Francis Bacon e o progresso tecnológico

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    Nesse início de século XXI, permanecemos estacionados em algum ponto da história por tempo indefinido. Como uma nau que angustia o repouso em calmaria, a civilização não consegue encontrar uma perspectiva histórica, um porvir. Ainda, as espectativas que tínhamos no progresso da humanidade, na aurora da razão, parecem ter se convertido em desespero. A história se realiza negativamente, em forma de bárbarie.

    Nesse contexto, Francis Bacon adquire o status de ídolo da modernidade. Segundo os frankfurtianos Adorno e Horkheimer, Bacon já trazia consigo os gérmens da nossa moderna sociedade científico-tecnológica e do totalitarismo da razão.

    Indaga-se:

    1. Poderíamos identificar no ideal baconiano de “Advancedment of Learning” (Avanço do Saber) as origens de nossa moderna noção de progresso?

    2. Seria Francis Bacon idealizador desse nosso Admirável (e Bárbaro) Mundo Novo?

    #79342

    Caro Marcelo.

    Atribuir a Bacon unicamente a responsabilidade pela idealização de nosso admirável (e bárbaro) mundo novo… é demais, você não acha? Aliás, você pode ler relatos em várias épocas da história, desde que começaram os registros, e sempre encontrará pessoas reclamando da barbárie de seu tempo…

    Platão indagava se nossa civilização não teria sido construída sobre as ruínas da civilização atlântida que, por sua vez, submergiu no mar… Há certas correntes esotérias que afirmam ter sido a civilização atlântida avançadíssima tecnologicamente, tendo sucumbido a esse avanço.

    Mitos à parte, há na atualidade a ausência de uma utopia que polarize ou ideologize as discussões, porque nos últimos cem anos ao menos, a filosofia viveu escrava de ideologias e… vítima de utopias.

    Sobre o “avanço do saber” gostaria de repetir um chavão: quanto mais conheço, mas descubro minha própria ignorância. Esse chavão esconde muita sabedoria… e é sempre oportuno ser lembrado.

    Indagorinha o Big Bang empolgava a cosmologia. Hoje, os físicos se perguntam: o que existia antes do Big Bang?

    A história não se realiza meu caro… Hegel dizia que o único sentido da história e que a história não tem nenhum sentido: olhando à história, sentia-se diante de um imenso matadouro…

    Acho que hoje estou um pouco amargo…

    #79343

    Olá

    Marcelo

    Sabemos que Bacon, o último dos medievais e o primeiro dos modernos, inaugura de certa forma, junto com Descartes, o projeto moderno de conhecer racionalmente. A noção Baconiana de subjugar a natureza para dominá-la, porém, tem um ponto importante: o filósofo diz que somente obedecendo a natureza podemos fazê-la nos obedecer. Isso implica numa concepção que acredita que a razão, a lumens naturale, é a melhor faculdade, o melhor instrumento cognitivo do homem na busca do conhecimento. Transpondo isso para o Ilumninismo, temos a grande pretensão do saber universal, enciclopédico, de catalogar a tudo que existe.

    Por mais que isso não se deva somente a Bacon, Antonio, lembramos que uma das características de um filósofo pode ser a de exprimir, teorizar e justificar o espírito de sua época, ainda que Bacon tenha sido usado em muitas coisas práticas, ainda que Bacon tenha sido um homem de ação, político eminente.

    Marcelo, esse problema é bastante tratado por Habermas no Discurso Filosófico da Modernidade, a matéria de Filosofia Geral do Ricardo Terra. Podemos decretar a falência do projeto moderno? Podemos falar que existe uma “pós-modernidade”, conforme o termo de Lyotard?

    Existe aqui a separação das esferas de valor, o fim da fundamentação da verdade não-relativa, as contradições da sociedade industrial e da era capitalista. Além disso, os filósofos a partir de Nietzsche e da herança nietzscheana desprivilegiam a razão em favor da Vontade, de outras formas de sentir.

    Para Habermas, a modernidade ainda está em andamento, Nietzsche teria usado o discurso para criticar o próprio discurso, sem aprentar alternativa ( contradição performática ). A modernidade, com todas as injustiças que acarretou, conseguiu ganhos emancipatórios incontestáveis, como o “fim” da tortura nos manicômios ou a declaração universal dos direitos do homem.

    Antonio: Não é bem isso que fala Platão. Leia o início do Crítias e depois leia o Timeu, o diáologo gêmeo. Não é que nossa civilização surgiu das ruínas da atlante. O que teria acontecido seria uma invasão da civilização atlante, sim, demasiado arrogante por ser avançada, e por isso punida pelos deuses. Essa invasão teria sido repelida pela liderança cidade construída no lugar de Atenas.

    Sobre o seu chavão, “quanto mais conheço, mas descubro minha própria ignorância”, não é bem um chavão, é parte fundamental do discurso socrático, que inaugura a filosofia humanista. Leia a Apologia de Sócrates para citar melhor.

    abs

    #79344

      “De Valdemar Dorador Serbillera Jr.”                                  Caros Leitores!Numa sinopse sobre o mesmo,Francis Bacon e agregado com:Christian Rosenkreux (A.M.O.R.C.),Cond Saint German,Helena Blavatsky … Numa cupula “Teosofica”,de caracter “Justo e Perfeito” que graças a estes “BRAVOS ESPÍRITOS DE LUZ”,”TROEADORES”e”PRISMATICOS”demoliram a enorme “PROFANIDADE”junto com as outras “IRMANDADES” . . . Sem  :rose_mini:,[email protected]                                        ***FIM***

    #79345

    No conceito rosacruz do Cosmos o Max Handel diz que o Bacon era adepto do rosacrucianismo. Mas, mais do que isso, que um mesmo Frater anônimo o influenciou e também a Shakespeare, e por isso houve aquela polêmica sobre a autenticidade de Shakespeare, em que uma das hipóteses levantadas foi de que Bacon era o verdadeiro autor dos versos.

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