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13/04/2007 às 9:29 #70665renan_m_ferreiraMembro
O povo brasileiro é talvez o mais diversificado do mundo. Somos descendentes de índios (de várias tribos), negros (de várias etnias), portugueses, espanóis, italianos, alemães, árabes, judeus, libaneses, e povos da extremo oriente: hindus, chineses, japoneses, coreanos…A origem dos sobrenomes terminados em "eira" é quase sempre judaica. Os judeus tiveram que mudar o nome para fugir da inquisição e/ou se converter ao cristianismo. No caso dos judeus portugueses, eles escolheram nomes de profissão ou de árvores. Exemplo: Ferreira, Oliveira, Pereira...Os nomes: de Jesus, dos Santos, da Conceição, da Graça, etc... são nomes católicos que foram adotados (ou impostos?) por índios e ex-escravos negros. O nome "da Silva" significa "povo silvícula ou da selva" e também foi adotado no Brasil pelos índios e negros. Alguns brancos já vieram de Portugal com esse nome, pois eram considerados silvículas para os antigos romanos.Infelizmente, hoje fica difícil conhecer nossa própria origem devido a essa prática. Acho que teria sido muito mais interessante se os índios adotassem como sobrenome o nome de sua tribo e o negro fizessse o mesmo (ao invés de adotar um sobrenome católico).Exemplo: Assim, hoje ao invés de "João da Silva" teríamos "João Tupinambás". A origem exata de João seria conhecida pelo nome. Saberíamos que ele possuí ascendência indígena e saberíamos até de qual tribo.Outro exemplo: de "José dos Santos" para "José Bantu". Saberíamos assim, através do sobrenome, que o José é descendênte de africanos, da tribo Bantu. Desta maneira seria muito mais fácil a construção de árvore genealógicas e o nosso auto-conhecimento se daria através de um resgate histórico. A verdadeira função do sobrenome sempre foi essa, mas no Brasil isso não pegou e como se tivéssemos vergonha de nossas orígens, adotamos nomes católicos para mascarar a mistura de raças.Particulamente, acho que a mistura de raças é uma riqueza do nosso povo. Tenho muito orgulho em dizer: sou descendente de italiano e suiço (embora não tenha no meu sobrenome, mas meus bisavós sim), de índios e negros (Da Silva, e De Jesus, que também não tenho no meu sobrenome, mas meus avós sim), de judeus portugueses (Ferreira) e de portugueses católicos e de espanhóis. Mas os espanhois e portugueses, por sua vez, não são uma etnia, são apenas uma nacionalidade. A Espanha e Portugal ficaram 400 anos sob influência dos árabes que ali habitaram por todo esse tempo. Logo, portugueses e espanhois, são descendentes de árabes (misturados com celtíberos, fenícios, romanos, judeus, etc)Os romanos (italianos), por sua vez, são a mistura de gregos, judeus, fenícios, lombardos, germanos, etrúscos, etc...Logo, eu sou descendente de: romanos, judeus, árabes, gregos, celtas, íberos, persas, africanos, índios, etc, etc, etc...Conclusão, não existe pureza de raça. E no ser humano, não existe o conceito de raça. Para citar 4 personalidades que verdadeiramente admiro:1-Chales Chaplin (judeu de família) disse uma vez: "Sou um cidadão do mundo."2-Mahatma Gandhi (hindu): disse uma vez: "Sou hindu-critão-judeu-muçulmano" no contexto que ele disse, não se referia apenas a religião, mas também a etnia.3-Karl Marx (família judaica) disse "a religião é o ópio do povo". No contexto que ele disse, não significa que a religião seja irrelevante ou sem valor. Pelo contrário ele dava valor a religião. O que Marx afirmava é que as denominações religiosas são um tipo de ideologia (uma máscara).4-Albert Einstein (judeu)- Ao chegar nos EUA foi preencher uma ficha de imigração e na fixa havia um item que perguntava "RAÇA". Einstein olhou aquilo e depois de refletir escreveu: RAÇA HUMANA.
13/04/2007 às 14:39 #85030BrasilMembroOlá Renan
Conclusão, não existe pureza de raça. E no ser humano, não existe o conceito de raça.
Tem razão! Não existe coisa mais idiota que um brasileiro racista! Se um racista raciocinar um pouquinho, ele se dá um tiro na cabeça pois, o que ele discrimina e despreza é a sua própria existência. A raça humana.Existe no Brasil, a obrigatoriedade imposta a empregadores, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, da entrega de uma declaração anual.Esta referida declaração chama-se RAIS - Relação Anual de Informações Sociais. Dentre as várias informações exigidas, está a informação a respeito da "COR" do funcionário admitido ou demitido. O empregador tem de "avaliar" se o empregado é negro, pardo, moreno, mulato, branco, amarelo, vermelho, etc.Acho que num país cuja mídia insite em dizer que é contra o racismo, essa exigência é um absurdo despropósito. Outra coisa: Criam cotas para negros nas universidades, quando TODOS sabem que o acesso às universidades públicas é dificultado pela baixa qualidade do ensino público administrado durante os cursos anteriores. Brancos e negros estudam em escolas públicas, ao invés de fazerem cotas para estudantes advindos de escolas públicas, eles fazem cotas para uma "RAÇA". Uma sutil dissimulação e uma clara discriminação. Isso, além de não atender aos objetivos propostos, ainda acaba por acirrar qualquer pensamento racista, tanto de uma parte como de outra. Isso é desagregação do povo! Isso é demagogia barata! Isso é tapar o sól com a peneira!Quem pratica o racismo e a discriminação são as elites e não o povão! Isto é provado dia-a-dia quando as "cores" se misturam e nascem mais e mais brasileiros.Uma "ótima" maneira de desunir o povo é esta: a diferenciação racial. Para negros e brancos lutarem JUNTOS pelas MESMAS CAUSAS, fica muito mais difícil se houverem OUTRAS CAUSAS que, dizem respeito diretamente à desunião do povo em questão. Abs
13/04/2007 às 15:07 #85031jvictorrMembroNovamente elogio BRASIL tens total razão.
21/04/2010 às 9:15 #85032SicaMembroInfelizmente, hoje fica difícil conhecer nossa própria origem devido a essa prática. Acho que teria sido muito mais interessante se os índios adotassem como sobrenome o nome de sua tribo e o negro fizessse o mesmo (ao invés de adotar um sobrenome católico).
Concordo com absolutamente tudo que esta presente nessa página, exceto o trecho em destaque, afinal esses nomes nao foram adotados de acordo com a vontade dos indios ou dos negros, para eles era uma maneira de disfarçar a raça, que na epoca era a unica justificativa para escravidao, exploraçao, desrespeito e por ai vai....Alias, uma triste passagem da história.
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