Duque de Caxias
O mais hábil general brasileiro do século XIX, Luis Alves de Lima, nasceu no Rio de Janeiro em 1803, pertencendo a uma família oriunda do Algarve, em Portugal. Aderindo com entusiasmo à causa da independência brasileira, mas desejando vivamente a manutenção da ordem do novo império, pôs a sua espada à disposição de D. Pedro I, para sufocar a revolta, que o obrigou a abdicar. Servindo depois lealmente os governos que o Brasil sancionou com a sua adesão e o seu voto, sufocou a revolta do Maranhão, a de S. Paulo e Minas, e finalmente a do Rio Grande do Sul, que pôs, mais do que nenhuma outra, em sério perigo a integridade do império brasileiro. Sempre vitorioso, foi êle quem dirigiu a campanha contra Rosas, e quem infligiu [1]) a derrota suprema a êste terrível ditador. Ministro por várias vêzes, foi organizador do exército brasileiro que empreendeu a campanha do Paraguai. Depois,, pondo-se à frente dêsse mesmo exército, franqueou os terríveis passos de Curupaiti e de Humaitá, ganhou umas poucas de batalhas, e, entrando triunfante na capital do Paraguai, fêz tremular nas rendidas muralhas de Assunção a bandeira auri-verde. Ao Conde d’Eu coube a glória de debelar os últimos esforços do ditador da república; ao Duque de Caxias coube a glória indisputável de ter vibrado a êsse terrível e enérgico inimigo do Brasil o golpe mais fundo, e que tornou, a-pesar-da indomável perseverança de Lopes, quase desesperada a sua causa. O govêmo e o povo do Brasil reconheceram sempre os altos serviços dêsse glorioso guerreiro; o govêrno, dando-lhe, com o bastão de marechal, o título mais elevado da nobiliarquia brasileira; o povo, fazendo em 1880 da morte do velho duque um verdadeiro luto nacional. E’ que todos reconheciam que a espada do Duque de Caxias, como a espada de Grant [2]) ou de Sherman[3]), dera a um tempo à sua pátria uma potente unidade, e à civilização da América um glorioso triunfo. Pinheiro Chagas.
[1] Que diferença há entre infligir e infringir?
[2] Ulisses Simpson Grant (1822-1885) — general norteamericano. venceu os sulistas na guerra da Separação ou Secessão (1860-1865). Foi também presidente dos Enfados Unidos. Chama-se guerra da Separáção ou Secessão nos Estados Unidos a que houve entre os Estados do Sul (Sulistas ou Confederados), ^ue erám escravocratas, e os Estados do Norte (Nortistas ou Federados), que^efam abolicionistas.
[3] V/illiam Tecumsh Sherman — outro general americano, tomou parte saliente na guerra da Separação. A causa federal teve nêle um grande defensor (1820-1891).
Qualidades Morais do Duque de Caxias
O Duque de Caxias pacificou quatro províncias no Império, e por duas vêzes defendeu no exteriory a honra da pátria.
Na guerra interna procedeu sempre com prudência, modéstia e humanidade, sendo a sua política belicosa, estar preparado para submeter o inimigo pela fôrça das armas, mas vencê-lo pelos benefícios.
Para êle foi objeto constante dos seus cuidados minorar os males da guerra, poupando o sangue humano.
Nesta mesma guerra fratricida do Rio Grande do Sul, é caraterístico o fato de Bagé, onde, depois da batalha de Porongos, pretendiam celebrar Te-Denm em ação de graças.
O general vitorioso, vendo neste ato mais homenagem pessoal do que votos ao Céu, e querendo antes dar-lhe expressão de dor cristã do que caráter festivo, respondeu ao sacerdote convi- dante: “Não levanto troféus sôbre o sangue brasileiro. Vá, Reverendo, vá; entoe missa por alma dos finados, e eu lá estarei para rezar por êles.”
O Duque de Caxias, como guerreiro, distinguiu-se pela humanidade, pela previdência e pela modéstia, imprcterível sinal das almas nobres.
Estas virtudes o elevaram à categoria de grande general, e pela sua prática pôde êle com razão, na sua última batalha em Lomas Valentinas, dizer as seus soldados: — Eia, marchemos ao combate; a vitória é certa, porque o general e amigo que vos guia, ainda até hoje não foi vencido.
A posteridade dará a êste egrégio cidadão o lugar que a pátria reserva para os seus beneméritos.
Alencar Araripe.
Não nascemos para nós sós; mas parte para a pátria, e parte para os amigos,
Platão.
Fonte: Seleta em Prosa e Verso dos melhores autores brasileiros e portugueses por Alfredo Clemente Pinto. (1883) 53ª edição. Livraria Selbach.
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