Início › Fóruns › Questões sobre Filosofia em geral › Você acha que existe um Deus? › Como se libertar das amarras do sistema?
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23/08/2011 às 16:48 #71068lincolnpsiMembro
Quando o ser humano se percebe amarrado pelas correntes da moral e dos bons costumes, quando o ser vivencia a experiencia da opressão oculta imposta pelo sistema, quando, após anos fazendo a leitura do livro assim falou zarathustra, o ser se percebe como sendo um escravo de seus desejos, no cativeiro da alma, na intima parte do anseio entre a vontade de potencia e a realidade brasileira do seculo vinte um.Quais as vontades mais reprimidas?Qual o desejo que voce teve de abrir mão para simplesmente se enquadrar no sistema do bom brasileiro?Digo do Brasil, mas o veneno se espalhou para boa parte do mundo.Existe algo de valor nesse esteriótipo criado pela mídia e pelo governo do bom brasileiro?Quem é o bom brasileiro?O Lula?O Faustão?O Romário?O Cauan Reimond/Dado Dolabella (Não sei como se escreve e não me importo realmente com isso)?O Marcelo Rossi?O Edir Macedo?O Neymar?Quem é o bom brasileiro? Quem é a referencia comportamental? Quem inspira os melhores valores?Eu realmente tenho medo e desprezo pelo futuro desse povo sofrido.Precisamos buscar no extrangeiro referencias comportamentais mortas para nos sentirmos mais vivos...
08/09/2011 às 17:53 #88753GeorgeCoronaMembroNós nascemos em “sistemas” e não há como viver fora deles. Precisamos dele para vivermos, isso é uma premissa da vida em sociedade. Sem regras, sem leis de comportamento mínimas, sem sistema, não há vida social.A filosofia tem sua existência marcada justamente por essa busca de "sair" das amarras da ignorância social, como você pode ver na "Alegoria da Caverna" de Platão. O sistema é rígido e difícil de quebrar, o jeito, então, não é sair do sistema, mas se "Elevar", aumentar a compreensão dos fatos, iluminar a consciência, para ser internamente LIVRE do sistema, e não simplesmente ESCRAVO dele, como a maioria o faz.O conceito de "BOM" é muito cultural, espacial e temporal. Atualmente vivemos o RELATIVISMO ÉTICO, ou seja, não há um padrão oficial de comportamento, ou o comportamento ideal para TODA a sociedade. Cada "grupinho social" dita suas próprias normas, e cada qual busca seus próprios modelos a imitar. E essa sua dificuldade em encontrar o "bom brasileiro" para ser seu referencial reflete a dificuldade que o planeta todo enfrenta, graças a globalização da cultura, promovida pela tecnologia da comunicação.Quando existiam as pequenas tribos, pequenos povos que viviam separados e isolados, seus referenciais eram mais claros e únicos. A vida tinha um sentido mais simples de compreender. Com as grandes comunidades sociais as opções são tantas que é normal a gente cair na infelicidade de se sentir "perdido", confuso, obscurecido... Toda a alegria que muitos tiveram de "quebrar tabus, quebrar tradições, quebrar regras rígidas de comportamento" se converteram em angústia existencial, pois no lugar das tradições quebradas NINGUÉM COLOCOU NADA PARA SUBSTITUIR, IGUAL ZARATUSTRA O FEZ PELAS MÃOS DE NIETZSCHE... Liberdade com angústia é o que vivemos!!!!!!!!!!!
05/10/2011 às 23:36 #88755GPrado825MembroAcho que podemos dividir a questão em duas categorias: amarras de estado e amarras sociais. As amarras de estado são aquilo de que somos privados compulsoriamente, por leis e políticas públicas. As amarras sociais, tratadas nesse tópico, se referem as amarras as quais nos sujeitamos voluntariamente. Por mais pressão que haja, é inegável que as decisões tomadas por nós, caso não tenhamos problemas e doenças que afetem nossa capacidade mental, é uma decisão consciente. Mesmo que alguém diga que as vezes fazemos coisas sob efeito de drogas ou bebidas, estávamos sóbrios quando decidimos experimentar essas drogas e arcar com as consequências. O ponto que quero chegar é que escolhemos se adequar a essas amarras, se alguém nos manipula, sempre temos que comprar essa manipulação, não somos literalmente forçados a aceitar esses padrões criados.O jeito de se livrar dessas amarras, portanto, é ter consciência de quando há ou não manipulação e escolhermos aceitá-las ou não, e só sabemos que estamos sendo compelidos a uma opinião se soubermos as outras opiniões, tentando se alimentar com todo tipo de conteúdo. Enquanto a Internet pode fazer isso, como nesse fórum, também pode nos limitar a opiniões sem sabermos. Poucos sabem que o Facebook e o Google selecionam, por algoritmos, o que vai aparecer em nosso feed ou resultado de pesquisa, e fazem isso sem nos perguntar se queremos. Assim, seus resultados são baseados em coisas que você já procurou, já sabe e já pensou sobre. Não quero me estender mais nessa parte, então, quem souber inglês, pode assistir a esse vídeo ( http://www.youtube.com/watch?v=B8ofWFx525s ) sobre Filter Bubble ou Bolha com Filtro, em tradução livre. O importante é entender que a internet, por mais que pareça, não é o caminho direto a divergência de opinião, devemos sempre explorá-la da forma mais diversificada, entrando em diversos sites. É também interessante ler livros que contrariem sua opinião, as vezes mais interessante do que aqueles que seguem uma mesma linha de raciocínio que você. O mesmo vale para revistas, filmes e todo tipo de mídia, mesmo jornal. Como disse que escolhemos ser manipulados, acho que vale mais um complemento: que tal, além de explorar nossos pontos de vista, coisas que as pessoas que estão nesse fórum já fazem, que nós tentemos ensinar as outras pessoas a fazer isso também? O arquétipo do bom brasileiro, como dito pelo "lincolnpsi", não vai mudar se apenas eu e você tivermos dispostos a ouvir muitas opiniões, mas se todos tiverem.É uma construção da opinião, mentalidade e consenso públicos.Que tal lutar por isso?
06/10/2011 às 19:41 #88754SuzanaMembro“Desfazendo as tramas que já vem “malhadas” antes de nascermos” quer interna (mente) quer externa (mente) não para nossa conveniência mas para a convivência justa e pacífica entre os povos.
08/10/2011 às 12:30 #88756Miguel DuclósMembroUma vez estava lendo as cartas do Padre Vieira e ele ilustrava a dificuldade de formatar a sua doutrina católica nos corações e mentes dos nativos, não era somente catequisar índios, mas toda a terra brasilis que já vicejava na vida colonial dessas seivas. Foi aí que me ocorreu que essa crítica ao “Sistema”, que aparece forte na contra-cultura dos anos 1960, a luta contra o “stabilishment” e o “status quo” etal, na verdade é mais um conceito “importado” que adotamos. Explico…Sérgio Buarque já falava do desafio problemático brasileiro que é o de instaurar as instituições da civilização ocidental nas nossas características peculiares, não somente históricas e humanas, direito, estado etc mas também geográficas. No caso, acho que ainda não a vivemos de forma plena. O próprio pilar religioso que foi uma base forte, já caiu em sua força, permanece como vestígio e reserva. Somente a economia, que parece ser o paradigma máximo, não se sustenta para fazer girar a vida. Ainda sequer chegamos no capitalismo clássico, o Estado senta em cima da economia e mantém o paradigma do país não soberano como "Fazenda do mundo". O totalitarismo por via militar também já perdeu força, não há a mesma imposição de disciplina que levou-os a estampar a bandeira com a frase do Comte. O judiciário, lento e ineficiente, comete desmandos e iniquidades e vive trabalhando à beira do colapso. Até a velha rede globo, pensada como fator ditatorial de unificação, anda perdendo força motriz com a internet.De forma que acho que o problema do Brasil não é o "Sistema", mas a FALTA de sistema... não o excesso, o controle, esse se dá por comandos ainda pouco sofisticados, e , também com a nossa atual crise da educação, que, se nunca foi lá essas coisas, caiu precipício abaixo sob alguma desculpa esfarrapada de aumento de índices, o que vemos hoje nas novas gerações que vêm é a presença da força vital com um condicionamento meio rasteiro, baseado em status econômico e profissional. Ou seja, o "sistema" brasileiro não se efetiva na subordinação das pessoas de forma presente, constante e limitante, mas antes, age sempre em algum limite tênue. É duro admitir que é diferente do contexto dos "países desenvolvidos", que tiveram mais razão para fazer essa crítica contra as "amarras", que aliás, impõe em maior ou menor grau aos países com vida própria decadente, como o nosso.
20/10/2011 às 21:36 #88757SuzanaMembroSó percebemos que há um Sistema quando somos forçados a olhar para ele. Com as abominações atuais é impossível não percebê-lo. Mas a forma mais correta de nos libertar das amarras é encará-las como “uma marolinha” e desviar a vista para a beleza infinita das maravilhas de Deus, até que recuperemos o fôlego para desatar os nós que atrapalham o progresso do verdadeiro eu, afinal, a falta de disciplina, ordem e justiça que garantem o bom funcionamento de qualquer sistema não está ativada no sistema atual de governantes e governados!
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