Início › Fóruns › Outros Tópicos › Novas regras ortográficas: Bom, ruim ou indiferente?
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21/01/2009 às 13:13 #70852BrasilMembro
Meu filho de sete anos acabou de me dizer: Pai, eu sei como se escreve “güe” e “gue”, e “qüe” e “que”. Ele queria me mostrar que “já” sabia o “correto” uso do trema… Ele aprendeu isso a pouco mais de um mês... Foi meio complicado explicar pra ele que as regras mudaram, na verdade o complicado mesmo foi explicar os porquês... Será que a escola não deveria estar mais atualizada com as mudanças... Afinal, esse acordo estava tratado dede mais de uma década, se eu não estiver enganado.
21/01/2009 às 13:52 #86175jota erreMembroAmigo Brasil,Acho que a questão não é se "as escolas" deveriam estar mais preparadas, mas sim se "determinados professores" deveriam estar mais preparados. Muitos já ensinam muito bem as mudanças.Abs.
21/01/2009 às 14:10 #86176BrasilMembroAcho que a questão não é se "as escolas" deveriam estar mais preparadas, mas sim se "determinados professores" deveriam estar mais preparados. Muitos já ensinam muito bem as mudanças.
Desculpe, mas não estaria o professor subordinado às diretrizes do Ensino? Não estaria também subordinado à direção da escola? Veja que coloquei só um ponto de interrogação e preciso dizer que estou novamente espantado.Você está querendo dizer que depende da pessoa e eu estou dizendo que depende da Escola, pois aquilo é uma instituição! Ou lá cada um faz o que quer?
21/01/2009 às 15:35 #86177jota erreMembroAmigo Brasil,Estas mudnaças não são inerentes ao ensino como um todo. São inerentes à língua portuguesa. É ao profissional desta disciplina que cabe estar atualizado. Como qualquer outro nas suas respectivas disciplinas.É certo que a Língua Portuguesa é uma disciplina especificamente especial, dada a sua necessidade. E, considerando isto, talvez fosse útil que as Secretarias promovessem cursos de aperfeiçoamento no assunto. Porém, deve-se lembrar que as mudanças não foram tão signifficativas assim. Meia hora de memorização e um professor já sabe o que deve saber. Por isso, digo que depende do profissional, e a responsabilidade principal é dele.Abs.
21/01/2009 às 16:27 #86178BrasilMembroEstas mudnaças não são inerentes ao ensino como um todo.(...)(...) digo que depende do profissional, e a responsabilidade principal é dele.
Não são inerentes ao ensino como um todo, mas fazem parte do Ensino como um detalhe importante, ou não? Ou “o todo” não cuida dos seus detalhes? Principalmente em se falando de alfabetização! Então você concorda comigo quando digo, como disse no outro tópico e não com estas palavras que; O funcionalismo público tem uma cultura de picaretagem e lesa pátria? Uma cultura de “operação tartaruga”, de parasitagem? Agora responda-me se dentro de uma escola particular, que nada mais é que uma empresa onde tem gente que zela pelo bom andamento da mesma, ficaria sob responsabilidade desse professor “desatualizado” - eu diria preguiçoso – se deveria ou não atualizar seu ensino tão “desinformado” ou atrasado. Ficaria à escolha do preguiçoso se a ESCOLA iria ou não atualizar os SEUS alunos? Numa escola particular a gente paga o serviço de uma instituição, ou seja, de uma instituição empresarial e não o serviço de um professor.Dentro de uma empresa se obedece ordens. E quem dá as ordens não é omisso às questões pertinentes ao bom andamento da empresa.
22/01/2009 às 14:37 #86179jota erreMembroBrasil,A "picaretagem" do funcionalismo público, acredito, é uma maneira descabida de protestar contra as injustiças do empregador. Numa empresa privada, o funcionário não pode protestar. Em geral tem que admitir calado todas as arbitrariedades do "chefe". E sabemos que, tanto na esfera pública quanto na privada, os sindicatos são instituições fracas e quase falidas, que não têm a confiança dos sindicalizados e nem fazem por merecê-la.Reafimo que, na esfera pública, não se pode culpar um funcionário pelo erro de todos.Na esfera privada, o serviço talvez seja melhor, com professores atualizados. Somente espero que nós, consumidores, não tenhamos a mesma desumanidade das empresas, pois esta "qualidade" também está fundamentada nas arbitrariedades que citei acima.Apenas para efeito de organização, vou copiar este post para o outro tópico, sobre essa diferença.Abs.
22/01/2009 às 14:44 #86180AriadneMembroBem, sobre a pergunta do tópico, as mudanças foram PÉSSIMAS em minha opinião. Uma das virtudes do português escrito é que antes era possível uma pessoa alfabetizada ler um texto fluentemente, sem paradas obrigatórias. Agora não há como. Ao deparar com um vocábulo como, por exemplo, para, vc só vai saber se é relativo ao verbo parar ou uma preposição depois que passar à palavra seguinte, dificultando ou mesmo impossibilitando completamente o uso da entonação adequada.
22/01/2009 às 14:47 #86181jota erreMembroAriadneO que você acha do argumento oficial, de que tudo é uma tentativa de aproximar os países que falam a língua portuguesa?Sds.
22/01/2009 às 14:54 #86182AriadneMembroEu acho que esse argumento não tem o menor sentido. Por duas razões. A primeira é que não acredito na possibilidade de aproximação por regras ortográficas, uma vez que a distância entre o português de Portugal e do Brasil são muito maiores na linguagem falada que na escrita. Na escrita, até outros idiomas latinos, como o espanhol, são compreensíveis para pessoas alfabetizads em língua portuguesa. Além disso, o inglês americano e britânico divergem muito em ortografia, mas nem por isso deixam de ser um mesmo idioma. Simplesmente, não consigo ver um só aspecto positivo na imposição das novas regras. Já defeitos...
22/01/2009 às 14:56 #86183jota erreMembroAriadne,Qual você sugere que seria o real motivo da mudança?Abs.
22/01/2009 às 15:36 #86184AriadneMembroNão estou entrando no mérito de sugerir haver motivos além dos alegados. Estou simplesmente partindo do princípio de que os motivos alegados não justificam a iniciativa, frente a seus custos e imensas desvantagens, sendo que exemplifiquei uma entre muitas delas…
03/02/2009 às 13:23 #86185LeksoMembroO discurso de justificativa da reforma foi explicitamente voltado para a unificação da língua portuguesa. É inegável que tenha tido algum sucesso (ainda que tenha sido pouco), já que as diferenças ortográficas foram bastante reduzidas. Pessoalmente, lamento o fato de termos perdido a oportunidade de efetuar uma reforma ainda mais profunda. "Bemvindo" até me incomoda, ainda, enquanto não me acostumo; mas, por mais estranho que possa parecer, muito me agradaria se o dicionário ortográfico registrasse "Braziw", "Paragway", "sereja", "ezato", "esesãw", "caho", "ajiota", "axah", "caxoho", "ágwa", "azuw", "esplisitah", etc. Creio que a extinção do trema e do acento agudo naqueles ditongos abertos tenha sido um retrocesso linguístico lamentável...
03/02/2009 às 13:25 #86186LeksoMembroHum… pensando bem, acho que “agwa” não precisaria ser acentuado…
03/02/2009 às 17:27 #86187BrasilMembroQuando falamos em “unificar” penso que estamos falando em igualar.Então, uma palavra que é grafada de uma forma aqui e, em Portugal ou outro pais é grafada de outra, seria mudada ou unificada em nome de um padrão único. Muito bem... Diante disso pergunta-se; qual o critério para a mudança? Qual forma de escrita deverá ser adotada como correta? Bem, penso que o critério deveria ser a observação do número de pessoas que grafam de uma forma e o número de pessoas que grafam de outra forma, devendo permanecer a forma que é grafada pelo maior número de pessoas. Já que pretendemos igualar, então deveríamos igualar a minoria à maioria e, não o contrário. Este critério deveria então obedecer o padrão adotado pela maioria de pessoas.Seguindo este critério lógico as modificações deveriam ser feitas somente nos outros países, pois o Brasil é o pais com o maior número de pessoas que falam Português no mundo.Outro critério lógico seria igualar a forma gráfica da língua com o padrão usado na pátria mãe da língua; Portugal.Mas ao que vemos, nem um e nem outro critério lógico foi respeitado.Por exemplo, a palavra “anti-social” era escrita no Brasil com esta grafia e, era escrita também em Portugal com esta mesma grafia. No entanto a forma que foi adotada pela nova regra ortográfica é “antissocial”.Qual seria o critério para esta mudança? Será que foi igualada à grafia dos timorenses ou à grafia dos caboverdianos? Ou simplesmente não se obedeceu qualquer tendência ou hereditariedade da língua?
04/02/2009 às 15:41 #86188AriadneMembro“Bem, penso que o critério deveria ser a observação do número de pessoas que grafam de uma forma e o número de pessoas que grafam de outra forma, devendo permanecer a forma que é grafada pelo maior número de pessoas. Já que pretendemos igualar, então deveríamos igualar a minoria à maioria e, não o contrário. Este critério deveria então obedecer o padrão adotado pela maioria de pessoas. ” Este é um dos raros casos em que discordo de sua opinião, Brasil. Não acho que a observação do que é feito pelo maior número de pessoas deva ser critério para nada, nem para a definição de regras ortográficas. Fosse assim, em sociedades com baixo nível de desenvolvimento e sem regras institucionais racionalmente estabelecidas, e que, por isso, vivem em conflito permanente, o comportamento primitivo e irracional, que determina boa parte desses conflitos, deveria ser adotado como "regra". Normas ortográficas devem ser estabelecidas com base em critérios relacionados a certas variáveis, a depender dos interesses em jogo, sendo que uma dessas variáveis pode ser a unificação da língua. Mas não com base no "costume", pois isso tenderia a um nivelamento de todos por baixo. A valer esse critério em contextos onde a população tem baixo nível educacional e de escolaridade, a nova "regra" seria estabelecida justamente para se adaptar àqueles que, por desinformação, das duas uma, ou desconheciam as antigas regras ou não possuíam disciplina educacional suficiente para segui-las. Essse seu ponto de vista me parece próximo do que defendem os chamados lingüistas (desculpe, ainda não me adaptei à abolição do trema) em oposição aos gramáticos. Os primeiros tendem a ser favoráveis à aproximação da linguagem escrita à falada. Os gramáticos defendem a prevalência da norma culta na escrita, com o que concordo totalmente, pois o caráter disciplinar é um dos aspectos essenciais ao processo de educação.
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