UM SANTO QUE CUMPRIU PENA NA CADEIA – Folclore litorâneo

São sebastião

UM SANTO QUE CUMPRIU PENA NA CADEIA

Em São Sebastião, cidade do beira-mar paulista, conta–nos a lenda, havia um homem valentão, turbulento que se comprazia em acabar com as procissões e festas religiosas.

Graças à sua valentia, ninguém ousava repreendê-lo, todos o temiam e respeitavam.

Certa manhã é encontrado morto. Segundo alguns depoimentos, seu corpo inanimado estava na porta da igreja matriz, segundo outros, na praia.

Quem teria assassinado o valentão?

Tem início o processo, que, segundo afiançam antigos moradores da cidade, ainda se encontra no Cartório local. Várias pessoas são inquiridas.

Alguém disse: para matar esse homem só mesmo São Sebastião, nosso padroeiro, que foi homem guerreiro. Um valentão como este só poderia ter sido morto por êle, principalmente pelo fato de ter acabado com várias procissões em seu louvor.

Certa pessoa ao depor informou ter visto na manhã do crime, correndo pela praia, um moço loiro, com os traços fisionômicos de São Sebastião.

Correu célebre a notícia de que foi São Sebastião quem abateu o valentão com sua lança de guerreiro, pois o ferimento indicava ter sido por tal arma. Outros chegaram a afirmar que uma das setas que se encontram em seu ícone, foi utilizada, pois até sangue tinha.

Levado a juizo, São Sebastião não contestou. Continuou mudo como todas as imagens. E o velho ditado "quem cala, consente", foi o veridito.

O Santo padroeiro é julgado e condenado a vários anos de prisão pelo crime de morte do valentão caiçara.

Dizem os antigos moradores que, de fato, São Sebastião esteve preso na cadeia local e que por ocasião das festas do santo, a 20 de janeiro de todos os anos, pagava um alvará de mil e seiscentos réis para que pudesse acompanhar as procissões. Havia, porém, uma exigência: o santo sairia na procissão, acompanhado por um soldado de arma embalada para que não fugisse, voltando depois para a cadeia, pois estava cumprindo pena de reclusão.

Cumprida essa, foi São Sebastião liberto, voltando para o altar, onde até hoje se encontra.

Alceu Maynard Araújo, Julho 1957.

Fonte: Estórias e Lendas de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Tomo I. Seleção de Alceu Maynard Araújo e Vasco José Taborda. Desenhos de J. Lanzelotti. Ed. Literat. 1962

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