JOSÉ DA NATIVIDADE SALDANHA

Biblioteca Academia Paulista de Letras – volume 7. História da Literatura Brasileira TOMO I. vol 3.  LIVRO PRIMEIRO Época de Transformação (século XIX) 2º período (Fase Patriótica) Artur Mota (Arthur Motta) (1879 – 1936) JOSÉ DA NATIVIDADE SALDANHA Natural de Pernambuco. Nasceu em Santo Amaro do Jaboatão, a 8 de setembro de 1796, e faleceu … Ler mais

historiografia portuguesa: História do Descobrimento e Conquista da Índia

Cônego Fernandes Pinheiro (1825 – 1876)

CURSO DE LITERATURA NACIONAL

LIÇÃO XV

LIÇÃO XVI

historiografia

(Ninguém desconhece a importância do estudo da história, magistra vita, testis temporis, na frase de Cícero. Com o fio de Ariane conduz-nos ao labirinto do passado, e faz-nos assistir pela imaginação a fatos ocorridos em estranhos climas e remotas eras. Fez-nos classificá-la nas belas letras o encanto que nos causa a sua leitura, por isso que não poucas vezes a pena do historiador se converte em pincel, e descrevendo, ou narrando, deslumbra-nos pelo brilhantismo do colorido.

De duas diversas maneiras pode-se escrever a história: ou como testemunha impassível dos acontecimentos, registrando-os sem fazer-lhes o menor comentário; ou apreciando as causas donde dimanam os sucessos, e procedendo à rigorosa autópsia das circunstâncias que mais ou menos atuaram sobre eles. O primeiro destes métodos produz a crônica, que rejeita a crítica, e, interrogando as tradições populares, apressa-se em enfeixá-las em um ramalhete de maior ou menor fragrância. Foi Heródoto o patriarca dessa escola, que contou ilustres adeptos, sendo Fernão Lopes o que em Portugal maior nomeada granjeou. Submete a segunda escola todos os fatos à luz da crítica, e nunca conta sem que moralize e racircme. É mais filosófico e infinitamente mais útil o segundo destes métodos: cumpre porém reconhecer que exige ele da parte dos escritores e dos leitores certo grau de adiantamento que lhes permita estudar com imparcialidade o passado, cortando não raro por legendas que sobremodo lisonjeiam o orgulho e a vaidade nacionais.

CRISTIANISMO – Dicionário Filosófico de Voltaire

Dicionário Filosófico de Voltaire – verbetes selecionados CRISTIANISMO Investigações históricas sobre o Cristianismo — Vários sábios notaram, com surpresa, não encontrar no historiador José nenhum vestígio da existência de Jesus Cristo, pois todo mundo concorda que a pequena passagem, onde ele alude ao assunto na sua História, é interpolada. O pai de José devia ter … Ler mais

O Estado do Maranhão – A COLONIZAÇÃO DO BRASIL

Gottfried Heinrich Handelmann (1827 – 1891) História do Brasil – SEGUNDA SEÇÃO – A COLONIZAÇÃO DO BRASIL Traduzido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. (IHGB) Publicador pelo MEC, primeiro lançamento em 1931.   CAPÍTULO VII O Estado do Maranhão Começamos com o Estado do Maranhão, que, constituído pelo decreto real de 13 de junho de … Ler mais

O PLANALTO: SITUAÇÃO ECONÔMICO-SOCIAL. O APRESAMENTO E A MINERAÇÃO.

Marechal deodoro da fonseca

O PLANALTO: SITUAÇÃO ECONÔMICO-SOCIAL. O APRESAMENTO E A MINERAÇÃO. Professor Brasil Bandecchi. Estreita é a faixa litorânea da Capitania vicentina. Vencidos poucos quilômetros rumo ao interior, logo se alteia a Serra de Paranapiacaba, como um enorme contraforte se opondo à marcha do europeu. No Planalto, entretanto, já se encontrava João Ramalho, o genro do poderoso … Ler mais

Plutarco – CAIO MÁRCIO CORIOLANO

mapa roma itália

Plutarco – Vidas Paralelas

SUMÁRIO DA VIDA DE CAIO MÁRCIO CORIOLANO

  • I. Origem da família Márcia.
  • II. Infância de Caio Márcio. Sua firmeza e seu temperamento altivo.
  • III. Seu gosto pelas armas.
  • IV. Suas primeiras façanhas.
  • VI. Luta da nobreza e do povo em Roma.
  • X. Guerra dos Volscos. Assédio e conquista da cidade de Coriolos. Apelido de Coriolano atribuído a Márcio.
  • XV. Observações sobre os apelidos.
  • XVI. Novas sementes de discórdia entre a nobreza e o povo.
  • XVII. A cidade de Velitras entrega-se aos romanos.
  • XVIII. Coriolano apoia o partido da nobreza.
  • XIX. Êle pleiteia o consulado.
  • XX. Sua solicitação é repelida pelo povo.
  • XXI. Ira de Coriolano.
  • XXII. Êle discursa contra o povo e contra as liberalidades públicas.
  • XXIII. Os tribunos o intimam a comparecer.
  • XXIV. Inútil resistência de Coriolano e dos nobres. Os cônsules tratam de acalmar os espirites.
  • XXV. Coriolano comparece. Um tribuno pronuncia contra êle a pena de morte.
  • XXVI. Disputas entre os patrícios e os tribunos do povo.
  • XXX. A causa de Coriolano é levada diante do povo.
  • XXXI. Êle é banido.
  • XXXII. Tristeza do senado.
  • XXXIII. Firmeza de Coriolano. Êle se retira para Âncio entre os Volscos.
  • XXXIV. Coriolano lhes propõe a guerra contra os romanos.
  • XXXVII. A confusão aumenta em Roma.
  • XLII. Os volscos declaram a guerra’. Coriolano marcha à sua frente.
  • XLIII. As cidades se submetem ou são conquistadas.
  • XLV. O povo romano pede a volta de Coriolano. O senado se opõe.
  • XLVI. Coriolano irritado vem acampar perto de Roma. XLVII. O senado envia-lhe como deputados a seus amigos, para fazê-lo ceder. Êle pede a devolução de tudo quanto foi tomado aos volscos, e concede trinta dias para deliberarem.
  • XLIX. Nova deputação de Roma, depois de expirado o prazo. Obstinação mais forte de Cordolano.
  • LIII. As damas romanas se encarregam de ir suplicar-lhe.
  • LV. Discurso de sua mãe.
  • LVII. Coriolano cede e volta a Ancio. Tulo forma um partido contra êle e o faz assassinar.
  • LXIII. Majestade do povo romano. As damas romanas ficam de luto por Coriolano durante dez meses.
  • LXIV. Mau estado dos negócios dos volscos. Eles são obrigados a submeter-se.

Aproximadamente do ano 228 ao ano 266 de Roma; 468 anos antes de J. C.

 

A Dinamarca no século XVI – História Universal

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

História Universal de Césare Cantu

CAPÍTULO XXIX

A Dinamarca

Meu nome deveria ser inscrito na porta de todos os meus príncipes, dizia Munz, capitão de justiça da Jutlândia, quando viu notificar a Cristiano II que a nobreza e o clero o depunham, por ter violado seus privilégios. O Nero do Norte foi substituído por Francisco I (1523), seu tio, duque de Holstein, e filho desse Cristiano que, primeiro dessa casa, tinha dominado sobre os três reinos do Norte. A Suécia tinha sido separada dos outros dois pela energia de Gustavo Wasa; e o novo reinado foi constantemente inquietado já pelas tentativas do monarca destronado, já pela reforma.

A MIRRA – Contos etiológicos

Essa versão reforça uma opinião de Gustavo Barroso sobre o ciclo de dom Juan. A lenda, como a conhecemos e tem sido aproveitada em romance, teatro, poema e pintura, é uma con cordância de dois elementos independentes: a) a conquista de mulheres; b) o convidado do morto, caveira, estatua, etc. Esta historieta pertence ao segundo elemento, assim como A Mirrat que Teófilo Braga colheu no Algarve, e A es tatua que come, do Sardoal. (Gustavo Barroso Através dos Folk-lores, S. Paulo, sem data (1927), um thema de folk-lore na litteratura universal, 177-186). O grande folclorista brasileiro comentou La, legenda de D. Juan, Paris, 1911, de Gendarme de Bévotte, um recenseador da bibliografia donjuanina, opinando pelo origem do Don Juan na Andaluzia, dernier champs de bataille de deux races et de deux religions. O prof. Stith Thompson assim considerou igualmente, fixando no motivo C 13 do Motif-Index, the offended skull (statue), relativo ao convidado do pedra, festim de pedra, burlador de Sevilha, etc., ainda separando a refeição com o morto para o elemento E238, Dinner with the decid. Não há mais país europeu ou americano que não possua uma variante.

A caveira, insultada, vinga-se também, falando, conseguindo a morte do agressor ou sua punição. No Brasil, 1’crcira de Costa, Folklore Pernambucano, 99, na Á Trica, entre os Nupe, the talking skull, Leo Frobenius, seleção de Douglas C. Fox, Africam, Génesis, 1(51, New York, 1937, em Angola, em Mbaka, tht ytnmg man and the skull, XLV do Folk-Tales of Angola, de Heli Chateiam, Boston and New York, 1894. Nas duas versões que o prof. Espinosa registou na Espanha, em Deimiel (Ciudad Real) e Granada, El incrédulo y la calavera e El estudiante y la calavera, 79 e 80 do Cuentos Populares Españoles, 1, o convidado é uma caveira, comparecendo porém um cavaleiro. De ambas o rapaz escapa, assombrado e arrependido.

Na estátua que come, Teófilo Braga obtém um elo português na tradição do convidado de pedra. Aristóteles fala na estátua de Mitis, em Argos, que tombou sobre o assassino de quem representava, esmagando-o, La Poetique, cap. IX, 23, trad. de Ch. Emile Ruelle, Paris. Em Lisboa, no ano de 1610, um clérigo obteve a proibição de s. Jorge acompanhar a procissão de Corpus Christi instalado num cavalo. Ante os protestos do povo, o bispo dom Miguel de Castro autorizou a inclusão do santo mas este não perdoou ao intrigante. Ê tradição que, no domingo imediato, quando o clérigo que levara o Prelado a decretar a proibição dizia missa no altar de S. Jorge, caiu ao Santo a lança e feriu-o na cabeça! Jaime Lopes Dias, Festas e Divertimentos da Cidade de Lisboa, p. 22-23, Lisboa, 1940. (Câmara Cascudo)