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29/10/2007 às 2:19 #70750BrasilMembro
Trechos de O Anticristo – Friedrich Nietzsche (em azul)Tradução de André Díspore Cancianhttp://www.ebooksbrasil.orgO que é bom? — Tudo que aumenta, no homem, a sensação de poder, a vontade de poder, o próprio poder.Tudo o que se aplica ao Homem se aplica à sociedade; essa luta pelo poder é a origem de boa parte de nossos problemas.O que é mau? — Tudo que se origina da fraqueza.Como a ganância de poder, por exemplo? Ou isso é bom? A corrupção se origina da fraqueza e deseja unicamente MAIS PODER. A corrupção é algo bom?O que é felicidade? — A sensação de que o poder aumenta — de que uma resistência foi superada.Não o contentamento, mas mais poder; não a paz a qualquer custo, mas a guerra; não a virtude, mas a eficiência (virtude no sentido da Renascença, virtu(1), virtude desvinculada de moralismos).(1)“Vir”, em latim, significa “varão”, “homem”. Ou seja, “virtu”, neste “sentido da Renascença”, designa qualidades viris como força, bravura, vigor, coragem, e não humildade, compaixão, etc.Sei, essa é aquela "virtude" que interessa e beneficia unicamente a mim mesmo e não à sociedade. A virtu da Renascença é a virtu egoísta. Na minha opinião, nestes termos colocada; é baixa.Os fracos e os malogrados devem perecer: primeiro princípio de nossa caridade. E realmente deve-se ajudá-los nisso.O que é mais nocivo que qualquer vício? — A compaixão posta em prática em nome dos malogrados e dos fracos — o cristianismo...Como alguém que crê em Deus, totalmente apartado de qualquer religião ou doutrina, eu não teria argumentos para defender o cristianismo e dar-lhe ares de útil, bom, muito menos dizer que é essencial. Mas também não me soa razoável atribuir a ele os males da humanidade.Se eu fosse dirigir críticas às religiões eu iria referir às hipocrisias de suas respectivas diretorias interessadas em acumular fortunas pregando a caridade sem aplicá-la efetivamente e, fazer associações escusas com os poderosos em detrimento do interesse da imensa maioria. Mas daí a condenar a compaixão sentida, existe um grande abismo! Digo “a compaixão sentida” para não deixar ninguém confundir com a compaixão exibida; a compaixão em perspectiva do outro. São infinitamente diferentes. A primeira é universal, é intrínseca ao Homem, a outra é racional e muitas vezes interesseira.Os fracos e os malogrados devem perecer: primeiro princípio de nossa caridade. E realmente deve-se ajudá-los nisso.O que é mais nocivo que qualquer vício? — A compaixão posta em prática em nome dos malogrados e dos fracos — o cristianismo...A compaixão deveria ser posta em prática numa espécie de “círculo dos nobres” ? Como numa máfia em que um ajuda o outro em detrimento de alguém, invariavelmente a maioria?Os malogrados devem perecer e esta é a maior “caridade” do anticristo... Resta saber qual o critério para discriminar, rotular, marcar e “fazer perecer” cada homem “malogrado”.O trecho abaixo é do livro Além do bem e do mal. Nele, eu acho que se confirma a minha observação quanto a um “círculo do nobres”, ou uma “máfia”, idealizada com as frases aforismáticas do autor. Reflitam:"O que faz uma moral dos dominantes parecer mais estranha e penosa para o gosto atual, no entanto, é o rigor do seu princípio básico de que apenas frente aos iguais existem deveres; de que frente aos seres de categoria inferior, a tudo estranho-alheio, pode-se agir ao bel-prazer ou como quiser o coração", e em todo caso "além do bem e do mal": aqui pode entrar a compaixão, e coisas do gênero."Aqui continuamos com o livro O Anticristo:O problema que aqui apresento não consiste em rediscutir o lugar humanidade na escala dos seres viventes (— o homem é um fim —): mas que tipo de homem deve ser criado, que tipo deve ser pretendido como sendo o mais valioso, o mais digno de viver, a garantia mais segura do futuro.Aquele que quer mais poder? Ou aquele que conseguiu ter mais poder, os "bem sucedidos" citados pelo autor ?Este tipo mais valioso já existiu bastantes vezes no passado: mas sempre como um afortunado acidente, como uma exceção, nunca como algo deliberadamente desejado. Com muita freqüência esse foi precisamente o tipo mais temido; até ao presente foi considerado praticamente o terror dos terrores; — e devido a esse terror, o tipo contrário foi desejado, cultivado e atingido: o animal doméstico, o animal de rebanho, a doentia besta humana: o cristão..."Com muita freqüência este foi precisamente o tipo mais temido..." Por que será? A sabedoria adquirida através da experiência, da vivência de gerações e gerações não deve ser considerada então?
29/10/2007 às 15:07 #85466BrasilMembroNão devemos enfeitar nem embelezar o cristianismo: ele travou uma guerra de morte contra este tipo de homem superior, anatematizou todos os instintos mais profundos desse tipo, destilou seus conceitos de mal e de maldade personificada a partir desses instintos — o homem forte como um réprobo, como “degredado entre os homens”. O cristianismo tomou o partido de tudo o que é fraco, baixo e fracassado; forjou seu ideal a partir da oposição a todos os instintos de preservação da vida saudável; corrompeu até mesmo as faculdades daquelas naturezas intelectualmente mais vigorosas, ensinando que os valores intelectuais elevados são apenas pecados, descaminhos, tentações. Novamente me vejo, sem querer, “defendendo” o cristianismo...O fanatismo ideológico do autor contra o cristianismo chega a ser patético tanto quanto o fanatismo religioso e cego de alguns beatos.Pelas palavras do autor deve-se entender que aonde o cristianismo não chegou encontramos o “protótipo do superhomem”. Pelas infelizes, impensadas e ideológicas palavras do autor, o superhomem reside no Tibete ou entre os árabes, ou quem sabe, na Mongólia. Também seria interessante que o autor tivesse dado "nome aos bois" ou às "moscas" relacionando objetivamente QUAIS são “as faculdades daquelas naturezas intelectualmente mais vigorosas” que o cristianismo supostamente teria corrompido.Se ele está se referindo à vontade de poder... eu acho que ele está redondamente enganado.
29/10/2007 às 21:17 #85467BrasilMembroA “virtude”, o “dever”, o “bem em si”, a bondade fundamentada na impessoalidade ou na noção de validez universal — são todas quimeras, e nelas apenas encontra-se a expressão da decadência, o último colapso vital, o espírito chinês de Konigsberg. Exatamente o contrário é exigido pelas mais profundas leis da autopreservação e do crescimento: que cada homem crie sua própria virtude, seu próprio imperativo categórico. Uma nação se reduz a ruínas quando confunde seu dever com o conceito universal de dever.“Que cada homem crie sua própria virtude...” Que poético! Que bonito de se dizer!Bem, se o sentido da vida é a vontade de mais poder e, eu posso criar minha própria virtude... Então eu posso usar qualquer artifício ou prática para obter mais poder? E isso não poderia ser alvo de qualquer embargo ético ou moral! Pois, se a vida É afirmar livremente minha vontade de poder, indiferente a qualquer moral que me proíba de fazer algo... Deve ser por isso que em alguns redutos de intelectualoides exóticos, cheiradores de pó, não saber Nietzsche na ponta da língua, decorado e salteado, significa não ser gente grande.
30/10/2007 às 22:30 #85468BrasilMembroNós desaprendemos algo. Nos tornamos mais modestos em todos os sentidos. Não derivamos mais o homem do “espírito”, do “desejo de Deus”; rebaixamos o homem a um mero animal. O consideramos o mais forte entre eles porque é o mais astuto; um dos resultados disso é sua intelectualidade. Em contrapartida, nós nos precavemos contra este conceito: de que o homem é o grande objetivo da evolução orgânica. Em verdade, pode ser qualquer coisa, menos a coroa da criação: ao lado dele estão muitos outros animais, todos em similares estágios de desenvolvimento… E mesmo quando dizemos isso, estamos exagerando, pois o homem, relativamente falando, é o mais corrompido e doentio de todos os animais, o mais perigosamente desviado de seus instintos — apesar disso tudo, com certeza, continua a ser o mais interessante! — No que concerne aos animais inferiores, foi Descartes quem primeiro teve a admirável ousadia de descrevê-los como uma machina; toda a nossa fisiologia é um esforço para provar a veracidade dessa doutrina. Entretanto, é ilógico colocar o homem à parte, como fez Descartes: todo o conhecimento que temos sobre o homem aponta precisamente ao que o consideramos: uma máquina.O Homem deve SIM ser colocado à parte. Máquinas não raciocinam. Máquinas e animais irracionais não sentem emoção, coisa que para Nietzsche são só atributos “interessantes”. Máquinas não escrevem livros, não conseguem persuadir ninguém, não conseguem deliberadamente mudar a opinião de pessoas, assim como fazem os bons e maus filósofos. Os animais irracionais não têm a potencialidade de destruir o planeta.Antigamente pensava-se que a consciência humana, seu “espírito”, era uma evidência de sua origem superior, de sua divindade. Aconselharam-no que, para que se tornasse perfeito, assim como a tartaruga, recolhesse seus sentidos em si mesmo e não tivesse mais contato com coisas terrenas, para escapar de seu “envoltório mortal” — assim apenas restaria sua parte importante, o “puro espírito”. Aqui também pensamos melhor sobre o assunto: para nós a consciência, ou “o espírito”, aparece como um sintoma de uma relativa imperfeição do organismo, como uma experiência, um tatear, um equívoco, como uma aflição que consome força nervosa desnecessariamente — nós negamos que qualquer coisa feita conscientemente possa ser feita com perfeição. O “puro espírito” é uma pura estupidez: retire o sistema nervoso e os sentidos, o chamado “envoltório mortal”, e o resto é um erro de cálculo — isso é tudo!...Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno. É óbvio que o homem não tem que se encolher num casco protetor como faz uma tartaruga, muito menos considerar sua consciência algo divino ou parte de alguma divindade, mas daí a entendê-la como uma imperfeição do organismo, equivaleria ao ato de se jogar o bebê fora e “criar” a placenta.O puro espírito pode até ser uma estupidez, mas a consciência não é. ;) Estupidez é querer minimizá-la, sem antes explicá-la. Ou, equiparar-se aos animais irracionais.Levando-se a sério as palavras do autor, é possível explicar sua insana inspiração:“nós negamos que qualquer coisa feita conscientemente possa ser feita com perfeição.”Não é novidade para ninguém que Nietzsche considerava-se o maior de todos os filósofos. Será que ele escreveu suas obras inconscientemente? ??? (Se é que isso é possível...)
31/10/2007 às 1:04 #85469BrasilMembroUma crítica da concepção cristã de Deus conduz inevitavelmente à mesma conclusão. — Uma nação que ainda acredita em si mesma possui seu próprio Deus. Nele são honradas as condições que a possibilitam sobreviver, suas virtudes — projeta o prazer que possui em si mesma, seu sentimento de poder, em um ser ao qual pode agradecer por isso. Quem é rico lhe prodigaliza sua riqueza; uma nação orgulhosa precisa de um Deus ao qual pode oferecer sacrifícios… A religião, dentro desses limites, é uma forma de gratidão. O homem é grato por existir: para isso precisa de um Deus. — Tal Deus precisa ser tanto capaz de beneficiar quanto de prejudicar; deve ser capaz de representar um amigo ou um inimigo — é admirado tanto pelo bem quanto pelo mal que causa. Castrar esse Deus, contra toda a natureza, transformando-o em um Deus somente bondade, seria contrário à inclinação humana. A humanidade necessita igualmente de um Deus mau e de um Deus bom; não deve agradecer por sua própria existência à mera tolerância e à filantropia… Qual seria o valor de um Deus que desconhecesse o ódio, a vingança, a inveja, o desprezo, a astúcia, a violência?Depois de uma tese destas, era de se esperar uma síntese. O que segue depois disso, realmente não satisfaz.. Faltaria o autor ao menos explicar esse paradoxo criado por ele mesmo. Se um Deus só de bondade é uma estupidez inventada pelos homens, por que o “deus nietzscheano”, o deus da bondade e da maldade, da astúcia e da bobeira juntas, não é?Que negócio é esse de: “seria contrário à inclinação humana”? A maldade é lá alguma inclinação humana? A maldade é um “verme”, uma doença da consciência humana. Isso é o que eu digo! Ela habita as consciências em grau muitíssimo reduzido. Incentivá-la com um “deus’ exótico ou qualquer banalidade desnecessária seria uma estupidez.“Um deus da violência...” Eu fico imaginando essas torcidas organizadas idolatrando esse deus... se é que eles já não fazem isso.Que papo é esse de: “Quem é rico lhe prodigaliza sua riqueza; uma nação orgulhosa precisa de um Deus ao qual pode oferecer sacrifícios...”De onde o autor tirou essa idéia de sacrifício? Que a Igreja Católica pregou a pobreza como virtude ao mesmo tempo em que o vaticano transformava-se numa cidade-catedral de ouro, eu concordo. Mas, Deus não se resume em absolutamente nenhuma igreja ou seita ou seja lá o que for criado e administrado pelos homens. Essa opinião do autor é contraditóriamente confusa, ele acredita em “divindades más”, ou ele acha que os outros devem acreditar nesta “divindade” má e violenta? Tanto num caso como no outro : Pra quê? Por que?E o autor continua assim:...Qual seria o valor de um Deus que desconhecesse o ódio, a vingança, a inveja, o desprezo, a astúcia, a violência? Que talvez nem sequer tenha experimentado os arrebatadores ardeurs da vitória e da destruição? Ninguém entenderia tal Deus: por que alguém o desejaria? — Sem dúvida, quando uma nação está em declínio, quando sente que a crença em seu próprio futuro, sua esperança de liberdade estão se esvaindo, quando começa a enxergar a submissão como primeira necessidade e como medida de autopreservação, então precisa também modificar seu Deus. Ele então se torna hipócrita, tímido e recatado; aconselha a “paz na alma”, a ausência de ódio, a indulgência, o “amor” aos amigos e aos inimigos. Torna-se um moralizador por excelência; infiltra-se em toda virtude privada; transforma-se no Deus de todos os homens; torna-se um cidadão privado, um cosmopolita... Noutros tempos representava um povo, a força de um povo, tudo que em suas almas havia de agressivo e sequioso de poder; agora é simplesmente o bom Deus... Na verdade não há outra alternativa para os Deuses: ou são a vontade de poder — no caso de serem os Deuses de uma nação — ou a inaptidão para o poder — e neste caso precisam ser bons.Então deveríamos acreditar num deus assim como nós; bom e mau. Consciente e inconseqüente. E novamente eu pergunto: Pra quê? É uma ingenuidade achar que mudando a “estirpe do deus”, muda-se para melhor!! “Acreditando num deus assim ou assado é bom ou mau...” Francamente! Os ateus deveriam adotar outro ídolo. ;D
03/11/2007 às 18:53 #85470BrasilMembroA compaixão contraria inteiramente a lei da evolução, que é a lei da seleção natural. Preserva tudo que está maduro para perecer; luta em prol dos desterrados e condenados da vida; e mantendo vivos malogrados de todos os tipos, dá à própria vida um aspecto sombrio e dúbio.Sem compaixão daríamos à própria vida um aspecto de canibalismo.A humanidade necessita igualmente de um Deus mau e de um Deus bom; não deve agradecer por sua própria existência à mera tolerância e à filantropia... Qual seria o valor de um Deus que desconhecesse o ódio, a vingança, a inveja, o desprezo, a astúcia, a violência?Deus conhece TODOS os sentidos e nos dá livre arbítrio para escolher.Eu não poderia achar que Deus desconhece o ódio, a vingança, a inveja, o desprezo, a astúcia e a violência. Posto que, ele é criador e tudo o que ele criou esteve, está e estará diante de meus olhos e diante dos olhos de todos que vieram e virão, criando aquilo que se poderia chamar de "sabedoria que ascende" de geração para geração.
09/11/2009 às 2:51 #85471jackmachadoMembroNão acredito no acabei de ler no presente tópico , então quer dizer que a virtú é ruim pq é baixa a seu ver , é egoísta? O Sr. já leu o que Adam Smith disse sobre egoísmo? O Sr. já leu o que Milton Feedman disse sobre ganância?Provavelmente não né. Pq a maioria das pessoas pensa que ganância e egoísmo são coisas ruins?Adam Smith nos explica muito bem pq o egoísmo gera maior bem estar social , recomendo-vos que leiam ; Novas idéias de economistas mortos de Todd Buchholz.
09/11/2009 às 3:12 #85472BrasilMembroentão quer dizer que a virtú é ruim pq é baixa a seu ver , é egoísta?
Bem, ali está escrito “nestes termos colocada; é baixa.”.
O Sr. já leu o que Adam Smith disse sobre egoísmo? O Sr. já leu o que Milton Feedman disse sobre ganância?Provavelmente não né.
Acertou. Não li.
Pq a maioria das pessoas pensa que ganância e egoísmo são coisas ruins?
Bem, amigo... Eu também penso e, acho que a resposta é óbvia... Mas se você me convencer de que estou errado, eu lhe agradeço. (não é ironia)
Adam Smith nos explica muito bem pq o egoísmo gera maior bem estar social
Poxa... Sinceramente eu desconhecia esta face do Adam Smith. Se você quiser discorrer sobre o assunto, sinta-se à vontade!Pode abrir um tópico e dar uma palinha ou escrever algo aqui mesmo se quiser.Abraço
10/11/2009 às 14:36 #85475BrasilMembroNão acredito no acabei de ler no presente tópico , então quer dizer que a virtú é ruim pq é baixa a seu ver , é egoísta?
Veja, amigo, qual é a diferença de eu ter escrito “neste termos colocada” ?A diferença é que nos termos que Nietzsche colocou eu absolutamente não concordo! Pra mim a “virtu” ou a virtude é tudo aquilo que ele disse e mais aquilo que ele apartou.Veja o que ele diz:"força, bravura, vigor, coragem, e não humildade, compaixão, etc."Humildade e compaixão, pra mim, não devem ser apartados do conceito de “virtude”. São virtudes sim.O grande gênio da filosofia entende que a compaixão conserva os fracos, e isso, na opinião dele é ruim. Bem, quando ele fez esta “filosofia” certamente ele ainda não estava acamado, debilitado e precisando de seus amigos e parentes.Ele nunca havia “vestido a pele” de um fraco, para poder então filosofar sob o ponto de vista de um fraco.
10/11/2009 às 16:41 #85473BrasilMembroFilosofar consiste também em “vestir todas as peles”.Ao olhar as imagens dos Sem Terra destruindo laranjas da Cutrale, maior produtora de suco de laranja do mundo, facilmente dizemos: “Deveriam passar com o trator em cima deles!”
http://trilhahistorica.blogspot.com/2009/10/sem-terra-destroem-mais-de-mil-pes-de.htmlMas quando se olha mais de perto, não é tão difícil mudar a opinião.[img]http://www.publico.clix.pt/imagens.aspx/227216?tp=UH&db=IMAGENS[/img]
10/11/2009 às 18:28 #85474BrasilMembroO Sr. já leu o que Adam Smith disse sobre egoísmo? O Sr. já leu o que Milton Feedman disse sobre ganância?Provavelmente não né. Pq a maioria das pessoas pensa que ganância e egoísmo são coisas ruins?Adam Smith nos explica muito bem pq o egoísmo gera maior bem estar social
“Acho que a existência dos Sem Terra se deve então à falta de egoísmo e ganância. As pessoas são pouco gananciosas e egoístas e por isso existem esses pés sujos folgados se aproveitando de todos nós.”É interessante como nos deparamos com contradições. O filósofo John Locke, uma das influências de Adam Smith e também um dos pais do capitalismo moderno, por exemplo, entendia que o advento da introdução do dinheiro na sociedade não foi algo positivo.Veja:"A introdução do dinheiro altera o valor dos bens. Eles passam a valer não apenas por sua utilidade, mas também por sua capacidade de serem trocados por dinheiro e acumulados . Com isso, está encerrada a possibilidade de manutenção da justiça do estado de natureza, mediante a simples regra de apropriação pelo trabalho, sem a necessidade de leis positivas sobre a propriedade. Os homens não buscarão apenas o que lhes é necessário para viver, mas se deixarão guiar pela cobiça e ambição, já que o dinheiro permite entesourar e acumular." Trecho extraído de: Locke e o Discurso Econômico - Hugo E. A. Da Gama Cerqueirahttp://www.rep.org.br/pdf/85-9.pdfhttp://econpapers.repec.org/RAS/pce10.htmNo entanto, a filosofia de Locke não mirou uma solução drástica do problema e sim uma solução “possível”, um paliativo, o que mais tarde veio a ser o que eu entendo como Pragmatismo.Aquela opinião inicial sobre o advento do dinheiro na sociedade foi colocada de lado e, como se fosse a introdução do dinheiro nas sociedades, um castigo de Deus, um mal irreversível, irreparável, tratou de delinear um sistema eficiente para usar dinheiro. E devemos concordar que ele obteve sucesso! "Seu sistema" permanece praticamente o mesmo até hoje.O Pragmatismo propriamente dito só surgiria muito tempo depois, mas se analisarmos este aspecto que acabo de citar sobre John Locke, verificaremos que ele até poderia ser considerado pai também do Pragmatismo. ;DLocke foi um gênio da economia, investiu a maior parte de seu dinheiro no comércio de escravos e, foi um próspero e feliz cidadão. Contribuiu ele para uma evolução mais sensata da Humanidade? Menos dolorosa?
08/08/2012 às 19:18 #85476Joacir Dal SottoMembro“o que existe de forte no homem é o seu poder de estar em sintonia com o universo, de fazer de acordo com o infinito que já passou e ainda está por chegar. A destruição da “verdade cristã” está sendo rápida, o motivo principal foi a destruição causada pelo próprio cristianismo. Nada é eterno, o mundo é um desiquilibrio, mas os cristãos não compreendem.”
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