Cinema Inteligente!

Só ontem tive a oportunidade de ver um filme que eu considero deveras interessante debater neste ou noutro tópico.O filme chama-se "eXistenZ" de1999, é um filme de médio/baixo custo de produção, mas é o suficiente para provocar no espectador, a falta de sentido de realidade (psicose).Vejam. É interessantísismo! Nota: Este filme não deve ser visto sob a influência de drogas, podendo provocar psicose ou paranóia.

Este “What the bleep we know” passou semana passana no cinema e eu fui ver…Saí antes do fim. Parece querer dar uma abordagem multimídia à mecânica quântica, mas não gostei do tom. Anglônicos neurastêmicos, desazoados, pseudo-cientificista, achando-se detentores da descoberta pólvora, falando com uma articulação neurastêmica, sem ponderação sobre as explicações dos mistérios do universo….Até aí passa, mas, além da historinha romanceada ridícula que permeia o documentário, com aquela fotógrafa, eles ainda fazem umas animações toscas, verdadeiros "defeitos" especiais. Aquela brincadeira de viajar pelo espaço sideral a grande velocidade, daí passa Vênus, passa a Terra, passa Marte...sono. Só Kubrick filmou bem sobre o espaço. Aquela brincadeira de "entrar" no cérebro mostrando os neurônios e as sinapses acontecendo é muito chato e batido, eu via na década de 1980, no Fantástico, da Globo...o programa que, segundo a Chaui, transforma magia em ciência e ciência em magia. Aliás, eles não citam algumas fontes de suas estupendas teorias não? Aquele senhor de cabelos brancos falando no meio de um deserto de cactos seria uma referência velada ao peiote e às revelações de Carlos Castaneda?Mas o que me fez levantar da poltrona foi o "mergulho" dentro do corpo humano, com o funcionamento do corpo como se fosse a sociedade americana, com as células bonecos tocando saxfone e dizendo "é hora da festa" ! Haja...

O Solaris original é do Andrei Tarkovski, que é declaradamente fã do Kubrick, e influenciado. Eu não vi Solaris, mas isto se nota também nos filmes dele que vi: “O Espelho” e “Stalker” . São absolutamente geniais. Expoente maior do cinema-arte, através da cultura soviética (por mais que ele a criticasse), quando vi, fiquei surpreso. Por mais que tivessem me avisado da gravidade do talento desse cineasta, há muito que eu não me via envolvido e enlevado pela peça de um mestre.Também não vi a regravação do Sodenbergh, mas já me falaram muito. Mais um item na lista a se ver.Sobre o 2001... Realmente, o filme desafia as interpretações todas que se possa fazer deles. Desde o lançamento em 1969 haviam intensos debates, especialmente entre os jovens ligados á ContraCultura sobre o significado do Monolito e outras coisas do filme. Ele não é fácil, mas você, depois de ver algumas vezes, capta muito bem a história. Mas na questão das luzes finais... aí que está . Não tem explicação, foge do raciocínio linear. Na minha opinião é justamente isso, o homem racional abre sua mente e viaja na velocidade da luz para o centro da galáxia. Aquelas luzes passando é que ele cruzou o portal do monolito de Júpiter. A linearidade, lógica e proporção perdem o sentido, até o momento em que vê a si mesmo em todas as fases de sua vida. Então, digamos, a marcha contínua da história é interrompida pela abertura da mente (drogas? LSD?). O homem vence o desafio e passa, a partir daí pode efetuar a viagem de retorno. E isso simboliza o nascimento da nova humanidade (Aquarius?) com o bebê cósmico, ligado ao universo.

indico três filmes:- donnie darko (é o tipo de filme que cada vez que você assiste, você repara algo novo. magnífico!)- the meaning of life (o sentido da vida)- pi