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    robledo
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    Prezado Carlos

    Não é minha intenção me transformar em um antagonista de suas colocações, porém tenho alguns comentários a tecer sobre as mesmas.
    “Mas alguma coisa existe quando ela possui atributos, quando ela é classificada.”
    Aqui vemos nitidamente o nosso impasse: para que possamos considerar algo como real ou existente, temos que lhe associar uma série de atributos, definindo “a causa pelas suas conseqüências”.
    Ao não conseguirmos atrelar o efeito à uma causa conhecida, formalmente definida, consideramos o mesmo de duas formas:
    Ou este efeito não existe.
    Ou, existindo, este efeito só pode ser explicado enquanto produzido por uma causa conhecida, de uma maneira que no momento ainda é desconhecida.
    Ao conseguirmos atrelar este efeito, de forma satisfatória aos nossos modelos, à uma causa conhecida, o consideramos como explicado, mesmo que essa ligação não seja correta.
    Assim se procedeu quando a Religião era a resposta para tudo e assim se procede quando a Ciência Ortodoxa é resposta para tudo.
    Agora, existindo ou não Deus, não lhe parece óbvio que a nossa definição dele seria essencialmente HUMANA, como o são todas as nossas definições? Imaginando Deus como um ser inteligente, não seria tipicamente humano conceder a ele atributos que nos são conhecidos (emoções humanas, motivações humanas e até fisiologia humana)?
    Para entender isto melhor, me ocorre uma analogia usada por Carl Sagan, em seu longínquo programa chamado Cosmos : como seria a percepção que um ser bidimensional teria, em seu respectivo universo bidimensional, de um ser tridimensional que lhe fizesse uma visita? Ele não usaria, certamente, a sua linguagem, os seus valores, as suas referências bidimensionais para descrever este ser?
    Enquanto discussão filosófica, a questão da existência de Deus, ao meu ver, não deveria remeter ao questionamento da Teologia ou dos valores judaico-cristãos, mas sim a uma pergunta simples e básica: Tudo o que conhecemos e o que não conhecemos tem sua origem em um princípio inteligente ou em fatores aleatórios?
    Penso que, no momento, tanto quanto a nossa curiosidade nos impele nessa busca, a nossa pequenez nos desautoriza a resposta.

    Até Mais

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