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19/11/2008 às 16:59 #70839jocaxMembro
Democracia Pirâmide: Uma outra DemocraciaJoão Carlos Holland de Barcellos, Setembro/2008IntroduçãoEstavamos eu e alguns colegas de trabalho comparando o sistema de escolha presidencial dos EUA e do Brasil e eu defendia que o sistema de escolha americano, com votação indireta, era melhor que o brasileiro. Nos EUA, o presidente não é escolhido pelo voto direto, mas pelo voto indireto. No sistema direto cada cidadão apto a votar tem direito a um voto. O voto de cada cidadão vale uma unidade, independentemente se o voto veio de um “maníaco do parque”, ou de um “Einstein”; de um “retardado mental” ou de um “Professor universitário”. Todos devem perceber que deve haver alguma coisa errada quando o voto de um “Einstein” é equivalente ao voto de um “maníaco” qualquer: Algo está muito estranho nesse sistema. Mas será que teríamos uma alternativa melhor? Partidos Outro ponto perverso dos sistemas políticos atuais são os partidos. Os partidos diferenciam-se um dos outros por seus planos de governo e, principalmente, por suas ideologias.Entretanto, grande parte da população não se sente confortável em se “enquadrar” neste ou naquele partido. Muitos também não apreciam a ideologia dos partidos existentes, dos quais deve sair algum governante. As pessoas ficam, dessa forma, limitadas, às poucas opões que lhes sobram. Fundar um partido? Poucos têm esse tempo e disposição.O Ideal seria um sistema que permitisse haver tantos partidos quantos são as pessoas existentes na sociedade. Os partidos “oficiais” deixariam então de serem necessários e, portanto, também de existir.A Democracia PirâmideA democracia pirâmide (ou piramidal) é um sistema de democracia em que todos têm as mesmas oportunidades, todos têm os mesmos direitos, e todos podem ser eleitos, e tudo isso sem necessidade de partidos políticos! Além disso, também resolve o problema de uma pessoa culta inteligente e instruída ter uma representatividade diferente de outra que não tenha nenhuma qualificação ou ainda pode ser meio retardada mental.A idéia é a seguinte: Todas as pessoas aptas a votar também são candidatas em potencial e tem os mesmos direitos e representatividade. Inicialmente cada casa, apartamento, ou núcleo residencial deve escolher seu eleito. Seria o primeiro nível de eleição. Deste primeiro nível, os escolhidos se reuniriam com todos do seu quarteirão e cada quarteirão escolheria seu representante. Seria o segundo nível de eleição. Deste segundo nível, os representantes de cada quarteirão se reuniriam e escolheriam o representante do bairro. Seria o terceiro nível de eleição. Destes eleitos de cada bairro teriam que escolher, entre si, o representante do município. Seria o quarto nível da eleição. Destes representantes do município escolheriam entre si o representante da cidade, seria o quinto nível da eleição (já teríamos também os prefeitos). Das cidades teríamos os representantes do estado (sexto nível) e também teríamos os governadores. Finalmente, destes representantes dos estados, no sétimo nível, seria escolhido o presidente.Desta forma as eleições seriam indiretas, não haveria necessidade de partidos políticos, todos poderiam ser eleitos e haveria tantas ideologias passíveis de serem escolhidas, e com iguais chances, quantos forem os cidadãos do país.Extraido de: http://www.genismo.com/logicatexto30.htm
20/11/2008 às 3:09 #85953BrasilMembroOlá jocax
grande parte da população não se sente confortável em se “enquadrar” neste ou naquele partido. Muitos também não apreciam a ideologia dos partidos existentes, dos quais deve sair algum governante. As pessoas ficam, dessa forma, limitadas, às poucas opões que lhes sobram. Fundar um partido? Poucos têm esse tempo e disposição.
E poucos têm o mais imprescindível hoje em uma candidatura que pretenda vencer: Dinheiro aos montes.
A democracia pirâmide (ou piramidal) é um sistema de democracia em que todos têm as mesmas oportunidades, todos têm os mesmos direitos, e todos podem ser eleitos, e tudo isso sem necessidade de partidos políticos! Além disso, também resolve o problema de uma pessoa culta inteligente e instruída ter uma representatividade diferente de outra que não tenha nenhuma qualificação ou ainda pode ser meio retardada mental.
Concordo totalmente. Isso eliminaria essa legião de cômicos, tipos estranhos e pangarés que se candidatam e chegam até a serem eleitos. Depois servem de ferramenta na aprovação, veto ou procrastinação de projetos de lei, a oportunistas das mais variadas espécies.
A idéia é a seguinte: Todas as pessoas aptas a votar também são candidatas em potencial e tem os mesmos direitos e representatividade. Inicialmente cada casa, apartamento, ou núcleo residencial deve escolher seu eleito. Seria o primeiro nível de eleição.(...) Finalmente, destes representantes dos estados, no sétimo nível, seria escolhido o presidente. Desta forma as eleições seriam indiretas, não haveria necessidade de partidos políticos, todos poderiam ser eleitos e haveria tantas ideologias passíveis de serem escolhidas, e com iguais chances, quantos forem os cidadãos do país.
Sem dúvida, jocax, isso melhoraria muito o nível intelectual e o nível de capacidade dos candidatos eleitos. Porém, melhorar o nível intelectual e o nível de capacidade política dos candidatos, está longe de resolver os problemas mais graves e iminentes.Diante de tanta inovação eleitoral proposta, caberia também chamar atenção para os financiamentos de campanha. Uma vez eleito, a situação e as possibilidades do outrora candidato, são outras. Agora ele tem uma fração de poder e com esta fração de poder ele fará o melhor que for possível para a sua comunidade e também para si. O que vai determinar o que vem primeiro nas suas ações será seu senso ético, o que é algo íntimo e pouco aparente nas pessoas. Não se sabe ao certo qual a "ética" e até onde ela vai.Ocupada a sua cadeira na Câmara Municipal, ou na Assembléia Legislativa, ou no Senado ou na Prefeitura, ou no Governo Estadual ou no Federal, ele se defrontará com os poderes mais fortes que jamais ele enfrentou, caso não tenha sido um político anteriormente. Dentro do atual sistema, obviamente este político foi eleito porque teve ajuda de campanha, sendo no caixa 1 ou no caixa 2, o que é mais comum, ele está obrigado contratualmente a defender os interesses dos que financiaram sua campanha. Então, digamos que o presidente tenha sido eleito com dinheiro de banqueiros, traficantes, fraudadores e ONGs pilantrópicas. Teremos um governo comprometido com o crime comum, com o crime financeiro, com o crime administrativo e com a exploração econômica. Nesta sua proposta, que eu realmente acho boa, caberia muitíssimo bem o fim dos financiamentos de campanha. Isso já seria um bom começo. Mesmo considerando-se o fim dos financiamentos de campanhas, ainda assim continuam a existir as forças que outrora financiavam campanhas e doravante terão de agir de outras maneiras para persuadir os legisladores e as autoridades a favorecer-lhes. É consenso que numa democracia, não se governa sem maioria. Daí, uma facção política, uma vez eleita, por melhores que sejam as suas propostas e intenções TERÁ impreterivelmente de juntar-se a outras facções das mais variadas espécies para poder garantir um mínimo de governabilidade. A eliminação dos partidos não eliminaria o partidarismo. Uma vez eleito, o político representa uma facção, uma parte. Então vemos casos como o famoso casamento mal resolvido entre PT e PSDB, em que Lula tem de nomear alguém do PSDB para dirigir o Banco Central do Brasil durante todo o seu mandato. Não fosse o histórico do atual presidente do BCB, até poderíamos acreditar que a negociação do nome a ocupar a presidência do BC se deu somente entre PT e PSDB sem mais facções interferindo e exigindo “seu quinhão”. O Presidente do BCB, o Sr. Henrique Meireles, antes de ser presidente do BCB era presidente do Banco de Boston, em sua sede na cidade de Boston. Ele foi o único estrangeiro a presidir uma instituição bancária dentro dos EUA. Ele abandonou o cargo numa instituição privada de peso nos EUA, veio para o Brasil, candidatou-se a deputado federal pelo PSDB e elegeu-se, NEM SEQUER TOMOU POSSE, pois Lula, que se elegeu na mesma eleição que meireles, já havia assinado acordos internacionais pré-eleitorais e, o nomeou pra assumir o cargo que já ocupa há 6 anos, desde o início do mandato Lula. Será que os banqueiros, assim como outras forças dos EUA não têm nada a ver com esta indicação/nomeação? O governo FHC teve no mínimo 5 presidentes no BC. Como lula não pode nomear outro do PSDB, pois senão daria muito na cara o imoral acordo para a governabilidade, então ele mantém o mesmo nome por todo o seu mandato. Eu sinceramente não entendo como este fato não tenha causado perplexidade nos brasileiros. É raro ver alguém levantar esta questão sobre esta nomeação insólita, descabida, suspeita e permanente.Depois continuo.
20/11/2008 às 14:10 #85954BrasilMembroEssa histórinha do imoral acordo entre PT, PSDB e as forças econômicas dos EUA, estão longe de apontar a origem de todos os problemas. Elas apenas ilustram e dão uma idéia do nível de comprometimento necessário para um candidato, por mais popular e eficiente que seja, eleger-se. Ou seja, penso que SEM este acordo, JAMAIS Lula seria eleito, por mais que em dado momento o eleitorado apontasse para a sua eleição.Essa “endireitada” (ou metamorfose como o Lula prefere dizer), do Lula e do PT é a mais clara indicação de que o sistema só funciona se estiver corrompido e comprometido até os dentes com interesses outros que não os populares. Nas esferas inferiores dos governos ocorre o mesmo, em nível regional (nos bairros), municipal e estadual. Os interesses individuais de poderosos locais elegem seus candidatos.O nível de comprometimento do povo com este sistema também é alto. Pois, um político, para por fim a este círculo vicioso de financiamentos de campanha, corrupção, privilégios, negociação de cargos no governo, em estatais e órgãos públicos, desvio de verbas e superfaturamento de obras, tem que impreterivelmente agir como um “ditador”. Só um louco ditador é capaz (não quer dizer que o fará) de colocar-se imune aos poderes econômicos e legislar efetivamente em prol dos cidadãos. E o povo não pode ouvir falar em ditadores. No senso comum quem dita as regras não pode ser confiável, uma vez que ele agirá sem obstáculos nem questionamentos quanto às suas deliberações. Então esfacela-se o poder em centenas de milhares de fragmentos de poder, cada um cuidando dos seus interesses individuais. E assim a Democracia transforma-se num balaio de gato, numa “casa da mãe Joana”, num balcão de negócios. No “governo fragmentado” só há união para aprovar leis que beneficiem e vetar leis que prejudiquem os que financiam candidatos. O povo é colocado em segundo plano. Não há lobby do povo corrompendo autoridades e financiando campanhas.Quando digo que Lula “endireitou”, não estou dando mais crédito às esquerdas, apenas digo que não existe ideologia que não se compre.“O poder é como violino: Se toma com a esquerda e se toca com a direita.”( Esperidião Amin – político direitista )
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