Existe uma guerra entre céticos e religiosos?

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    :angel_mini: :diablo_mini:Existe uma guerra entre céticos que tentam provar não que Deus não existe mas que o cristianismo é falso.Se existe será que é  influenciada por Nietzsche ou já existia?E alguem conhece a obra que Descartes explica a existência de Deus por meio da matemática ?

    #87923
    nairan
    Membro

    Não existe uma guerra entre céticos e religiosos, o que existe é um confronto, entre opiniões, onde, como sempre ocorreu no passado, a minoria se vê tendo que atuar de forma bem firme, e as vezes ate agressiva, para tentar manter o respeito ao que acredita.Aqui é que começam os problemas, pois o ateu, ou descrente, ou cético, não importa que nome queiram dar, busca tão somente duas coisas em especial, a primeira é o respeito a suas posições, a segunda é a tentativa, comum a quase todas as pessoas, de conduzir a humanidade a um caminho livre do erro do pensamento magico, e da submissão a que ela esta atrelada desde seu alvorecer.A primeira busca diz respeito a um direito, o direito de crença, mesmo que seja na ausência total de crença.A segunda busca diz respeito à questão emocional e natural de todo ser humano de partilhar, e de buscar dividir o que tem de melhor com as outras pessoas, mesmo quando estes sentimentos provocam discórdia e revolta entre pessoas de opiniões diferentes.Quanto à primeira questão, poderão dizer, "bem mas todos tem direito de acreditar no que bem entendem", mas a verdade é que esse direito já existe como lei, mas não como fato, pois o cético, se vê a todo instante diante de situações onde seu direito de crença, ou de ausência dela, é afrontado sem que ele tenha o menor poder de reacção a não ser provocando embaraços e constrangimentos, para sí mesmo e para as outras pessoas.Isso porque a enorme maioria das pessoas acha natural, que todos tenham alguma crença, não importa qual ela seja, e seguem  em frente atropelando o direito das outras pessoas que pensam de forma diferente da sua sem nem ao menos se darem conta disso.É comum em reuniões públicas, que nada tem a ver com encontros religiosos dessa ou daquela denominação, pessoas bem intencionadas, mas equivocadas, sugerirem, "vamos começar com uma oração", ou " que tal antes fazermos uma meditação" ou coisas do género.Pois bem, quantas dessas pessoas se sentiriam a vontade caso alguém se levanta-se e disse-se "que tal antes de começarmos falarmos um pouco sobre o quão ignorante é crer em Deus", não estarei muito errado se disser que, no mínimo, isso geraria protestos, revoltas e ate brigas imediatas..., e no entanto uma atitude difere da outra apenas no fato de a primeira pessoa estar tão segura de que "todos pensam da mesma forma que ela" que se acha no direito de fazer aquilo como se em nada aquele ato ofende-se ou prejudica-se alguém, ao contrario, a pessoa até se espanta, quando encontra quem a conteste sobre aquilo, da mesma forma que, no passado se espantavam quando alguém se revoltava quando uma mulher não podia ter a palavra, ou quando alguém dizia que os negros não deviam ser escravos, ou que uma pessoa tem o direito de manifestar sua sexualidade da forma que melhor lhe parecer.Muito provavelmente sua resposta conciliatória seria algo do género, "mas não importa qual sua fé, o importante é crer em Deus", e ao cético resta apenas, ou se retirar, ou se constranger, se calando, ou constranger aos demais levantando seu baluarte.Pois bem, como em qualquer outro tipo similar de confronto anterior, cada vez é maior o número daqueles que não mais aceitam se retirar ou se calar, dai nasce o conflito.Quanto à segunda questão, é absolutamente natural, que, quando alguém vê algo com certa clareza, queira compartilhar com as demais pessoas essa clareza de visão, ou de pensamento, principalmente quando isso diz respeito a coisas que tolhem a vida das pessoas a séculos, sem que essas pessoas se apercebam disso.É aquela velha história de saber, se, estando você num bote que ruma em direção a uma cachoeira, e vendo que a maioria não se percebe do perigo, você vai tão somente deixar o bote seguir seu rumo, ou vai ao menos tentar convencer os outros a remarem em direção oposta à que estão remando.A crença em um Deus, ou em uma força superior, ou em "algo", ou seja lá como possa ser colocada, se por um lado traz certo conforto momentâneo, e uma possível adequação à certas normas de conduta, por outro lado induz no homem o sentimento de fuga de suas próprias responsabilidade pelas coisas, joga para essa força, ou esse Deus, a responsabilidade maior sobre os destinos e as decisões da nossas vidascoloca dentro do coração e do espirito das pessoas o pensamento mágico, de que ela será favorecida, se atuar dessa ou daquela forma, cria manias, e medos, induz à uma negação da razão em favor de mitos e lendas reconfortantes.E, ao contrario do que apregoam, não acalma o coração do homem, mas induz à beligerância, pondo irmão contra irmão na disputa pelo amor maior à subserviência ao Deus todo poderoso, que exige abnegação, desprendimento e firmeza, quem sabe ate à morte.Esse tipo de personalidade pode ser tudo, menos saudável, para a pessoa que a possui.Uma humanidade realmente responsável, coerente, moralmente sã, fiel e seus propósitos e ao mesmo tempo acolhedora à seus membros mais fracos e debilitados, só pode surgir se ela se firmar em seus próprios pés, e assumir para si, todas as responsabilidades de ela ser o que é, aceitando tanto as suas benesses quanto seus defeitos, e se pautando pelo seu poder de agir e de decidir apenas, sem âncoras ou muletas por mais bonitas que elas possam parecer à primeira vista.Como se vê, não se trata apenas de "não crer em Deus", mas de assumir a natureza humana em sua plenitude, e pagar o preço por isso, seja ele qual for.Trata-se de amadurecimento real, como quando uma criança começa a deixar a tutela de seus pais para se aventurar no mundo sozinha, se ela não fizer isso, por mais que aparentemente a família possa ser tida como bonita e coesa, na vista de quem olhar de fora, seus filhos serão apenas aleijões morais, sem firmeza e sem autonomia e discernimentos próprios.Inúteis para a vida autónoma e independente.Não poderão sobreviver na ausência de seus pais.Por essas razões todas, esse conflito esta longe de acabar e não desaparecera tão cedo, infelizmente, so espero que não gere uma guerra de fato, se bem que é praticamente impossível isso não acontecer em algum ponto do caminho, ou alguns lugares mais renhidos de confronto.Felizmente o cético, em geral, prefere travar suas lutas mais no campo da confrontação de idéias, e de pensamento, com palavras e não com ações descabidas, ao menos a maioria....Abraços a todos.

    #87924
    Acácia
    Membro

    Não existe guerra entre povos ou que quer que seja. O que existe de fato é o ser humano na busca por suas origens em travada batalha contra si mesmo, agravada por seus próprios semelhantes que insistem em se perpetuar nesta vida às custas da perdição da vida do outro. Pelo amor de Deus! Buscamos transmitir o bem e percebemos que encontramos mais e mais motivos que nos alimentam a servir o mal. Até quando continuaremos como rebeldes e traidores para com nós mesmos???

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