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01/03/2002 às 22:14 #69963Miguel (admin)Mestre
Eu queria saber qual é o grande erro de Hume na sua filosofia?
02/03/2002 às 18:43 #76141Miguel (admin)MestreNao faz sentido perguntar isso, a nao ser que voce tambem seja filosofo e tenha estudado a fundo a teoria de Hume. Senao, recai em anacronismo, foge da historia ou descaracteriza aquele que e um grande filosofo de sua epoca. Voce pode perguntar quais sao os erros que outros filosofos acharam em Hume, ja que filosofia e essencialmente ligado ao debate e `a discordencia de argumentos. Mas no minimo tem de reconhecer a importancia de Hume, enquanto influencia etc. Ademais, Hume tem grande alcance mesmo no seculo XX, tanto Einstein quanto Popper o citam como importantes para se precaverem do dogmatismo.
05/03/2002 às 21:47 #76142Miguel (admin)MestreQuais os erros que KAnt acha na filosofia de Hume?
06/03/2002 às 1:04 #76143Miguel (admin)MestreRicardo:
Como sabe, Hume foi de capital importância para Kant. Julgo que essa forma de colocar o problema não será a melhor. Quando muito, poderemos falar de “limitações” que Kant encontra no empirismo de Hume…”erros” é muito redutor, eu penso.
Kant reconhece que foi Hume quem o “despertou do seu sono dogmático”, agora ele critica no empirismo (que punha ênfase nas relações entre o pensamento e as coisas) o facto de não estabelecer a validade do conhecimento das coisas obtido a partir da experiência, acabando por cair também no próprio dogmatismo e mesmo num agnosticismo (Hume).
Como deve saber, para Kant, todo o conhecimento começa com a experiência mas não se reduz a ela…06/03/2002 às 14:16 #76144Miguel (admin)MestreAo meu ver, Kant critica Hume essencialmente não pelo empirismo, mas por recair em ceticismo como desdobramento de sua crítica ao dogmatismo da razão. Kant julga isso um acomodamento, pois quer que o conhecimento seja possível, e daí seu projeto de fazer a razão explorar-se para descobrir seus limites.
06/03/2002 às 16:57 #76145Miguel (admin)MestreCaro Onofre:
“não pelo empirismo, mas por recair em ceticismo”…também.A filosofia kantiana é o resultado de uma longa meditação e ela expressa um corte com o dogmatismo das metafísicas tradicionais que, partilhando de um certo optimismo gnoseológico, encontraram na razão um poder ilimitado para fundamentar o conhecimento em verdades eternas. Ao mesmo tempo, Kant pretende salvaguardar a legitimidade do conhecimento do conhecimento científico que o cepticismo de Hume tinha posto em causa .
16/03/2002 às 17:30 #76146Miguel (admin)MestreCaro Onofre,
Gostaria que vc me falasse um pouco sobre a politica classica e moderna, a politica e a moral e sobre a politica comparada.Se fosse possível ainda a relação que Michel Foucault faz entre o panopticon e o poder. Preciso tirar essa dúvidas para fazer uma prova na universidade.
por favor me ajude!!!!!!!!Cláudia
04/07/2003 às 13:27 #76147Miguel (admin)MestreTodas as análises feitas partindo do iludido Descartes em que ele afirma por imprudência intelectual que a idéia de um Deus é uma idéia “ináta” a razão humana, é ser demasiadamente iludido. O único dessa corrente filosófica a ter uma grande visão e uma conciência “normal” se chama Hume, que teve por muitos uma filosofia digna de Lord. Kant por sua vez, foi muito consciente e prudente, mas pecou quando ele afirma que a matemática,o espaço e o tempo são a priori sendo que nada pode ser a priori, pois sem o s sentidos não somos humanos e até então todos esses conceitos seriam absolutamente vento, ou seja, nada. Concordo com um termo voltado mais para “lógica-perceptiva”}
04/07/2003 às 13:33 #76148Miguel (admin)MestrePodemos afirmar que se a matemática não é considerada a priori, ou seja , nada é considerado ináto a razão se despojarmos do nossos sentidos, podemos afirmar que a matemática é um conceito e logo, uma percpção, bem como a geometria e o método emprírico da física.
22/12/2003 às 0:31 #76149Miguel (admin)MestreAlguém sabe como Hume morreu?
Eu sei que ele morreu em sua cidade natal, mas em casa? hospital? qual a causa da morte?06/02/2004 às 20:07 #76150Miguel (admin)MestreAlguém poderia me indicar um método para melhor compreender a filosofia de Hume? Tenho “O Tratado da Natureza Humana” e fico relendo as primeiras 100 páginas…. me perco nos conceitos, penso que deve ter uma obra até mesmo de outro filósofo que possa fazer as vezes de uma introdução.
grata!07/02/2004 às 17:15 #76151Miguel (admin)MestreOlá Gil_mara,
O “Tratado da Natureza Humana” encontra-se estruturado em 3 livros que pretendem, conforme desejo expresso por Hume, “introduzir o método experimental de raciocínio nos assuntos morais”.
O livro I trata da teoria do conhecimento. Neste livro Hume retorma a crítica desenvolvida por Berkeley no “Tratado dos princípios do conhecimento humano”, quando Berkeley ataca a crença na existência de uma realidade objetiva e material independente do espírito do homem que percebe esta “realidade”. Berkeley critica a linguagem por criar essas ilusões. As idéias seriam coisas abstratas que nao precisam manter relação nenhuma com a realidade e nem representam nada a nao ser idéias mesmo. Á existencia da máteria, as matemáticas, e quase tudo mais, sao apenas possibilidades que nao tem “verdade” garantida evidente.
Hume faz distinção entre impressoes e idéias, sendo que estas cópias das impressoes. Toda idéia é uma combinação de impressoes com outras idéias. Para Hume nao existem, portanto, idéas inatas, todas sao fruto de impressoes. Em seguida ele apresenta a teoria da conexao das idéias: estas se associam por semelhança, contiguidade espacial ou temporal e por causalidade. E essas leis do pensamento sao análogas às leis de atração da física newtoniana.O conhecimento é construido de acordo com regras de inferência que se baseiam em relação de causa e efeito.
O livro II trata das paixoes, mas nao se trata apenas de uma abordagem psicológica. Hume quer construir uma ciencia do homem.
O livro III trata, finalmente, da moral; e é resultado que foi sendo preparado pelos livros anteriores. A moral, portanto, é apresentada também como algo obedecendo aos princípios antes expostos. Hume coloca-se contra a idéia de um racionalistmo moral. A moral nao nos instruiria diretamente acerca do bem e do mal. Os valores só têm realidade relativamente a um consenso sobre a aprovação ou desaprovação merecida por uma açao. A moral seria fundamentada no sentimento de prazer.
Espero ter ajudado.
07/08/2004 às 23:59 #76152Miguel (admin)MestreNão sou aprofundado na perspectiva empirista de David Hume, porém, acho de eloqüente interesse ao discuti-lo mencionar e procurar saber a concepção do mesmo Filósofo em questão sobre o solipsismo e como isso interage fundamentalmente no desenvolvimento de suas teorias acerca da percepção humana e da genealogia moral que pode ser-se tratada apartir da transcendência deste mesmo conceito pelo ser potencial inerente às suas Idéias.
Obrigado por me ajudarem e prometerei assim que respondido o questionamento continuar a formentar os debates deste Forum.
08/08/2004 às 11:27 #76153Miguel (admin)MestreNão me preocupo muito com este ou aquele filósofo em particular, mas com a contribuição que todos os filósofos particularmente dão para a Filosofia. Não se trata de um jogo de palavas. Trata-se de reconhecer na Filosofia um esforço humano no entendimento de si mesmo e do mundo. Assim, a contribuição de cada um é importante, desde que possamos estabelecer uma evolução no conhecimento de si mesmo e do mundo.
Não nego que a contextualização seja importante. Mas não concordo que ela seja fundamental, como muitos pensam. Ela é fundamental apenas e tão somente para compreendermos as circunstâncias que levaram determinado filósofo a esta ou aquela conclusão. Pois a Filosofia se constrói através dessas conclusões ao longo dos séculos, através do diálogo sempre franco e aberto dos diferentes filósofos entre si e da Filosofia com outras disciplinas. Pois para mim, e não só para mim, a Filosofia é necessariamente interdisciplinar e um diálogo sem fim.
Assim, não existe acerto e erro na Filosofia. Existe a eterna procura da Verdade como princípio e fim de todo filosofar.
Percebo nos debates deste Fórum uma tendência muito grande de estabelecer diferenças entre Kant e Hume. Não que essas diferenças não sejam importantes. Para mim essas diferenças são importants na medida em que revelam suas semelhanças – pois a Filosofia vive de diferenças e semelhanças, e não de acerto e erros.
Gostaria de colocar um pouco de pimenta na discussão do empirismo. Se é verdade que não se pode negar a experiência para o conhecimento humano, destacando-se com isso a importância da apreensão das coisas pelos sentidos e não existindo, com isso, idéias “a priori”, como se assegurar da veracidade do conhecimento através da experiência, se a mente somente tem acesso ao ser através dos sentidos?
Parabéns a todos pelo nível do debate. Aprendi muito. E gostaria de dar minha humilde contribuição.
28/08/2004 às 23:07 #76154Miguel (admin)Mestre“Se é verdade que não se pode negar a experiência para o conhecimento humano, destacando-se com isso a importância da apreensão das coisas pelos sentidos e não existindo, com isso, idéias “a priori”, como se assegurar da veracidade do conhecimento através da experiência, se a mente somente tem acesso ao ser através dos sentidos?”
É uma excelente pergunta, mas no que podíamos nos basear para respondê-la? O que se coloca como experiência no seu sentido é uma contextualização à priori sobre a mensuração metafísica da coisa em si. Apartir desta conclusão o existir se desqualifica quando se posiciona em uma plataforma da solucionalização dos problemas que deve solucionar… o que lhe aplacaria a existência, pois a existência se dá enquanto se existe algo novo para que se possa compreende e experimentar, isto é um dos motivos do porvir filosófico dado em um processo dialético entre o sujeito e o objeto, ambos se significando e pleiteando o que se chama experiência de imanência material. A veracidade de tal funcionalidade se dá de uma forma constitutiva e não meramente intencional, porque esta mesma intencionalidade não constitui todo o processo orgânico que reduz ou sintetiza os pontos e associações tangíveis que o ser traça em sua experiência de práxis. A mente e o corpo se dão em processos equivalentes, apesar de haver uma diferenciação… as imagens e os conceitos revificados pela consciência sensorial/perceptiva se atrela ao relacionismo transcendental da mente para dar uma 'carga estrutural' na idéia de movimento que o corpo sente e passa através das ações direcionados no espaço-tempo, numa relação neguentrópica que assimila as reminiscências empíricas. Tendo em vista esta relação da relação complementar do corpo e da mente (reflexiva dos conceitos espirituais) a dialética da experiência e do idealismo intencional do conhecimento abstrato se inter-realacionam atribuindo um sentido a experiência e, assim, simultâneamente um valor virtual que se aplica ao fato mesmo da experiência…
* as questões dos valores e posteriormente uma interlocução moral eu posso vir a falar em outros instantes.
Obrigado Pessoal e Antônio Margarido pelo Questionamento.
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