Desemprego

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    O Profissional do ano 2000

    “Qualquer semelhança entre “1984” de George Orwell, pseudônimo de Eric Blair e estas notas não é coincidência, é intencional!”

    A propaganda neoliberal-globalizante tem obrigado professores a submeter seus alunos a temas como “quão maravilhosa será a vida do profissional submisso à globalização que grassa no mundo” e coisas quetais. Surpreende sobremodo que muitos o façam, efetivamente, embora a própria classe (magistério) seja uma das mais penalizadas na atual conjuntura. Afinal, no mundo globalizado, vale mais quem vende objetos – preferencialmente, objetos tecnológicos de ponta – e menos quem só tem de seu para vender corações e mentes. Caso dos professores que, lastimavelmente, os vendem a preços muito baixos e se prestam a defender a ideologia de seus algozes com rara dedicação.
    O profissional que o mega-comércio do ano 2000 precisa é um ser humano dócil, sem personalidade própria, inserido no contexto de um mundo selvagemente “globalizado” de cima para baixo, obediente, subserviente, um serviçal eficaz, em síntese.
    Que potencialidades desejam os poderes constituídos ver desenvolvidas no “profissional do ano 2000”? O potencial da “criatividade” está necessariamente comprometido, uma vez fazer parte da própria lógica que rege esta maldição que paira sobre a humanidade neste momento histórico, chamada “globalização” a concordância bovina com determinados preceitos e parâmetros, notadamente aqueles que regem a posse, as regras draconianas do mercado, sem o menor nível de questionamento ou qualquer consideração quanto à pessoa humana. E que é o homem sem criatividade? Onde estará o potencial artístico no terceiro milênio? Já se vislumbram os sinais de uma arte pasteurizada, reificada, repetitiva, macaqueadora do que é produzido nos países centrais do capitalismo, a arte que promete imperar no terceiro milênio é a arte do globalizador, não a do globalizado.
    O mercado “globalizado” precisa ainda de um profissional “mentalmente iluminado” (sic), mas onde estaria a “iluminação mental” de um ser humano que se descaracteriza enquanto gente para inserir-se dentro desta lógica implacável, independente de suas pulsões internas, de seus desejos, de sua vocação? O “profissional do ano 2000” tem de ser “zen”, reza a podridão dolorosa do mega-mercado globalizado: um homem “zen personalidade”…. Não importa o ser humano, o mercado vem em primeiro lugar e, para que o “deus-mercado-capital” seja melhor servido, vale literalmente tudo no sentido de domesticar, circunscrever, delimitar as capacidades e potencialidades humanas somente àquilo que interessa ao mercado, ao capital, ao “mundo globalizado”.
    Naturalmente, o farrapo humano a que se pretende reduzir a espécie e os poderes constituídos denominam cinicamente “profissional do ano 2000” tem de ser suficientemente altruísta para suportar estoicamente trabalhar como um jumento sem sequer pensar em lutar por seus direitos trabalhistas. No mundo globalizado, promete-se a abolição de direitos conquistados após séculos de lutas de trabalhadores do mundo inteiro. O “profissional do ano 2000” deve, segundo esta proposta, ser um rematado idiota, tendo habilidades pouco superiores àquelas que consegue qualquer primata amestrado, sorridente enquanto o circo em que atua como palhaço pega fogo com ele dentro: sem salário digno, sem remuneração justa por horas extras trabalhadas, sem direito a férias ou aposentaria, sem previdência social e, o que é pior, sem o direito de sequer pensar em lutar pelas conquistas históricas da classe trabalhadora. Isto seria “antipático”, não demonstraria o trabalhador o altruísmo que capital deseja caso seguisse sendo quem ele é e trabalhando para manter-se vivo com honra e dignidade .
    Finalmente, o “profissional do ano 2000”, globalizado, é reduzido à mais completa abulimia existencial, “trabalhando pelo bem da humanidade”, reza a ideologia que o norteia ou, para utilizar um linguajar muito em voga em Nuremberg na década de 30 deste século, reza a propaganda globalizadora. Obviamente é necessário ver além da ideologia ou da propaganda e perceber que o discurso “pelo bem da humanidade” deve ser compreendido como “pelo bem de uma parte da humanidade”… Quer-se um tipo de profissional não questionador, incapaz de qualquer crítica ou contestação, quer-se um serviçal limpo, sorridente, mal remunerado, adestrado em determinadas habilidades e completamente esquecido do que seja a vida real, plena, abundante, segura e fraterna.
    Sem acordo possível:
    Uma coisa é esta maldição praticamente inescapável chamada “globalização” e outra completamente diferente é a criatividade ou traz qualquer resposta aos anseios básicos da vida humana no mundo.
    Neste momento histórico, em que a expressão conhecida na década de 60 como “neoimperialismo”, hoje chama-se globalização e há os poucos globalizadores dos muitos globalizados. Para que o ser humano da periferia do capitalismo se enquadre bovina e obedientemente nos parâmetros estabelecidos por esta autoridade sem face do mundo globalizador dos países centrais do capitalismo ele necessariamente tem de ter estas qualidades aqui propostas, mas evidentemente que todas com os sinais trocados. Não deve o homem ser pleno por seu interesse e aperfeiçoamento de seus próprios valores pessoais, deve ser “iluminado, altruísta, cooperador”, sim, mas sempre e unicamente no interesse do capital.
    O “profissional do ano 2000” tem o direito de ser qualquer coisa, menos ele mesmo.

    Mande-me um e-mail!

    Profissional
    do Ano 2000…

     
    Cultura Brasileira
     
    E-mail: [email protected]

    #71663

    Caro Lázaro: O seu texto foi muito bem ilustrado com a realidade durante, por exemplo, a última grande greve de professores e funcionários das universidades estaduais de São Paulo.

    Esta classe, sangrada e arrochada nos últimos anos, realizou uma das maiores paralisações das últimas décadas, não conseguindo arrancar do governo todas as reivindicações, mas a maioria.

    O que ficou patente, porém, foi o descaso do governo, a má vontade na negociação, e a repressão às manifestações de rua. Interessa ao novo mundo globalizado globalizante esvaziar as instituições públicas como centro de reflexão e crítica, e sucateá-la, ou formatá-la para atender apenas a critérios mercadológicos. É por isso que USP, UNicamp, Unesp e federais Brasil afora vivenciam uma grande crise. Argumentos vazios em favor da privatização são facilmentes rebatíveis, e creio que não vem ao caso expô-los, ainda mais sendo a educação dever básico do estado.

    Na avenida Paulista, por exemplo, quando professores, funcionários e alunos do ensino superior e médio, e servidores públicos, pararam o tráfegos nos dois sentidos para chamar atenção do que estava acontecendo, o resultado foi duplamente revoltante. Primeiro, a reação por parte de algumas pessoas contrárias ao movimento, acreditando na desculpa esfarrapada da repressão de que esta se deu por causa do mero trânsito. Aliás, isso é um dos sintomas daquilo que intelectuais vem diagnoticando como a despolitização da sociedade, que é consequência do neoliberalismo. Segundo, a própria repressão, que trouxe a dúvida sobre a real efetividade da nossa “democracia” e fez muitos lembrarem de tempos mais sombrios, quando a Polícia Militar fez uso de seus cassetetes, bombas e cavalos.

    O interessante é, como apontou um professor meu, que tais movimentos de protesto são tratados pela mídia e governo como localizados, de pequenos grupos de baderneiros, que não refletem a vontade geral do povo brasileiro. Nas últimas eleições, pelo menos, candidatos de oposição foram eleitos em massa, o que mostra a revolta que o brasileiro sente pela corrupção, mentira, má adminstração, etc. Mas a visão oficial é de que tais protestos, por maiores que sejam, são frutos de uma visão inconsequente de setores radicais, que não enxergam que as alternativas adminstrativas tomadas pelo governo, são as únicas admissíveis sob um ponbto de vista técnico. Esta tecnocracia, assim, descarta a priori, qualquer tipo de visão contrária a sua, e desqualifica quem defende esses pontos de vista.

    É isso aí. Podemos estender esse assunto.

    #71664

    Lázaro, não conseguiria expressar tão claramente este tema como você, mas é exatamente isso, o ser humano está se transformando em um pedaço de carne, que se esforça de forma sobre-natural para preencher as lacunas burocráticas exigidas pelos compradores de carne. Acredito que muitas destas lacunas, são apenas abismos imensos que impedemo acesso da grande maioria de excluidos ao capital. Faculdades-Empresas, que geram comprovantes de saber falidos, pós-graduação disso, aperfeiçoamento daquilo, não digo que o saber deve ser desmerecido, muito pelo contrário, mas isto que vemos está muito distante do saber.
    Desemprego sim, tende a crescer, muitos trabalhos mecânicos, “mão-de-obra” criada visando o lucro, trabalhos sem uma ponta de humanidade, trabalhando como robos que agem sem saber o que fazem, simplesmente fazem o que estão programados.
    A maioria destes trabalhos não irão mais existir, e as pessoas que ali estavam, serão substituidas por maquinas ou algo que gere menos problema.
    É… asssim caminha a “humanidade”.

    #71665

    Para FLS.
    Diante de externar pessimista-hostil-denunciativo (04/12/00), uma esquisitice voltada contra quase-tudo de coisas que evidentemente o denunciante pouco pôde colaborar devida a sua curta vivência, apresenta-se admissíveis condições iniciais pró argumentação.

    De uma área específica da atividade humana reúne-se: a) há 100 anos, Pasteur e Koch introduziram novos meios de o ser humano olhar e cuidar do próprio corpo; uma das conseqüências foi o aumento médio da expectativa humana em mais de 25 anos; b) entre a medicina de ontem e a de hoje, eis algumas coisas impossíveis até instantes anteriores ao feito humano: bomba de insulina, pulmão e rim artificial, fabricação de pele orgânica dispensando a artificial, desentupir das artérias sem cirurgia, nova angioplastia, cateterismo laser, cirurgia para remuscular o coração, hormônio bio-sintético do crescimento, queda da mortalidade perinatal, quadriplégicos comunicam-se com movimentos dos olhos, revolução na cirurgia ambulatorial, novas terapias para leucemia, produtos contracepção, fecundação 'in vitro'.

    Eis assim-caminha-a-humanidade versus “É … assim caminha a 'humanidade'”.

    Continuando, a indústria destrói, a Terra se desertifica, a Comunidade Européia cria a Agência Do Meio Ambiente, o 'Green Peace' atua como consciência ecológica.

    Eis assim-caminha-… versus “É … asssim caminha …”.

    A população mundial em 1990, 5 bilhões de habitantes, estará 6- em 2000, 8- em 2025, 14- em 2100. A Terra pode produzir para 12 bilhões. Não se trata de perigo para uma família, uma cidade, uma região, uma nação. É o planeta Terra ameaçado.

    Sugere-se descartar tautologias tais como “pedaço de carne”, “acesso da maioria ao capital”, “mão-de-obra visando lucro”, “trabalhos sem uma ponta de humanidade”.

    Tautologia é um raciocínio inútil, um repetir de incúrias, um preguiçoso ignorar da atividade inteligente humana.
    Até mais, A.A.

    #71666

    A.A. realmente acredito na evolução científica do homem, o que você mostrou com muitos dados, são avanços fundamentais na area medicinal que se esforçam para prolongar cada suspiro sobre a face terrestre, diminuindo assim o sofrimento dos enfermos que necessitam de tais soluções, mas ai eu me pergunto:

    “Quanto custa?”

    Soluções dominadas pelo capital… o homem mas uma vez se apodera da evolução e prevalecem aqueles que tem melhores “condições”.

    Eis assim-caminha-… versus “É … asssim caminha …”.

    Quanto aos movimentos ambientalistas… muito positivo, até que enfim o homem percebe a necessidade do meio em que vivi, mas precisamos ter muito cuidado, pois o “Quanto custa?” novamente aparece por aqui, o capital, mais uma vez tende a capturar a evolução, pois com uma conscientização do consumidor ele tbm percebe o risco, e só COMPRA produtos com o selo ambiental:
    “Produto Reciclado” ou “Este produto não mata golfinhos” e etc… o capital domina a evolução novamente.

    Eis assim-caminha-… versus “É … asssim caminha …”.

    Visando o grande número de pessoas que habitam nosso planeta, podemos ver que a grande maioria se resume a excluidos, pessoas exploradas pelos poderosos que se utilizam de suas riquezas naturais, forçando-os a viver em condições de extrema miséria.
    Acredito que o homem se tornou um pedaço de carne sim… e veremos isso se as coisas continuarem do jeito que se encontram, e quando as coisas apertarem… pronto vamos exterminar os que são desnecessários, e o avanços são para os que merecem…

    O capital é a forma da qual o homem consegue dividir e se apoderar da superioridade perante os que o circunda, expressando assim a forma como fomos manipulados e explorados, aceitando tudo que nos foi imposto, pensando da seguinte maneira:
    “É esta errado, mas vamos ver o que temos de positivo.”
    NÃO, prefiro enchergar uma verdade negativa, afim de poder fazer a minha parte da mudança do enchergar apenas os pontos positivos e continuar vivendo uma mentira podre e covarde.
    Até mais, FLS.

    |Sabendo que todos merecem|

    #71667

    Sr. FLS. “Quanto custa?” = QC?.
    Situações apropriadas para QC?: – “a Idade Média estabeleceu uma fórmula de amor e só chegou ao ódio, consagrou a desigualdade e a injustiça, que tornavam o amor impossível” (J.Michelet, francês, “O Povo”, 1846); – “a violenta reação do amor e da natureza, que chamamos Renascimento não chegou a fundar uma nova ordem mas proporcionou uma desordem ainda não assimilada”; – “o mundo, para quem a ordem está necessária, descobriu-a na forças das máquinas e pôs-se a criar maquinismos: políticos, industriais, sociais, da guerra”; – “cem vezes observei a perfeita ignorância em que cada classe vive em relação às outras, não vendo e não querendo ver; os espíritos cultivados imputam aos do povo, os defeitos decorrentes de situação de vida abjeta; os do povo escarnecem da erudição, desprezam a reflexão a força do estudo e do cálculo”; – “a terra da França pertence a quinze milhões de camponeses que a cultivam; a Inglaterra pronunciou-se pelas corporações que comandam operários da terra; na França o homem prevaleceu sobre a terra, na Inglaterra o homem submeteu-se à terra”.

    Extraídos anteriores permitiriam associar à QC? se encontrar … sem propósito, sem proveito, sem época, sem foco, sem alvo.

    A resolver: Alguém teceria com 'sem'?.

    Intenta-se identificar no texto de FLS um personagem Alguém; FLS:”a grande maioria se resume a excluídos”, eis indicativo de Alguém que interpreta-se “grande obliterador”, com fixação no ou-é-ou-não-é, emparedado que avista por fresta; FLS: “É está errado, mas vamos ver …” indicativo de Alguém que delicia-se com “tiro no próprio pé indica ter pontaria”, flagelado moto-contínuo, no aguardo que a fruta de plástico amadureça para prová-la.

    Enfim … “É … assim caminha a humanidade” não seria extirpada da mente nem com cirurgia nem com comiserações, pois não seria algo contido na pessoa de Alguém; seria mais uma questão de espaço de influência; busca de saída para Alguém seria pelo banal “diga-me com quem andas que dir-te-ei quem és”.
    Adiante, A.A.

    #71668

    Caro A.A., obviamente, todo e qualquer movimento que preza a igualdade sera o alvo de manipulações e consequentemente, o valor real a ser passado neste movimento é o extamente o contrário. Por exemplo, o amor… amar é o que nos diferencia de “pedaços de carne que se movimentam”, é o que nos torna apto a perceber a nossa igualdade, independente da bagagem cultural adquirida, pois o saber, está cada vez mais distante dos menos favorecidos pelo capital, o que é bem interessante para o capital, pois quanto menos sabemos, mais os que sabem podem se utilizar da ignorância, e é por este motivo que devemos desmascarar nossa pre-potência e visualizar que somos iguais ao que são considerado por muitos a “escória” social.
    É isto que ocorre o capital se apodera de tudo,inclusive dos nossos valores humanos, e o pior de tudo, os transformam em justamente o oposto, por isso somos “pedaços de carne”.
    Mas como é dificil, olhar para si e dizer: puxa eu sou igual, não tenho diferenças que me colocam em uma posição de superioridade… isso é dificil.

    Aqui estão alguns pensamentos sabios:

    “Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar. É da empresa privada o seu passo em frente, seu pão e seu salário. E agora não contente querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence.”

    Bertolt Brecht

    “O primeiro homem que inventou de cercar uma parcela de terra e dizer “isto é meu”, e encontrou gente suficientemente ingênua para acreditar nisso, foi o autêntico fundador da sociedade civil. De quantos crimes, guerras, assassínios, desgraças e horrores teria livrado a humanidade se aquele, arrancando as cercas, tivesse gritado: Não, impostor.”

    Jean-Jacques Rousseau

    “São grandes as vantagens industriais derivadas do princípio econômico da divisão do trabalho, porém, por causa disso, privou-se o trabalho do homem de alma e de vida.”

    Johannes Kepler

    “Metade da humanidade não come; e a outra metade não dorme, com medo da que não come.”

    Josué de Castro
    “Substitua 'burguesia' por 'globalização' e eis o mundo atual descrito por Marx.”

    Alain Tourraine

    #71669

    “Óbvio” de duvidoso propósito.
    – “igualdade” está dada na partida, “partem da mesma linha”, “partem com o mesmo placar”, “partem com um acordo consensuado”, sempre há um ponto de partida para o qual a humanidade tem-se esmerado em assegurar “igualdade”, que refere-se às condições iniciais, às regras do jogo, às verdades reconhecidas por todos
    – talvez o proponente esteja a referir-se que “nem todos conhecem tais regras ou dispõem de acesso a tais condições iniciais”; para tal enfoque no fórum, é possível estabelecer raciocínios, mas caso fixar-se na tecla da “igualdade para todos o tempo todo”, problema assume caráter pessoal, baixa competitividade, travar mental.
    – inexiste a questão de “independente de bagagem cultural” pois estudo é trabalho humano tal qual “capinar para cultivo, comercializar na feira, conduzir-se junto à mesa de operação hospitalar, tripular nave espacial”; estudo pode ser empírico – aprender na marra, batendo&levando – ou disciplinar racional tal como na escola educacional está formalizado; atividade de “vigarista” é empírica e requer “estudos por observação”; aos níveis de estudo existem alternativas de acesso à níveis de cultura; estudo não representa automatismo cultural; estudo, sem estudo, não acessa às culturas; culturas maiores estão como prêmios para quem for além dos estudos.
    – “capital” é a palavra ícone para “trocas humanas”; todo o conhecimento que encontra guarita em tal ícone resulta de embates e empates e consensos, ou seja, vitórias pelos avanços humanos; quem contraria tal leitura obsoletiza-se, faz de conta que o sol não se põe todos os dias, experimenta temperatura d'água com a mão.
    – a obra de Brecht está completamente condicionada a um período de opressão inimaginável em todos os tempos históricos; requer-se cautela nas transposições de sua obra para época de hoje/2000
    – Proponente de “obviamente” e “pensamentos sábios” desaperceberia racionalidades atuais? Desdenharia contextos de época? Ignoraria âmagos, mitos? Então proponente com alguma sobrepressão psicológica.

    #71670

    A.A. // Em meio a competição gerada pelos valores capitais atribuidos à mão-de-obra, os seres humanos se transformam em meras mercadorias, o movimento dos participantes deste “jogo” como você mesmo disse, é sempre o de podar os possíveis oponentes, acentuando assim as diferenças dos de “mais” para os de “menos”. Considero o estudo como um trabalho humano, um exercício mental, utilizado por poucos que tem acesso, tanto ao material, como aos valores humanos, que dão disposição para realizar tal ação.
    Da maneira como afirma, tais diferenças são frutos da decisào, opção.
    Mas o que leva um ser a viver em condições de semi-existência?
    O livre-arbítrio que você prega, não existe… se já existiu, foi excluído, vendo um homem atualmente massificado e despersonalizado, o que Niestzche denomina de “o último homem”.
    Troca…
    O ato de permutar entre si por meio do capital, ao invés de agilizar, permite ao homem se utilizar de meios para enriquecer-se, deixando um imenso vazio aos que sobraram nesta “troca”.

    “No final das contas, que política pode corresponder ao mundo do capital, na qual os grandes interesses já estão moldados pela luta de posições estratégicas nos vários mercados? Em poucas palavras, percebe-se como a leitura de Marx, depois da derrocada do marxismo, fica mais próxima de nossas angústias atuais.”
    José Arthur Giannotti,
    filósofo, professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

    FLS, até mais.

    | sabendo que todos merecem |

    #71671

    Sr. FLS.
    – “começar com competição gerada pelos valores capitais atribuídos à mão-de-obra” instala restrições para âmbito de abordar!
    – Competição está coisa-de-globo, de todos em tudo. Na Amazônia as espécies comportam competição, no abacateiro do fundo de quintal há competição dentro das espécies. No canal Discovery todos os dias passam cenas de competição em todos os sítios do Globo Terrestre (GT).
    – Está-se a dizer que competição não é invenção de época ou de espécie. Competição não está como ícone, está acima dos Mitos, está como Lei. Quando Alguém instala “competição” em suas condições iniciais de argumentar, adota postura abusiva, usurpadora, de deus. Na posição de deus fica natural dispensar Mitos e Ícones.
    – Alguém está em auto-sobrecarga; ou livre-se de “competição” na sua bagagem de truques e que permaneça como deus adotando outras condições iniciais ou, abandone a posição deus e envolva-se com Mitos e Ícones.
    – Alguém, após liberto de seus garrotes em si estrangulando seu raciocínio, vai depara-se com um mundo para leituras diversas. É questão de decisão pessoal dentro das circunstâncias locais, agir de modo empírico ou racional ou crítico
    – seja lá qual for o nicho de humanos no GT, algum lances existirão: observar, fazer, errar, sanar; agrupados compõem arranjos; o maior arranjo é observar&fazer&errar&sanar
    – pode ser que prevaleça segmento observar&fazer, ou observar&fazer&errar e adiante muitos outros
    – pelos arranjos identifica-se a complexidade, o progresso, a capacidade, a cultura; várias áreas científicas recorrem a tal estrutura básica para compor quadros humanos.
    – eis então: i) a Lei-Competição presente nos quatro lances; ii) Mitos e Ícones nos arranjos; iii) Humanos nas atividades que propositam arranjos, estariam dedicados às “titicas” internas aos quatro lances e arranjos.
    – Niestzche decidiu-se pelo status de “hegemonia” às “titicas”, em parte de sua obra; desesperou-se com sua descoberta “homem massificado e despersonalizado”
    – Marx decidiu-se personificar status “hegemônico” quanto aos arranjos, em parte de sua obra; facilitou o desespero de algumas gerações.
    – Gianotti decidiu-se sorver na parcela de pó, volume considerável da obra de Marx; aflige-se se o sol nasce ou não no final de cada noite.
    – Fábio decidiu-se ombrear os personagens anteriores, ambicioso que está, e convenceu-se deter “seu feito” através da nova escala FLS aguardando reconhecimento: “mais … maismais … maismaismais … maismaismaismais … ” e assim por diante.
    – eis quarteto consciente … capaz de “requeimar Roma” se reunido e deixado à solta por ai!

    #71672

    “Mas não discutais conosco enquanto aplicardes à abolição da propriedade burguesa o critério de vossas noções burguesas de liberdade, cultura, direito, etc. Vossas próprias idéias decorrem do regime burguês de produção e de propriedade burguesa, assim como vosso direito não passa da vontade de vossa classe erigida em lei, vontade cujo conteúdo é determinado pelas condições materiais de vossa existência como classe.

    A falsa concepção interesseira que vos leva a erigir em leis eternas da natureza e da razão as relações sociais oriundas do vosso modo de produção e de propriedade – relações transitórias que surgem e desaparecem no curso da produção – a compartilhais com todas as classes dominantes já desaparecidas. O que admitis para a propriedade antiga, o que adimitis para a propriedade feudal, já não vos atreveis admitir para a propriedade burguesa.”

    Trecho retirado do Manifesto Comunista escrito por: Karl Marx e Friedrich Engels em dezembro de 1848.

    Meu silêncio representa a inversão dos valores humanos por uma sociedade capitalista…

    Fabio L. Schmit.

    || Sabendo que todos Merecem ||

    #71673

    Gostaria de expor minha idéia em relação as Universidades Públicas e o desemprego.Criadas com o intuito de desenvolver tecnologicamente o país além de capacitar profissionais para que esses possam realmente mudar o país,as Universidades, se tornaram instrumento para que uma minoria rica continue a dominar a maioria pobre ,que não podendo usufruir de um ensino fundamental de qualidade acabam predestinados ao desemprego ou ao sub-emprego tendo em vista o injusto sistema de ingresso ás Universidades, o vestibular.Esses privilegiados que tiveraram a sorte de dispor de um estudo de qualidade ingressam nas universidades do governo ,que os provém de um enorme conhecimento,e com esse conhecimento ao invés de ajudar no desenvolvimento do país tiram proveito próprio,usando para obter altos sálarios na iniciativa privada,além de imprimir uma dominação econômica-cultural áqueles que não cursaram a universidade. Já que no momento atual não há perspectiva para mudança alguma no cenário da educação ,o governo deveria criar instrumentos jurídicos para que esses profissionais formados em suas escolas , patrocinados por todo o povo,trabalhem alguns anos para o próprio governo recebendo salários razoáveis com o intuito de retribuir ao país tudo o que ele os proveu.Pra mim um pouco de justiça.

    #71674

    Guilherme: Minhas considerações.
    1. A universidade pública não é a resposável pelo descalabro do ensino médio e fundamental. O responsável por isso é o próprio estado. A universidade pública não consome os recursos do ensino médio, estes recursos são gastos em outras coisas, ou perdidos na corrupção. Temos de agradecer que pelo menos o ensino superior público é de qualidade, e não acabar com ele. Para melhorar o ingresso na universidade, é preciso melhorar o ensino fundamental público, que na década de 50 era mais forte que o privado.

    2. A universidade não foi criada apenas para melhoras tecnológicas. Eis 3 pontos que a Universidade pública presta contas à sociedade:
    a) criação de profissionais capacitados b) pesquisa científica/acadêmica c) serviços para a população. Os serviços para a população existem efetivamente em larga escala. Um exemplo é o maior hospital público do país, o das Clínicas de SP, que é mantido e administrado pela USP e tem alunos de medicina fazendo plantão lá e atentendo o grosso do povão.

    3. Dados levantados por pesquisadores apontam que o percentual nada desprezível de 35% dos ingressantes em faculdades públicas são oriundos do ensino médio público. Da mesma forma não se deve dizer que o dinheiro do imposto que a pessoa paga é mal empregado na faculdade pública, pois um morador de Campinas , por exemplo, não reclama que seu dinheiro é empregado do imposto no asfalto de Pindaiatuba.

    4. Os deveres básicos do estado, segundo a constiuição, são: Educação, saúde e segurança. A educação superior é uma das poucas coisas que funcionam, mas anda sendo sucateada pelo estado neoliberal. Formas de democratizar são estudadas, e iniciatvas são tomadas. Existem mais de uma dúzia de cursinhos semi-gratuitos para a entrada na faculdade, mantido por grêmios, por núcleos de consciência negra etc. O cursinho do grêmio politécnico, USP, tem um prédio com mais de 8000 vagas e preço de custo.

    5. Na minha opinião, o vestibular é democrático. Simplesmente porque adota critérios puramente matemáticos, e não faz distinção de credo, raça, cor, idade, classe social etc, como uma seleção para mestrado, por exemplo. Se o aluno do ensino público em geral não consegue acertar as questões, isso é um problema que tem de ser resolvido de outras formas, como: melhoria do ensino público médio, cursinhos como o da poli, ETC. Um critério de seleção é necessário, a pessoa não pode entrar despreparada.

    6. Para mais informações sobre a questão visite O relatório do comitê permanente em defesa da universidade pública

    #71675

    Caros Senhores
    Acredito em uma medida para diminuir drasticamente o desemprego mundial, claro que hoje esta medida está mais para uma utopia.
    Seria o seguinte: devia partir da OIT medidas propondos a redução da jornada de trabalho de 8 para 5 horas com redução de salário em 10%, obviamente os empresários não concordariam com isso!
    Então, vamos ver onde vamos parar com esta multidão de famintos pairando por aí, infelizmente não estarei vivo para ver a catástofre.

    #71676
    márcio
    Membro

    ah … entao tambem tenho minha teoria: Os precos tendem a Zero.

    De um lado o processo de concorrencia puxando para baixo e de outro o processo de inovacao, puxando para cima.

    Quando chegar no Zero …. Bummm … fim do capitalismo.

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