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19/12/2004 às 0:50 #77737Miguel (admin)Mestre
Olá Lizard!!
“A alma respira através do corpo, e o sofrimento, quer comece no corpo ou numa imagem mental, acontece na carne.”
Alucinação e realidade…. será que não existe a hipótese das duas serem a mesma coisa???… Acho que existem certas regras que todos nós concordamos em seguir, que existem umas concepções que todos nós achamos que é a mais sensata, portanto, a dita real. Mas o fato de agradar um número maior de pessoas não quer dizer que ela seja verdadeira, real…. mas apenas uma “alucinação sensata”. (Talvez)
Como também não quer dizer que algo seja sublime só porque é valorizado por uns poucos eruditos. Enfim… acho que as respostas para estes tipos de indagações nunca serão encontradas, ao passo que (eu acho) estamos nos afastando mais das respostas quando inventamos milhares de respostas insatisfatórias que acabam sendo uma espécie de “compensação” por haver tantas perguntas sem respostas.
Você acredita em absolutos, Lizard????Sobre nossa linguagem não ser a mais capacitada para identificar o que seria real, eu acho que jamais será (capacitada). Identificamos o mundo por símbolos, por imagens, precisamos da imagem para identificar algo e acho que nunca será diferente. Existe uma grande apreciação ao estético e creio que isso faz com que existam várias “realidades”. Pois como você mesmo disse: ” ou você acha que “moral”, “deus” e “lei” existem e todos compreendem da mesma forma?”. Acho que o real é algo que é sentido pela maioria de nós da forma mais semelhante possível. A árvore é “verde”, a terra é “marrom”, o mar é “azul” e o céu é “azul com núvens brancas”, mas sabemos que existem muitas outras texturas para eles. Mas o mais comum ao se perguntar à alguém sobre as cores dessas coisas, é receber essas respostas. Estes exemplos são simples, mas quando se trata de questões filosóficas e científicas acho que as respostas sobre coisas mais complexas são mais ou menos dessa forma.
Convicção e crença… existe diferença? (Não pensei muito nisso)
Sobre Nietzsche…. sei lá….. não busco entendê-lo, vejo muitos paradóxos em suas obras, mas não quer dizer que sejam paradóxos.
Seu último comentário é bem interessante, já os observou sob um ponto mais crítico?
20/12/2004 às 1:14 #77738Miguel (admin)MestreTUDO TEM UM NÚMERO DETERMINADO E EXISTE UM NÚMERO PARA TUDO O QUE OCORRE NA TERRA.
Definir o real é algo muito complexo. Muitos filósofos empreenderam seus esforços no sentido de explicá-lo. Tenho há muito tempo meditado sobre isto. E concordo com Kant, que o mundo que conhecemos é sempre o fenomenal. E também concordo com Kant, discordando de Hegel e outros idealistas, que existe um mundo noumenal exterior ao sujeito pensante.
Para quem entende de matemática, procuro pensar no conhecimento do real (fenomenal) em termos de funções. Dado dois conjuntos “A” e “B”. O conjunto “A” representa o mundo fenomenal finito, e o conjunto “B” representa o conjunto do mundo noumenal infinito (Como na matemática – Teoria dos Conjuntos). O homem é uma função que podemos representar assim: f(x) = HOMEM(X). Deste modo para cada elemento x do conjunto B existe um elemento y(idéia) correspondente ao conjunto A. É desta forma que podemos definir o real. Somos funções definidas, e isto garante a princípio que nosso conhecimento pode ser chamado de “real”.
Quanto aos mistérios ou as antimonias da razão (questões relacionadas a Deus, Alma e Mundo Externo) penso nelas um pouco diferente de Kant (Embora sua posição na “Critica da Razão Prática” seja bem sugestivo). Gosto de pensar nelas em termos matemáticos também, uso o modelo das equações. A matemática sempre consegue resolver problemas complexos usando as teorias de álgebra. Onde num sistema de equações (inequações também) posso descobrir o valor de uma determinada incognita com base em valores conhecidos dentro de uma relação de valores. Se tenho mais de uma incognita posso usar sistemas de equações. Vejo no mundo fenomenal um sistema complexo de equações (equações ontológicas, equações cosmológicas, equações teleológicas, equações morais, etc). Cada equação apresenta suas incognitas. E penso que não podem ser avaliadas separadamente, pois o real fenomenal é uno. Todo sistema de equações reais tem uma solução, e assim também creio que existe uma solução para as antinomias da razão. Toda realidade pode ser representada numericamente (decomposta e representada num sistema numérico binário, como o faz a informática – que consegue representar sons, imagens, textos, etc em códigos binários), ou seja, tudo que existe tem um código binário único que o distingue de tudo o mais. Diante de tudo isto posso pensar que não existe mistérios que não tenham soluções. Não creio nas leis naturais como imutáveis, creio nelas como consequencias das relações numéricas da realidade. E conforme as técnicas usadas para crackear um programa, sei que se mudo alguns valores do código binário de um sistema de computador (software ou hardware – não existe uma diferença qualitativa) então posso mudar a ordem de seu funcionamento ao inverso. Assim, as leis que expressam o comportamento relacional dos elementos da realidade podem deixar de funcionar caso venha a ocorrer uma mudança na estrutura essencial de um elemento. (Creio até na possibilidade da cronagem do pensamento, pois ele não deixa de ser expresso em códigos orgânicos)
Não penso que crer em Deus seja alienação, pois Deus pode ser a solução de todo este sistema de equações da realidade, lembrando que para chegar a isto, não parto de nenhum argumento isolado seja ele ontológico, cosmológico, teleológico, moral ou outro qualquer. Mas sim de todos eles juntos usando um pressuposto fundamentado no principio da teoria do cálculo numérico do limite, em que uma equação formada por elementos finitos podem apontar para um resultado infinito(podendo também tender para 0 de forma infinita). Para mim alienação é sempre ignorar os resultados obtidos dentro da função f(x) = HOMEM(x). Ou seja a pessoa que se nega a pensar de acordo com o seu mundo fenomenal este sim é uma pessoa alienada. Creio que existem outros meios de conhecimento (intuição por exemplo). Digo que negar a existência de um mistério que todos sabem que existem, isto sim, é um tipo de alienação. Os que reduzem o mundo ao seus cinco sentidos estes podem ser considerados pessoas alienadas da realidade, esquecem que são funções definidas e limitadas, e concluem que tudo o que existe é o Conjunto A (mundo fenomenal) e ignoram que existem elementos no Conjunto B (Mundo Noumenal) mesmo sabendo que as relações dos elementos do conjunto A apontam para elementos (incognitas) que não existem no Conjunto A, o que demonstra que este conjunto é um sub-conjunto de B (“mundo fenomenal está contido no mundo noumenal”) e que existem elementos que transcendem nosso conhecimento. Viver como se tudo o que existe é natural, racional e lógico, isto sim, é alienação, é um ideal iluminista que o mundo moderno sustentou, mas que hoje, na Era da Informação ou mundo pós-moderno, foi abandonado.
(Mensagem editada por kairósxxi em Dezembro 19, 2004)
(Mensagem editada por kairósxxi em Dezembro 19, 2004)
(Mensagem editada por kairósxxi em Dezembro 20, 2004)
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