POESIA – GÊNERO DIDÁTICO – ESPÉCIE DIDÁTICA E EPIGRAMÁTICA

Cônego Fernandes Pinheiro (1825 – 1876) CURSO DE LITERATURA NACIONAL   LIÇÃO IX   GÊNERO DIDÁTICO   ESPÉCIE DIDÁTICA E EPIGRAMÁTICA   ESPÉCIE  DIDÁTICA F. DE SÁ DE MIRANDA   Distinguiu-se este grande poeta na espécie didática; por isso que seu espírito naturalmente inclinado às cogitações fi­losóficas, a experiência que adquirira em suas peregrinações, e … Ler mais

ADIMA E HEVA – Prasada, ou o Poema dos poemas, dos Brâmanes

ADIMA E HEVA, temos a poética tradição dos Brâmanes sobre o assunto, tal como no-la conta o Prasada, ou o Poema dos poemas.

ADIMA E HEVA

A TERRA estava coberta de flores, as árvores vergavam ao peso dos frutos, milhares de animais folgavam pelas planícies e nos ares, os elefantes brancos passeavam pacificamente à sombra das florestas gigantescas, e Brama compreendeu que viera o momento de criar o homem que devia habitar aquele local.

Antologia selecionada dos Lusíadas de Camões e explicações

Quem foi Camões LUIS DE CAMÕES (Lisboa, 1524-1580) estudou na Universidadede Coimbra e militou com distinção, perdendo um olho na campanha deCeuta. Um amor infeliz por D. Catarina de Ataíde certamente contribuirpara quatizar de dulcíssimo romantismo a vida deste poeta-soldado. Em 1553 embarcou para a Índia, exercendo em Macau um ofício de provedor, e de … Ler mais

BOCAGE – Biografia e Poemas

MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE, Setúbal (1765-1805)partiu como guarda-marinha para a Índia e de lá se escapou para Lisboa,onde tomou o nome de Elmano Sadino e granjeou suma popularidade pelamelodia de seus versos e pasmosa faculdade de improvisar. Foi uma vez preso por divulgar idéias ímpias e sediciosas, e cantoua palinódia em poesias mais sinceras, … Ler mais

Tomás Ribeiro

Marechal deodoro da fonseca

TOMÁS ANTÔNIO RIBEIRO FERREIRA (Parada da’ Gonta, naBeira Alta, 1831-1901) foi uma inteligência de escol; poeta mimoso eimpecável metrificador, orador fluentíssimo, diplomata, político, jorna-lista de rápida concepção, historiador consciencioso e eloqüente. Na poesia lírica manteve em devida altura a tradição romântica deCastilho, e suas poesias correram mundo, ganhando portentosa popula-ridade. Quem não recitou, ou não … Ler mais

Augusto dos Anjos

Augusto dos Anjos – Biografia e Obras:

AUGUSTO DE CARVALHO RODRIGUES DOS ANJOS, nasceu a
20 de abril de 1884, na então província de Paraíba do Norte. Diplo-
mou-se em Direito pela Faculdade do Recife, em 1907, e, três anos
depois, transferiu-se para o Rio de Janeiro e aí viveu dos parcos pro-
ventos do magistério. Coligiu então as suas primeiras produções poé-
ticas, enfeixando-as em volume a que deu nome Eu.

Augusto dos Anjos foi um poeta triste, insatisfeito e movido de
viva sensibilidade. Sua lira deixou-se penetrar dos fenômenos melancó-
licos da morte e de angústias e conturbações da vida. Nela não se
descobre o culto da beleza feminina nem as atrações naturais do amor;
mas, rudemente, e, às vezes, sob matizes científicos, gemem nos seus
versos consternações e dúvidas e fluem verdades e protestos dolorosos.
Combalido no corpo e torvado na alma, o bardo sofredor infunde às
expressões meditativas laivos fortes de dor e de negativismo. "Materia-
lista em Filosofia — disse dele Antônio Torres — foi nos sentimentos
um idealista na; mais nobre, na mais vibrante e, digamos, na mais dra-
mática acepção do vocábulo".

Não completara ainda trinta anos, quando o abateu a morte, em
Leopoldina, Minas, aos 12 de novembro de 1913.

Suas obras: Eu, poemas, Rio, 1912; Eu, e outras poesias, 9.a edição,
Rio, Bedeschi, 1941.

O Lamento das Cousas – Poesia de Augusto dos Anjos

Vicente de Carvalho

VICENTE AUGUSTO DE CARVALHO, nasceu em Santos, a 5 deabril de 1866, e aí fêz os primeiros estudos, matriculando-se, aos dezesseisanos, com licença especial, na Faculdade de Direito de São Paulo, ondese bacharelou em 1886. Espírito adiantado, inclinou-se desde a adoles-cência para a democracia, e, ainda no 4.° ano jurídico, já fazia partedo Diretório Republicano … Ler mais

MANUEL DE ARAÚJO PORTO-ALEGRE

MANUEL DE ARAÚJO PORTO-ALEGRE, Barão de Santo Ângelo (Rio Pardo, do Rio Grande do Sul, 1806-1879), foi um dos grandes batalhadores do movimento romântico no Brasil, glória que comparte com Magalhães e Gonçalves Dias. Principiou a vida como relojoeiro, e, tendo sido recrutado em sua terra natal, veio para o Rio de Janeiro, onde estudou na Academia das Belas Artes. Enviado à Europa por alguns amigos, aí foi discípulo de Gros, e na Itália conviveu com Magalhães e Sales Torres Homem .Foi nomeado diretor da Academia em 1854; em 1859, cônsul geral em Berlim. Desde então viveu quase sempre na Europa.

JOAQUIM NORBERTO DE SOUSA E SILVA

Alvarenga Peixoto e a Inconfidência

Achava-se Alvarenga Peixoto uma noite em casa do célebre contratador João Rodrigues de Macedo, a conversar (48) com algumas pessoas, quando o capitão Vicente Vieira da Mota lhe veio trazer um bilhete fechado, que lhe tinham entregue à porta da rua. Alvarenga Peixoto abriu-o imediatamente e leu o seguinte :

"Alvarenga — Estamos juntos e venha Vmcê. já, etc. Amigo, Toledo."

JOAQUIM MANUEL DE MACEDO

(44) Floresta é vocábulo de etimologia popular. Se bem que oriundo de foreste (por forensis, exterior, e este, de foras), a analogia semântica com flor ou Flora fêz que no português e no castelhano se lhe introduzisse o — l — desses vocábulos, produzindo assim floresta: diferente do que se deu no ital. foresta, no franc. forêt e no ingl. forest. Não são escassos em nossa língua os casos de etimologia falsa, como este. (45) Quase, com — e — melhor escrita do termo latino quasi (are. quage e café). A língua não possuí anoxí-tonos com — i — final. Os poucos que tiveram entrada no léxico podem mudar em — e — o — / — terminativo e dispensar o acento a que ficariam sujeitos; assim: quase, quepe, jure (e não quási, quépi, júri); e as próprias vozes latinas ou gregas em — is — já vão sendo averbadas com a desinência vernácula: bile por bílis, sepse, raque, pelve, pube, licne, cute etc. (46) Torrão é forma alterada de terrão, pedaço de terra; como tostão é dissi-milação do are. teston, ital. testone, de testa, cabeça. (47) Começar — do lat. *cum initiare (raiz) de initium); are. començar. Cfr. o ital. cominciare e o esp. comenzar.

JOÃO MANUEL PEREIRA DA SILVA

JOÃO MANUEL PEREIRA DA SILVA (Iguaçu, Estado do Rio de Janeiro, 1818-1897) foi, incontestavelmente, um homem de trabalho e méritos cujos escritos históricos, objeto, aliás, de várias contestações razoáveis não devem ser postos de parte pelos estudiosos das coisas pátrias.

Abrangem esses livros todo o período que vai de 1808, com a chegada da dinastia real de Bragança a terras do Brasil, até 1840, com a procla-

A Literatura espanhola no Século de Ouro

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

História Universal – Césare Cantu

CAPÍTULO XXXIX

Literatura espanhola

A nação espanhola, ocupada em se libertar do jugo estrangeiro e conquistar direitos populares, consolava-se em meio dessas lutas celebrando cm romances os heróis dos tempos passados; mas não podia entregar-se tranqüilamente às letras, nem associar a glória delas à das armas. A poesia já tinha no entanto feito ali brilhar vivos fulgores, antes que a energia adquirida em longos combates se aplicasse itoda inteira ao estudo, e que daí nascesse uma literatura que, formada de elementos diversos, se tornou no entan to uma quanto ao seu caráter, à sua tendência, e mais que em qualquer outra nação da Europa se mostrasse impressa do tipo e do sentimento nacional.

O pajem da Rainha

Padre Francisco Saraiva de Sousa, Báculo pastoral de flores de exemplos colhidos de varia e authentica historia espiritual sobre a Doutrina Christã, Officina de Antonio Pedroso Galrão, Lisboa, 1657, 1, 148. Há um resumo clareado por Teófilo Braga, Contos Tradicionais do Povo Portuguez, II, 174, edição de 1883.

Puymaigre, analisando o livro de Lecoy de la Marche, Anecdotes historiques, legendes et apologues tirés du recueil inédit d’Etienne de Bourbon, Paris, 1881, comentou o tema do exemplo acima transcrito. Etienne de Bourban era dominicano e contemporâneo de Luis IX, São Luis de França, 1215-1270. Já encontrou popular a lenda, registando-a, talqualmente a conhecemos. Schiller aproveitou-a numa balada famosa, Der Gang nach dem, Eisenhammer, onde um pajem do conde de Saverne, invejado por seu companheiro Roberto, é mandado perguntar a uns ferreiros se já cumpriram as ordens do senhor, senha para ser arrojado aos fornos. Fridolino, o pajem, fica ouvindo uma missa e Ro-

berto, impaciente, vai perguntar aos ferreiro o destino da ordem comital, sofrendo castigo me recido. Gastão Paris estudou o conto, desde sua origem oriental até a multiplicação temática euro peia, Romania, tomo V, 254. Em Portugal, in forma Puymaigre, o assunto é tratado por Fran cisco da Fonseca Benevides, Beynas de Portugal, 1, 178, e Gonçalo Fernandes Trancoso, no século XVI, incluiu-o no seu Os tres conselhos. O mot domo-mor, caluniado, leva a carta de Urias, como a chamamos, e será enforcado pelo destinatário. Cumprindo um conselho, dorme onde a noite o alcançou e um preto, que o hospedara, substi tuiu-o, entregando a missiva e sendo justiçado. Ocorre ainda na Historia de la vida, muerte. milagros, coronacion y trasladou de santa Isabel, sexta reina de Portugal, por dom Fer nando Correa de Lacerda, Lisboa, 1680. O avô materno del-rei dom Dinis, Afonso X de Castela e Leão, o Sabio, (cant. 78) já contara o facto no seu Cantigas o looreos y milagros de Nuestra Senora, relatando-o como de um conde de To losa. Timoneda, do tempo de Fernandes Trancoso, registou-a no Patranuelo, XVII. Uma das fontes incontestadas é o Katha-Sarit- Sa gara, Somadeva-Batta, Ocean of the streams of Story, reunião de lendas, mitos e tradições indianas. Emanuel Cosquin, Estudes Folklorique s(recherches sur la migrations des contes populaires et leur point de départ). Paris, 1922, 75>, igualmente regista, dando um elemento para 0 Motif-Index of Folk-Literature, do prof. Stith Thompson, J 21.17, Stay at church untill mass is finished, IV, 15. (CASCUDO