ELOGIO A VARNHAGEN

Oliveira Lima ELOGIO A VARNHAGEN Cabem-nos certamente alguns dos defeitos por que somos acoimados. Como raça e como povo — latinos pela cultura, portugueses pelo sangue, brasileiros pela nacionalidade — do que não podemos, entretanto, ser facilmente acusados é de ser minguada a nossa admiração pelo talento, pelo valor e pelo sucesso. Ela é antes … Ler mais

O BRASIL E OS ESTRANGEIROS

Oliveira Lima O BRASIL E OS ESTRANGEIROS O título desta conferência vos terá parecido à primeira vista um pouco paradoxal, ou pelo menos ambíguo. Os verdadeiros naturais do Brasil são os índios, nome geral dado aos habitantes do Novo Mundo e que ficou com uma recordação indelével de Cristóvão Colombo, da sua crença na esfericidade … Ler mais

“Vida do Padre Francisco de Xavier” de Pe. Lucena e “Crônica do felicíssimo Rei Dom Emanuel” de DAMIÃO DE GÓIS

Cônego Fernandes Pinheiro (1825 – 1876)

CURSO DE LITERATURA NACIONAL

LIÇÃO XV

biografia

Todos sabem que pela palavra biografia se entende a história de um indivíduo, que por qualquer circunstância se tornou notável. É fora de dúvida que fornecem elas grande subsídio à história geral de um país por encerrarem grande número de fatos anedóticos, que nesta ficariam deslocados, senão impróprios. Estudando minuciosamente a vida dos protagonistas, conhecendo de perto o seu caráter, tendências, e quiçá aspirações, melhor compreenderemos o drama que ante nós se desdobra. Rejeita a gravidade da história grande número de pormenores que com proveito registra o biógrafo; assim pois, de muitos mistérios dos anais gregos e romanos faz-nos a revelação Plutarco, cuja leitura J. J. Rousseau preferia a todas as outras.

Entre os escritores do período manuelino apenas encontramos um a quem caiba propriamente a denominação de biógrafo, e ainda assim querem alguns que seja ele classificado entre os hagiógrafos, subdivisão criada para as vidas dos santos e varões apostólicos. Desejando porém, quanto nos for possível, simplificar este nosso tosco trabalho, afastar-nos-emos por vezes das rigorosas regras bibliográficas em bem da clareza e da fácil compreensão das matérias. É pois em virtude deste princípio que fugiremos sempre de multiplicar as divisões e subdivisões em que tanto se embaraça o espírito.

PADRE JOÃO DE LUCENA

Como aconteceu o Descobrimento do Brasil – História do Brasil de Handelmann

Gottfried Heinrich Handelmann (1827 – 1891)

História do Brasil

Traduzido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. (IBGE)

CAPÍTULO I – O descobrimento

A história dos tempos primitivos do império do Brasil é tão desconhecida e obscura como a dos Estados Unidos da América do Norte, até ainda mais, pois nem ao menos um raio de luz penetra ali a espessa treva.

Acontece, entretanto, ter chegado ao nosso conhecimento um ou outro monu mento, que atesta fatos de remota antiguidade.

JOÃO DE BARROS – Escritor português quinhentista

Marechal deodoro da fonseca

JOÃO DE BARROS (Viseu, 1496-1570) exerceu o cargo de tesoureiro e feitor da Casa da Índia e Mina. Escreveu muitas obras, e entre elas: uma Crônica do Imperador Clarimundo; uma Gramática Portuguesa; diversos diálogos sobre assuntos literários e morais; e a monumental Ásia, história dos feitos portugueses no descobrimento e conquista das terras do Oriente. Esta obra é geralmente conhecida por Décadas, e mais tarde foi continuada por Diogo do Couto.

Com razão apelidaram Barros o Tito-Lívio português; e tanto o mereceu pelo patriotismo da narrativa quanto pela pureza da linguagem, relativamente melhor que a do latino, pois não se lhe podem apontar patavinismos.