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29/01/2007 às 12:37 #70581srfilipeMembro
Olá, pessoal. Sou novo no fórum e também no estudo da filosofia. Tenho uma dúvida. Comecei lendo
Convite à filosofiada Chauí e logo no início quando ela retrata a atitude filosófica e a reflexão filosófica ela diz o seguinte: "A atitude filosófica inicia-se dirigindo essas indagações ao mundo que nos rodeia a às relações que mantemos com ele. Pouco a pouco, porém, descobre que essas questões se referem, afinal, à nossa capacidade de conhecer, à nossa capacidade de pensa."Eu não entendi essa ligação. A partir do momento que eu começo a indagar o que é a felicidade, por exemplo, como eu descubro que essa questão se refere, afinal, à minha capacidade de conhecer, de pensar??? Não entendi a relação. Por favor, me ajudem!ObrigadoFilipe29/01/2007 às 19:48 #83981Junior MartuchelliMembroSe entendi bem, a atitude filosófica é a contestação do senso comum, da vida comum sem respostas concretas ou qualquer rigor. Para melhor ilustrar, pense no ciúme, na vontade de diversos amantes de ter uma relação monogâmica, na própria confiança do homem em sua moral subjetiva, como se representasse algo senão uma irracionalidade. É assim que muito de nós somos. Mas, pensando, percebe-se que são coisas sem fundamento. Ou seja, contestando elementos do nosso cotidiano, chegamos à pergunta fundamental do pensamento: em que condições podemos considerar um pensamento válido? O que é o pensamento?O que eu quero dizer é que tudo está conectado. Para qualquer pensamento rigoroso é necessário filosofia, isto é, uma análise sobre nossa capacidade de pensar e organizar idéias.Espero não ter falado besteira. Sou também iniciante em filosofia.Junior
29/01/2007 às 20:27 #83982srfilipeMembroHum, interessante seu exemplo… mas não era minha duvida naum… eu queria saber qual a relação entre ingadar e depois perceber q são questões se se “referem” a minha capacidade de pensar.abraço
29/01/2007 às 20:34 #83983srfilipeMembroAliás, eu entendi que vc respondeu, mas ainda fikei confuso Junior… sera que dá pra simplificar um pouco mais??
29/01/2007 às 21:07 #83984Miguel DuclósMembroEla está desenvolvendo ali um realce do caráter “duro” da filosofia, ou seja… para se indagar acerca do ser das coisas e do mundo, não é através da opinião (doxa), do achismo, do gosto pessoal ou das tendências sociais ou de mercado que você irá conseguir uma resposta filosófica.Vai ser preciso educar e aprimorar sua abordagem e sua forma de pensar a questão. É o legado dos diálogos aporéticos de Sócrates. O bravo general tenta responder o que é coragem, e não consegue dar uma resposta satisfatória segundo a investigação filosófica. Isso porque não soube pensar o problema em termos universais, ou seja, de conceitos. Para isso é necessário sair das circustâncias, dos casos episódicos, da maré da experiência e buscar o que seja comum e indissodiável em todas as experiências de coragem; a essência ou a idéia de coragem. Só assim é possível defini-la. Ao primeiro juízo impulsivo, e fatalmente egocêntrico, é necessário passá-lo pelo crivo do exame, da argumentação racional, e assim concatenar segundo escalas de rigor, dentro do sistema, até chegar a uma resposta plausível para os problemas e contradições apresentados.P.S Por favor evitem internetês nas mensagens ("fikei" etc)
29/01/2007 às 22:14 #83985srfilipeMembroPuxa vida, vocês dois me responderam a mesma coisa e muito bem respondidos, no entanto, ao ler o trecho tento pensar numa situação prática. Me imagino indagando o que é a felicidade. Porém, não consigo dar continuidade à sequência exposta pela autora.De acordo com Chauí, eu deveria a partir daí perceber que "a questão se refere à minha capacidade de pensar". E isso não me parece claro, ainda. Me desculpem, sou iniciante nesse mundo filosófico e minha capacidade de abstração ainda é muito limitada.obrigado
30/01/2007 às 4:54 #83986BrasilMembroOlá srfilipe, permita-me participar.Também sou leigo, mas eu acho que entendi o que o Miguel explicou.Não há nada de abstrato nisso, é simplesmente, de grosso modo, “se colocar em todas as peles possíveis”.Quando o bravo general tentou responder o que é coragem e não conseguiu dar uma resposta satisfatória segundo a investigação filosófica, ele deu a resposta refrente à SUA experiência e, como o Miguel disse, ele teria que buscar o que fosse comum à TODAS as experiências de coragem; a essência ou a idéia de coragem.Ex.: Talvez o general tenha dado sua resposta imaginando uma situação de guerra, onde a coragem é constantemente exigida e dela depende sua própria vida, em que a coragem tem origem no patriotismo ou na defesa de algo.Mas, muitas peles ele poderia ter “vestido” além da pele do militar.Ele poderia ter se imaginado na pele de um estudante do 1º ano de medicina, frente a um acidente em que uma pessoa convulsionando e, com a respiração interrompida, precisasse de uma traqueostomia urgente. Ele teria que ter uma outra espécie de coragem; sem patriotismo, sem precisar defender nada: A coragem de fazer na prática, algo que ele só conhecia em livros; Furar a garganta do paciente, com qualquer objeto possível, para possibilitar a imediata respiração. E claro, correndo riscos com isso.Ou então o general poderia se colocar na pele de uma mulher no 2º andar de um prédio em chamas precisando reunir coragem para pular e tentar se salvar.Quando Chauí diz que; “se refere à sua capacidade de pensar”, ela está dizendo, em outras palavras isso que o Miguel falou: “Ao primeiro juízo impulsivo, e fatalmente egocêntrico, é necessário passá-lo pelo crivo do exame, da argumentação racional...”Egocêntrico é aquele que pensa em si mesmo, ou seja: Não veste “outras peles”.( Obs.: Pode ser que esteja tudo errado. Hehehe ;D)
30/01/2007 às 5:16 #83987Junior Martuchelli –MembroComo antes, peço ao pessoal do forum me corrigir caso eu esteja errado.A primeira pergunta a fazer é: o que ela quis dizer com capacidade de pensar? Ela está referindo a esse pensar não como algo subjetivo, mas como algo nosso. É a investigação sobre o pensamento, o que é, seus limites, como garantir a validez de um conhecimento, etc.Agora, é muito normal sua questão sobre como isso ajuda no pensamento prático. Tentarei dar um exemplo para melhorar um pouco a compreensão."Os conhecimentos não práticos", por exemplo, a física. Quais seus fundamentos? O que a física estuda? O que nos garante que o que a física dita como lei é verdade? O relativismo está correto? Quais os critérios pelos quais posso dizer que uma pesquisa é científica?Aqui, lembre-se de que cabe a filosofia dar a base a todo e qualquer ramo do pensamento.Como vê, no caso da física, um racíocinio profundo sobre a nossa capacidade de pensar, de conhecer a verdade - isto é, a epistemologia - é necessário. Mas os físicos nem sempre se interessam por filosofia. Neste caso, nunca sabem direito a que se referem suas pesquisas. Nunca sabem se podem dizer o que estão estudando. Nunca sabem responder aos relativistas porque estão errados, afinal. Acontece o mesmo nas perguntas práticas. Você pode fazer pesquisas sem saber a base do conhecimento, uma "pesquisa empírica", mas como você vai dizer para uma outra pessoa que o que você estudou é garantido? Como passar da simples impressão a um argumento racional e válido?O que eu quero dizer com isto, é que você deve, ao menos, dizer que tipo de racíocinio desenvolveu, o que descobriu. Ou seja, pôr ordem na casa. Quando você descobrir uma escola filosófica que lhe agrade, perceberá como isto pode lhe ajudar na investigação. No meu caso, adoro a fenomenologia.E uma dica: nunca desista e não tenha medo de ler livros que não vá entender por completo. Seja ousado. Se você entendeu um paragrafo de 100 páginas, já está ganhando. Se você consegue evoluir seu pensamento ao menos um pouco, já é uma vitória.
30/01/2007 às 16:38 #83988srfilipeMembroQdo digo que as “questões se referem à nossa capacidade de conhecer, de pensar”, estou dizendo que devo me colocar em todas as peles possíveis?Eu não consegui enxergar essa relação.
30/01/2007 às 16:47 #83989BrasilMembro"A atitude filosófica inicia-se dirigindo essas indagações ao mundo que nos rodeia a às relações que mantemos com ele.
Esse é o primeiro juízo impulsivo, e fatalmente egocêntrico
Pouco a pouco, porém, descobre que essas questões se referem, afinal, à nossa capacidade de conhecer, à nossa capacidade de pensa."
Essa é a atitude filosófica que, nesse caso, tenta definir "coragem": é necessário sair das circustâncias, dos casos episódicos, da maré da experiência e buscar o que seja comum e indissodiável em todas as experiências de coragem; a essência ou a idéia de coragem. Só assim é possível defini-la.
30/01/2007 às 16:50 #83990srfilipeMembro“A resposta pra essas questões se encontra na nossa capacidade de conhecer, na nossa capacidade de pensar.”Posso resumir desse modo????
30/01/2007 às 16:55 #83991BrasilMembroQuais questões?
30/01/2007 às 16:58 #83992srfilipeMembrotem msn?
30/01/2007 às 16:58 #83993BrasilMembronão
30/01/2007 às 17:00 #83994srfilipeMembroPor que dirigir indagações ao mundo é um “primeiro juizo impulsivo, egocêntrico?Quando questiono: "O que é a coragem?" Não estou assumindo um juizo, estou apenas questionando.
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