THOMAZ DE AQUINO E CASTRO e A FASE PATRIÓTICA DA POESIA

Biblioteca Academia Paulista de Letras – volume 7.

História da Literatura Brasileira TOMO I. vol 3.

 LIVRO PRIMEIRO Época de Transformação (século XIX) 2º período (Fase Patriótica)

Artur Mota (Arthur Motta) (1879 – 1936)

THOMAZ DE AQUINO E CASTRO

Nasceu na cidade de S. Paulo, a 20 de janeiro de 1798, e faleceu em viagem para a França, como adido à legação brasileira, em junho de 1839. Era pai do Conselheiro Olegário Herculano de Aquino e Castro.

BIBLIOGRAFIA

1) Poesias oferecidas ao Sr. J. A. de Magalhães, ministro de Portugal no Brasil. Rio de Janeiro, 1836, 47 págs.

2) Adeus e despedida, etc. — S. Paulo, 1838, 8 págs.

3) Soneto recitado no teatro de S. Paulo, na noite de 7-9-1822. Acha-se publicado na "Memória" do Major Canto e Melo e na "Biografia" do Conselheiro Manuel Joaquim do Amaral Gurgel, pelo conselheiro Olegário Herculano de Aquino e Castro, filho do autor.

4)Poesias inéditas, que se conservavam em poder do filho.

NOTÍCIA BIOGRÁFICA

Dedicou-se à carreira militar, chegando ao posto de major do exército, quando foi reformado.

Era poeta e tinha o apelido de Camões. Por ocasião da proclamação da independência, recitou versos em um teatro de S. Paulo, em presença do príncipe regente, na noite de 7 de setembro de 1822.

Quando pretendia encetar a carreira diplomática, como adido à França, faleceu em viagem. Contava 41 anos de idade.

CAPÍTULO III

FASE PATRIÓTICA DA POESIA

A propósito de Voltaire, realçou Ferdinand Brunetière a circunstância de, não sendo ele dos mais estimados poetas, nem recomendável como autor dramático, romancista, historiador, ou mesmo filósofo, seja considerado justamente como a suprema representação do espírito francês, como o protótipo da cultura na civilização europeia e como o vulto de mais acentuada universalidade

"Et cependant il est Voltaire; il l’est et le sera pendante des années ou des siècles encore; ce que nous lui refusons en détail, nous sommes unanimes ¿1 le lui rendre en gros; et nous avons beau dire, adversaires ou ennemis, nous serions fâchés, pour l’honneur de la race, qu’un tel homme n’eût pas existé" (2).

O crítico francês explicou as razões dos seus conceitos, apelando para a vida de Voltaire, como sua obra-prima, obra de arte, de espirito e de conduta, mais estimável, mais agradável, mais recreativa e mais sedutora do que a própria obra literária na multiplicidade de gêneros cm que se subdivide.

É o que geralmente sucede, dentro de órbita mais restrita, aos poetas que cantam os fastos e os vultos de sua pátria; donde se explica o sucesso duradouro dos poemas, odes e hinos votivos à grandeza e ao heroísmo nacionais. Assim se explica a imortalidade de um Rouget de Lisle, cuja "Marseillaise", segundo Napoleão, foi o maior general da República, pelos milagres inauditos por ela causados.

J. J. Rousseau, Lebrun c A. Chénier não tiveram a mesma ventura, fosse embora o seu sucesso decorrente dos acentos energéticos c do estilo enfático de suas odes e hinos patrióticos.

No Brasil o momento era propício ao advento da poesia patrió-tica, não só por influência do passado, como pela aspiração generalizada do momento, na ânsia de liberdade e de independência.

(l) "… il n’y en a de plus français, qui nous soit une image ou un miroir plus fidèle de nous-mêmes; il n’y en a de plus européen, et je dirais volontiers, el n’y en a de plus universel que le nom de Voltaire." (F. Brunetière — "Etudes sur le XVIII siècle".

(2) Obra cit.

As manifestações patrióticas no século anterior tiveram outro caráter: atuaram de modo indireto. Mas no início do século passado, quando se intensificou a campanha emancipadora e após a conquista do ideal tão longamente sonhado, a poesia patriótica devia manifestar-se com maior intensidade e dominar o estro da maioria dos poetas. Tal, porém, não sucedeu, com a magnitude e a exaltação compatíveis com a significação do momento.

Dos poetas que mais se distinguiram no gênero, é lícito e justo mencionar Natividade Saldanha, com primazia, porque revelou mais impeto e coragem do que os demais.

Antes da independência escreveu sonetos patrióticos sobre a tentativa malograda de 1817 e sobre os feitos de Guararapes, além de várias odes de cunho acentuadamente patriótico.

José Bonifácio, durante o exílio, sentiu a nostalgia da pátria distante e desabafou em anseios pela liberdade. Ele, que já havia conquistado a emancipação nacional, dirigiu uma "Ode aos baianos", incentivou os gregos à liberdade e desabafou os sofrimentos, quando escreveu "O poeta desterrado".

Assim também Ferreira Barreto, com os sonetos a D. Pedro, cm 1822, e à data gloriosa de 7 de setembro, além da ode; Frei Caneca e alguns mais.

O momento era propício à expansão nativista, durante a campanha em favor do separatismo. Mas o surto de inspiração era rasteiro, acanhado, insignificativo. Os arroubos de entusiasmo eram contidos pelo despotismo da metrópole. As masmorras e o exílio, a força e os arcabuzes, inspiravam pavor e retinham o estro dos poetas. O instinto de conservação constituía o freio contra a marcha evolutiva. A função normal do terror atuava e conseguia represar a tendência natural dos sonhadores em expandir os seus anelos c externar os seus ideais. As agitações políticas dominavam a manifestação do pensamento e, por conseguinte, a poesia não podia respirar em atmosfera deletéria, viciada por tantos fermentos

A esse fenômeno de ordem social se conjugou o período de estagnação, como fator de natureza literária, caracterizando a decadência reinante, como expressão espiritual da sociedade.

A fase patriótica foi medíocre na poesia.

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