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03/03/2006 às 2:51 #70375Miguel (admin)Mestre
Há muitos movimentos sociais sendo iniciados por empresários e grupo de pequenos empresários, o que vocês acham? deveria partir do governo ou alguma ONG?No site http://www.empresariosbrasil.com.br site de Empresários e profissionais do Brasil todoHá várias ONG´s e grupo de profissionais e empresários se mobilizandose quiser se cadastrar lá e participar o Código ID (Indicação) é oracio4
03/03/2006 às 14:48 #81267junior.1387Membromovimentos sociais de empresarios, isto me confunde muito !eles são a causa de boa parte da miseria no mundo, e vem com essa de ajudar no combate a fome !?desserto estão querendo aumentar sua 'moral' de piedosos perante a sociedade.'ajudam' apenas com as migalhas q caem de suas mesas, nada que possa abala-los economicamente ou diminuirem sua luxuria..."mc dia feliz contra o cancer" , se tal dia não aumenta-se o lucro da empresa, tal não existiria! ??? !!!
04/03/2006 às 13:11 #81268BodartMembroO voluntarialismo praticado pela burguesia é na verdade uma estratégia de confirmação do seu poder.Como vivemos em uma sociedade, dependemos uns dos outros. Essa interdependência Weber classificou como solidariedade orgânica. Para que a sociedade funcione de forma "harmoniosa" torna-se necessário manter essa interdependência (nós agimos de uma determinada maneira,afim de recebermos o mesmo dos outros indivíduos).Os burgueses praticam a "solidariedade" (para com eles mesmos), com o objetivo, não de acabar com a desigualdade social, mas para proporcionar suportes capazes de solidificar sua hegemonia perante a sociedade. Sabem eles que a míséria pode significar rebeldia e criminalidade, ficando assim seu poder ameaçado, e seu património passar a correr perigo. O que eles fazem é justamente impedir que o que foi pronunciado por Karl Marx, no Manifesto Comunista, onde a miséria e a exploração levaria os trabalhadores a desencadearem uma revolução, onde tomariam da elite todos os modos de produção.A partir dessa sussinta analise podemos olhar de modo desconfiado os movimentos sociais voluntários, não que esses não possuem vantagens, mas enterdermos o jogo de dominação existente.Ajudar o próximo é então sinônimo de contribuir por um ambiente melhor onde todos saem ganhando!Cristiano Bodart 03-03-06
22/04/2006 às 4:00 #81269BrasilMembroBodart, concordo plenamente com sua visão, é exatamente isso que eu penso, e dessa maneira que você descreveu achei muito bem colocado, é dessa maneira que se pretende perpetuar as minorias elitistas no poder, acumulando fortunas que nem 100 gerações de suas famílias não conseguiriam gastar, só que eles não enxergam que o dinheiro coroe até suas próprias bases, ou seja, a própria ganância que inevitavelmente o dinheiro gera e acompanha, vai corroer sua criadora, a elite. E, por conseguinte, o capitalismo, só que devemos ficar tristes, pois para isso acontecer terá que haver grande degradação das condições de sobrevivência para muito mais pessoas, para que isso venha a acontecer um numero muito maior de crimes, crianças nascendo desnutridas, tentativas de revoltas armadas e mais crimes e fome, falta de perspectivas de estudo, trabalho e da própria sobrevivência de muito mais pessoas também terá que acontecer. Devemos ficar tristes como Che ficou na África. Na África Che Guevara pode constatar os efeitos da ignorância patrocinada por séculos de colonialismo e exploração desmedida. Após a vitória ao lado de Fidel, na tomada de Cuba dos US e do boneco marionete Fulgêncio Batista, Che foi presidente do Banco Nacional de Cuba e Ministro da Indústria no período imediatamente a seguir à Revolução Cubana. Tomado pelo otimismo e orgulho merecidos, Che, se rendeu ao seu espírito revolucionário e entregou seus cargos a Fidel no objetivo partir para África e promover a libertação de povos dominados e explorados por países imperialistas, através da guerrilha. Che escolheu a Republica do Congo, e lá permaneceu de março até novembro de 1965, tentando promover a tomada de poder de algumas províncias. Tristes foram todos os seus relatos que fizeram um livro que durante muito tempo ficou escondido e bem guardado por sua mulher Aleida March e por Fidel Castro, o livro é um verdadeiro lamento de tristeza e decepção, de um homem que passou por uma aventura de heroísmo e coragem terminando com a vitória contra simplesmente um gigante desonesto e de repente se vê no meio de uma guerra que só ele queria, num país totalmente estranho e ao lado de um povo que simplesmente não queria lutar, um povo totalmente ignorante e desinteressado em mudar as coisas, conformados com a miséria e o lixo com o qual conviviam. Che lamenta a ignorância fomentada, a falta de interesse e o alto índice de delatores e desertores. Tudo decorrente da falta de cultura. O Livro foi publicado somente á pouco tempo e se chama Passagem da Guerra Revolucionária: Congo, da Editora Record.Daí a explicação porque não temos mais movimentos culturais, musicais, os nossos artistas de hoje não fazem mais músicas com letras de conotação política, como antigamente, onde estão os Chicos, Miltons, Vandrés, e tantos que cantaram nossa história? Cadê a cultura? Cadê a contestação? Cadê universidades para o povo?AbraçãoChe no Congo
18/01/2007 às 2:14 #81270Do ContraMembroIsso sem falar que essas “empresas do bem” recebem abatimento no imposto!!A própria proliferação das ONGs devem ser entendidas num contexto da década de 90 com o neoliberalismo e o Estado ficando cada vez menor, a sociedade civil passa a "tapar os buracos" de uma sociedade cada vez mais injusta e esquece muitas vezes de acabar com o mal pela raiz ou de se perguntar o porque que ela e não o Estado está fazendo isso!
10/07/2007 às 0:25 #81271BrasilMembroDULCE - ET - DECORUM - EST - PRO - -PATRIA - MORITORNA-SE DOCE MORRER PELA PÁTRIA
Trivial de 9 de JulhoNove de julho se exaltaPor conta de 32Entre os heróis da lutaQue enaltecemos depoisMiragaia e o Martins, Dráusio, Camargo, outros dois.Mas houve um quinto, coitado,Que saiu do tiroteioTransportado pro hospital,Morreu em um dia e meio.E não entrou para a história,Porque não morreu primeiro.Mesmo assim em ButantãComo se fosse oferendaEntre as ruas desses quatroPontifica a Alvarenga.O nome do nosso heróiQue jamais entrou na siglaMas se começo o TrivialOutro poeta me siga.(Luis Nassif)
11/07/2007 às 19:53 #81272BrasilMembroNosso herói não entrou na siglaMas ajudou a mudar nossa históriaA Constituição Brasileira tão exigida Foi o motivo de sua glóriaTombou diante das Tropas FederaisNuma luta nobre e sangrentaMas não traiu seus ideaisNão fugiu da contendaHoje São Paulo glorificaOrlando Oliveira Alvarenga(Brasil)
11/07/2007 às 23:02 #81273BrasilMembroNove de Julho – Revolução de 32 aponta o valor da autonomia diante de um Estado centralizador A resolução do governador Mário Covas de declarar feriado o dia 9 de julho merece gerais aplausos, pois nenhuma data deve ser tão cara à gente paulista do que essa, que representa não somente seu amor à democracia como o brioso sentimento de seus valores próprios. Se me perguntassem qual é o sentido mais alto da Revolução de 32, não vacilaria em declarar que foi o da autonomia de nosso Estado. Digo isso como um dos soldados remanescentes desse dignificante ato revolucionário.Foi talvez essa a razão que levou a Sociedade Veteranos de 32 - MMDC a outorgar-me a medalha Pedro de Toledo, quarta-feira, junto ao Mausoléu do Soldado Constitucionalista, no Parque do Ibirapuera. Foi o laurel que até agora mais me comoveu, pois me fez voar 65 anos até o momento em que, estudante na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, me encontrava em um momento de indecisão, convencido de que não podia mais continuar apegado à doutrina marxista, muito embora sem abandono dos valores sociais, buscando compor democracia com justiça social.A Revolução de 30, fonte direta da reação armada paulista, tinha dois sentidos que deviam ter sido complementares para bem do povo e, para infelicidade nossa, até agora não foram conjuntamente alcançados. Um era de natureza política, em prol do Estado de Direito, tal como o pregava a Aliança Liberal; o outro referia-se às reivindicações sociais, que o pretenso "socialismo científico" acabou absorvendo rumo ao Estado Totalitário.Pode-se dizer que, com Getúlio Vargas no poder, ambos os ideais foram abandonados, adiando-se indefinidamente a constitucionalização do País, e, como engodo, surgiu a triste idéia do "peleguismo", ou seja, da organização sindical à sombra protetora do Estado.Mas a história, como bem ensina Fernand Braudel, deve ser analisada segundo suas "conjunturas", à luz de suas peculiares circunstâncias. Ora, como saliento em minhas Memórias, o que, na época, mais afligia a gente paulista - sem olvido dos princípios democráticos violados, mas, no fundo, em razão deles - era o opróbrio que sofríamos, dado o desprezo do todo-poderoso Governo Provisório federal por nossa autonomia. O que, em suma, mais nos revoltava era a sujeição de nosso Estado ao ultrajante domínio alheio, sobretudo quando comparávamos a nossa situação com a de Minas Gerais, que conservara até o seu governador.Sentíamo-nos todos espezinhados, como se não tivéssemos participado do movimento revolucionário de 30, com títulos pelo menos iguais aos de vários Estados contemplados com o galardão do autogoverno, não obstante com as limitações decorrentes de uma fase de transição.É por tais motivos que qualifiquei a Revolução de 32 por seu valor dominante, o da autonomia, base essencial do ordenamento federativo, o que é bom lembrar, pois, ao longo dos anos, mesmo sem precisar pensar no Estado Novo, a nossa se tornou uma federação altamente centralizada, sobretudo no que se refere à ordem econômica.Foi dito que ao movimento paulista ficou alheio o proletariado da capital, contando apenas com a classe média e a população do interior, tanto da área urbana como da rural. Muito embora desconheça dados estatísticos confiáveis a respeito, é possível que em parte assim tenha sido, pois me lembro que uma de nossas manifestações estudantis pró-Constituição foi dispersada por numerosa coluna de operários pertencentes à Legião Revolucionária chefiada pelo "general" Miguel Costa, em defesa dos interventores militares que então governavam do palácio dos Campos Elíseos.No segundo pelotão do Batalhão Ibrahim Nobre, que, por não ter completado o necessário efetivo, fora integrado nos quadros da Força Pública, eu tive o prazer de conviver com estudantes (em maior número), operários e componentes da FP, esses encarregados da pequena metralhadora que nos fora atribuída.É aqui que começam as nossas decepções, pois, se havia dedicação e até mesmo heroísmo por parte dos que foram espontaneamente às frentes de combate - e eu fui guindado ao posto de sargento, por ser o único reservista em meu grupo da Faculdade de Direito -, a decisão de desencadear o movimento fora tomada por seus líderes, cientes da deficiência de forças militares devidamente preparadas, bem como do imprescindível material bélico, talvez contando com promessas de adesões valiosas, que não foram sabidamente honradas. São Paulo ficou só, mas, nem por isso, faltou a seus deveres cívicos, numa improvisação surpreendente.Não é o caso de indagar, no presente artigo, das causas de nosso insucesso, nem de apurar responsabilidades, pois o que conta na Revolução de 32 é a sua razão histórica, mesmo porque há uma equivalência ética entre ganhar ou perder as batalhas do ideal. Nos combates travados, que Hernani Donato soube retratar com admirável acuidade, procuramos suprir a carência de armas com engenho e alma.Nem se poderá dizer que não houve vitória alguma atribuível ao nosso grandioso gesto, pois, sem ele, não teria havido restituição de nosso poder civil, nem a Constituição de 1934, destinada a ter poucos anos de vigência por outros motivos, objeto de conhecidos estudos de historiadores e politicólogos.O certo é que, nos anais da história pátria, MMDC marca com letras de fogo a unidade e a autonomia da gente paulista, que agora um grupelho de insanos tenta desmembrar. Mas esse é assunto que exige artigo especial.12 de julho de 1997
Miguel RealeJurista, filósofo, membro da Academia Brasileira de Letras, foi reitor da USP
12/07/2007 às 0:43 #81274Miguel DuclósMembroDEBATE ABERTOOs marcos e as marcas de 32O levante paulista de 1932 é um dos movimentos armados brasileiros mais controversos. Apesar de açambarcado pela oligarquia, a insatisfação em S. Paulo tocou outros setores, como o movimento estudantil. Há quem diga, ainda, que 1964 realizava os ideais de 32.Flávio Aguiar Dos controversos movimentos armados brasileiros, o levante paulista de 1932 é um dos mais. A memória me diz que em outro levante armado, o de 1964, que desembocou no regime ditatorial mais longo, repressivo e reacionário do Brasil, houve quem tentasse reivindicar que este realizara os ideais da “Revolução de 1932”. Havia semelhanças, ou melhor, analogias:1) Como S. Paulo foi um dos Estados onde houve forte mobilização das classes médias, da burguesia e dos militares contra o governo de um gaúcho, João Goulart, houve um sentimento de que a vitória de 64 era a vingança contra a derrota em 32.2) Houve campanhas parecidas: em 32, diante da escassez de recursos, os revoltosos lançaram a campanha de “dar ouro” para S. Paulo, a fim de comprar armas, suprimentos e remédios. Em 64, os vencedores lançaram a campanha “dê ouro para o bem do Brasil”, mas confesso que não me lembro muito bem dos objetivos. Aliás, duvido que haja muita gente que possa ou mesmo queira lembrar.3) A imprensa da época, que na quase totalidade apoiou o golpe, ajudou a criar esse clima de revanche paulista. Houve uma edição especial da revista Manchete que comemorava a “união” de S. Paulo, Rio e Minas contra o governo de Goulart.Em S. Paulo, a comemoração do movimento lembra a que os gaúchos fazem com a Revolução Farroupilha. É a segunda comemoração oficial em importância depois da do 7 de setembro. Mas não tem os ares, por exemplo, da celebração que os mesmos gaúchos guardam (ainda que não tenha a pompa das outras) em torno da resistência de 1961, contra o golpe que desejava impedir a posse de Goulart depois da renúncia de Jânio, a famosa Rede da Legalidade, ainda que esta não tenha desembocado em conflito armado.Na cidade de S. Paulo a comemoração de 1932 tem agitado seguidamente manifestações conservadoras, o que, sem dúvida, corresponde a um dos aspectos principais, senão o principal, daquela revolta, também chamada de “Constitucionalista”, porque reclamava o fim do governo provisório de Vargas, depois de 30, e o estabelecimento de nova Constituição Federal.A revolta de 32, no Estado, foi planejada, realizada e açambarcada ideologicamente pela oligarquia cafeeira que se sentira (e com razão...) apeada do poder federal em 1930, depois do vitorioso movimento liderado por Vargas. Esta burguesia tinha sólidas razões de descontentamento:1) Como já aludi, sentia que seu poder fora “roubado” pela deposição de Washington Luís e pelo movimento que impediu a posse de Júlio Prestes como presidente.2) A burguesia se sentia descontente pela nomeação de um “forasteiro”, o coronel do exército João Alberto de Barros, como interventor no Estado.3) Essa mesma burguesia ansiava por um espaço político (a Constituinte) onde pudesse repactuar seu predomínio no país, que se rompera antes de 30 com a indicação de Prestes, paulista, como candidato à sucessão de W. Luís, o que afastara os mineiros em direção aos gaúchos e seus seguidores.4) Há um quarto motivo, nunca lembrado, para essa insatisfação. A burguesia paulista mostrava-se extremamente insatisfeita e sentia-se ameaçada pela criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, que entre 1930 e 1932 já dera passos decisivos para a criação de uma legislação trabalhista moderna no país, liderado por Lindolfo Collor, que trabalhou em conjunto com um grupo de assessores que se intitulavam “socialistas humanitários”, como Evaristo de Moraes, Joaquim Pimenta, Agripino Nazareth, Deodato Maia, Carlos Cavaco e Américo Palha (v. “Lindolfo Boeckel Collor [1890 – 1942] e as bases estratégicas do Estado getuliano”, por Ricardo Vélez Rodríguez, Coordenador do Centro de Pesquisas Estratégicas “Paulino Soares de Sousa”, da Universidade Federal de Juiz de Fora. http://www.defesa.ufjf.br/fts/LINDOLFOCOLLOR.pdf)Apesar de açambarcada pela oligarquia, a insatisfação em S. Paulo tocou também outros setores da sociedade, como o movimento estudantil. Getúlio era um contemporizador de marca e carteirinha. Mesmo a criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, só se dera pela insistência de Lindolfo Collor. A contemporização como estilo do novo governo, que inicialmente tivera enorme popularidade ao por fim o estratificado regime da República Velha, provocou muita decepção. É bom lembrar que nessa época Getúlio ganhou o apelido de “Xuxu”, isto é, coisa sem gosto e que combina com qualquer outra iguaria.Um incidente com estudantes foi o estopim da revolta e da conspiração que levaria à luta armada. As versões divergem: pode-se ler que no dia 23 de maio de 1932 os estudantes, em número de cinco, foram “assassinados” por elementos governistas; ou que os estudantes tentaram “invadir” a Liga Revolucionária, favorável a Vargas, no centro da cidade. No confronto, vários foram feridos. Três morreram na hora, um alguns dias depois e mais um meses depois, mas ainda em conseqüência do ferimento.A partir daí acelerou-se a convocação às armas, e a revolta começou em 9 de julho.A luta foi muito desigual em todos os planos. As forças estaduais paulistas tinham armamento deficiente e, com o porto de Santos bloqueado, tornou-se impossível adquirir armas no exterior. Apoios que os paulistas esperavam em outros estados não se concretizaram.Militarmente, tiveram apoio apenas no sul do Estado do Mato Grosso (fato que antecipava o posterior movimento de “independência” desta parte do estado em relação ao governo de Cuiabá). Além disso, a hegemonia oligárquica na condução do movimento cerceou e “envelheceu” seus apoios. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a liderança do apoio coube ao veteraníssimo Borges de Medeiros, patriarca que governara o estado por 25 anos. Mas assinale-se que o veterano Borges, que no fim de 1932 ia completar 69 anos, “foi para a coxilha”, dizer gaúcho que significa a adesão a um movimento armado. Acabou preso, mas foi anistiado, concorrendo contra Vargas na eleição para presidente (indireta) em 1934.No entanto, não pode se descartar o fato de que o movimento de 32 teve apoios importantes, mostrando que o grupo que apoiara Vargas em 30 se cindira. Entre eles, estava o de João Neves da Fontoura, político gaúcho cujo concurso fora essencial não só para a candidatura de Vargas em 1930 como para o próprio movimento armado que o levara ao poder. É conhecida a cena de João Neves da Fontoura agarrando a lapela de Vargas com o punho fechado e interpelando-o, “Afinal, de que lado estás?”, pois a grande esfinge gaúcha oscilava entre a lealdade ao movimento e a “fidelidade” a Washington Luís, de quem fora nada mais nada menos que Ministro da Fazenda.Até mesmo Lindolfo Collor apoiou a revolta, depois de se ter afastado do Ministério que criara e animara, levando inquietação aos burgueses paulistas, em abril de 1932 por desavenças internas, particularmente com o meio militar. Depois João Neves se reaproximaria de Vargas, tornando-se um dos expoentes da política externa brasileira em três governos (Vargas I, Dutra e Vargas II), até a morte do caudilho, em 54. Lindolfo Collor, nunca mais se reconciliou com Vargas, embora este procurasse atraí-lo com cargos diplomáticos. Amargou exílio prolongado e algumas prisões. Ficou célebre sua tirada diante da pergunta “por que o sr. foi preso?”: “porque estava solto”.Sentindo os riscos do isolamento, Vargas, que já nomeara outros interventores para S. Paulo, primeiro Pedro de Toledo e depois Armando Salles de Oliveira, convocou a Assembléia Constituinte. Nesta eleição, em 1933, as mulheres votaram pela primeira vez em nível nacional. Já haviam votado antes, a partir de 1928 no Rio Grande do Norte, e depois em outros oito estados (segundo o Centro Feminino de Estudos e Assessoria, http://www.cfemea.org.br/publicacoes/). Esse clima de liberalização criou terreno para a consigna de que os revoltosos “perderam nas armas mas venceram na idéia”, característica das conciliações “à brasileira”.A reconciliação de fato consumou-se alguns anos mais tarde, quando da inauguração da Avenida Nove de Julho, cujo nome homenageia a revolta, com a presença de... Vargas!(Várias destas informações constam do verbete da Wikipédia. Outras tirei de leituras como as de Hélio Silva, memórias de João Neves da Fontoura, sucessivos especiais da TV Cultura de S. Paulo, e assim por diante).Flávio Aguiar é editor-chefe da Carta Maior.http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=3658
12/07/2007 às 3:52 #81275BrasilMembroHá quem diga, ainda, que 1964 realizava os ideais de 32.
Hehe, há quem diga muita bobagem... Humberto de Alencar Castello Branco – Fortaleza/CE, 20 de setembro de 1900 — Fortaleza/CE, 18 de julho de 1967Emílio Garrastazu Médici - Bagé/RS, 4 de dezembro de 1905 — Rio de Janeiro/RJ, 9 de outubro de 1985Ernesto Geisel - Bento Gonçalves/RS, 3 de agosto de 1908 — Rio de Janeiro/RJ, 12 de setembro de 1996João Baptista Figueiredo – Rio de Janeiro/RJ, 15 de janeiro de 1918 — Rio de Janeiro/RJ, 24 de dezembro de 1999Não há paulistas entre os generais do Golpe... A Revolução Constitucionalista de 1932 foi um movimento genuinamente paulista.
A memória me diz que em outro levante armado, o de 1964, que desembocou no regime ditatorial mais longo, repressivo e reacionário do Brasil, houve quem tentasse reivindicar que este realizara os ideais da “Revolução de 1932”.
O “levante armado”, na verdade; o Golpe de 64, foi contra o Congresso Nacional e contra um presidente eleito pelas vias democráticas.A Revolução de 32 foi contra um interventor nomeado pelo Governo Federal e que sustentava as palavras de seu padrinho, mesmo sem uma Constituição para nortear-lhe à “legalidade” que eles tanto bradavam. O golpe de 64 se deu com apoio TOTAL da mídia (Rede Globo, etc), o que não faltou foi manipulação de opinião pública; o que dizem hoje, do que falaram em 64, NADA tem a ver com o que aconteceu em 32. O que aconteceu em 64 foi uma intervenção estadunidense para garantir o capitalismo na América do Sul. Em 32 haviam outros Estados ao lado de São Paulo, mas na hora “H”, pularam fora e os paulistas foram massacrados por uma causa que não era só deles e sim de todo o povo brasileiro. São Paulo sempre foi aberto aos irmãos de outros Estados, isso é fato.
Havia semelhanças, ou melhor, analogias:
Sim, pra quem quer misturar tudo, “haviam infinitas” analogias...
Em 64, os vencedores lançaram a campanha “dê ouro para o bem do Brasil”, mas confesso que não me lembro muito bem dos objetivos. Aliás, duvido que haja muita gente que possa ou mesmo queira lembrar.
Desconheço esta estória, mas de qualquer forma, todas estas “analogias” colocadas são excessivamente inconsistentes e pueris.
A revolta de 32, no Estado, foi planejada, realizada e açambarcada ideologicamente pela oligarquia cafeeira que se sentira (e com razão...) apeada do poder federal em 1930, depois do vitorioso movimento liderado por Vargas. Esta burguesia tinha sólidas razões de descontentamento
Sim, Sr. Flávio Aguiar, todos sabemos quem impulsiona a política, não é mesmo? Certamente não são os operários e camponeses que se avizinham do poder nas suas casas legislativas, executivas e judiciárias. Certamente não...Em 32 o café era importante para muitas pessoas e não só aos cafeicultores, Sr. Flávio...E a Constituição não haveria de fazer mal a ninguém... Pelo menos é isso o que acontece quando as intenções são sérias e honestas, já, quem não quer leis... Boa coisa não deve pretender. Getúlio foi sábio em promulgar apenas dois anos depois do massacre paulista, a Constituição Brasileira! Constituição que foi obviamente convencionada entre TODOS os Estados da federação. Realmente foi um sábio! Selou a paz... Infelizmente os paulistas mortos nesta luta pela constitucionalidade, só são lembrados em seu Estado.
A burguesia paulista mostrava-se extremamente insatisfeita e sentia-se ameaçada pela criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, que entre 1930 e 1932 já dera passos decisivos para a criação de uma legislação trabalhista
Pois é, Sr. Flávio, o Sr, há de convir comigo que, havendo leis trabalhistas há que se ter leis do COMÉRCIO, INDÚSTRIA e EXPORTAÇÃO senão, “vai tudo pro brejo”: Industria, Comércio, Emprego, Saúde, Educação e TUDO o mais!
Até mesmo Lindolfo Collor apoiou a revolta
Esse tipo de ligação NADA DIZ, a não ser que somente analogias desconexas estão sendo feitas. Se a gente for procurar nomes nefastos que apoiaram Getúlio SEM Constituição, a gente vai encontrar nomes de ricos e poderosos das PIORES estirpes, ou não?
A reconciliação de fato consumou-se alguns anos mais tarde, quando da inauguração da Avenida Nove de Julho, cujo nome homenageia a revolta, com a presença de... Vargas!
Pois é meu amigo... Pois é... Se o próprio Getúlio Vargas homenageou a data do ESTOURO da Revolução Constitucionalista de 1932, o que podemos dizer para desmerecê-la 75 anos depois?Viva a constitucionalidade, pois sem ela, não há ordem, só conchavos e apadrinhamentos.Sds
04/03/2009 às 3:02 #81276crisbodartMembroGostaria de voltar a discutir esse tópico por se tratar de um tema muito interessante.Os movimentos sociais, em geral, durante a Ditadura Militar brasileira tinham um inimigo em comum: O Estado.Com a democratização do país, grande parte das Ongs teriam perdido seu foco inicial e se alinhado ao Estado, e esse ao invés de receber pressões para cumprir seu papel social não teria lançado sobre as ONGs o dever de desenvolver tais atividades? Esse situação, em caso de afirmativo, não contribuiu para um Estado ainda mais Liberal e menos paternalista? http://cafecomsociologia.blogspot.com/[ftp=ftp://http://cafecomsociologia.blogspot.com/]http://cafecomsociologia.blogspot.com/[/ftp]
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