A informação como produto.

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  • #84712
    Brasil
    Membro

    Olá Z

    ...o saber mais, não faz da pessoa uma pessoa superior ou melhor ;)Um Homem culto ou sabido não é mais que um homem mais ignorante... o que conta será a consciência ;)

    Veja, eu não acho que a cultura (conhecimentos) e/ou a inteligência (capacidade de processar os conhecimentos) façam uma pessoa melhor ou pior, tampouco sua consciência! O que a torna melhor ou pior são as qualidades positivas ou negativas de suas intenções e atos.Saber mais significa muito, desde que esse "saber" seja fruto de informações VERDADEIRAS. Entre o saber e o não saber, pode-se fazer algo útil e/ou benéfico, ou não.  Já, entre o saber ERRADO e o não saber, pode-se fazer algo inútil e/ou maléfico, ou não.

    A boa informação é não só uma questão de controlo de qualidade dos meios, mas também uma questão do paradigma da mentalidade da sociedade.Não tenho dúvidas que os jornais se tornarão mais sérios e úteis, se as pessoas se mostrarem mais sérias e mais sensatas.

    Os meios de informação(jornais escritos, televisvos e radiofônicos), além de serem empresas que foram constituidas para gerar lucros, são antes de mais nada, entidades jornalistícas. Têm ou teriam que ter responsabilidade sobre o que veiculam. Propaganda é uma coisa, informação jornalística é outra. Divulgar mentiras ou só parte da realidade, na minha opinião é crime.Z, veja que contradição: Se as informações são uma questão de paradigama, penso que se forem veiculadas informações falsas, as pessoas terão paradigmas errados! Ou seja, cria-se um círculo vicioso: As informações mentirosas, tendenciosas ou parciais são assimiladas pelas pessoas que, agem de acordo com essas informações adotando práticas e comportamentos baseados em mentiras, verdades parciais e notícias tendenciosoas. Qual é o efeito disto? Alienação.Diante do exposto eu pergunto:Os meios de informação divulgam banalidades porque as sociedades são interessadas em assuntos menores OU as sociedades são interessadas em assuntos menores porque os meios de informação só dão  ênfase às banalidades?

    Os Jornais vendem o que o público quer ler. Verdade seja dita, um jornal polémico e que enfoque as intrigas e mesquinhiçes vende mais que um jornal sério. E agora? Sendo donos de uma empresa, o objectivo, para além de cumprir com a sua deontologia e ética, é fazer dinheiro.

    Sobre isto vc já sabe a minha opinião... O DINHEIRO é o bot, a mola propulsora, o fautor de quase tudo o que desprezamos: Ganância, mesquinharia, desonestidade, etc., etc., etc.Mas, parece que nisto vc não concorda comigo...Abraço

    #84713
    Brasil
    Membro

    É possível dizer uma verdade e com isso propagar uma grande mentira.Alguém disse: Em Cuba, até as prostitutas têm formação universitária!O manipulador ouviu e disse a seguinte "verdade": Em Cuba até as universitárias são prostitutas!Compare o efeito da primeira frase com o efeito da segunda. Percebe a manipulação?Um lugar desenvolvido onde até prostitutas têm oportunidade de cursar faculdade, passa a ser, de uma frase para outra, um "país de prostitutas". Isso é informação.   :-

    #84714
    jota erre
    Membro

    Diante do exposto eu pergunto:Os meios de informação divulgam banalidades porque as sociedades são interessadas em assuntos menores OU as sociedades são interessadas em assuntos menores porque os meios de informação só dão  ênfase às banalidades?

    Brasil,Quando nascemos, o mundo já está formado; já está carregado de conceitos e possui uma estrutura própria. Ao nascermos, estaos sujeitos a todo tipo de influência do mundo. Acredito que nada do que pensamos é totalmente original; mesmo os pensamentos mais simples têm um pouco de influência do mundo e da sociedade em que estamos.Assim, penso que a indústria da informação (como toda indústria/comércio) não está interessada em prover algo que o consumidor necessita, mas, em seu papel mercadológico, cria necessidades no mesmo de acordo ora com as suas possibilidades de fornecimento, ora com produtos que ela julga terem mais "saída" (programas viciosos como big brother, por exemplo).ok...

    #84715
    Brasil
    Membro

    Olá Ed Junior,

    penso que a indústria da informação (como toda indústria/comércio) não está interessada em prover algo que o consumidor necessita

    Aí é que está o problema: Pra quê existe então? Não vivemos uns em função dos outros? Não somos uma mesma espécie? Um não depende do outro? Não temos os mesmos interesses e/ou objetivos neste planeta?Penso que esse mercantilismo é o X da questão. Acredito piamente que esse sistema de sociedade já ultrapassou há muito o seu período de utilidade. Facilmente percebemos tudo o que os interesses financeiros nos trazem de inconcebível: Guerras, ganância, desonestidade, poluição desenfreada, degradação do meio ambiente, etc.Penso que, num determinado período da história da evolução da humanidade ele(o dinheiro) tenha tido um imprescindível papel, mas, acho que já não precisamos mais dele desde há muito tempo. Já se tornou nocivo demais!Acho que nos embriagamos de vil metal até a alma e estamos vivendo um período de "pileque homérico do mundo", como disse o Chico Buarque na música Cálice.  ;DAbraço

    #84716
    jota erre
    Membro

    Penso que esse mercantilismo é o X da questão. Acredito piamente que esse sistema de sociedade já ultrapassou há muito o seu período de utilidade. Facilmente percebemos tudo o que os interesses financeiros nos trazem de inconcebível: Guerras, ganância, desonestidade, poluição desenfreada, degradação do meio ambiente, etc.Penso que, num determinado período da história da evolução da humanidade ele(o dinheiro) tenha tido um imprescindível papel, mas, acho que já não precisamos mais dele desde há muito tempo. Já se tornou nocivo demais!

    O que você sugere, então?

    #84717
    Brasil
    Membro

    Olá Ed Junior

    O que você sugere, então?

    Bem, quanto a "informação como produto", a priori, eu só posso sugerir muito senso crítico e uma tenaz busca de informações isentas e imparciais, se é que isso é possível.Ao menos buscar  também os detalhes da informção contrária ou paralela, para poder avaliar também a outra face das coisas. Quando elas existirem pois, certas coisas são dadas como verdade inquestionável e absoluta e NÃO SÃO. E nesses casos, só o raciocínio corrobora à informação.Já, quanto ao sistema de convivência que a humanidade usa atualmente, eu só posso dizer que é necessário "acordar" para a realidade dos fatos. Só entendendo algo como verdadeiro, é possível concebê-lo. É isso.Acho que sonhar uma sociedade mais igualitária, conscienciosa de fato quanto à preservação do planeta e de sua própria espécie, justa, digna, fraterna, etc., só é possível passando pela eliminação total do uso de dinheiro ou qualquer objeto que simbolize valor de troca. É importante saber que toda a dificuldade que reside em torno  da adoção de um sistema como este, está na ACEITAÇÃO da adoção. Uma vez adotado este sistema, seu sucesso e progresso são inevitáveis, automáticos. Difícil é encontrar terreno para plantar essa "árvore" mas, uma vez plantado e nascido, seus frutos serão naturalmente possíveis, JAMAIS nos dará maus frutos. Nada de útil, sensato, bom, digno, inteligente, etc., encontrará barreiras humanas. Barreiras feitas pelo próprio Homem!!O Homem impõe muitas barreiras para o seu próprio desenvolvimento intelectual e humano quando se apega ou se submete aos interesses financeiros. Aos seus próprios e aos dos outros. Geralmente nos submetemos mais aos interesses financeiros dos outros, do que aos nossos próprios. Somos maipulados.Cabe raciocinar exercitando o poder da imaginação e da crítica, para saber se isto que estou dizendo é uma verdade ou não, se é possível ou não.Abraços

    #84718
    jota erre
    Membro

    Oi, Brasil

    Acho que sonhar uma sociedade mais igualitária, conscienciosa de fato quanto à preservação do planeta e de sua própria espécie, justa, digna, fraterna, etc., só é possível passando pela eliminação total do uso de dinheiro ou qualquer objeto que simbolize valor de troca.

    Ao que parece, vc não está propondo a melhoria do sistema existente, mas a destruição dele para a adoção de um melhor.Nesse caso, se trata de algum sistema específico, como o socialismo, por exemplo, ou vc tem outras idéias? De que forma se faria a transição?ok...

    #84719
    Brasil
    Membro

    Oi Ed Junior

    Ao que parece, vc não está propondo a melhoria do sistema existente, mas a destruição dele para a adoção de um melhor.

    Não há como melhorar o nocivo, apenas atenuar seus efeitos, que é o que os governos de todos os países do mundo fazem ou tentam fazer.  Não quero destruir nada, a não ser tabús e dogmas que inebriam os seres humanos.

    Nesse caso, se trata de algum sistema específico, como o socialismo, por exemplo, ou vc tem outras idéias? De que forma se faria a transição?

    Capitalismo privilegia o capital = é nocivo e cria miséria. Comunismo não privilegia mas, depende do capital = é nocivo e é miserável. A tansição se daria em 3 etapas: A primeira etapa seria o longo, incansável e obstinado trabalho de aguçar as consciências das pessoas e de chamar a atenção dos demais seres humanos, para o, na minha opinião,  incontestável efeito potencializador da ganância humana, que o uso do dinheiro provoca na vontade, corrobora  no ato, e deixa impune no julgamento do ato.Ou seja, a primeira transição consiste no fato de  as pessoas aceitarem como verdade, que o uso do dinheiro é nocivo aos homens e ao planeta. A adoção deste conceito pela maior parte das pessoas é imprescindível.Entre concluir a primeira etapa até poder iniciar a segunda, só Deus sabe quanto tempo iria ou vai se passar.A segunda etapa consiste em, uma vez que as pessoas já têm opinião formada contra o uso do dinheiro,  iniciar uma pesquisa acadêmica entre os maiores especialistas de cada asunto e, tratar de colocar tudo no papel.  Constituir as leis... Sempre com a especial vantagem de se fazer tudo atendendo efetivamente aos anseios e prioridades da sociedade sem privilégios exclusivos a quem quer que seja, pois, não existiriam meios para se privilegiar e nem para se corromper.Até aí parece impossível não é mesmo? Pois é, TODO o problema está na aceitação da idéia de que o uso de dinheiro é nocivo. Sobre a manutenção efetiva desta sociedade sem dinheiro, que seria a terceira etapa,  não se consegue nem sequer simular algo na imaginação...Por que será?Tem um tópico que trata desse tema, está aqui:http://www.consciencia.org/forum/index.php/topic,1732.0.htmlAbs

    #84720
    jota erre
    Membro

    Ehr, Brasil, desculpa, vc pode descrever a terceria etapa?"Abs"

    #84721
    Brasil
    Membro

    Olá Ed Junior, a terceira etapa está na primeira mensagem do tópico que te indiquei. Se tiver algo que vc não tenha entendido, o que provavelmente terá, é só perguntar que eu te respondo o que eu penso a respeito, com todo o prazer.Assim continuaremos o assunto no tópico específico.Abs = Abreviatura de abraços.

    #84722

    Voltando ao assunto do tópico, tem um tirada excelente do Seinfield:"It's amazing that the amount of news that happens in the world every day always just exactly fits the newspaper."(Tradução porca: "Incrível como a quantidade de notícias que acontecem todos os dias no mundo sempre cabe exatamente em um jornal.")

    #84723
    Brasil
    Membro

    Caro Ed Junior:

    penso que a indústria da informação (como toda indústria/comércio) não está interessada em prover algo que o consumidor necessita, mas, em seu papel mercadológico, cria necessidades no mesmo de acordo ora com as suas possibilidades de fornecimento, ora com produtos que ela julga terem mais "saída" (programas viciosos como big brother, por exemplo).

    Na minha maneira de ver,  o termo "indústria de informação" é por si só, deplorável. Informação não pode ser fabricada nem comercializada, informação tem que ser transmitida com ética e responsabilidade.  À informação noticiosa não cabe papél mercadológico.Se estivermos nos referindo à indústria do entretenimento, aí é outra coisa e aí sim, cabe o que o sr disse sobre estar interessada ou não estar interessada. Não só cabe, como é este mesmo o objetivo. Já, no que diz respeito à informação como NOTÍCIA, a prática comercial é imoral e criminosa. Ou seja, o "produto" é o crime. Uma sociedade que aceita a informação como um produto comercializável , está caminhando para  sua própria segregação e conseqüente destruição.Há que se fazer estas diferenciações básicas! O que vc acha?Ok...

    #84724
    jota erre
    Membro

    Caro Brasil,Utilizei o termo "indústria da informação", em analogia à "indústria cultural" explanada por Adorno e Horckeimer em "Dialética do Esclarecimento". O sentido que tentei dar é realmente pejorativo.Acho interessante sua tese sobre a "terra sem dinheiro", e postei uma consideração no seu tópico.Abs("Abs" (Ok...))

    #84725
    jota erre
    Membro

    Olá a todos,Um conceito muito utilizado por Adorno é o "fetichismo".Se trataria do interesse cego que as pessoas têm por certos produtos, que faz com que, por exemplo, prefiram comprar uma máquina digital em vez de pagar uma conta atrasada.Elas se vêem com um sentimento de inferioridade por não poderem comprar seus objetos de desejo, como se o objeto valesse mais que elas, uma vez que seu sálario não as permite comprar tal como produto. È isso que gera esse conflito de prioridades.O mesmo fetichismo valeria para a informação como produto. As pessoas se vêem atordoadas por tanta informação que acabam achando imprescindível obtê-la, como se a vida delas dependesse disso. Sabemos que nem toda informação é útil. O "saber" não se resume em ter informação.Porém, nese caso, as informações são, por assim dizer, grátis. "Meus Deus", dizem, "tantas mercadorias grátis! Tenho que obtê-las"...

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