Métodos de Dúvidas de Descartes

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  • #70277

    Caros amigos, sou novo por aqui faço filosofia como uma materia do curso de ciencia da computação e recentemente a professora de filosofia pediu que fizessemos um trabalho sobre
    o método da dúvida, de René Descartes, não sei por onde começar, todos os materiais que li na internet falam da sua vida e nada que eu pudesse aproveitar para esse tema em específico.Gostaria que um dos amigos me enviasse algo desse genero pra assim conseguir fazer esse trabalho.

    obs:conto com a ajuda dos amigos

    Desde já agradeço

    Marcel

    #80349

    Olá Marcel

    A dúvida metódica é explanada principalmente em dois livros:

    • O Discurso do Método
    • Meditações Metafísicas – especialmente livros I e II

    Um outro livro que pode ajudá-lo a elaborar este trabalho é o “Dicionário Descartes” do inglês John Cottingham, na coleção “Dicionário de Filósofos”

    Um texto do site que aborda essa questão está em
    http://consciencia.org/moderna/desmedi.shtml
    a partir do parágrado que fala o seguinte:

    “Para começar um conhecimento sólido e seguro, claro e distinto, devemos livrar nossas mentes das falsas certezas. Daí ser necessária a dúvida metódica e a meditação. O ato de meditar é um recolher-se em si mesmo, onde são passadas a limpo nossas próprias falhas, recapitulando noções marcantes, se afastando assim dos vícios corporais e buscando elevar a alma. O ato de duvidar não é à toa, mas vem por razões maduramente consideradas, tanto que Descartes só o fez quando já tinha esperado tanto a hora certa, que não mais poderia fazer novamente. A dúvida cartesiana não é cética, pois o cético não acredita ser o homem capaz de ver qualquer verdade. Antes disso, a dúvida é um instrumento epistemológico, um recurso que o sujeito do conhecimento tem a seu dispor.”

    #80350

    Pessoal, necessito de algo mais resumido possível sobre o Método da Dúvida de Descartes, algo que seja mais fácil de se entender, confesso que li o texto de ponta a cabeça e não entendi muito, ou o suficiente para resumir esse Método de Descartes, como sou um tanto quanto inexperiente nessa área de pensadores me sinto um peixe fora d'agua.Isso tudo pra mim é novidade.

    aproveitando a boa vontade dos amigos se alguém tiver algo que explique tb sobre o pensamento de Descartes “Penso, logo Existo”, ficarei grato desde já.

    sem mais

    Marcel

    #80351

    Olá Marcel, nem o texto indicado ajudou?

    O contexto do “Penso, logo existo” é esse. O filósofo está empenhado em achar o conhecimento sólido e seguro, e para construir o edíficio do conhecimento precisa partir de uma primeira certeza, através da cadeia dedutiva. Tudo o que se lhe apresenta aos sentidos e a mente pode ser posto em dúvida quanto à sua veracidade, desde o firmamento estelar até as certezas matemáticas. A dúvida questiona tudo, até mesmo chega a pensar que o Deus pode ser Enganador ou que um Gênio Maligno esteja empenhado em fazer pensar que dois e dois são quatro quando na verdade não são. A primeira certeza então vem nesse insight: Por mais que o filósofo duvide de tudo, ele não pode duvidar que está duvidando, enquanto coisa que pensa (res cogitans). Essa auto certificação inaugura a filosofia da consciência e a subjetividade moderna. O conhecimento parte da auto certificação que o “eu penso” faz de si, e não mais de uma verdade externa, revelada ou empírica.

    Espero que tenha ficado claro.

    #80352

    Caro Miguel desculpe a minha ignorancia,o texto que vc resumiu deu pra entender, soh que pintou uma duvida, um dos Metodos da Duvida de Descartes eh “Penso, logo existo” ??? Estou lhe perguntado isso por que tenho que resumir O metodo da Duvida de Descartes e explicar a proposição “Penso, logo existo”.

    #80353

    Um dos problemas da filosofia e ciência moderna é a questão do método. A razão é a luz natural, a principal faculdade no aparelho cognitivo do homem. O mundo no entanto está permeado de “preconceitos” e “falsos saberes”. A razão precisa ser bem conduzida. Descartes é um filósofo que se insurge contra os escolásticos e o saber sedimentado católico-aristotélico, tomista.

    O subtítulo do Discurso do Método é “para bem conduzir a razão e procurar a verdade nas ciências”. O método cartesiano tem quatro regras aparentemente simples que o investigador tem de seguir quando se vê em torno da investigação de um problema. O bom-senso e a razão são bem distribuídos entre os homens, mas é preciso o recurso do método para não se deixar vencer pelas falsas verdades.

    Esse método cartesiano, no entanto, não é o “Penso, logo existo”. Acho que seu professor falou de “Método da Dúvida” de Descartes por conta do caráter epitesmológico da dúvida metódica. Descartes utiliza-se da dúvida hiperbólica (exagerada) como um recurso para se livrar de todo o conhecimento que não seja sólido e seguro, isto é, assentado numa primeira certeza tão evidente que não possa ser contestada e deduzida dela através da cadeia de argumentação racional.

    É por isso que a dúvida metódica, praticada no retiro da meditação, coloca como questionável tudo que se apresenta aos sentidos e aos intelectos, desde o saber advindo do estudo dos clássicos até certezas mais imediatas. Este é um recurso que como que “elimina” tudo que possa ser tomado como incerto, questionável, superficial etc. Mas é empreendido num primeiro momento, até se chegar na primeira certeza “eu penso, eu sou”. A proposição “Penso, logo existo” se mostra necessariamente verdadeira cada vez que enunciada pelo Espírito. A partir dela, no entanto, Descartes vai tentar retomar o que a dúvida metódica “descartou”.

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