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28/07/2011 às 21:14 #71059MonstrinhoMembro
Bom, como estamos – constantemente – debatendo sobre a questão das ilusões, lembro-me de um detalhe constantemente pontuado pelos cientistas dualistas. Alguns deles, retomando o discurso dos filósofos naturais dos sécs. XVII e XVIII, como Galileu, Huygens, Newton e outros, mas principalmente Galileu, asseveram que "a Natureza é o livro de Deus, e ele foi escrito em caracteres matemáticos". Sei que é muito bonito e aparentemente lógico esse raciocínio - eu mesmo o defendi outrora e alhures -, mas a verdade é que a Matemática, enquanto construção simbólica do animal simbólico (Ser Humano ou Espírito Humanizado), é só uma ferramenta da razão para CRIAR e REPRESENTAR a REALIDADE SIMBÓLICA. Aliás, esse é o fundamento básico da Antropologia: não existe nenhuma realidade objetiva. O mundo tal qual nós o entendemos, tal qual nós o exploramos e o compreendemos, é um mundo CRIADO PELA RAZÃO.Um MUNDO OBJETIVO, seria um mundo em que não houvesse seres pensantes, ou seja, seres simbólicos. Ou ainda, seria como existir na Terra apenas animais, mas não o homem. Aí sim existiria uma realidade objetiva. Mas, a partir do momento em que a razão simbólica oonstrói conceitos e reprentações para tornar o mundo inteligível, e também tornar inteligível as próprias relações sociais e de poder, o que existe é um mundo "feito à imagem e semelhança da razão" (Bachelard). Não existe nenhuma matemática "objetiva", pairando no ar, como se Deus fosse um geômetra. Não! O homem é que criou o deus-geômetra à sua imagem e semelhança. É como você pegar a poderosa argumentação racional-lógica da teologia de Tomás de Aquino no afã de provar a existência de Deus. É formidável a argumentação dele em prol da existência de Deus, mas ainda assim, não deixa de ser um deus fictício, criado pela razão, criado à imagem e semelhança da razão. Donde cabe concluir que, o animal simbólico, em apenas construindo representações, conceitos e idéias sobre a realidade, e portanto criando e recriando uma REALIDADE SIMBÓLICA, todas essas representações são ILUSÓRIAS, mesmo porque elas são recriadas de tempos em tempos. É assim que, numa época a Terra era plana; noutra ela era o centro do universo, e hoje sabe-se que existe mais matéria nos espaços inter-galáticos do que nos centros massivos de aglomerados e superaglomerados de galáxias. Tudo é ilusão! Como acabar com ela? --> Parando de construir, ou melhor, de acreditar nas representações sobre a realidade - principalmente quando uma delas se arroga o título de "verdade". Exemplos: "uma estrela é uma usina que converte hidrogênio em hélio e isto é que faz gerar a luminosidade". Reparem, que esta é apenas uma representação simbólica do que é uma estrela. Quem garante que essa representação corresponda à realidade do "que é uma estrela"? Dizer que as Plêiades estão no céu numa homenagem prestada por Zêus, que raptou Alcíone, uma das sete irmãs, filhas do rei Agenor, é uma representação simbólica tão convincente quanto dizer que as Plêiades são um grupo de estrelas jovens na faixa de 100 milhões de anos cuja cor branca, representa a grande quantidade de hidrogênio presente nessas estrelas, bem como os gases emanados são de temperatura elevadíssima.Ninguém nunca viu uma gravidade, contudo, a razão simbólica diz que ela existe, e que "um corpo atrai outro na razão direta entre as massas e na razão inversa da distância que as separa" (Newton, I. Princípios Matemáticos de Filosofia Natural). Essa linguagem aí é a linguagem de Deus ou ela foi construída pela razão humana?Será que Newton leu o "Livro de Deus", ou seja, a Natureza, e, em observando-a, descobriu a Lei de Gravitação Universal dos corpos?? Ora, se sim, isto é o mesmo que dizer que há uma realidade objetiva nesse "Livro de Deus"; é proclamar a ilusória dicotomia sujeito-objeto!Segundo Swami Vivekananda a gravidade estava na mente de Newton, e ao observar uma maçã caindo, ele a retirou da sua mente, e não que ela estava escrita em caracteres matemáticos na Natureza, antes, foi uma construção simbólica da razão, e que hoje já foi desbancada pela Teoria da Relatividade, que postula a gravidade como conseqüência da deformação do espaço-tempo pelos corpos massivos, como o Sol por exemplo. Aliás, a Teoria da Relatividade não é senão só mais uma representação simbólica do que seja a gravidade. Tudo o que é exterior ao Espírito é ilusório, e as representações simbólicas da realidade, operadas pelo pensamento, são todas construções simbólicas e ilusórias da razão humana.Como dizíamos anteriormente, "a alma não pensa". Parece absurdo dizer isso, mas vejamos: se a alma "pensasse", nos termos em que pensa o ser humanizado, ela não faria senão construir representações, conceitos e idéias sobre Deus, o paraíso e as bem-aventuranças. Quer dizer, ela nunca teria o conhecimento de Deus, que aliás, é o caso do ser humano, que construiu e elaborou muitas teorias sobre o que e como é Deus, mas elas são todas fictícias. http://mascarasdedeus.blogspot.com/2011/04/antropologia-do-conhecimento-e.htmlhttp://mascarasdedeus.forumeiros.com/t46-antropologia-do-conhecimento-e-filosofia-oriental
23/06/2012 às 1:24 #88700bozzoMembroBoa provocação, maneiro seu blog!Abraço! ;)
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