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28/06/2000 às 1:57 #69819Miguel (admin)Mestre
Globalização, complicação contemporânea
A globalização é uma praga da qual é muito difícil desvencilharmo-nos! Isto não impede, contudo, de o tentarmos e de até mesmo protestarmos a respeito. Naturalmente, exerço o meu direito democrático de protestar contra esta maldição neste espaço privilegiado. Não é um discurso de esquerda. É um discurso, antes de tudo, patriótico! A minoria que defende pontos de vista genuinamente patrióticos e populares nem mesmo é ouvidaJá FHC, esta parte é mais difícil… Levando ao extremo o que Collor de Mello já propunha em termos de entregar este país completamente subjugado às potências estrangeiras, reverte um quadro que os verdadeiros brasileiros levaram décadas para conquistar: salário mínimo decente (já era!), segurança no emprego (já era também!), estatização dos combustíveis, como petróleo (já era!), estatização de grandes empresas lucrativas ao país e que prestavam serviço primoroso (como as comunicações, por exemplo)
O socialismo morreu? Viva o socialismo!
Em poucos locais e momentos neste mundo se falou tanto no pensamento e nas práticas genuinamente de esquerdas quanto modernamente e através da rede mundial de computadores. Sites anarquistas, surrealistas, comunistas, de esquerda, enfim, quase todos sofisticadíssimos, pululam na rede. São larga maioria hoje, por sinal!
Os festejos mundiais do Dia do Trabalho deste ano 2000 não conseguiram eclipsar o clamor dos insatisfeitos no mundo inteiro: manifestações ocorreram, pelos despossuídos e humilhados do planeta, de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Nenhum país do mundo ficou surdo, ou imobilizado. Onde há exploração do homem pelo homem houve protesto. E sempre haverá, enquanto aquele subversivo de Jerusalém deixar de ser ouvido e estiver novamente sendo crucificado pelas práticas hediondas, por vezes até de quem diz defendê-Lo ou admirá-Lo…
Como em outros momentos históricos, a maldita “globalização” ocorre de cima para baixo, jugulando severamente países periféricos ao centro do capitalismo, como o Brasil. Há poucos globalizadores e muitos globalizados. Dentre os globalizadores, EUA, Inglaterra, Alemanha… Dentre os globalizados, Tanzânia, Brasil, Paraguai…
Constitui erro gravíssimo supor que, como quer a propaganda maciça dos globalizadores, o processo seja benéfico a todos. Erro crasso em que incorreram outros povos submetidos a potências dominadoras, como os bárbaros pelos romanos, os “índios” pelos portugueses e por aí vai…
Sobre “índios”, presto meu tributo a Renato Russo e somente concordo com as comemorações acerca dos 500 anos porque são úteis à nossa reflexão crítica sobre o Brasil. Nada deste ufanismo e “oba-oba” global.
Quando algum burguês sanguinário e empesteado, incapaz de compreender a crise monstruosa em que estes últimos governos subservientes à ianquelândia nos enfiou, quando um crápula destes pergunta a um trabalhador honesto “quais os motivos de você estar em situação tão crítica?”
Vejamos um diálogo possível:
“Virou crente e tá dando o dinheiro todo pra Igreja?”
– “Que dinheiro”
– “Viciou-se em drogas?”
– “Com que dinheiro?”
– “Perdeu um parente e tudo o que tinha?”
– “Que tudo? Quem tinha o quê?”
Lá pelas tantas:
“Desisto. O que aconteceu para você estar nesta situação?”
“Fui globalizado pela maldita política neo-assassina de FHC e sua gangue!”
É isso. Temos de exercitar nosso direito à liberdade de expressão, fugir de temas açucarados. Quando o prédio em que moramos está desabando, não há tempo para pensar em enfeites e penduricalhos pra cortina da sala. É preciso reformar tudo. Se não couber uma reforma, demolir o prédio e construir um novo. Esse o sentido da palavra REVOLUÇÃO. Começar tudo de novo! Acertadamente, corretamente, conservando o que precisa ser valorizado e revolucionando o que não é mais retificável.
Fora FHC! Fora a política neo-assassina que jugula os brasileiros! Chega de politicalha e venha o verdadeiro patriotismo, o verdadeiro amor às coisas do Brasil concreto.13/08/2000 às 23:10 #71633Miguel (admin)MestreOlá para todos; ÁS vezes me sinto uma solitária dando murros em ponta de faca, simplesmente por questionar nosso modo de vida e a rotina tão assassina da criatividade e espontaneidade humana, que obriga as pessoas a correrem desesperadamente atrás da sobrevivência e passarem uns por cima dos outros. Sou uma pessoa que procuro aplicar no dia a dia meus ideais, aprecio muito os preceitos cristãos e dou boas vindas a todos que também sentem o mesmo que eu ou que conheçam outros tipos de filosofia do viver. Gostaria de conhecer pessoas e montar um grupo de reflexão, sobre atitudes , e ética aplicada. Podería ser quinzenal, semanal, mensal. Para pensar e repensar em como construir um mundo melhor. Já fui á igrejas a tempos atrás, mas percebi que muitas das pessoas ficam mais presas a dogmas insensatos que na reflexão do propósito e da prática religiosa. Existirão pessoas ainda indignadas com algo? Existirão pessoas ainda sonhadoras e realizadoras? Se sim, e talvez eu esteja no lugar certo, me escrevam. Se esse grupo se tornar realidade, nossa, vou ficar muito feliz. Se vocês conhecem alguém que tenha manifestado desejo semelhante, por favor, peçam pra entrar em contato comigo. Tenho um site ( http://www.terravista.pt/FerNoronha/6130 ) se quiserem saber um pouco mais a meu respeito. Me escrevam! Um abraço
thelma21/08/2001 às 10:53 #71634Miguel (admin)MestreA Ideologia da Globalização
A globalização é uma ideologia. é na verdade uma nova reconversão capitalista na era da acumulação integral. O sociólogo Nildo Viana apresenta vários ensaios que abordam tal questão (A Crise da Sociedade do Trabalho; O Significado Histórico do Toyotismo, etc.). é melhor do que ficar lendo e falando de algo que não se entende, mero senso comum, que reproduz a ideologia dominante através da vulgarização.
Hélio01/11/2001 às 12:44 #71635Miguel (admin)MestreO processo de globalização não é algo novo na hintória da humanidade. Ele remonta a um periodo talvez pré-histórico. Ganhou muita força com as grades navegações do fim do sec XV e nuca foi mais forte do que em nossa época.
A tendência natural sempre foi de as nações mais forte e consequentemente suas regras de mercado prevalecer em detrimento das com menor força. Mas o que determina esta força?
Pensso que um dos fatores determinantes é a união os recurssos que ela possui. Entretanto mais importante que isto a união de seu povo. A capacidade de as pessoas de um país se reconhecer como parte de um conjunto com habitos, cultura e objetivos semelhantes. Em outras palavras senso de nacionalismo.
Infelizmente, devido a forma de coloninação do Brasil, entre outros fatores como religião e educação, nosso país não possui este requisito indispensável para se tornar uma grande nação e poder se impor no ambito internacional, fazendo com que sejamos facilmente dominados por outras nações.
Esta globalização com que nos deparamos atualmente é fruto deste domínio. Domínio este feito atravéz das regras impostas pelo mercado, as quais foram, por sua vez, impostas pelos países ditos desenvolvidos com o objetivo de maior exploração.
Sem dúvida o Brasil possui um grande potencial para melhorar consideravelmente a qualidade de vida de seu povo. Entretanto não acredito que será a economia de mercado que vai propiciar isso, mas sim a união de seu povo atravéz de um grande esforço politico para educação deste, o que não creio estar ocorrendo atualmente, pois recurssos naturais temos de sobra.25/05/2002 às 23:27 #71636Miguel (admin)MestreA globalização está expandindo-se, ampliando as suas fronteiras cada vez mais, e o nosso país o que faz a esse respeito? Pára para ver a copa do mundo, para assistir programas do tipo reallity show como big brotheres e casa dos artistas, que estão cada vez mais pululantes na televisão brasileira. O nosso povo não tem consciência do que está ocorrendo nos dias de hoje, se as pessoas não se informarem todo dia, não mantiverem um pensamento crítico a respeito das problemas do país e questões diversas, nosso país não vai para frente. É preciso muita força (e nós temos, basta a união) para evitar que a máquina Americana nos massacra mais do que estamos sendo massacrados, acabando com todas as nações do mundo. Mas antes de tudo, é preciso entender que, o império norte americano só foi possível pela união e determinação da população e seus governantes. Não adianta nada um país escravo de seus governantes que dizem amém a tudo que dizem os norte americanos. Não adianta nada um país se alienar assistindo programas inúteis, em vez de informar-se. O mais importante para combater essa situação, eu repito: é a união do povo!
26/05/2002 às 17:41 #71637Miguel (admin)MestreA Déborah entrou com a máquina-toda, e …pimba … cinco estrelas! Que
performance vapt-vupt! Mas está estranha, não tem como não estranhar!
Vamos adotar um modo de mensagear que vejo outros empregarem, e que dá para ver que funciona: destacar passagens do texto original e opinar.
Permitam que indique DL para participante Déborah P. Lobo.
DL diz: “a globalização está expandindo-se”. Opino que está dizer errado.
O vocábulo “globalização” surgiu e vingou após a queda do muro de Berlim em 1989, quando deixou de existir a Guerra-Fria, desapareceu um dos lados que disputavam a hegemonia global. Entretanto sempre a globalização esteve a ampliar os horizontes: as Cruzadas, as Descobertas, as Colônias Africanas, a Segunda Guerra Mundial, a Aventura Espacial. Sempre houve alguma aventura global de época, dar uma olhada em mensagem anterior que indica desde os tempos pré-históricos. Com esse comentário já se tira uma estrelinha.DL: “Nosso país só sabe parar e assistir Copa “. Vou procurar mostrar que texto está errado. Atualmente a FIFA está como o organismo mundial com maior número de filiados, mais que a ONU. O faturamento do futebol anual está perto de $300 bilhões, o que nenhuma outra empresa global fatura, a mais próxima é norte-americana e não atinge $200 bilhões. O maior evento mundial de todos os tempos está prestes a iniciar com duas nações envolvidas, e uma modernidade incrível em termos de instalações para uso público. A partida de Sábado da equipe brasileira foi transmitida para diversas regiões de países que juntos reúnem quase dois bilhões de pessoas. Estimam que em torno de 800 milhões assistiram à partida amistosa. Praticamente o mundo desportivo vai estar priorizado para atividade de futebol durante mês de julho. Vencer a Copa do Mundo é coisa de valor grandioso para todas as 32 nações que lá comparecem. O Brasil está nessa desde a primeira, sempre presença significativa. Qual a finalidade de não o fazer agora? Mais uma estrelinha de DL que vai pra lixeira (ainda faltam três).
DL: “nosso povo não tem consciência do que está ocorrendo nos dias de hoje”. Discordo em tudo. Estamos em ano eleitoral com quatro candidatos e as mulheres ocupando espaços fantásticos. As associações de classe estão a recepcionar e ouvir os candidatos darem seus recados. As pesquisas-mídia estão a marcar presença forte, ativa, de esclarecer, de instigar toda a população. Há aglutinados humanos de brasileiros MST e congêneres, centenas de milhares de humanos na-lona-e-ao-relento que estão a exigir iniciativas públicas. E as autoridades ou fazem ou explicam ou vexam ou sucumbem. O Brasil está em efervescência em variadas áreas, sinal de coletividade ativa pró vida. Além do que “nosso povo” somos nós! Outra estrelinha de DL que cai do prego direto pro ralo.
DL: “Não adianta país se alienar com programas inúteis, devia informar-se.”. Aqui vamos implodir. Nenhum programa é inútil. Nenhuma banca de churrasquinho-de-gato é inútil. Nada é inútil. O inútil nunca permanece. Ë uma regra do mundo humano: o “inútil” desaparece. E enquanto não desaparecer … não é inútil! E quem decide se “útil ou inútil” é somente quem empreende e não quem consome, porém quem consome decide “quero (assisto) ou não quero (não assisto)”. Mas parece que DL não entende nada de “informar-se”. Êi DL, você não entende nada de informação, nesta mensagem ao menos: a informação não está no que é receptado, mas é no que é discernido. Êi DL, novamente: uma nuvem não é informação mas tirar conclusões a partir da nuvem é compor informação. Êi DL, só mais esta: olhar para uma parede em branco não é informação, mas compor uma idéia a partir do que vê é informação. Assim se vai mais uma estrelinha de DL. (falta somente uma a perder).
DL: “mais importante combater essa situação, eu repito: é a união do povo!”. Aviso que DL está com uma estrelinha, sua derradeira estrela, segundo o meu ponto de vista, e agora vou tentar liquidá-la. A última vez que houve “união do povo” foi com totalitários nazismo/fascismo/comunismo. Atualmente se percebe tal “união” de maneira latente, a tomar a cabeça de todos, onde surgem ventos-de-guerra. No Brasil de alguns anos atrás, foi graças à inexistência de tal “união” que foi possível suprimir a era-collorida. A França há uma duas semanas atrás se revitalizou graças a ausência de “união”. Acontece que DL deve cair na real de que uma união existe e é suficiente: nação brasileira com povo brasileiro. Esta união é que tem estado a formar as unidades do Globo atual: as nações. A próxima união já começou com a claudicante-exitosa UE. A próxima, seja lá como for, será a ALCA.
Está bem, a última estrelinha não se tira não, reconheço que DL tem uma estrelinha pela sua mensagem ousada/arriscada/desafiadora.
-VHA-07/06/2002 às 20:09 #71638Miguel (admin)MestreO que hoje se chama “globalização” é, na verdade, uma nova fase da constante reconversão capitalista, onde os países subordinados, como sempre, se inserem de forma desvantajosa e contraditória no novo contexto do capitalismo mundial. Isto significa que o conjunto de transformações que constitui o que se chama “globalização” chega aos países capitalistas subordinados depois de ter ocorrido nos países imperialistas e de forma muito mais lenta.
Além disso, estas mudanças ocorrem no interior de uma relação de subordinação, o que significa que ocorrem num contexto de exploração dos países subordinados pelos países imperialistas. Daí o acirramento das lutas de classes e dos conflitos sociais nos países subordinados. A “política neoliberal”, a “reestruturação produtiva”, as “inovações tecnológicas” encontram um duplo obstáculo: a debilidade da classe dominante local e a resistência da classe operária. Isto agrava os conflitos e reforça o acirramento da luta de classes.
Isto se torna mais forte ainda no contexto atual marcado por uma pré-crise do capitalismo. Nesta situação, a tendência mundial de queda da taxa de lucro médio e a busca dos países capitalistas imperialistas em compensar isto através do aumento da exploração, tanto interna (dos trabalhadores locais), quanto externa (dos países capitalistas subordinados, ou seja, dos trabalhadores destes países) é uma realidade.
A evolução do capitalismo mundial é marcada por uma constante alteração na divisão internacional do trabalho que realiza uma reconversão capitalista dos países subordinados, inserindo-os numa nova fase do desenvolvimento capitalista. Este processo é marcado pela exploração dos países subordinados e pela exportação da miséria e dos conflitos sociais para estes países. Ocorre, porém, que a situação atual do capitalismo se caracteriza por uma queda da taxa de lucro médio que a forma de exploração imperialista existente até a década de 80 não é suficiente para controlar. Assim, a busca do aumento da exploração da classe trabalhadora é reforçada. Esta é a causa da chamada “reestruturação produtiva” e da “política neoliberal”. Tanto uma quanto a outra vem para aumentar a exploração dos trabalhadores.
Acontece que a chamada “reestruturação produtiva” e o “neoliberalismo” são exportados para os países subordinados (já superexplorados) mas também são aplicados nos próprios países imperialistas. Isto significa uma expansão do processo de exploração em escala mundial. Trata-se de um período histórico marcado pela busca de acumulação integral por parte do capital. Entretanto, nos países capitalistas subordinados, sua implantação encontra uma resistência muito mais forte e reproduz em escala ampliada os conflitos sociais. Isto é a chamada “globalização”. Mas esta palavra ofusca o verdadeiro caráter da atual fase do capitalismo mundial . A ideologia da globalização é a forma como a classe dominante, através de seus ideólogos, apresenta o capitalismo mundial em sua luta para combater a tendência declinante da taxa de lucro médio que ocorre hoje em escala mundial, ou, para utilizar expressão da moda, “global”. Neste sentido, devemos desmascarar esta ideologia, pois a luta cultural é parte do processo da luta operária contra o capital.
(Viana, Nildo. Ideologia da Globalização e Capitalismo Contemporâneo. Revista Ruptura, ano 4, n. 6, dez. 1997).
É ISSO AÍ, o capitalismo mata, então matemos o capitalismo!!!12/06/2002 às 19:19 #71639Miguel (admin)MestreNão existe uma globalização, mas diversas globalizações. Pode-se privilegiar o aspecto econômico, a noção tempo/espaço, ou ainda pensar numa rede de relações sociais. Vou utilizar aqui o conceito de Edmilson Costa que considera a globalização como um processo novo na configuração do capitalismo contemporâneo, que se expressa na reestruturação produtiva e na especulação financeira de caráter global, os dois eixos que marcam a dinâmica do capitalismo atual e que tem como síntese ideológica o neoliberalismo.
Neste sentido trata-se de um fenômeno contemporâneo, fruto do capitalismo organizado e transnacionalizado. Portanto, não tem nenhuma semelhança com a expansão do império romano, com as grandes navegações ou mesmo com a construção do capitalismo enquanto sistema mundial. A globalização é um fenômeno da época imperialista mais recente, quando o capital passa a extrair diretamente o valor fora de suas fronteiras nacionais.
* Edmilson Costa, é doutor em Economia pela
Estadual de Campinas (Unicamp)Globalização da produção
A globalização da produção é liderada por grandes corporações transnacionais, que internacionalizaram a produção, através de uma rede de filiais. Tornaram assim sempre possível aproveitar a matéria prima e mãos de obras mais barato, não importa onde isso esteja localizado. Pode-se por exemplo produzir automóveis, produzindo o chassis no Brasil, os paralamas na Itália, os pneus no México etc Ou podem simplesmente fabricar seus produtos no local que for mais barato e vender em qualquer lugar do Planeta, como faz a Nike que produz seu tênis da Ásia e vende para o mundo todo.
Estes conglomerados detém o monopólio das inovações tecnológicas, concentram a maior parte da pesquisa e desenvolvimento em praticamente todas as áreas do saber científico. Isso significa o controle das inovações tecnológicas e a ampliação do poder de mercado. Mas o problema maior dessa conjuntura no campo tecnológico é que cada vez mais se alarga o fosso tecnológico entre as nações centrais, onde se estabelecem as matrizes das corporações transnacionais, e as nações da periferia, que são obrigadas a comprar pacotes tecnológicos prontos, aprofundando assim a dependência e as relações de subordinação Norte-Sul.
O patrimônio destas corporações ultrapassa o PIB da maioria das nações do planeta e elas utilizam seu poderio para influenciar as decisões dos governos conforme seus interesses. Uma das características da globalização da produção é a concentração cada vez maior destes conglomerados e empresas através de fusões, a desnacionalização das indústrias e uma nova organização no chão de fábrica.A globalização financeira
A interconexão dos mercados possibilitou a aplicação on-line 24 horas por dia. Isso aliou-se a desregulamentação financeira promovidas a partir da época Tastcher/Reagan. O resultado é que o mercado financeiro foi de tal forma incrementado que o mundo inteiro passou a ser um imenso cassino.O capital descolou-se da produção: o lucro das especulações financeiras passou a ser gerador da riqueza. Ou seja, as aplicações especulativas e seus derivativos vêm transformando o mercado financeiro num instrumento desindutor do investimento global baseado na produção, invertendo de forma sem precedentes a lógica da acumulação baseada na lei do valor.
Por mais paradoxal que pareça, um dos atores que bancam, em última instância, esse delírio especulativo são os países da periferia que se renderam à globalização neoliberal. porque grande parte dos capitais especulativos está alocada nos mercados financeiros dos países periféricos (ironicamente chamados de emergentes). Para que esses países obtenham capitais externos são obrigados a elevar suas taxas de juros internas a um patamar bem maior que as taxas de juros internacionais. Com isso fecham os seus balanços de pagamentos, normalmente deficitários em função da abertura econômica e do pagamento da dívida externa, mas em contrapartida acumulam uma dívida interna que inviabiliza o desenvolvimento econômico, tendo em ista que o pagamento dos juros dessa dívida absorve cada vez mais um percentual maior do PIB.A ideologia neoliberal
Vejamos o que diz Otávio Ianni:
O neoliberalismo é, simultaneamente, a ideologia e a prática das forças sociais predominantes na globalização do capitalismo em curso no fim do século XX. Não se trata do liberalismo de que se falou nos séculos XIX e XX, quando estavam em causa as relações econômicas e políticas entre nações soberanas, ou que se pretendiam soberanas. Trata-se de neoliberalismo, no sentido de que as corporações, e as estruturas mundiais de poder que expressam principalmente os interesses das corporações, se impõem aos povos e às nações, em todo o mundo. Neoliberalismo, no sentido de um novo discurso sobre as maravilhas do mercado mundial compreendendo competitividade, produtividade, qualidade total e lucratividade,a despeito do agravamento das desigualdades sociais e da globalização da questão social. O neoliberalismo é o discurso da globalização pelo alto.”Logo muitos começaram a reconhecer que o “sistema de mercado”, o “sistema capitalista liberal” ou o “sistema liberal globalizado”, com as suas “fortalezas norte-americanas e européias”, estavam, estão e continuam sujeitos a comoções, crises, anomalias, desastres. Um sistema econômico mundial que parecia talhado para o pleno êxito e a tranquila continuidade por anos, décadas e séculos, logo se revela problemático, vulnerável, sujeito a sérios abalos e a irrupções “irracionais”. As dimensões sociais, políticas e culturais da economia de mercado, do sistema liberal globalizado, logo se revelam presentes, prementes e inexoráveis, explodindo em reivindicações, protestos, greves, revoltas. Simultaneamente, florescem guerras e revoluções, narcotráficos e terrorismos, desastres e fundamentalismos; compreendendo povos e nações, culturas e religiões. Em poucas décadas, dissolvem-se as ilusões da nova ordem econômica mundial, mundo sem fronteiras, aldeia global, nova economia, fim da história.” (Ianni, O. FSP, 31.06.2002)
Um outro mundo é possível
Embora analistas estejam apontando para as dimensões de uma crise no capitalismo globalizado, esta só será efetiva quando atingir Estados Unidos, Alemanha e Japão. Mas os problemas surgidos abrem as portas para a constestação de tal sistema e a urgência de novas propostas, que possam diminuir os danos às vítimas da globalização. A tarefa é ingrata na medida em que envolve a compreensão de um processo histórico complexo, assim como a construção de um novo instrumental teórico que sirva para análise desta realidade.Muitos intelectuais (jornalistas, cientistas políticos, sociólogos, economistas, escritores etc) estão dedicados a estas questões, juntado-se a ação de novos atores sociais, não mais somente a classe oprária como agente da história, mas a sociedade civil que se manifesta através de ONGs, movimentos etc
O que diz Boaventura de Sousa Santos:
Para além da globalização neoliberal do capitalismo que só aceita as regras que ele próprio impõe, há uma globalização alternativa, a globalização de um desenvolvimento democraticamente sustentável, das solidariedades e das cidadanias, de uma prática ecológica que não destrua o planeta, e de uma sociedade global que só aceite o comércio livre enquanto comércio justo. Este foi o grande mérito de Porto Alegre uma vez que até agora se dizia que os que se opunham às reuniões do Banco Mundial, do FMI, da OMC eram grupos contra a globalização e sem alternativas.
Mostrámos aqui que somos a favor da globalização, mas de uma globalização justa que não
produza a destruição e miséria para a maioria da população mundial. Quando se verifica
que quatro cidadãos americanos têm tanta riqueza quanto o conjunto de 43 países menos desenvolvivos com uma população de 600 milhões de pessoas, não é preciso ser de
esquerda para considerar que isto, além de injusto, é absurdo. E é absurdo precisamente
porque há alternativas realistas, tanto no plano técnico como no plano político.(*Boaventura de Sousa Santos é economista e sociólogo professor da Universidade de Coimbra/Portugal)
O que diz Fábio Konder Comparato:
Não há alternativa à globalização capitalista.
A essa outra falsidade da propaganda neoliberal, centros de estudos do mundo inteiro começam, hoje, a dar as competentes respostas. Entre nós, um grupo de pesquisa que acaba de ser criado, no Instituto de Estudos Avançados da USP, contribuirá para esse esforço comum com a apresentação de propostas concretas, nos planos nacional e internacional, para que humanidade possa, enfim, livrar-se definitivamente do flagelo capitalista. capitalismo globalizante venceu em quase todos os quadrantes do orbe terrestre porque tinha poderio militar e econômico mais do que suficiente para tanto. Venceu, mas não cvenceu. E é isso que o levará à derrota final, pois, para convencer, como lembrou Unamuno aos franquistas logo no início da Guerra Civil Espanhola, é preciso ter a justiça e a razão do seu lado. O que o capitalismo nunca teve e jamais terá. A grande tarefa que incumbe agora a todos os educadores é fazer com que os jovens do mundo inteiro não sejam cooptados pelas forças da morte; que escolham o bom lado do combate e se engajem, de corpo e alma, na luta universal em favor da vida.
Fábio Konder Comparato*, 64, jurista, doutor “honoris causa” da Universidade de Coimbra, é professor titular da Faculdade de Direito da USP.
Texto publicado no jornal Folha de São Paulo 17/08/200128/06/2002 às 15:48 #71640Miguel (admin)Mestre“Imagine as pessoas de todo o mundo, livres todos
os dias”
………………………………(Lennon,John)“Globalizemos a vida”
………………………………(Norep)11/11/2003 às 13:15 #71641Miguel (admin)MestreA Globalização é um destes temas que nos permite direcionar o discurso para assuntos aparentemente distantes. Vejam só o fenômeno político intetessate que ocorre atualmente na Europa; Todos nós acompanhamos as eleições francesas e alemãs e um fato nos chamou atenção a ascenção de partidos ultra-direitista, este não é um fato que não pode passar desapercebido.
Qual a relação que poderíamos fazer entre Globalização e o Xenofobismo de alguns partidos franceses, principalmente o que quase ganhou a última eleição? Não é uma incoerência Globalização e Xenofobismo?11/11/2003 às 13:19 #71642Miguel (admin)MestreA Globalização é um destes temas que nos permite direcionar o discurso para assuntos aparentemente distantes. Vejam só o fenômeno político intetessate que ocorre atualmente na Europa; Todos nós acompanhamos as eleições francesas e alemãs e um fato nos chamou atenção a ascenção de partidos ultra-direitista, este não é um fato que não pode passar desapercebido.
Qual a relação que poderíamos fazer entre Globalização e o Xenofobismo de alguns partidos franceses, principalmente o que quase ganhou a última eleição? Não é uma incoerência Globalização e Xenofobismo?16/11/2003 às 16:48 #71643márcioMembroAcho que globalizacao é parte do capitalismo.
Mais cedo ou mais tarde iamos chegar nela.
Quando uma nacao atinge determinadas condicoes, globalizacao passa a ser item mandatorio.
Nao é uma questao de dizer sim ou nao.
Mas como todo jogo, para haver globalizacao é necessario que existam regras.
E acho que elas ainda nao estao prontas.
Estamos jogando um jogo no qual as regras estao sendo construidas durante a partida … complicado.
E … como todo jogo, tem vencedores e perdedores.
E … nao jogar significa ja sair perdendo de cara.20/11/2003 às 11:41 #71644Miguel (admin)MestreNão… globalização não é parte do capitalismo. Ulltimamente o termo tem sido usado com mais frequencia, o que causa uma certa confusão. Mas perceba… muito antes do capitalismo já havia de certa forma “globalização”. O império Romano, por exemplo, vivia de certo modo um “mundo globalizado”… Se entendemos gobalização como o propri nome indica, e portanto como processo em que tudo se generaliza, acabam-se as fronteiras, as relações passam a ser “globais” então o termo não esta necessariamente ligado ao capitalismo…
Por outro lado, dizer que nesse “jogo” não existem regras é talvez um tanto quanto perigoso. ~todo processo globalizaante traz consigo regras. Não se pode nessa perspectiva dizer que o que vivemos sobre o signo de gobalização não possua regras. Ainda que elas não sejam claras, principalmete àqueles que tem menos informação sobre o tema, elas existem. Marx já as vislumbrava.
Por último, considerar a globalização como um jogo tavez não seja a melhor forma de caracteriza-la. Nos moldes capitalistas a globalização é na verdade mais um meio de garantir a perpetuação do Sistema. Mais uma forma de aienação e dominação. Deve-se então encara-la como um perigo e não como um jogo…20/11/2003 às 11:43 #71645Miguel (admin)MestreNão… globalização não é parte do capitalismo. Ulltimamente o termo tem sido usado com mais frequencia, o que causa uma certa confusão. Mas perceba… muito antes do capitalismo já havia de certa forma “globalização”. O império Romano, por exemplo, vivia de certo modo um “mundo globalizado”… Se entendemos gobalização como o proprio nome indica, e portanto como processo em que tudo se generaliza, acabam-se as fronteiras, as relações passam a ser “globais” então o termo não esta necessariamente ligado ao capitalismo…
Por outro lado, dizer que nesse “jogo” não existem regras é talvez um tanto quanto perigoso. Todo processo globalizante traz consigo regras. Não se pode nessa perspectiva dizer que o que vivemos sobre o signo de gobalização não possua regras. Ainda que elas não sejam claras, principalmete àqueles que tem menos informação sobre o tema, elas existem. Marx já as vislumbrava.
Por último, considerar a globalização como um jogo tavez não seja a melhor forma de caracteriza-la. Nos moldes capitalistas a globalização é na verdade mais um meio de garantir a perpetuação do Sistema. Mais uma forma de alienação e dominação. Deve-se então encara-la como um perigo e não como um jogo…20/11/2003 às 15:38 #71646Miguel (admin)MestreGlobalização…..
Antes da modernidade existiu uma globalização???
Esta é uma pergunta difícil de responder, tentarei expor uma visã:O Império romano, o Persa, o Egípcio e muitos outros encontraram épocas em que sua expansão, sua área de influência fora bastante considerável, principalmente o Império romano. Não vamos esquecer dos séculos XIV E XV, com Portugal e Espanha dividindo quase a totalidade da América! Diríamos que os terrítorios destes impérios estariam centralizados politicamente, assim mesmo de forma débil, pois não era fácil fiscalizar todo este território, a comunicação não era o ponto forte. Ora, seria ingênuo afirmar que a globalização sempre existiu. Entendendo por Globalização um aumento na intensidade de envio e recepção de informações, na expansão do consumo, da propaganda dos produtos capitalistas, da velocidade das transações comerciais, ou seja, uma ferramenta desenvolvida pela evolução capitalista. Assim como o capitalismo, a Globalização nem sempre existiu! no máximo expansão de fronteiras de determinados impérios.
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