pátio e em perigo de vida, sem que pessoa alguma ousasse pôr a mão no corpo sagrado de uma rainha. Felizmente dois gentis-homens preferiram a sua salvação à etiqueta; correram a parar o cavalo, e livraram-na. Porém apressaram-se a fugir para escapar à pena capital, que não deixaria por isso de os alcançar se a rainha não tivesse implorado o seu perdão.
BENVENUTO CELLINI – por Paul de Saint-Victor
BENVENUTO CELLINI Paul de Saint-Victor (Trad. de Mário Ferreira dos Santos) Benvenuto Cellini tinha cinco anos, quando, numa tarde de inverno, seu pai, que tocava viola ao canto do fogão, acreditou ver um animal semelhante a um lagarto que dançava vivo na chama. Ordenou à criança que se aproximasse, e deu-lhe uma bofetada que fez … Ler mais