Início › Fóruns › Outros Tópicos › O bobo e os filósofos
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16/07/2004 às 16:56 #70151Miguel (admin)Mestre
Saudações,
Caras personalidades – caras, em valor, à existência – e companheiros – pois se não compartilhando o mesmo pão, ao menos alguém deve compartilhar comigo da mesma fome – venho com o atrevimento de um palhaço encomodar a todos vós filósofos com a vontade de um, digo, com as dúvidas de um ignorante. Mas as dúvidas são tantas que eu não saberia por onde começar. No entanto tenho uma simples pergunta: O que desejam todos vós, com tanto requinte – devo reconhecer ! -, querem aparecer como um pavão, quando carregam as virtudes de puleiro – alguns cacarejam ( em todos os sentidos), outros cantam como um galo-; ou desejam realmente chegar à alguma “decisão”, como meritíssimos, “construtiva” e “justa?
Este bobo!!!
Ps.: Não se irritem os que não gostam de carapuças… Diz agora esse Saci que vos fala…
16/07/2004 às 19:57 #78489Miguel (admin)Mestrecaro(a) niger,
nada sei das intenções das outras pessoas, mas de minha parte quero apenas trocar idéias, já que é difícil concluir qualquer coisa sobre qualquer assunto. Decidir alguma coisa? basta a ciência e a política. Já temos certezas demais, nunca a “realidade” se mostrou com tamanha brutalidade quanto nesses tempos de tantas religiões e tão pouca religiosidade, de tantas sensações e tanto sem sentido – o ápice da razão e a exacerbação da burrice.18/07/2004 às 3:21 #78490Miguel (admin)MestreEstimada claudia,
A felicidade de bobo me toma nesse instante. Imaginei que ninguém se prestaria a perder seu precioso tempo dando atenção à um escapio. Agradeço-lhe desde já. E mais, devo concordar com todos os seus termos. Essa brutalidade que se adaptou os nossos corações – e, sabe-se lá até que ponto, a comedida moral – , que gelam à mesma proporção que a terra se aquece…Isso porque a arte está morta… Crer em tudo, e crer em nada. Sintetismos, e ambivalências…Perdemos tanto tempo em definir que esquecemo-nos por quê razão definimos. E o que é mesmo razão…? Ah, sim, aquilo que nos difere de um macaco. Ninguém matou Deus, no entanto aos poucos matam a metafísica, com métodos, de tortura, de Inquisição. Lembro-me já, que este bobo deve calar, pois que os que não têm razão devem ser isolados, ou devem se isolarem a si mesmos…Mas que isolamento não traz a sua tentação ?!
Até.
Ps.: Trata-me como caro, pois que tal gênero é o que me convém.
19/07/2004 às 19:49 #78491Miguel (admin)MestrePrecipitei o meu fim, devo confessar. Monologar, monologar. Por isso sou um momo, e quem diria que não sou, já que me apresentei assim? A questão é se o pretesto sempre deve antecipar a intenção. Todos no fim vêm resolver seus problemas, e o meu o do homem-sem-bússula – sabendo-se que esse homem é moderno, e está psiquicamente dependente da tecnologia.Procuro um guia que trabalhe os meus limites, respeitando as minhas debilidades de bobo. Isso é possível, ou é um pedido de mendigo ?!
Esse bobo.
19/07/2004 às 21:30 #78492Miguel (admin)MestreCaro Niger
acredito que quando cada um de nós tansformar-se em algo melhor teremos transformado também o mundo, mas há que se revolucionar tudo, desde essa necessidade de guias.Foi muito longo o caminho para descobrirmos a destruição e volvermos a nada. Melhor esquecer tudo o que pensamos saber…se quisermos algo realmente novo…temos que parar com essa mania de interpretar teorias – depois dos gregos, eu diria dos orientais, nada houve de novo -só interpretações – Onde estão os filósofos?
até.
claudia20/07/2004 às 17:04 #78493Miguel (admin)MestreClaudia,
Os teus argumentos me são de cara conta – mesmo não tendo preços[temos essa necessidade de dar “preço” às coisas]-, pois que posso tomá-los como conselhos. No entanto não vejo nada de maléfico em sermos guiados. Aliás foram-se os tempos em que as pessoas de “grande virtude” tomavam para si a responsabilidade de ensinar, como mestres, o que lhes eram de importância sublevadora. Os professores ensinam, mas não ensinam como aprender. Os alunos aprendem mas não aprendem por quê aprenderam( ou como). E esse ciclo que passa de pai para filho, de professor para aluno é conformado como uma sistema que funciona bem. Muitos amaldiçoaram um tal Sócrates ( um daimon, um demônio…). E alguém mais que ele foi motivo de chacota – que o diga Aristófanes! – ? Nossos tempos necessitam, indubitavelmente, de sublevações… nossa geração necessita de um Sócrates… Porém lanço uma questão: “Como encontrar um Sócrates,ou melhor, como formar um filósofo?
Esse bobo.
21/07/2004 às 15:45 #78494Miguel (admin)MestreQuem precisa de filosofia?? Quem precisa de um Sócrates?
Temos computadores ultra modernos, temos o genôma, temos os trangênicos, temos um montão de recursos ainda não explorados neste planeta, estamos na Lua, estamos em Marte, logo teremos mais um planeta para explorarmos, temos aparelhos celulares super modernos e pequeniníssimos, temos as máquinas para fazer o nosso trabalho e nos darem tempo para o lazer, para desfrutar das nossas invenções, a nossa tecnologia. Quem precisa de Sócrates…. Filosofia ? precisamos de tempo para produzir mais… e mais… e mais…
Esses bobos…
21/07/2004 às 16:15 #78495Miguel (admin)Mestre“…depois dos gregos, eu diria dos orientais, nada houve de novo – só interpretações – Onde estão os filósofos?”
Não posso concordar com isso, exceto a parte que se pergunta sobre o paradeiro dos filósofos…
21/07/2004 às 16:29 #78496Miguel (admin)MestreÉ verdade, devo admitir !
Quanta tolice minha, desejar a evolução do homem ao invés de desejar o progresso do que o cerca. Sócrates é apenas uma radiação, mais uma prosopopéia,mais um ideal: um desastre temporal, melhor dito – ah, os bobos ?!estes sempre existirão. E devemos estar orgulhosos e seguros com a epopéia que chamamos por “futuro dos homens”. Até que a última máquina venha substituir o último traço humano, o desejo humano de tornar-se “mito” será realizado – essa Matriz, aquela Matrix. Omessa ! Esse pensamento de máquina, tão adiantado nos humanos. A inteligência artificial, sem intuição ou paixão… É incrível como um computador pode nos salvar da maior fatalidade…!! Ainda existe esse conceito, fatalidade ? Ah, sim probabilidade…! Podemos dizer mais, que somos imortais, eternos… Explorar, explorar…transformar como uma peste, um parasita, um câncer… até que a última matéria se esgote, até que nos esgotemos em nós mesmos ( como um buraco negro)- quem sabe aí possa-se abrir uma nova dimensão, de nós; e viva o eterno retorno, o eterno devir… [interrompa-me ! É hora de rir ou de chorar…?essa arte de bobos]Produzir, produzir…multiplicar..Nunca chega?! Chega até as tolices se esgotam: tanto para dizer mas a tecnologia já diz tudo: “http://[email protected].%$*”[Humanos, apenas um grito de agonia existencial.] Artificial, demasiado artificial; cibernético…
Nós os tolos…essas sombras.
Esse traço de humanidade.
21/07/2004 às 18:19 #78497Miguel (admin)MestreNômade, vejo que deste uma passada por aqui…
tenho a impressão que estamos andando sobre nossas pegadas – teorias e teorias para explicar o que já estava ali, a partir do primeiro passo humano. A caixinha da “razão” impede a invenção humana. O espírito livre está cada vez mais distante da humanidade – as academias uniformizaram o pensamento – o mercado bitolou os corpos. a própria matéria não passa de probabilidade, mas precisamos nos apegar às coisas para justificar nossa existência…
claudia21/07/2004 às 21:42 #78498Miguel (admin)MestreClaudia,
Não sou rico, mas acabei de encomendar da França um livro chamado Le Facteur de la Verité, cujo conteúdo é inédito aqui no Brasil. Estou me esforçando para ler os pós-modernos e tirar minhas próprias conclusões…
…se a humanidade volta a pisar em suas próprias pegadas e só não percebemos isso porque as universidades uniformizaram nosso pensamento e, portanto, os clássicos gregos soariam inéditos na mente desses agnósticos culturais de conhecimento superficial OU se há uma resistência enorme a se desapegar das velhas teorias e assumir uma postura filosófica realmente contemporânea.
Eu diria que cometi um grave erro retórico, pois alguns contemporâneos meus são muito mais atrasados e bitolados do que os pensadores medievais. Então, só posso esperar, torcer, para que você tenha entendido o que quis dizer sobre a contemporaneidade…
22/07/2004 às 19:37 #78499Miguel (admin)Mestreacho que fui um pouco infeliz ao tentar desenvolver meu pensamento – O que digo não é cabal, nem tem a mínima intenção de servir como “verdade” para o que quer que seja, são apenas cogitações. Não há mais espaços para formatações, tampouco faço parte do establishment, ou das disputas pelo poder, seja ele qual for. Importa-me, no entanto, que as coisas sejam efêmeras, que passem por nós, que consigamos passar por elas – que o presente não seja uma estagnação, um dèja vú sempre atualizado. Acho difícil, não impossível, sair das regras hà séculos estabelecidas e, de uma forma ou de outra, aceitas (as revoluções, os pensadores, muito mais que mudar, serviram para legitimar o poder). Parece-me que tudo muda apenas de classificação – mudam os catálogos, os protocolos, os gêneros, as espécies, os termos, as palavras, tudo é nomeado e renomeado – tudo variações da mesmice. As academias, as escolas, as ruas, as casas, as intituições, o trânsito, tudo em prol da uniformização – somos soldadinhos de chumbo – falta uma pergunta – talvez Você, Nômade, possa me ajudar… obrigada.
22/07/2004 às 19:56 #78500Miguel (admin)MestreClaudia,
Apesar de você ter silenciado para comigo, e de forma alguma eu poder ajudá-la, considero que as suas questões também são de meu interesse: Mas o que você propõe ?
22/07/2004 às 21:38 #78501Miguel (admin)MestreCláudia,
Nem toda insatisfação humana é passível de ser apazigüada, malestar na civilização/cultura…
…todavia, muitas vezes, as pessoas se enganam achando não existirem alternativas.
Eu acredito que a humanidade deveria ter a chance de explorar os recantos longínquos do cosmos, encontrar novas formas de vida, e quem sabe, assim, nossa cultura evoluiria significativamente, abandonando às velhas crenças que ainda são ferozmente mantidas.
Mas, infelizmente, quanto mais estudo, mais percebo que o ser humano é um animalzinho diferenciado, porém muito inconformado com sua natureza primitiva e frágil.
23/07/2004 às 16:56 #78502Miguel (admin)MestreNômada,
Porque o médico não pôde apassentar a dor, o paciente deixará de lançar-se num poço gelado… Ele aceita as coisas como são, com as suas onerosidades; adapta-se à dor como algo natural, homogêneo, integrado, como um destino… Em todas as eras um homem conformado com a sua civilidade ,e cultura, foi um homem interrompido de progresso. Um beato, um cético, um tolo, um santo… Todavia as alternativas são alternativas estranhas, alheias, ametabólicas…nem um crocodilo quer engolí-las.
Por que a cultura deve evoluir… o pretexto de explorar o espaço está na alegoria de “que somos inconformados com a nossa natureza primitiva e frágil”? Primitiva ( com ou sem “macaco”?) por que se espera algo secundário, superior, acima ? A maior crença humana é o próprio homem. Pereat mundi… Por que temos que ser animais ? Somos frágeis ? Ah, deixe-me passar, com as minhas tolices ! -
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