A religião: Uma prisão perpétua

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  • #71007
    lincolnpsi
    Membro

    Não devemos ser felizes aqui; não devemos conservar nossa espécie; não devemos ter projetos; porquanto estaremos livres dessas correntes que nos prendem. Esses são alguns dos pressupostos dos cristãos. E para que a vida? O homem é um condenado já no nascimento; está atado a um complexo de culpa. ‘Mas o pai o salvará… ’ Enquanto isso, ele deve sofrer, ele deve pagar pela vida. Sua carne não é sua carne, seu pensamento não lhe pertence, suas dúvidas estão erradas. O homem deve ser desprezado: essa é a ideia da moral cristã. O homem deve ser renunciado: essa é a premissa do cristianismo. O santo é a purificação da alma: essa é a meta do homem. Ser bom incondicionalmente. Cegar-se pela própria vida, e viver errante como o gado no pasto. O homem é além-disso. Que ideia essa de darmos a alguém o destino de nossas vidas?! Que falta de amor próprio, que baixíssima autoestima, que desacreditar, que fraqueza! O homem é tão fraco, e se sente tão sem sentido e sem valor que criou Deus à sua imagem e semelhança.

    #88199
    ppaulo
    Membro

    Bom dia,Caminho trilhado por Nietzsche e sua criação do além do homem (ou super homem), aquele que pisa a decadente moral cristã, a moral dos fracos.

    #88200
    Acácia
    Membro

    Bom dia,Caminho trilhado por Nietzsche e sua criação do além do homem (ou super homem), aquele que pisa a decadente moral cristã, a moral dos fracos.

    Os fracos seguem apenas conceitos pré-estabelecidos pelos fortes portanto, não se pode afirmar que fracos tenham moral, muito menos, cristã.

    #88201
    Brasil
    Membro

    Caminho trilhado por Nietzsche e sua criação do além do homem (ou super homem), aquele que pisa a decadente moral cristã, a moral dos fracos.

    Penso que Nietzsche errou nesta conclusão.Fraco e forte são conceitos que se orientam por critérios.Quais seriam os critérios de forte e fraco para Nietzsche? Segundo sua filosofia, “forte” seria aquele que subjuga, domina, comanda, não sente piedade e nem compaixão; aquele que detém poder físico, mental e econômico sobre os demais.“Fraco” seria aquele que se compadece de seus semelhantes, se apieda dos sofredores, pensa em fazer o “bem”, prima os valores de igualdade, não detém poder e nem subjuga a sua própria espécie.Ele atribui a “fraqueza” do Homem ocidental ao cristianismo... Ele fala em pisar a decadente moral cristã...Eu só posso entender que ele fez a sua filosofia olhando apenas os costumes cristãos. E mesmo entre os cristãos ele ignorou os “fortes”. Eu não tenho dúvidas que entre os cristãos há aqueles que perfazem os critérios do que seria “forte” para Nietzsche. Alguém discorda? Se não discorda, então aí está o primeiro erro de Nietzsche: Atribuir fraqueza aos cristãos, enquanto podemos verificar facilmente a incidência de dominadores, poderosos, impiedosos e ricos cristãos.  Atribuir unicamente aos cristãos, aquilo que é inerente a uma parte da Humanidade cristã e não cristã. O erro de Nietzsche implica atribuir aos cristãos aquilo que se encontra em todas as partes do planeta. Implica entender que budistas, hindus, judeus, ou qualquer outra manifestação religiosa que não seja o cristianismo não valorizam a compaixão; implica dizer que budistas, hindus, islâmicos e todas as pessoas que não são cristãs, são “fortes”, poderosos, dominadores e sem compaixão.Basta olhar a miséria na Índia e na China para perceber que ele errou feio.Se todos os cristãos fossem “fracos” e se todos os que não são cristãos fossem “fortes”, o Ocidente seria uma grande concentração de miseráveis dominados pelos que não são cristãos e, o Oriente seria o lugar dos super-homens.Obs: Na minha juventude tive um patrão avarento, desonesto e explorador que ostentava na parede de sua sala com mesa e piso de mármore carrara um belíssimo crucifixo banhado a ouro e alguns salmos bíblicos.  Gostaria que Nietzsche fosse vivo e pudesse ver tal paradoxo segundo sua filosofia:  Um cristão convicto subjugando e explorando uma pessoa que não crê na divindade de Jesus.

    #88202
    SE7MUS
    Membro

    Basta olhar a miséria na Índia e na China para perceber que ele errou feio.Se todos os cristãos fossem “fracos” e se todos os que não são cristãos fossem “fortes”, o Ocidente seria uma grande concentração de miseráveis dominados pelos que não são cristãos e, o Oriente seria o lugar dos super-homens.Obs: Na minha juventude tive um patrão avarento, desonesto e explorador que ostentava na parede de sua sala com mesa e piso de mármore carrara um belíssimo crucifixo banhado a ouro e alguns salmos bíblicos.  Gostaria que Nietzsche fosse vivo e pudesse ver tal paradoxo segundo sua filosofia:  Um cristão convicto subjugando e explorando uma pessoa que não crê na divindade de Jesus.

    Olá,Quem disse que a Filosofia não pode ser contrastada com a ótica religiosa? Pois são todos do mesmo saco "observações humanas"? Falhas...!Já a observação brilhante do amigo Brasil diz por si o quanto os "grandes filósofos" podem cometer equívocos infantis...!Valew,SE7MUS

    #88203
    OpiniaoBS
    Membro

    :chok_mini: Uau! Ohhhh…Eu não conheço Nietzsche.Vocês estão perfeitamente tranquilos de que esta é a leitura correta? Digo, uma leitura praticamente unânime e literal?Não poderia a conclusão ser uma analogia em campo mais restrito, mas com sentido mais amplo?Digo, o correto não seria:o homem se enfraquece ao se dogmatizar e abrir mão de certos 'poderes', o cristão canônico manipulado, acarneirado, apenas um exemplo?Seria, para Nietzsche, uma característica exclusivamente deste cristianismo, a de ser um culto e de gerar e alimentar-se de zumbis ?É duro de engolir que essa seja a leitura correta, mesmo sem que eu o conheça!

    #88204
    ppaulo
    Membro

    Não o cristianismo, mas sim a moral cristã. A moral dos fracos.

    #88205
    Acácia
    Membro

    Realmente. Ceder a outra face é exemplo da fraqueza moral do humano. Seja ele cristão ou não. Correto?

    #88206
    OpiniaoBS
    Membro

    Sim. Eu não diria categoricamente que a moral É cristã.Nem dos fracos. Mas dos auto-enfraquecentes.A instauração de uma moral, i.e. o que a torna atuante, é dado pelo binômio dogma-adepto.Embora possa ser claro, pela observação da forma, que certas formulações de um Dogma já contenham elementos projetados para a indução ao erro, com o intuito de obter uma relação de dominação e de aprisionamento do adepto pela promoção de seu enfraquecimento.Quanto a 'ceder a outra face', não me parece que implica necessariamente numa fraqueza. A aparência que vemos pode ter um sentido que só o sujeito da ação conhece (no caso, um exemplo, o auto-controle, a preponderância da consciência diante dos impulsos).Mas é óbvio que ceder a outra face como submissão destrutiva e ofensiva ao espírito é uma fraqueza. Uma submissão à carne, digamos. E isto me lembra: "Não se pode servir a dois senhores".

    #88207
    ppaulo
    Membro

    A fraqueza da moral cristã funcionaria como os grilhões da mediocridade.Não está relacionado a dar ou não a outra face, mas sim na mensagem de que somos todos iguais de forma medíocre.Para mim, a grande mensagem em sua obra é superação. O niilismo como forma de libertação da imposição moral vigente e, a partir daí sua superação.

    #88208
    mirtes
    Membro

    Quanto a 'ceder a outra face', não me parece que implica necessariamente numa fraqueza. A aparência que vemos pode ter um sentido que só o sujeito da ação conhece (no caso, um exemplo, o auto-controle, a preponderância da consciência diante dos impulsos).Mas é óbvio que ceder a outra face como submissão destrutiva e ofensiva ao espírito é uma fraqueza. Uma submissão à carne, digamos. E isto me lembra: "Não se pode servir a dois senhores".

    É nisto que reside, ao meu ver, o segredo do verdadeiro seguidor de Cristo. Não vi em nenhum momento da história cristã, Jesus ceder a outra face para compactuar com um sistema injusto e omisso e sim, para tirar do fundo do posso os adeptos ignorantes e inocentes que se deixavam erroneamente manipular-se por tal sistema. Penso que aí sim, nestas pessoas bem como naquelas, existe um impecilho ímpar ao nascimento do (verdadeiro) espírito, relegando ao homem a eterna posição de carnal, submetidos aos desejos e paixões em detrimento do ser espiritual. E isso me faz vir a memória: "quem comigo não ajunta, comigo espalha".Pergunta-se: Pode haver falsos espíritos? Responde-se: Nossa imagem visual não pode ser alterada? é a lógica Universal em toda sua criação. Concluindo: "Provai os espíritos, retei o que é bom. "

    #88209
    mirtes
    Membro

    quote author=ppaulo link=topic=2745.msg20062#msg20062 date=1297076028]A fraqueza da moral cristã funcionaria como os grilhões da mediocridade.Não está relacionado a dar ou não a outra face, mas sim na mensagem de que somos todos iguais de forma medíocre.Para mim, a grande mensagem em sua obra é superação. O niilismo como forma de libertação da imposição moral vigente e, a partir daí sua superação.Eu interpretaria a dualidade como medíocre e não o próprio homem. A dualidade seria a alma x mente. Se há fraqueza na (falsa) moral cristã, a alma não é verdadeira pois Cristo não foi um fraco;Se há inferioridade no espírito que conduz a mente não há espírito verdadeiro pois Deus é Espírito e é perfeição;Conclusão: os grilhões da mediocridade operam na alma através das falsas religiões e, também na mente , através da falsa filosofia de vida dos falsos espíritos. Superação para o humano seria vencer a si mesmo promovendo a  alma para o campo gravitacional no qual operam os espíritos.´Daí sim, a possibilidade de nascer em novos céus e nova terra. Vencer a si mesmo seria como fazer os movimentos de rotação e translação da terra em torno do Universo e em torno do seu próprio eixo, na verdade, na verdade!

    #88210
    ppaulo
    Membro

    E qual é o fundamento desta sua posição Mirtes.

    #88211
    umamart
    Membro

    Não devemos ser felizes aqui; não devemos conservar nossa espécie; não devemos ter projetos; porquanto estaremos livres dessas correntes que nos prendem. Esses são alguns dos pressupostos dos cristãos.

    Desde quando essas são premissas do cristianismo? Se alguém que se diz cristão lhe disse isso certamente não entendeu nada.Cristo em pessoa acionou o maior projeto da humanidade, justamente com a missão de não apenas conservar, mas de evoluir a espécie humana até a condição de finalmente alcançarmos a felicidade.Não é que não devemos ser felizes aqui, não, muito pelo contrário. Devemos SIM ser felizes  aqui ou em qualquer plano dimensional, porém, o que o cristianismo ensina, assim como qualquer outra religião, é que a felicidade não é resultado do acúmulo de matéria. Felicidade é abstrata e não material.A sabedoria popular diz que dinheiro não traz felicidade. Alguns complementam: "não traz, mas ajuda...", e eu afirmo, não ajuda nada não, e talvez até atrapalhe.O que o cristianismo prega é isso: Quer ter uma mansão na praia, um apto em Miami, um iate e uma coleção de Lamborghini ? Pode ter, isso é permitido, mas isso não é felicidade, isso são só brinquedos caros que te darão algum prazer, por algum tempo, e, acredite, esse prazer passa, tudo isso é efêmero. Como também passa o prazer de uma criança por seus brinquedos, e ela os deixa de lado e vai querer outro, e outro, e outro, até quando?Felicidade é propriedade do espírito, e não do corpo. Portanto não adianta enriquecer o corpo, tem que enriquecer o espírito. E a riqueza do espírito ninguém rouba, ninguém tira, não se perde na bolsa. Aquilo que você É, é seu eternamente. Àquele que é grande, a felicidade é eterna.Nada de fraqueza,não. Fraqueza é ceder às tentações da matéria, isso é muito fácil. Ser bom incondicionalmente sim, isso sim, é preciso de muita fortaleza pra isso. Só mesmo os fortes pra seguirem nesse caminho, porque é muito fácil sair desse caminho. É muito fácil perder todo o tempo de uma vida inteira correndo atrás de projetos egoístas e individualistas. Agora, dar felicidade, ser Bom, são poucos, muito poucos que enxergam isso. Mas esse é o único caminho para a felicidade, é dar felicidade. Cristo ensinou isso, e poucos tiveram ouvidos para ouvir.

    #88212
    mirtes
    Membro

    Fundamento Bíblico em contraste com o atual Sistema de valores expressos na cultura (oriunda da falsa filosofia e certas religiões) que aprisionam o homem erguendo uma ilusão como alvo a ser perseguido a título de superação (cultura do ter em detrimento do ser).

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