Início › Fóruns › Questões do mundo atual › O Problema dos Árabes é o Fanatismo?
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31/01/2007 às 17:34 #70603Miguel (admin)Mestre
(http://www.coxandforkum.com/archives/001027.html)Frequentemente vemos a associação entre os problemas do Oriente Médio com o fanatismo religioso; ou, pelo menos, é isso o que os norte-americanos querem que pensemos. Mas analisando friamente, será que os problemas não foram causados em sua maioria pelas frequentes intervenções das grandes potências - Europa e EUA? Primeiro temos a instituição do Estado de Israel, por parte da Inglaterra, roubando e expulsando os árabes de um território que estes ocupavam desde o século VI.Depois temos, em todas as regiões do Oriente Médio, constantes intervenções por parte dos soviéticos e norte-americanos, que aparentemente sentem prazer em criar e fomentar conflitos étnicos, armando até os dentes uma e/ou outra parte.E os conflitos internos do Iraque não foram causados pelas barganhas da Inglaterra, que após o fim da I GM "costurou" um Estado em que se juntavam diversas etnias notadamente rivais?Por outro lado, de que modo os árabes atacaram o Ocidente nos últimos 50 anos, a não ser em esporádicos atos terroristas que, em geral, são um grito de desespero?O que os colegas acham?
31/01/2007 às 17:49 #84202Miguel (admin)MestreApenas acrescentando: os colegas de fórum sabem da aversão que tenho pelas religiões em geral, e ainda mais pelo fanatismo. Deste modo, não estou dizendo que o Islamismo não tenha relação alguma com a violência no Oriente Médio ou com os atos e organizações terroristas árabes. Na verdade, sim, eu acho que exista uma relação, mas esta é insignificante perto das agressões que os povos árabes têm sofrido. São essas agressões que têm causado a revolta que, a meu ver, é justa.Aliás, basta fazermos um paralelo entre os esporádicos atos terroristas árabes e as Cruzadas, ou os massacres dos indígenas norte-americanos por parte dos protestantes, para termos uma noção de qual seria a religião mais violenta.
31/01/2007 às 20:57 #84203BrasilMembroConcordo com o que vc disse e, quero acrescentar.Penso que os árabes estão sendo vítimas de um complô muito antigo, um complô que surgiu depois da 2ª Guerra, com a expansão industrial e a inevitável corrida do petróleo.A guerra fria girou o tempo todo praticamente em cima disso. A corrida espacial é usada para dar uma idéia figurativa do que foi a guerra fria. Junto de toda a manipulação promovida pelos dois lados, comunista e capitalista, também houve as manipulações religiosas. Entre as personalidades estadunidenses, virar mussulmano passou a ser sinônimo de protesto, tal era e é a discriminação e tentativa de endemoniar os mussulmanos naquelas terras. Homem bomba é coisa da década de 70 prá cá. Todos falaram muito e falam até hoje sobre o atentado em Munich em 1972, em que um grupo com alguns extremistas islâmicos se explodiu junto de uma delegação olímpica inteira de Israel, uma tragédia!Porém, pouquíssimas pessoas sequer ouviram falar do atentado em 1976 ao avião da Linha Aérea Cubana de Aviação que voava entre Venezuela e Cuba e que TAMBÉM vitimou uma delegação olímpica cubana, inteira! Neese atentado em que o terrorista treinado e a serviço da CIA, Luis Posada Carriles http://pt.wikipedia.org/wiki/Luis_Posada_Carriles , covardemente colocou uma bomba no avião que explodiu em pleno vôo, morreram 73 pessoas. Muito mais que em Munich. Ninguém fala nada: “não foram pessoas que morreram, foram cubanos”...A delegação olímpica de Israel “é muiuto mais importante que a delegação olímpica de Cuba”...Todos os grupos radicais islâmicos surgiram depois de 70! Para os estadunidenses andarem com suas "barcaças" de 8 e 12 cilíndros, muitos árabes se mataram e ainda se matarão.A mídia faz a história, os loucos, radicais e extremistas "são" os que discoradam da midia...São os que dizem que ela faz a história...
Charge cubana[img]http://www.5septiembre.cu/30anivcrimenbarb.JPG[/img]31/01/2007 às 20:59 #84204FlagMembroDesaparecido em combate-eu, boas a todos!Pois é, o porquê dos problemas no médio oriente.Assim a principio, quando vi seu texto unvolt, ocorreu-me a possibilidade de nessa área a iliteracia ser um problema, e já sabemos como esse funciona. Quando alguém com poucos recursos mentais se vê perante um problema, ela irá automáticamente pensar na violência como solução.Claro que esse problema aliado ao ódio generalizado pelas várias potências ocidentais, mais o fanatismo, torna-se num beco sem saída onde a única solução não racional será a guerra.Mas isto que eu acabei de dizer é só uma ideia que acabei de ter, provavelmente está ligeiramente errada, porque quem governa os paises do medio oriente, são pessoas cultas e com conhecimentos, mas no entanto esses podem ter que ceder perante pressoes do povo.Isto surgiu me, porque sempre que eu vejo protestos vindos dos paises maioritariamente islamicos, vejo pessoas a queimar bandeiras, e outras coisas, e acho isso um acto irracional.
31/01/2007 às 21:32 #84205BrasilMembroOlá Flag, que boas ondas eletromagnéticas o trazem de volta a este humilde e bem intencionado fórum? ;D
Quando alguém com poucos recursos mentais se vê perante um problema, ela irá automáticamente pensar na violência como solução.
Sim, por isso os governos mal intencionados mantêm seu povo na ignorância, pois a vilolência é necessária para manter a força policilal e com isso, políticamente sustentar a govenabilidade, mesmo roubando todos os recursos financeiros da nação.
Claro que esse problema aliado ao ódio generalizado pelas várias potências ocidentais, mais o fanatismo, torna-se num beco sem saída onde a única solução não racional será a guerra.
Pois é, mas a guerra de fato só seria possível se houvésse um mínimo de igualdade bélica. Como não há, o "recurso" é o terrorismo. Isso é automático, é natural, acontece em qualquer país.
Mas isto que eu acabei de dizer é só uma ideia que acabei de ter, provavelmente está ligeiramente errada, porque quem governa os paises do medio oriente, são pessoas cultas e com conhecimentos, mas no entanto esses podem ter que ceder perante pressoes do povo.
Não, vc não está errado! Simplesmente são os "cultos" que promovem isso!!São cultas as autoridades que se corrompem, e eu não tenho dúvidas de que a corrupção e a manipulação política é a causa de todos os "males" daquele lugar.As Forças Armadas Iraquianas foram compradas!! Alguém duvida disso?Onde estão os comandantes da Força Aérea Iraquiana? Fugiram? Alias, nem se viu Força Aérea Iraquiana nessa "guerra".Na primeira guerra do Iraque, os ataques estadunidenses eram revidados um a um com mísseis Scud sobre Israel, nessa "guerra" não se viu isso. Não é verdade?Obs.: Sobre "rasgar bandeiras"... tem algo a ver com o seu nikname? ;DAbs
28/02/2007 às 14:42 #84206Miguel (admin)MestreAcabei de conhecer o Le Monde Diplomatique através de um link postado aqui pelo Miguel, e já encontrei um ótimo texto:Irã, hipocrisia e interessesÉ engraçado: por que todos ironizaram a declaração1 do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, de que o Irã estava sim disposto a abandonar seu programa nuclear, desde que as potências ocidentais fizéssem o mesmo? Não é óbvio que o monopólio do poder nuclear é injusto? Quem deu aos EUA, UE, Israel, Rússia e China o papel de patrulheiros do mundo?1 http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,AA1463141-5602,00.html
28/02/2007 às 17:12 #84207BrasilMembroAcabei de conhecer o Le Monde Diplomatique através de um link postado aqui pelo Miguel...
OLá unVoltPrimeiro quero dizer que a primazia de colocar o um link do Le Monde Diplomatique neste fórum É MINHA!!! >:(http://www.consciencia.org/forum/index.php/topic,133.msg11936.html#msg11936 ;D hehehe, brincadeiras à parte, sobre o assunto que vc levantou, eu diria que ningúem deu o papel de patrulheiros do mundo a esses países. Esse foi um assunto muito debatido na década de 70 e depois "morreu". Esses países conquistaram o "direito" a esse status, na medida em não se colocaram de forma submissa aos EUA. É claro que esse status, não lhes foi conferido por ninguém, simplesmente conquistaram. A França foi um dos últimos países a tornanr-se uma potência nuclear plena. Sob protestos do mudo todo, no início da década de 90, a França realizava seus últimos teste nucleares no Atól de Moruroa. Hoje, a França pode se dar ao luxo de não apoiar os EUA em diversos aspectos, o máximo que os EUA podem fazer é não consumir o vihho francês e mudar o nome de suas batatas fritas.Enquanto os EUA estavam totalmente "ocupados" na Coréia e no Vietnã, muitos países se apressaram em desenvolver suas técnologias bélicas, Cuba só não foi esmigalhada pelos EUA, pois o medo nuclear os impediram de fazê-lo. Cuba apontou mísseis nucleares russos para Washington DC e New York."Ninguém mais do que eu", prima pela paz, mas temos que "nos ver" dentro do contexto: Nunca chegaremos à paz, com desigualdades.Se há exércitos, eles têm ou teriam que ser abolidos! Se o objetivo é a paz, pra quê exército?Uma vez que, NENHUMA nação do mundo age nesse sentido, nós não podemos nos colocar FORA DO CONTEXTO. Assim pensam e agem todas as nações no mundo.Imagine se somente os EUA tivessem esse poder? O mundo seria uma fábrica trabalhando para o conforto estadunidense.Algum pacifista mais apressado pode dizer: Mas essa iguladade é loucura!! Todos armados!!Bem, loucura é só metatade armado. Isso provoca a total desigualdade que, em se tratando de comportamento humano, é totalmente vulnerável às perversões humanas.A igualdede útil e sensata seria a igualdade de abolição das armas, a começar pelas nucleares. Porém, isso é um "sonho", isso é bordão de hippie, temos que nos ater aos fatos, à realidade... Então, se nos atermos aos fatos e à realidade, vamos descobrir que devemos caminhar em direção da paz, mas isso, não quer de forma alguma dizer que essa paz será alcançada com a desigualdade bélica. Ao contrário, em se tratando de pervers.. ops!! humanos, ela infelizmente, ainda tem que ser comprada, negociada, ou até mesmo "conquistada" com armas, assim como faz a ONU.Então, pela lógica do contexto, é melhor TODOS armados, pois "o medo será a paz". Quando todos viverem isso, esse medo e essa paz, a lógica começará a mudar e o contexto passará a ser outro. Até lá, muitos ainda continuarão a se aproveitar das desigualdades para fazer ainda mais desigualdades e isso acelerará o processo.Assim caminha o homem, errando e aprendendo, errando e aprendendo...
28/02/2007 às 17:53 #84208Miguel (admin)MestreOlá Brasil,Sim, dentro do contexto internacional atual é realmente necessária a "paz armada", já que não existe nenhum órgão supra-nacional que possa arbitrar as relações entre os países. Porém eu discordo que isso possa ser levado para as relações dentro de um Estado nacional. Como eu já disse no tópico sobre o desarmamento, a principal função do Estado é (ou deveria ser) justamente a proteção do indivíduo, que delega o monopólio da força em nome de uma arbitragem menos "emocional" entre os membros da sociedade.
A França foi um dos últimos países a tornanr-se uma potência nuclear plena. Sob protestos do mudo todo, no início da década de 90, a França realizava seus últimos teste nucleares no Atól de Moruroa. Hoje, a França pode se dar ao luxo de não apoiar os EUA em diversos aspectos, o máximo que os EUA podem fazer é não consumir o vihho françês e mudar o nome de suas batatas fritas.
Pois é, e como a França não era tão "petrolicamente" atraente, tudo acabou ficando por isso mesmo.
Acabei de conhecer o Le Monde Diplomatique através de um link postado aqui pelo Miguel...
OLá unVoltPrimeiro quero dizer que a primazia de colocar o um link do Le Monde Diplomatique neste fórum É MINHA!!! >:(http://www.consciencia.org/forum/index.php/topic,133.msg11936.html#msg11936
Ops, mal ae... 8)
01/03/2007 às 15:23 #84209Miguel DuclósMembroPrimeiro quero dizer que a primazia de colocar o um link do Le Monde Diplomatique neste fórum É MINHA!!! >:(
O Diplomatique é famoso, conhecido há tempos. E também já havia citado no fórum há anos:http://www.consciencia.org/forum/index.php/topic,7.msg2605.html#msg2605É um bom site, mas ele vem perdendo contundência com os anos. Acho que a ameaça de crítica anti-globalização que vislumbramos no início do milênio arrefeceu.
01/03/2007 às 15:27 #84210Miguel DuclósMembroSobre o tópico, poderíamos precisar melhor o que são árabes. Os iranianos, por exemplo, se consideram “persas” e não árabes. A arábia Saudita, por outro lado, é notória aliada do Ocidente e atua como anti-catalizador de insurgências na região.Você pegou o problema, que não deveria nem estar em forma de interrogação. É um desmonte de ideologia que precisa ser feito. Um dos principais pontos da garantia ideológica da interveção militar é a alegação de fanatismo, que é quase completamente falsa, pois passada de forma de verdadeira caricatura.
01/03/2007 às 16:02 #84211Miguel (admin)MestreNa verdade eu parti da comum associação/generalização/confusão que se faz entre os povos semitas, os árabes, o islamismo e o fanatismo, mas analisei só o lado da questão que a meu ver é mais nocivo: a associação entre eles e o fanatismo e a violência. O outro lado, das distinções étnicas, a meu ver é mais trivial, já que mesmo nós latino-americanos somos vistos pela comunidade mundial de forma indistintamente estereotipada.Com relação à Arábia Saudita e outros países, não sei se podemos dizer que sejam propriamente aliados do Ocidente, já que esta atitude do governo nem sempre reflete na população - em geral bastante arisca à presença estrangeira. No mais, basta lembrar que a origem da al Qaeda é saudita.
01/03/2007 às 16:40 #84212BrasilMembroOlá amigos
Um dos principais pontos da garantia ideológica da interveção militar é a alegação de fanatismo, que é quase completamente falsa, pois passada de forma de verdadeira caricatura.
Uma prova disso é o fato de termos comunidades judias e árabes convivendo pacificamente em nosso país. Aqui NUNCA se viu um ato de fanatismo, muito menos, extremismo islâmico. Ao contrário, árabes e judeus, se cumprimentam como qualquer brasileiro cumprimenta outro brasileiro.Lá existe fanatismo, mas aqui também existe. Lá, alguns, e tão somente alguns, praticam a auto-flagelação e isso é passado para nós como um absurdo etc. Também é passado como se TODOS lá fizessem isso, porém quando essa mesma mídia mostra os peregrinos católicos caminhando pelas estradas de joelhos, muitos carregando uma cruz de mais de 100 Kg nas costas, rumo à Aparecida do Norte, subindo escadarias de joelhos etc., fazem questão de ressaltar a fé do brasileiro na santa. De forma alguma isso é qualificado como fanatismo, o que eu acho totalmente tendencioso. Pois pra mim, é fanatismo puro. Inclusive as imagens deste nosso fanatismo são muito mais “filtradas” que as imagens do fanatismo islâmico, não tenham dúvidas disso.Esse ponto de garantia ideológica da intervenção militar sustentado pela alegação de fanatismo, é facilmente constatado por estas simples observações que acabei de fazer. Outro fato que só nos leva a constatar isso, é o recente “bafafá” que Bento XVI arrumou com suas declarações preconceituosas sobre o islã. Tentando “tacar fogo na caldeirinha”. Bush chama o "serviço" no Iraque de "Cruzada".Gostaria de saber o que os católicos achariam de um lider islâmico chamando Cristo de assassino, em transmissão mundial. Será que os fanáticos daqui não iriam saír por aí queimando as bandeiras do islã? Jurando vingança? Querendo briga?Lembram do "arranca rabo" que deu, aquele idióta chutando a santa em uma transmissão de TV?Aí é que está...
02/03/2007 às 12:38 #84213Miguel DuclósMembroNo mais, basta lembrar que a origem da al Qaeda é saudita.
Olha, a família Bin Laden é uma família rica e notória da Arábia, e muito amiga da elite estadunidense, especialmente da família Bush. Isso fica bem claro no documentário do cineasta Michael Moore. O Bin Laden seria uma ovelha negra, um desgarrado? Talvez não, visto que ele próprio já trabalhou para a CIA. Al Qaeda era o nome da base de dados da inteligência americana com o nome dos recrutados para combater os russos no Afeganistão. A suspeita é que Al Qaeda tenha sido abordada pela ideologia Ocidental para justificar a política externa imperialista e unilateral no Golfo Pérsico, na luta pela região estratégica das reservas de petróleo. Usando a desculpa de combater o terrorismo e o eixo do mal (vocabulário falso que usa a mítica da segunda guerra mundial), os EUA seguem seu processo de destruição e controle dos poços, subjugando a resistência árabe. Um autor fundamental nesse aspecto é o filósofo francês Thierry Meyssan ( http://fr.wikipedia.org/wiki/Thierry_Meyssan ), do Reseau Voltaire, ativista que publicou uma investigação racional sobre a incongruência dos dados oficiais acerca dos atentados de 11/09, sugerindo a hipótese de que tais atentados não foram cometidos pela tal "Al Qaeda", mas sim por grupos de extrema direita infiltrados na própria estrutura de poder dos EUA, interessados em inflar a indústria bélica e fazer guerra pelo mundo. Essa hipótese, no início taxada como teoria da conspiração, já está mais bem aceita inclusive nos EUA. O cinema abordou de forma discreta por exemplo no filme do V de Vingança.
04/03/2007 às 3:15 #84214Miguel (admin)MestreMe lembro de certa vez ter lido algo sobre a Al Qaeda ter rompido com o governo saudita em decorrência da associação deste com os EUA, mas as informações a respeito são sempre bastante desencontradas.
Bush chama o "serviço" no Iraque de "Cruzada".
Pois é, não podia ser mais direto.E mais uma tirinha genial:
15/03/2007 às 15:53 #84215Miguel (admin)MestreBlair consegue aprovar plano de defesa de mísseisE, se não me engano, a Inglaterra assinou aquele tratado de não-proliferação nuclear. Se fosse qualquer país terceiro-mundista, já estaríamos na iminência de uma confronto (no mínimo) econômico.
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